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Aula 05 Regimento Interno p/ TRT-RS (todos os cargos) Professor: Paulo Guimarães Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 26 AULA 05: Dos Juízes e Desembargadores. Da Direção do Foro. Das Férias e Licenças. Das Convocações e das Substituições. Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram o cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) SUMÁRIO PÁGINA 1. Dos Juízes e Desembargadores 2 2. Da Direção do Foro 12 3. Das Férias e Licenças 14 4. Das Convocações e das Substituições 15 5. Resumo do Concurseiro 17 6. Questões comentadas 19 7. Lista das questões apresentadas 24 Olá, amigo concurseiro! Estamos juntos mais uma vez para continuar nosso estudo do Regimento Interno do TRT-RS. Hoje estudaremos alguns dispositivos bastante interessantes, e que já foram cobrados em diversas provas de concursos anteriores. Vamos lá!? Força! Bons estudos! 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 26 1. DOS JUÍZES E DESEMBARGADORES Art. 50. Os magistrados da 4ª Região têm os seus direitos e vantagens estabelecidos na Constituição Federal e nos estatutos legais que lhes forem aplicáveis. Antes de começarmos a analisar o art. 50, quero lembra-lo do significado de alguns termos bastante utilizados pelo Regimento Interno. Magistrado é gênero que engloba tanto Juízes do Trabalho quanto Desembargadores, ok? Quando estivermos tratando de disposições específicas aplicáveis a apenas uma ou outra categoria, falarei claramente nos Juízes e nos Desembargadores, de forma específica. O art. 50 menciona disposições constitucionais e legais aplicáveis aos magistrados. A Constituição assegura diversas prerrogativas aos magistrados, entre elas a independência funcional, a inamovibilidade, a vitaliciedade e a irredutibilidade de subsídios. Essas prerrogativas têm o objetivo de preservar a imparcialidade dos magistrados, de forma que eles possam decidir de forma livre e democrática, sem pressões indevidas. 4XDQWR� DRV� ³HVWDWXWRV� OHJDLV´�� D� SULQFLSDO� OHL� TXH� WUDWD� GH� direitos e vantagens dos magistrados é a Lei Complementar no 35/1979, conhecida como Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN). A próxima parte do Regimento Interno trata do processo disciplinar aplicável aos magistrados. Chamados de regime disciplinar as regras relacionadas à apuração de infrações e à aplicação de penalidades de natureza administrativa. O magistrado se sujeita às seguintes penalidades: a) advertência; b) censura; c) remoção compulsória; d) disponibilidade; 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 26 e) aposentadoria compulsória; e f) demissão. O magistrado está sujeito às penas de advertência, censura, remoção compulsória, disponibilidade, aposentadoria compulsória e demissão. Vamos agora aprender o que o Regimento Interno diz a respeito de cada uma dessas penas. ADVERTÊNCIA CENSURA O magistrado negligente no cumprimento dos deveres do cargo está sujeito à pena de advertência. Na reiteração e nos casos de procedimento incorreto, a pena será de censura, se a infração não justificar punição mais grave. REMOÇÃO COMPULSÓRIA O magistrado será removido compulsoriamente, por interesse público, quando incompatibilizado para o exercício funcional em qualquer órgão fracionário, seja na Seção, na Turma ou na Vara em que atue; DISPONIBILIDADE O magistrado será posto em disponibilidade com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço, ou, se não for vitalício, demitido por interesse público, quando a gravidade das faltas não justificar a aplicação de pena de censura ou remoção compulsória. O magistrado posto em disponibilidade somente pode pleitear seu aproveitamento quando decorridos dois anos do afastamento. 