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Producao Textura Individual - Fundamentos em Contabilidade 1º e 2º semestre

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SUMÁRIO
31	INTRODUÇÃO	�
42	FUNDAMENTOS EM CONTABILIDADE	�
42.1	O IMPACTO DA GLOBALIZAÇÃO SOBRE AS INFORMAÇÕES DA CONTABILIDADE, QUAIS AS MUDANÇAS FORAM INTRODUZIDAS NA CONTABILIDADE DEVIDO À LEI Nº 11.638/2007 PARA ADEQUAR A CONTABILIDADE BRASILEIRA ÀS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE.	�
72.2	MERCADO CONSUMIDOR ATUAL, CLÁSSICA E CIENTIFICAS.	�
112.3	ASPECTOS ECONÔMICOS NO CENÁRIO DA GLOBALIZAÇÃO E O QUE MUDOU NO AMBIENTE DOS NEGÓCIOS BEM COMO AS POLÍTICAS QUE DEVERÃO SER IMPLANTADAS NO BRASIL PARA QUE O PAÍS ESTEJA APTO ECONOMICAMENTE PARA ATUAR NO CONTEXTO DE ECONOMIA GLOBALIZADA.	�
132.4	AS DIFERENÇAS (CULTURAIS, ECONÔMICAS, SOCIAIS E POLÍTICA) SEGUNDO BAUMAN, ENTRE OS COMPORTAMENTOS E AS CONCEPÇÕES DA “SOCIEDADE DOS PRODUTORES” VERSUS “SOCIEDADE DE CONSUMIDORES”.	�
193	CONCLUSÃO	�
21REFERÊNCIAS	�
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INTRODUÇÃO
Ao longo do tempo, como revela a história, a sociedade viveu e continua vivendo alterações em todos os âmbitos: político, social, econômico ou cultural. Essas alterações, de certo modo, permeiam a escola, alterando o processo educativo, bem como seus fins e objetivos no intuito de adequar-se às novas demandas sociais. Nesse sentido, faz-se imprescindível compreender a sociedade contemporânea e suas características, para fins de relacioná-la com o contexto educativo escolar. Para esse propósito, alguns autores são importantes, dentre eles o sociólogo Zygmunt Bauman. Ele aponta conceitos pertinentes referentes ao contexto atual, salientando os processos de transformação sofridos ao longo do tempo e que atualmente se refletem na sociedade. Cabe salientar que existem outros vieses que retratam as transformações sociais, mas a descrição apresentada por Bauman auxilia na compreensão do panorama da sociedade atual, retomando aspectos implícitos do passado (que Bauman chama de modernidade sólida), que, atualmente, apresentam novas configurações.
O presente texto apresenta o impacto da globalização sobre as informações da contabilidade e as mudanças que foram introduzidas devido a nova Lei nº 11.638/2007 que adequaram a contabilidade brasileira as normas internacionais de contabilidade, apresentaremos também as características do mercado consumidor atual, clássica e Cientificas, os aspectos econômicos no cenário da globalização explicando o que mudou no ambiente dos negócios bem como as políticas que deverão ser implantadas no Brasil para que o país esteja apto economicamente para atuar no contexto de economia globalizada e as diferenças (culturais, econômicas, sociais e política) segundo Bauman, entre os comportamentos e as concepções da “sociedade dos produtores” versus “sociedade de consumidores.
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FUNDAMENTOS EM CONTABILIDADE
O impacto da globalização sobre as informações da Contabilidade, quais as mudanças foram introduzidas na contabilidade devido à Lei Nº 11.638/2007 para adequar a Contabilidade Brasileira às Normas Internacionais De Contabilidade.
O impacto exercido pela globalização no mercado de trabalho, no comércio internacional, na liberdade de movimentação e na qualidade de vida da população aumentou a liberdade de comércio, como imagem de mercados comuns, como modificação do ambiente exógeno, influindo diretamente sobre a vida das empresas e dos indivíduos e atingindo as células sociais, também atingindo os domínios da Contabilidade. E com este progresso trouxe à tona um novo cenário marcado por uma série de mudanças aceleradas, atingindo diversas áreas e exigindo uma adaptação correspondente à velocidade dessas inovações. Sendo assim, as empresas sofrem o impacto destas inovações, que exigem uma reformulação de estrutura para sobreviver num contexto de competitividade, obrigando o investimento em sistemas informatizados para alcançar agilidade e qualidade. Com isso a área contábil vem seguindo o ritmo da modernidade, imprescindível para atender as necessidades provenientes da atual conjuntura econômica, possibilitando o desenvolvimento de novas técnicas para auxiliar na gestão das organizações.
O cenário mundial vem sofrendo significativas transformações, caracterizadas por mudanças aceleradas nas dimensões tecnológicas, socioculturais, políticas, institucionais e econômicas. Estas inovações evidenciam de forma relevante o uso da informação e do conhecimento, ao mesmo tempo em que projeta o fenômeno globalização. As mudanças decorrentes da globalização trouxeram implicações diretas na atuação do profissional contábil, exigindo uma formação acadêmica diferenciada e o emprego de novas habilidades que venham de encontro a demanda atual do mercado.
Como forma de aperfeiçoamento das informações para auxiliar na tomada de decisão a contabilidade esta passando por um processo de mudanças na busca de uma harmonização das normas contábeis adequando as Normas brasileiras às Normas Internacionais.
E com o advento da globalização, cogitava-se que a contabilidade deveria ser única em todos os países, visto que a mesma serve como uma linguagem universal das empresas, registrando todos os fatos financeiros incorridos durante um exercício social. Sendo assim, era necessário que a contabilidade brasileira introduzisse mudanças, para que adequassem as Normas Internacionais de contabilidade.
Essa nova harmonização dos padrões contábeis, que vem sendo exigida pelos mercados internacionais, é um processo que busca a conciliação dos procedimentos contábeis de diversos países de modo que a comparação entre as demonstrações contábeis seja mais fácil. Pois Hoje a contabilidade é essencial e, é a principal linguagem no mundo dos negócios, passando a ser vista como um sistema de informação, de controle, análise e comunicação. Com isso, a contabilidade como ferramenta gerencial e analítica deve manter-se atualizada para atender à necessidade de seus usuários.
E a adoção da Lei n°11.638/2007 no Brasil que vem adequar a Contabilidade brasileira às normas internacionais de contabilidade traz vantagens para a economia brasileira, mas exige uma série de investimentos das empresas nacionais em qualificação profissional, treinamento e adaptação de sistemas de informações. Mas, mesmo com esses investimentos, as vantagens dessa convergência, a princípio, superam as poucas desvantagens que poderão acarretar essas mudanças.
Percebe-se que houve muitas mudanças geradas por essa lei e, inclusive muitas dessas mudanças envolvem a era digital. Obrigações fiscais e comerciais estão informatizadas para melhor acompanhamento do fisco e maior transparência. Para tanto, observa-se que a nova lei traz uma valorização e uma grande mudança na postura dos profissionais contábeis envolvidos nas elaborações, análise e publicações das demonstrações contábeis, pois essa lei destaca a primazia da essência sobre a forma, exige uma análise de riscos e benefícios sobre a propriedade jurídica e as normas são orientadas por princípios e não por regras formalizadas, muda a forma de pensar e fazer contabilidade.
Com a introdução da lei 11.638/2007, a contabilidade no Brasil sofre uma ampla modificação, fazendo com que o contador torne-se não somente um responsável pela apuração e pagamento de impostos. Dentre as diversas novidades que a nova Lei trouxe, destacamos as principais: Publicação das demonstrações dos fluxos de caixas – DFC; obrigatoriedade da publicação da demonstração do valor adicionado – DVA para as companhias abertas; os aumentos ou diminuições de valores
Assim, com a nova lei, o país visa a adoção de padrões contábeis iguais aos outros países, estendendo essa uniformidade para as empresas. Portanto, precisamos ter a consciência que o país precisa estar dotado de uma regulação contábil que favoreça a comparabilidade entre demonstrações financeiras, a fim de que possa haver a alocação dos recursos das empresas dentro de um padrão mundial.
Mercado consumidor atual,clássica e Cientificas. 
O consumo está presente em todas as sociedades. Todos somos consumidores, seja para a satisfação de necessidades básicas, seja um consumo supérfluo. Na sociedade pós-moderna, vivemos em uma cultura de consumo, que inclui questões específicas, tais como: a relação íntima com o consumo; autonomia da esfera cultural; a estetização e como digitação, onde estética e funcionalidade tem que andar junto; o signo como mercadoria e a ampliação do setor de serviços. Tudo isso resulta no entendimento de múltiplos processos sociais e culturais. O comportamento do consumidor é uma área complexa que envolve estudos de inúmeras disciplinas, como: psicologia, antropologia, sociologia, economia, semiótica, história, entre outras. Este é um campo amplo, onde são estudados processos em que o indivíduo ou grupo compram, escolhem ou usam produtos e serviços, com o objetivo de conhecer as diversas formas assumidas pelo consumidor no momento de satisfazer seus desejos e necessidades com a aquisição de algum bem
 O campo do comportamento do consumidor é interdisciplinar; é composto por pesquisadores de várias áreas diferentes que compartilham o interesse no modo como as pessoas interagem com o mercado.