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 26 APOSENTADORIA COMPULSÓRIA o magistrado será aposentado compulsoriamente por interesse público quando: a) mostrar-se manifestamente negligente no cumprimento de seus deveres; b) proceder de forma incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções; c) demonstrar escassa ou insuficiente capacidade de trabalho, ou apresentar comportamento funcional incompatível com o bom desempenho das atividades do Poder Judiciário. DEMISSÃO Ao Juiz não-vitalício será aplicada pena de demissão em caso de: a) falta que derive da violação às proibições contidas na Constituição Federal e nas leis; b) manifesta negligência no cumprimento dos deveres do cargo; c) procedimento incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções; d) escassa ou insuficiente capacidade de trabalho; e) comportamento funcional incompatível com o bom desempenho das atividades do Poder Judiciário; Além disso, há algumas regras adicionais relativas ao procedimento por meio do qual essas punições podem ser aplicadas. A maneira como essas regras são tratadas pelo Regimento Interno não é muito didática, mas vou tentar explica-las a você. I - aos Desembargadores não se aplicarão as penas de advertência e de censura, não se incluindo nesta exceção os Juízes Titulares de Vara convocados pelo Tribunal para atuarem em segundo grau; Os Desembargadores não podem ser punidos com 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 26 advertência e censura. Se um Juiz do Trabalho for convocado para substituir Desembargador, porém, ele poderá receber essas punições. II - as penas previstas no art. 6º, § 1º, da Lei nº 4.898, de 9.12.1965, são aplicáveis aos magistrados, desde que compatíveis com a Lei Complementar nº 35, de 14 de março de 1979; Esta lei é conhecida como Lei do Abuso de Autoridade, e as penas por ela mencionadas no art. 6º, § 1º são advertência, repreensão, suspensão do cargo pelo prazo de 5 a 180 dias, com perda de vencimentos e vantagens, destituição de função, demissão e demissão a bem do serviço público. Há muitas discussões sobre quais dessas penas estão efetivamente em vigor hoje, mas para nós não vale a pena entrar em detalhes sobre isso. III ± os deveres do magistrado são aqueles previstos na Constituição Federal, na Lei Complementar nº 35, de 1979, no Código de Processo Civil (art. 125) e no Código de Processo Penal (art. 251); Já falamos sobre a CF e a LOMAN. Além disso, há normas sobre os magistrados ainda no CPC e no CPP. IV ± na instrução do processoserão inquiridas no máximo oito testemunhas de acusação e até oito de defesa; V ± o magistrado que estiver respondendo a processo administrativo disciplinar só será exonerado a pedido ou aposentado voluntariamente após a conclusão do processo ou do cumprimento da pena; 2� PDJLVWUDGR� QmR� SRGH� ³SHGLU� SUD� VDLU´� HQTXDQWR� HVWLYHU� respondendo a processo administrativo disciplinar, nem por aposentadoria 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 26 e nem por exoneração. Art. 51-A. O processo terá início por determinação do Órgão Especial ou do Tribunal Pleno, por proposta do Corregedor no caso de magistrados de primeiro grau, ou do Presidente do Tribunal nos demais casos. Lembre-se de que as atribuições do Corregedor somente alcançam os Juízes do Trabalho, e por isso somente pode haver processo disciplinar por proposta do Corregedor quando o acusado for um Juiz. Se o acusado for um Desembargador, a proposta caberá ao Presidente do Tribunal. Uma vez apresentada a acusação, o Presidente do Tribunal entregará ao acusado, no prazo de 48h, a cópia da acusação e das provas apresentadas. O magistrado então terá o prazo de 15 dias para apresentar a defesa prévia. Uma vez encerrado o prazo para defesa prévia, ainda que ela não seja apresentada, o Presidente convocará o Órgão Especial ou Tribunal Pleno (dependendo da competência para julgar) para que decida sobre a instauração do processo. Neste julgamento o relator será, respectivamente, o Corregedor ou o Presidente do Tribunal. O Órgão Especial julga os Juízes do Trabalho, e o Tribunal Pleno julga os Desembargadores, sempre pela decisão da maioria absoluta de seus membros. Guarde bem essa informação, ok? Ela é muito importante! 