Segundo Solomon, uma das premissas principais sobre comportamento do consumidor e de que as pessoas muitas vezes não compram produtos por sua funcionalidade, mas sim pelo que eles significam, ou seja, embora a função do produto tenha importância, existem muitos outros fatores que nos fazem optar por uma marca ou produto em detrimento de outros. Algumas teses afirmam que a sociedade de consumo iniciou antes da revolução industrial, em uma revolução comercial, originando uma demanda para o consumo. Estas mudanças que ocorreram incidiram sobre a cultura material da época, alterando a quantidade e modalidade de itens disponíveis.
 Percebeu-se também um desenvolvimento de novos processos de consumo e de comercialização. Esta mudança trouxe liberdade de escolha e autonomia a uma sociedade onde instituições e códigos morais que determinavam o que devia ser consumido e por quem. A alteração deste cenário onde a posição social determinava o estilo devida, independentemente de sua renda, democratizou o consumo. Segundo Slater (Apud BARBOSA, 2004), diferente das sociedades antigas onde a identidade e o consumo eram atribuídos pelo pertencimento a determinados grupos.
 Na atual sociedade, a identidade social é construída a partir das escolhas individuais dos indivíduos. Para Slater as necessidades dos consumidores são ilimitadas e insaciáveis, Campbell (Apud BARBOSA, 2004) também afirma que o que caracteriza a sociedade de consumo moderna é a insaciabilidade dos consumidores. Assim que um desejo ou necessidade é satisfeito, outro já se acha à espera. Não é uma insatisfação, um querer mais, mas sim uma insaciabilidade para com novos produtos. 
Hoje a concepção de mercado vai além de um simples lugar de troca de mercadorias, mas como parte de interações socioculturais mais complexas. As decisões de consumo se tornam a fonte vital da cultura do momento, pois os bens são necessários para dar visibilidade e estabilidade às categorias da cultura, carregando significação social, além de estabelecer relações sociais.
Atualmente o estudo do comportamento do consumidor é minuciosamente explorado, analisado, mas nem sempre o resultado desta pesquisa é conclusivo. Segundo Kotler e Keller (2006), é preciso monitorar permanentemente o comportamento de compra do consumidor, pois a sociedade e os indivíduos mudam através do tempo, sendo um processo contínuo e por vezes com ações imprevisíveis. 
As teorias do comportamento do consumidor buscam respostas para compreender a geração de valores para o consumidor, procurando identificar osfatores que resultam nas escolhas do consumidor. O estudo sobre ocomportamento humano no momento da compra é relativamente antigo, sendo que muitas teorias e modelos sobre este tema foram desenvolvidas a mais de um século, sendo até hoje estudadas.
A Teoria da administração cientifica teve como seu precursor Taylor ele visa à organização em termos de estrutura, forma e disposição das partes, e o inter-relacionamento. Esta aumenta a produtividade da empresa por meio do aumento de eficiência no nível operacional. A escola da administração cientifica tem ênfase nas tarefas (divisão do trabalho no nível operário), abordagem de baixo para cima (do operário para o supervisor e gerente) e existência de supervisores por especialidade. 
Também visava à divisão do trabalho para a execução da menor variedade de funções (administração funcional). Antes da administração cientifica o supervisor deixava ao critério de cada operário a escolha do método de execução de seu trabalho para encorajar sua iniciativa. Com a administração cientifica ocorre uma repartição de responsabilidade: A gerencia fica com o planejamento (estudo do trabalho do operário e o estabelecimento do método de trabalho) e a supervisão (assistência continua ao trabalhador durante a produção). 
Enquanto o trabalhador fica somente com a execução do trabalho a gerência pensa enquanto o trabalhador executa. Podemos verificar que na administração cientifica Taylor enfatiza o papel monocrático do administrador: "A aceleração do trabalho só pode ser obtida por meio da padronização obrigatória dos métodos, da adoção obrigatória de instrumentos e das condições de trabalho e cooperação obrigatórias. 
E essa atribuição de impor padrões e forçar a cooperação compete exclusivamente à gerência". Como as ideias de Taylor se desenvolveram em uma época que era explícita as expansões da indústria, junto vieram às linhas de montagens de Henri Ford (1863-1947) foi o maior divulgador e precursor da produção em massa e das linhas de montagem (fordismo), apesar de não ter sido o inventor da linha de montagem. Foi responsável por popularizar um produto, que na época eram destinados apenas a alguns poucos milionários: o automóvel conforme diz Maximiano (2007, p.56). Os principais objetivos da obra administração científica são:
1) Substituição do empirismo para uma denominada ciência do trabalho; 
2) Busca da cooperação entre os trabalhadores;
3) Seleção do perfil correto de cada indivíduo para cada função específica;
4) Divisão de trabalho e responsabilidade entre a alta administração e os demais trabalhadores (Maximiano, 2008). 
Tendo em visto o foco na liderança os objetivos de Taylor descritos acima, podemos estabelecer relação com a liderança, essa relação se torna mais explicita no item 4 onde é detalhadamente estabelecida a divisão do trabalho e as responsabilidades dos líderes e liderados. 
Verificamos ainda que a liderança praticada era a autocrática, pois os líderes planejavam e controlavam enquanto que os operários executavam de modo que os métodos estabelecidos pelos líderes eram as melhores maneiras de executarem a tarefa sem que houvesse questionamento quanto ao método aplicado. 
Teoria clássica O personagem mais importante que sistematizou e divulgou as ideias da teoria clássica foi o engenheiro Henry Fayol ele considerava a empresa um sistema racional de regras e autoridade e essa ideia aplicam-se a qualquer tipo de organização. 
Segundo Maximiano (2008, p. 73) os colaboradores de uma organização “necessitam de ordens para saber o que fazer, suas ações precisam de coordenação e suas tarefas precisam de controle gerencial.” Esse é o papel dos líderes na visão de Fayol. 
Administrar é planejar, organizar; executar; liderar e controlar. Sendo assim temos que a administração é um processo de tomada de decisão tal como a liderança diante de uma situação onde o líder tem a necessidade de tomar tais medidas a fim de alcançar os objetivos propostos. 
A liderança segundo Fayol pode ser relacionada com planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. O trabalho do líder consiste em tomar decisões, estabelecer metas, definir diretrizes e atribuir responsabilidades aos liderados. Nocomando o líder tem que manter os funcionários em atividade em toda a empresa, na coordenação o líder tem que reunir unificar e harmonizar toda a atividade e esforços, no controle o líder tem que cuidar para que tudo se realize de acordo com os planejamentos e as ordens. 
A teoria clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente, temos que a administração é um todo do qual a organização é uma das partes onde as pessoas interagem entre si para alcançar objetivos específicos.
 Organização como função administrativa é parte do processo administrativo e significa o ato de organizar, estruturar, e alocar os recursos, definir os órgãos incumbidos de sua administração e estabelecer as atribuições e relações entre eles. 
Na teoria clássica temos a liderança centralizada onde a concentração de autoridade está no topo da hierarquia da organização. Fayol defendia a necessidade de um ensino organizado e metódico da administração de caráter geral para formar administradores.
Aspectos econômicos no cenário da globalização e o que mudou no ambiente dos negócios bem como as políticas que deverão ser implantadas no Brasil para que o país esteja apto economicamente para atuar no contexto de economia globalizada.
	
Polêmico, o termo globalização foi tão amplamente empregado que, em vez de tornar-se mais claro, fica cada vez mais impreciso e confuso. Considerado do ponto de vista estritamente econômico, poderia ser descrito como um processo de crescente integração de mercados nacionais, facilmente observado por consumidores com acesso a produtos das mais diversas procedências, tênis "made in" Cingapura ou brinquedos "made in" China.
Mas sua abrangência vai além da aceleração no fluxo de comércio internacional. Secundada pela grande revolução na área das comunicações, a globalização propiciou maior mobilidade dos fluxos financeiros, que transitam livres entre fronteiras nacionais.
Essa crescente interdependência econômica global compromete progressivamente as decisões políticas domésticas, que cada vez mais estão subordinadas ao que acontece no mundo. Essa "submissão" restringe significativamente o poder de cada Estado nacional e dos seus governantes.
 A globalização também está associada ao neoliberalismo. O avanço da integração econômica dependia de uma reformulação urgente no papel do Estado, afinal, argumentava-se, o Muro de Berlim (1989) caíra e com ele os paradigmas da Guerra Fria.
O Brasil possui uma economia aberta ao mercado internacional, ou seja, nosso país vende e compra produtos de diversos tipos para diversas nações. Fazer parte da globalização econômica apresenta vantagens e desvantagens.