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 26 Para os processos administrativos disciplinares e para a aplicação de quaisquer penalidades é competente o Órgão Especial em relação aos juízes de primeiro grau, e o Tribunal Pleno em relação aos Desembargadores, cujas decisões serão tomadas por maioria absoluta de seus membros. Uma vez instaurado o processo, ele deverá ser concluído no prazo de 140 dias. Esse prazo pode ser prorrogado até o dobro ou mais, quando a demora decorrer do exercício do direito de defesa. Na ocasião da instauração deve ainda ser sorteado o Relator do processo disciplinar. O Relator determinará a citação do magistrado para apresentar defesa em 5 dias. Outra atribuição do Relator é decidir sobre a produção das provas requeridas pelo acusado, determinando de ofício as que entender necessárias, podendo ainda delegar poderes para colher as provas ao magistrado de categoria superior à do acusado, quando este for magistrado de primeiro grau. Uma vez concluída a fase de instrução, o Ministério Público e o magistrado acusado (ou seu advogado) terão vista dos autos por 10 dias, para parecer e razões. Na sessão de julgado o Relator apresentará seu relatório, serão ouvidas as sustentações orais e serão colhidos os votos. Se o Órgão Especial ou o Tribunal Pleno concluírem que há indícios de crime da ocorrência de crime de ação pública, o Presidente do Tribunal deverá remeter cópia dos autos ao Ministério Público. 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 26 Art. 52. A demissão do magistrado não-vitalício, na hipótese de violação das vedações dos incisos I a IV do parágrafo único do artigo 95 da Constituição Federal, será precedida de processo administrativo, observando-se o disposto no artigo anterior e o que segue: I ± ao Juiz não-vitalício será aplicada pena de demissão em caso de: a) falta que derive da violação às proibições contidas na Constituição Federal e nas leis; b) manifesta negligência no cumprimento dos deveres do cargo; c) procedimento incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções; d) escassa ou insuficiente capacidade de trabalho; e) comportamento funcional incompatível com o bom desempenho das atividades do Poder Judiciário; II ± o processo disciplinar será, a qualquer tempo, instaurado dentro do biênio inicial previsto na Constituição Federal, mediante indicação do Corregedor ao Órgão Especial, seguindo, no que lhe for aplicável, o disposto neste Regimento; III ± o recebimento da acusação pelo Órgão Especial suspenderá o curso do prazo de vitaliciedade; IV ± poderá o Órgão Especial, entendendo não ser o caso de pena de demissão, aplicar as de remoção compulsória, censura ou advertência, vedada a de disponibilidade; V ± no caso de aplicação das penas de censura ou remoção compulsória, o juiz não-vitalício ficará impedido de ser promovido ou removido enquanto não decorrer prazo de um ano da punição imposta; VI ± somente pelo voto da maioria absoluta dos integrantes do Órgão Especial será negada a confirmação do magistrado na carreira; VII ± negada a vitaliciedade, o Presidente do Tribunal expedirá o ato de exoneração. As hipóteses de demissão apenas se aplicam ao magistrado que ainda não se tornou vitalício, ou seja, ao Juiz do Trabalho substituto, 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 26 que ainda está cumprindo estágio probatório. As vedações previstas nos incisos I a IV do parágrafo único do art. 95 da Constituição Federal são as seguintes: a) exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; b) receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; c) dedicar-se à atividade político-partidária; e d) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. O procedimento para apuração dessas faltas deve obedecer às normas das resoluções do Conselho Nacional de Justiça e, de forma subsidiária, as normas da Lei no 8.112/1990 e da Lei no 9.784/1999. Além disso, o Regimento Interno traz algumas normas específicas acerca desse procedimento, que constam no art. 52-A. Não é nada muito diferente do procedimento que já estudamos, mas é importante que você leia o dispositivo com atenção, ok? Art. 52-A. O procedimento para a apuração das faltas observará as normas fixadas nas Resoluções do Conselho Nacional de Justiça e, subsidiariamente, as normas e os princípios das Leis nº 8.112/90 e 9.784/99, assim como o que segue: I ± o Corregedor, no caso de magistrados de primeiro grau, ou o Presidente do Tribunal, nos demais casos, que tiver ciência de irregularidade é obrigado a promover a apuração imediata dos fatos; II ± o Corregedor, no caso de magistrados de primeiro grau, ou o Presidente do Tribunal, nos demais casos, poderá arquivar, de plano, qualquer representação; III - das decisões previstas nos dois incisos anteriores caberá recurso no prazo de quinze dias ao Órgão Especial ou ao Tribunal 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 26 Pleno, observada a respectiva competência, por parte do autor da representação. § 1º As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade. § 2º Apurados os fatos, o magistrado será notificado para, no prazo de cinco dias, prestar informações. § 3º Mediante decisão fundamentada, a autoridade competente ordenará o arquivamento do procedimento preliminar caso não haja indícios de materialidade ou de autoria de infração administrativa. § 4º Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada de plano pelo Corregedor, no caso de magistrados de primeiro grau, ou pelo Presidente do Tribunal, nos demais casos. Já deixei isso claro algumas vezes, mas vou enfatizar novamente: a atuação do Corregedor está relacionada à conduta dos Juízes do Trabalho, ou seja, aos magistrados de primeiro grau. Quando estamos falando da apuração de irregularidades cometidas por Desembargadores, as atribuições são exercidas pelo Presidente do Tribunal. Tendo notícia de irregularidade cometida por magistrado, portanto, caberá ao Corregedor ou ao Presidente promover a apuração dos fatos. Se for o caso de representação, ele poderá também arquivá-la de plano, quando não houver fundamento. Em qualquer desses casos cabe recurso ao Órgão Especial (caso o magistrado em jogo seja Juiz do Trabalho) ou ao Tribunal Pleno (caso seja Desembargador). Art. 53. Quando, pela natureza ou gravidade da infração penal, for recebida denúncia ou queixa-crime contra magistrado, o Órgão Especial ou o Tribunal Pleno poderá, em decisão tomada por voto de dois 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 26 Esse processo pode ter início a requerimento do magistrado, por determinação do Presidente do Tribunal, de ofício, por deliberação do Órgão Especial ou mediante provação da Corregedoria. O prazo para conclusão do processo é de 60 dias, durante os quais o magistrado ficará afastado das funções. Tratando-se de incapacidade mental, o Presidente do Tribunal deverá nomear um curador, independentemente da defesa que o próprio magistrado queira oferecer, pessoalmente ou por meio de procurador. 2. DA DIREÇÃO DO FORO Art. 61. Nas cidades providas de mais de uma Vara do Trabalho, competirá ao Órgão Especial designar, anualmente, na sessão ordinária do mês de novembro, o juiz que exercerá a Direção do Foro. $� H[SUHVVmR� ³IRUR´� SRGH� VHU� XWLOL]DGD�QR�'LUHLWR�3URFHVVXDO� com vários significados diferentes. Aqui, você deve entender o foro como o local onde estão reunidas as Varas do Trabalho de uma determinada localidade. Nas cidades em que houver mais de uma Vara do Trabalho, portanto, haverá um Diretor do Foro, que deve ser designado anualmente, sempre no mês de novembro. Nas suas faltas e impedimentos, o Diretor do Foro será substituído pelo Juiz mais antigo na titularidade de Vara. No caso específico do foro de Porto Alegre, em razão da sua complexidade, há também a figura do Vice-Diretor do Foro. Este obviamente será o substituto do Diretor. Art. 63. Compete ao Diretor do Foro: I - supervisionar o Serviço de Distribuição de Feitos, a Central de Mandados, a Contadoria Judiciária e os demais setores integrantes do 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 26 concedidas na forma prevista em lei. Você sabia que os magistrados têm direito a férias de 60 dias por ano!? Isso mesmo! Os magistrados têm um período