 As vantagens é o acesso aos produtos internacionais, muitas vezes mais baratos ou melhores do que os fabricados no Brasil. Por outro lado, estes produtos, muitas vezes, entram no mercado brasileiro com preços muitos baixos, provocando uma competição injusta com os produtos nacionais e levando empresas à falência e gerando desemprego em nosso país. Isso vem ocorrendo atualmente com a grande quantidade de produtos chineses (brinquedos, calçados, tecidos, eletrônicos) que entram no Brasil com preços muito baixos.
Outra questão importante no aspecto econômico é a integração do Brasil no mercado financeiro internacional. Investidores estrangeiros passam a investir no Brasil, principalmente através da Bolsa de Valores, trazendo capitais para o país. Porém, quando ocorre uma crise mundial, o Brasil é diretamente afetado, pois tem sua economia muito ligada ao mundo financeiro internacional. É muito comum, em momentos de crise econômica mundial, os investidores estrangeiros retirarem dinheiro do Brasil, provocando queda nos valores das ações e diminuição de capitais para investimentos.
As diferenças (culturais, econômicas, sociais e política) segundo Bauman, entre os comportamentos e as concepções da “sociedade dos produtores” versus “sociedade de consumidores”.
O consumo, que pode ser compreendido como o ato ou o efeito de consumir, é um elemento de sobrevivência biológica que se situa entre as mais básicas e remotas atividades do ser humano (BAUMAN, 2008). É possível viver sem produzir, mas viver sem consumir mostra-se uma situação irrealizável, uma vez que o ser humano depende do consumo para garantir sua sobrevivência (BARBOSA, 2006). 
Atividade caracteristicamente individual, em algumas situações se dá de forma pública – como no consumo dos serviços de transporte e saúde, por exemplo – e pode ter também um aspecto de esgotamento de recursos: “Consumo se divide entre uma atividade de suprimento e outra de dispêndio, numa referência tanto àquilo que nutre e alimenta quanto àquilo que exaure e destrói” (CYPRIANO, 2008, p. 10). 
Mas o consumo deve ser visto como uma atividade complexa, e o pensamento sociológico sobre ele apresenta diversos caminhos para a investigação. É, assim, a deslindar algumas das diversas relações entre consumo, cultura e sociedade, por meio de uma reflexão sobre as dimensões sociais do consumo, que esta tese irá se dedicar.
 Para tanto, várias perspectivas conceituais serão utilizadas, de forma a apresentar um quadro ampliado das discussões sobre o assunto na sociologia e, a partir dessa contextualização mais ampla, alcançar uma possível categorização das dimensões sociais do consumo, de suas características e das maneiras pelas quais elas são vividas na sociedade, recorrendo a um estudo empírico de grupo focal.
 Uma das distinções analíticas importantes, nesse sentido, é a que se estabelece entre “consumo” e “consumismo”, e que nos auxilia a compreender as mudanças da importância do consumo para os indivíduos e de seu papel na vida social: parte-se, assim, de uma perspectiva individualista – o ato de consumir – para uma perspectiva social – a de uma sociedade que se constitui tendo o consumo como papel determinante na organização de sua vida social.
Nesse sentido, é interessante um olhar sobre a etimologia dos diversos termos relacionados ao consumo em distintos idiomas, em busca de percebermos as sutis diferenças entre eles. 
Na língua inglesa, por exemplo, conforme o The American Heritage Dictionary, a palavra consume está vinculada ao esgotamento de recursos 11 minerais, combustível e alimentos; consumption significa o ato de consumir, ou seja, o consumo de bens e serviços de um ponto de vista econômico; consumerism, por seu turno, significa a proteção dos direitos do consumidor através da exigência de certas práticas, como imposição de padrões de segurança, embalagem e estabelecimento de preço justo. 
O último termo refere-se também a uma teoria que afirma que uma progressiva melhoria do consumo de bens e serviços é economicamente benéfica. Segundo o dicionário Oxford, o consumo vincula-se à crença de que é bom adquirir bens: é um ato através do qual se mostra à sociedade que se possui recursos financeiros para comprar tudo o que se deseje, de forma que existe uma conotação de exibicionismo no ato de comprar compulsivamente. 
Já no idioma francês, consumer é um verbo que significa esgotar completamente: segundo o dicionário Le Petit Robert, a palavra é um neologismo inglês, de origem americana, introduzido a partir de 1972 com o sentido de consumir, utilizar, comprar. 
Já a palavra consumerisme, também identificada como um neologismo inglês de origem americana introduzido na mesma data, significa a promoção do consumo, sua defesa ou, simplesmente, o ato de comprar compulsivamente. Em espanhol, “segundo o Dicionário da Real Academia Espanhola, consumir é a ação de utilizar comestíveis perecíveis ou outros gêneros de vida efêmera para satisfazer necessidades ou gostos passageiros” (ORTS, 2003, p. 23).
 Nesse idioma, a palavra significa também uso ou gasto, enquanto consumismo é a atitude de quem consome bens e valores de modo excessivo e sem necessidade, um mal das sociedades urbanas modernas.
 Na língua italiana, consumir significa esgotaraté o fim os recursos minerais ou alimentos, e, assim como na língua inglesa, consumista é tanto aquele que pratica o consumo indiscriminadamente como o órgão que protege o consumidor.
 Esse panorama etimológico é válido por nos auxiliar na percepção de que, nos diversos idiomas citados e em suas respectivas culturas, tanto a definição de consumo quanto a de consumismo ou consumista apresentam uma conotação negativa, na qual se enfatizam o exaurimento, o exibicionismo e a compulsão, entre outros aspectos. Tal conotação relaciona-se, a nosso ver, ecoando a postura de Barbosa, com os “preconceitos morais e ideológicos, no âmbito das ciências sociais e da própria sociedade contemporânea, que ironicamente, se auto define como de 12 consumo” (BARBOSA, 2006, p. 7). 
As raízes puritanas da sociedade contemporânea legitimam o consumo de “necessidade”, mas se aterrorizam diante do supérfluo, vendo com temor a verticalização do consumo para outras classes sociais: Além do patrulhamento sobre o consumo alheio é bom lembrar que, ao contrário do que normalmente se pensa, o consumo não é uma atividade coerente e homogênea, nem obedece a uma lógica hierárquica de básicos e supérfluos. (BARBOSA, 2006, p. 39) Esta concepção “negativa” do consumo é antiga, como bem demonstra Gilles Lipovetsky em seu A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade de hiperconsumo, obra à qual recorreremos em vários momentos ao longo desta tese: A civilização materialista jamais deixou de ser objeto de incontáveis críticas emanadas das mais diversas famílias de pensamento. As correntes cristãs tradicionais acusaram-na de arruinar a fé e as obrigações religiosas. Os “republicanos”, a começar por Rousseau, reprovaram o luxo e as comodidades da vida, culpados de corromper os costumes e as virtudes cívicas. Os racionalistas criticaram a futilidade da moda, o supérfluo e o desperdício das sociedades de abundância. Os pensadores aristocráticos ou elitistas exprimem todo o desprezo que lhes inspira uma cultura “vulgar” que faz triunfar as mais medíocres paixões. 
Os teóricos marxistas, esses lançaram suas flechas contra o capitalismo da opulência, assimilando-o a um novo ópio das massas, a uma máquina econômica produtora de falsas necessidades, de passividade alienante e de solidão impotente. (LIPOVETSKY, 2007, p.157) Como veremos no Capítulo 1, desde o início do século XVII, temas como individualismo, materialismo, hedonismo, lassidão moral, dentre outros de igual conotação valorativa negativa, foram associados ao consumo: “Observadores modernos usaram uma linguagem dramática equivalente, referindo-se ao consumo como uma „orgia do gasto‟ [McKendrick et al.] [...] ou como a criação de um „mundo de sonho‟ [Williams] [...]” (MCCRACKEN, 2003, p. 21). Karl Marx, por exemplo, via na alienação dos consumidores em relação ao que consomem – resultante do fetiche da mercadoria – a base para uma alienação social mais profunda. Outros autores marxistas, em especial os frankfurtianos, estabeleceram uma relação direta entre consumo e alienação, especialmente no que tange ao consumo de massas: foi o caso de grande parte dos estudos de Theodor Adorno, Max Horkheimer e Herbert Marcuse. 