maior de férias, e isso se explica por uma razão muito simples: os deveres do magistrado não se restringem a um horário de trabalho específico. Eles não estão sujeitos a limitação de jornada, e devem estar disponíveis sempre que sua atuação for necessária. O acúmulo de períodos de férias somente pode ocorrer quando houver imperiosa necessidade do serviço. O Regimento inclusive determina que a designação dos períodos em que o magistrado tirará férias deve subordinar-se ao interesse dos serviço e, quando possível, à conveniência de cada um. A organização da escala de férias dos Juízes de primeiro grau cabe à Corregedoria, que deve ouvir os interessados, organizar a escala e encaminhá-la à apreciação do Órgão Especial. Art. 66. No Tribunal, os Desembargadores não poderão entrar em gozo de férias, simultaneamente, em número que comprometa o quorum de julgamento de qualquer dos órgãos julgadores da Corte. Lá nas nossas primeiras aulas você aprendeu que o Tribunal Pleno é composto por 48 Desembargadores, e que para a instalação das suas sessões é necessária a presença de mais da metade dos seus membros, certo? Pois bem, agora imagine que dos 48 Desembargadores, tivéssemos 30 tirando férias no mês de março. Os trabalhos do Pleno ficariam inviabilizados, não é mesmo? Por isso é proibido que Desembargadores tirem férias ao mesmo tempo de modo a inviabilizar os trabalhos de qualquer dos órgãos julgadores. 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 26 Além disso, o Regimento Interno também proíbe que o Presidente e o Vice-Presidente gozem férias ao mesmo tempo, bem como o Corregedor e o Vice-Corregedor. Art. 67. O magistrado em férias poderá proferir decisões em processos que, antes das férias, lhe hajam sido conclusos para julgamento ou tenham recebido o seu visto como Relator ou Revisor. A regra aqui é basicamente no sentido de que um trabalho inconcluso pode ser concluído pelo Desembargador, mesmo que ele esteja em férias. É o caso dos autos que já estão prontos para serem julgados por ele, ou dos processos em que ele já está atuando como relator ou revisor (estudaremos essas figuras mais adiante, ok?). Art. 69. As licenças para tratamento de saúde serão concedidas mediante laudo de médico do Tribunal ou laudo ratificado por médico do Tribunal, facultando-se, em qualquer hipótese, as diligências acaso cabíveis. As diligências aqui mencionadas poderão consistir, por exemplo, em exames específicos ou perícias médicas. 4. DAS CONVOCAÇÕES E SUBSTITUIÇÕES Art. 70. As convocações dos Juízes do Trabalho para atuar no Tribunal observarão as regras fixadas na Resolução Administrativa respectiva. Em casos de afastamento ou impedimento de Desembargadores, podem ser convocados Juízes dos Trabalho para substituí-los no Tribunal. 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 26 Os Juízes convocados, porém, não podem tomar parte em eleições. Eles não podem, por exemplo, votar para escolher os ocupantes dos cargos de direção, e nem para escolher Juízes para promoção ou convocação. Em razão dessa limitação, o Regimento Interno permite que o Desembargador, mesmo em gozo de férias ou licença,participe das eleições. Os procedimentos para isso estão no art. 71. Art. 71. Os Desembargadores efetivos do Tribunal, ainda que em gozo de férias ou licença, não estão impedidos de participar das eleições a que se refere o artigo anterior, podendo ser convocados para participar de decisão administrativa sempre que, a juízo do Tribunal, a questão seja considerada de relevância para os interesses da Administração. §1º Para os fins deste artigo, ser-lhes-á dirigida comunicação escrita, com a necessária antecedência, sobre a data e a finalidade da sessão a ser realizada § 2° Nas ausências ou impedimentos temporários, as substituições no Tribunal, ressalvadas as já previstas por este Regimento Interno, se darão: I ± A Presidência e a Corregedoria, no caso de impedimento ou ausência dos integrantes da Administração, pelos Desembargadores do Tribunal, pela ordem de antiguidade; II ± O Presidente de Comissão pelo mais antigo dentre seus membros. 