Outros autores clássicos no 13 pensamento sociológico, como Max Weber, Émile Durkheim e Walter Benjamin, entre outros, também evidenciaram esse perfil negativo do consumo: Weber, ao contrário, via no consumo uma ameaça à ética capitalista protestante. Esta favorecia a frugalidade, o conforto básico, não os luxos e desejos. Durkheim, por sua vez, identificava o consumo com uma ameaçadora anomia social, dada sua dimensão individualista. Esta só podia ser neutralizada pelo potencial agregador da divisão social do trabalho, encontrado na produção. Mesmo aqueles raros autores simpáticos ao novo mundo que se formava, como Charles Gide, Gabriel Tarde, Walter Benjamin, que viam na atividade de consumo novas possibilidades criativas, temiam de alguma forma o potencial desagregador do individualismo com o qual o consumo estava intimamente associado. (BARBOSA e CAMPBELL, 2006b, p. 35-36) 
Essa visão moralista que durante muito tempo predominou na compreensão sobre o consumo revela o grau de ingenuidade e idealização com que o ocidente visualizava a sociedade, encarando as relações sociais de forma desassociada das relações materiais. 
Nesta concepção, a importância dos bens para as pessoas se daria apenas nos campos da ostentação e diferenciação social, numa visão que, segundo Campbell, se perpetuava desde há muito tempo: Consumir e utilizar elementos da cultura material como elemento de construção e afirmação de identidades, diferenciação e exclusão social são universais. 
O apego a bens materiais não é uma característica da sociedade contemporânea nem daqueles que possuem materialmente muito. Ambos os elementos estão e já estiveram presentes de forma intensa em outras sociedades e segmentos sociais. (CAMPBELL, 2006, p. 47) O repúdio moral e intelectual à dimensão material da existência excluiu o consumo das problemáticas obrigatórias das ciências sociais, e impediu, por um bom tempo, que se estabelecesse uma distinção clara entre crítica social e análise sociológica.
 Por conseguinte, eram raras as publicações sobre o consumo e a sociedade de consumo que oferecessem interpretações desassociadas dos aspectos já mencionados. Na década de 1980 essa postura sofreu uma alteração, e o tema consumo passou a despertar o interesse dos cientistas sociais. 
Conforme McCracken (2003), a comunidade reconheceu, nesse momento, na esteira do pensamento de Braudel e de McKendrick, que a “grande transformação” do Ocidente se constituiu não apenas a 14 partir de uma “revolução industrial”, mas também uma “revolução do consumo” que transformou radicalmente o mundo ocidental: O consumo moderno foi a causa e a consequência de tantas mudanças sociais que sua emergência marcou nada menos que a transformação do mundo ocidental. 
Como sugeriu um historiador, o aparecimento da “revolução do consumo” rivaliza apenas com a revolução neolítica no que toca à profundidade com que ambas mudaram a sociedade [...]. (MCCRACKEN, 2003, p. 21) Essa revolução do consumo, sobre a qual nos deteremos um pouco mais ao longo do primeiro capítulo da tese, significou não somente a modificação nos gostos, hábitos e preferências de compras, mas também uma fundamental remodelação na cultura mundial da modernidade: alteraram-se os conceitos de tempo, espaço, sociedade, indivíduo, família e Estado. Em consequência, o campo de investigação do consumo se complexificou, englobando diversas [...] atividades, atores e um conjunto de bens e serviços que não se restringem necessariamente aos providos sob a forma de mercadorias, embora a maioria dos autores tenda a focalizar em suas análises apenas as coisas adquiridas no mercado. (BARBOSA e CAMPBELL, 2006, p. 25) O que mudou na análise do consumo foi assim, principalmente, o entendimento de que este não é apenas uma função de suprimento e dispêndio – como se observa na visão utilitarista de que se consome apenas em função das necessidades – ou de que, porque a sociedade os produz, estes bens precisam ser consumidos. A ampliação do conceito de necessidades, especialmente com as categorias de distinção entre necessidades básicas e supérfluas, e o rompimento com a visão economicista centrada na produção e no consumo individual para o suprimento de necessidades, trouxeram à tona a necessidade de debruçar-se sobre o consumo em busca de seus aspectos culturais e de seu papel na estrutura social. 
Esta mudança significativa no campo acadêmico deveu-se, segundo Barbosa (2004), à disseminação de duas pressuposições teóricas, indicadas por Slater (2001): a centralidade do consumo nos processos de reprodução social e a caracterização da sociedade moderna como sociedade de consumo (SENNETT, 2006; FEATHERSTONE, 1995; SLATER, 2001; BAUMAN, 2008; BAUDRILLARD, 1995; LIPOVETSKY, 2007). 
A partir dessa nova perspectiva, é inconteste a centralidade do consumo no processode reprodução social em qualquer sociedade: cultura e consumo são aspectos fundamentalmente sociais, pois todo ato de consumo é essencialmente cultural. As diversas formas de consumo organizam a vida social por se tratarem de meios de interação entre o indivíduo e a sociedade: o que comer, o que vestir, o que presentear, quais objetos comprar e quais repudiar são comportamentos ditados pelos modos socialmente estruturados de usar os bens para demarcar relações sociais. Nesse sentido, Grant McCracken (2003) define consumo como “o processo pelo qual os bens e os serviços de consumo são criados, comprados e usados.