5. RESUMO DO CONCURSEIRO 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 26 a) falta que derive da violação às proibições contidas na Constituição Federal e nas leis; b) manifesta negligência no cumprimento dos deveres do cargo; c) procedimento incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções; d) escassa ou insuficiente capacidade de trabalho; e) comportamento funcional incompatível com o bom desempenho das atividades do Poder Judiciário; Para os processos administrativos disciplinares e para a aplicação de quaisquer penalidades é competente o Órgão Especial em relação aos juízes de primeiro grau, e o Tribunal Pleno em relação aos Desembargadores, cujas decisões serão tomadas por maioria absoluta de seus membros. Quando for recebida denúncia ou queixa-crime contra magistrado, o Órgão Especial ou o Tribunal Pleno poderá, em decisão tomada por voto de dois terços de seus membros, determinar o afastamento do cargo do magistrado denunciado. Aqui se encerra o assunto da nossa aula de hoje. A seguir estão questões de concursos anteriores que tratam dos assuntos que estudamos hoje. Ao final, incluí a lista das questões sem os comentários. Grande abraço! Paulo Guimarães professorpauloguimaraes@gmail.com www.facebook.com/pauloguimaraesfilho 6. QUESTÕES COMENTADAS 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 26 4. TRE-GO ± Analista Judiciário ± 2009 ± Cespe (adaptada). Compete ao TRT da 4a Região aplicar penas disciplinares de advertência, suspensão e demissão aos juízes do trabalho. COMENTÁRIOS: Opa! Na nossa lista de penas disciplinares não há a suspensão, não é mesmo!? GABARITO: E 5. TRT 18ª Região (GO) ± Técnico Judiciário ± 2013 ± FCC (adaptada). O Regimento Interno do Tribunal Regional do Trabalho da 4a Região permite a instauração de Processo Disciplinar contra Magistrado de Primeiro Grau por iniciativa do Corregedor, de ofício. COMENTÁRIOS: O processo terá início por determinação do Órgão Especial ou do Tribunal Pleno, por proposta do Corregedor no caso de magistrados de primeiro grau, ou do Presidente do Tribunal nos demais casos, nos termos do art. 51-A. GABARITO: E 6. TRT 21ª Região (RN) ± Técnico Judiciário ± 2010 ± Cespe (adaptada). Caso seja verificada falta disciplinar por parte de um juiz do trabalho, caberá ao presidente do TRT/4ª Região a aplicação da penalidade, se for o caso. COMENTÁRIOS: Sei que você não vai esquecer isso, mas vamos lá, mais uma vez: o Órgão Especial aplica penalidades a magistrados de primeiro grau, e o Tribunal Pleno a Desembargadores. 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 26 GABARITO: E 7. TRE-AL ± Técnico Judiciário ± 2010 ± FCC (adaptada). A decisão, no sentido da penalização do Magistrado, será tomada pelo voto da maioria simples dos membros do Tribunal Pleno ou do Órgão Especial, a depender de quem seja o magistrado condenado. COMENTÁRIOS: Essa decisão precisa ser tomada pela maioria absoluta dos componentes desses órgãos julgadores. GABARITO: E 8. (inédita). Se, no curso de processo administrativo disciplinar contra magistrado, o acusado mudar de residência, deverá comunicar o fato ao Diretor-Geral da Secretaria, informando o endereço onde receberá citações, notificações ou intimações. COMENTÁRIOS: O erro aqui está no destinatário da informação. Na realidade, neste caso o acusado deve informar seu novo endereço ao Relator do processo disciplinar, ao Corregedor e ao Presidente do Tribunal. GABARITO: E 9. (inédita). Quando, pela natureza ou gravidade da infração penal, for recebida denúncia ou queixa-crime contra magistrado, o Órgão Especial ou o Tribunal Pleno poderá, em decisão tomada por voto da maioria absoluta de seus membros, determinar o afastamento do cargo do magistrado denunciado. 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 26 COMENTÁRIOS: Realmente existe a previsão de afastamento quando houver denúncia ou queixa-crime contra o magistrado, mas essa medida só pode ser adotada quando houver o voto favorável de dois terços dos membros do respectivo órgão julgador. GABARITO: E 10. (adaptada). O processo para verificação de invalidez de magistrado pode ter início a requerimento do magistrado, por determinação do Presidente do Tribunal, de ofício, por deliberação do Órgão Especial e, ainda, mediante provocação da Corregedoria. COMENTÁRIOS: Perfeito! Este é o art. 58 do Regimento Interno. GABARITO: C 11. (inédita). A designação de um Juiz do Trabalho para exercer a Direção do Foro somente é necessária nas cidades em que houver mais de uma Vara do Trabalho, e somente em Porto Alegre há a função de Vice-Diretor. COMENTÁRIOS: Perfeito! Essas informações estão no art. 61, caput e § 2º. GABARITO: C 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 26 7. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 1. TRT 12ª Região (SC) ± Analista Judiciário ± 2013 ± FCC (adaptada). Quanto ao procedimento para apuração de infrações cometidas por magistrados, o Regimento Interno assegura ao acusado o prazo de 15 dias para defesa prévia. 2. TRF 1ª Região ± Analista Judiciário ± 2001 ± FCC (adaptada). Ao corregedor regional compete impor as penas de censura e advertência aos juízes inferiores. 3. TRE-AL ± Analista Judiciário ± 2010 ± FCC (adaptada). A pena de advertência será aplicada no caso de negligência no cumprimento dos deveres do cargo. 4. TRE-GO ± Analista Judiciário ± 2009 ± Cespe (adaptada). Compete ao TRT da 4a Região aplicar penas disciplinares de advertência, suspensão e demissão aos juízes do trabalho.5. TRT 18ª Região (GO) ± Técnico Judiciário ± 2013 ± FCC (adaptada). O Regimento Interno do Tribunal Regional do Trabalho da 4a Região permite a instauração de Processo Disciplinar contra Magistrado de Primeiro Grau por iniciativa do Corregedor, de ofício. 6. TRT 21ª Região (RN) ± Técnico Judiciário ± 2010 ± Cespe (adaptada). Caso seja verificada falta disciplinar por parte de um juiz do trabalho, caberá ao presidente do TRT/4ª Região a aplicação da penalidade, se for o caso. 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 26 7. TRE-AL ± Técnico Judiciário ± 2010 ± FCC (adaptada). A decisão, no sentido da penalização do Magistrado, será tomada pelo voto da maioria simples dos membros do Tribunal Pleno ou do Órgão Especial, a depender de quem seja o magistrado condenado. 8. (inédita). Se, no curso de processo administrativo disciplinar contra magistrado, o acusado mudar de residência, deverá comunicar o fato ao Diretor-Geral da Secretaria, informando o endereço onde receberá citações, notificações ou intimações. 9. (inédita). Quando, pela natureza ou gravidade da infração penal, for recebida denúncia ou queixa-crime contra magistrado, o Órgão Especial ou o Tribunal Pleno poderá, em decisão tomada por voto da maioria absoluta de seus membros, determinar o afastamento do cargo do magistrado denunciado. 10. (adaptada). O processo para verificação de invalidez de magistrado pode ter início a requerimento do magistrado, por determinação do Presidente do Tribunal, de ofício, por deliberação do Órgão Especial e, ainda, mediante provocação da Corregedoria. 11. (inédita). A designação de um Juiz do Trabalho para exercer a Direção do Foro somente é necessária nas cidades em que houver mais de uma Vara do Trabalho, e somente em Porto Alegre há a função de Vice-Diretor. 12. (inédita). Uma vez designado para exercer a Direção do Foro, o Juiz do Trabalho ficará afastado das suas atividades jurisdicionais. 00724302220 Regimento Interno do TRT-RS Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 05 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 26 13. (inédita). O Regimento Interno do TRT da 4a Região assegura aos magistrados a prerrogativa de escolher livremente quando gozarão de férias. 14. (inédita). Os Desembargadores efetivos do Tribunal, ainda que em gozo de férias ou licença, não estão impedidos de participar de atos eletivos do Tribunal, em que pese haver Juiz convocado para substitui-lo. GABARITO 1. C 8. E 2. E 9. E 3. C 10. C 4. E 11. C 5. E 12. E 6. E 13. E 7. E 14. C 00724302220
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