O consumo é, assim, um elemento criador de vínculos entre indivíduos na sociedade. Como mencionamos anteriormente, a atividade do consumo é bastante antiga, assim como o uso dos bens como demarcadores das relações sociais. 
No entanto, apenas a sociedade moderna tem sido considerada uma “sociedade de consumo”, porque foi apenas nela que o consumo assumiu uma dimensão e um significado até então inimagináveis, estendendo sua lógica a esferas onde antes não se encontrava: cidadania, religião, cultura e política. Esta amplitude de significação adquirida pelo consumo na sociedade moderna investe-o, conforme Barbosa e Campbell (2006, p. 24), de “uma função e importância que até então não lhe era atribuída”. 
CONCLUSÃO
Enfatiza-se a flexibilidade. Atacam-se as formas rígidas de burocracia e também os males da rotina sem questionamentos. Pede-se aos que seja modificada a forma de se interpretar o mundo, e conseqüentemente a forma de consumo, o modo de vida, que, estejamos abertos a mudanças em curto prazo, assumam riscos continuamente, dependam cada vez menos de leis e procedimentos formais. Desse modo, o mundo atual pede uma dedicação tão intensa porque os critérios de sucesso perderam seu contorno de estabilidade e nunca podemos dizer se permaneceremos em ascensão. O fato de se não alcançar a fama ou destaque é quase sempre interpretado como sinal de fracasso e de ausência de habilidade pessoal. Assim, a flexibilidade exigida das pessoas rompe com os modelos tradicionais de conduta, podendo mergulhar os indivíduos na perplexidade e na confusão, absolutamente dependentes da indicação de caminhos a serem seguidos.
A partir disso o autor faz um paralelo, evidenciando a grande diferença entre época atual, do cotidiano, onde a organização do tempo é fator de fundamental influência sobre a vida emocional das pessoas dentro e fora do ambiente. Argumenta, dessa forma, que hoje não se dá mais espaço para o longo prazo. As pessoas mudam de emprego e de tarefas várias vezes durante sua vida profissional. Tudo orientado pela atual lógica mercadológica, na qual a agilidade na mudança institucional leva a um maior retorno financeiro e remete ao individuo consumista.
Há inúmeras transformações no cenário mundial devido à globalização. Com isso, a contabilidade deve acompanhar estas transformações e incorporar avanços no seu cotidiano.
O profissional contábil deve estar preparado para estas mudanças, e deve ter um conhecimento vasto e qualificado, diante das novas necessidades do mercado, que cada vez mais buscará profissionais qualificados e preparados para o exigente mercado contábil e suas novas diretrizes. Acredito que a nova lei está em sintonia com as normas internacionais, alçando nosso país na vanguarda da contabilidade moderna e a mesma represente um marco contábil para o país, elevando-nos aos mais altos níveis da contabilidade internacional. Com certeza ela representa um avanço incalculável a nosso país. Assim, espero ter mostrado um pouco da história desta transformação contábil em nosso país e as principais mudanças que a nova lei introduziu ao cotidiano do profissional contábil. Há hoje, a necessidade do profissional contábil conhecer os organismos que regem e ditam a contabilidade mundialmente. Procurei elencar alguns destes organismos, elucidando seu significado e suas principais atribuições.
Por fim, acredito que o principal objetivo deste trabalho, que é de esclarecer as mudanças principais introduzidas pela nova lei, e a introdução das mudanças realizadas por ela no cenário mundial foi alcançado. 
REFERÊNCIAS
BRAGA, Hugo Rocha; ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Mudanças contábeis na lei
societária. São Paulo: Atlas, 2008.
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Sistema de Ensino Presencial Conectado
 CIÊNCIAS CONTÁBEIS
 2º SEMETRE 
EVANDRO MENDES DA SILVA
FUNDAMENTOS EM CONTABILIDADE
FORTALEZA
2015
EVANDRO MENDES DA SILVA
FUNDAMENTOS EM CONTABILIDADE
Trabalho de Produção Textual Individual apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média semestral na disciplina de Ciências Contábeis 
Tutor eletrônico: Thiago Marques de Andrade
Tutor de sala: Eugênia Vale de Paula
Fortaleza 
2015

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