Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Unidade I SUPERVISÃO DE INTERVENÇÃO PROFISSIONAL Profa. Raquel Azevedo Análise das práticas institucionais: as instituições e as organizações como lócus institucional do Serviço Social Na perspectiva durkheimiana, as instituições são marcadas por normas, regras e valores para a garantia da sustentação da sociedade. Temos, portanto, a ideia de instituição a partir de ideais, valores e normas para a existência da sociedade, que, quando estabelecidos por uma coletividade, dão margem ao surgimento de várias organizações sociais que passam a atuar para garantir a perpetuidade das instituições. Na sociedade institucionalizada, o indivíduo é forçado a aceitar a lógica das instituições e toda a sua formalidade e racionalidade. Análise das práticas institucionais: as instituições e as organizações como lócus institucional do Serviço Social As instituições sociais não nascem por acaso, mas são fruto de toda uma contextualização histórica. As organizações modernas, embasadas na lógica industrial e capitalista, apresentam-se de maneira cada vez mais burocrática, de modo a esconder os conflitos e garantir a ordem social. Funcionalismo Constitui uma forma de percepção da sociedade das funções a serem executadas, isto é, o empregado ou trabalhador é arregimentado para servir ao modelo estabelecido. O assistente social é empregado em uma determinada organização pública ou privada sob a ótica da escola das relações humanas, o que o torna um instrumento do Estado ou da empresa privada que o emprega. O ambiente em que, geralmente, o assistente social atua é marcado por contradições e exige desse profissional uma consciência crítica para não se tornar um mero executor ou reprodutor do sistema. As instituições e as organizações: política social, burocracia e o assistente social Desde o início do Serviço Social, o assistente social é forçado a atuar para legitimar a estrutura burguesa, o que o leva a uma situação dramática, especialmente porque é relegado pelo Estado, geralmente, a um mero instrumento para a reprodução dessa sociedade. Sob a ótica das instituições, o profissional é um instrumento a serviço do desenvolvimento da sociedade. A burocracia é o que favorece toda a lógica das instituições, isso porque formaliza tudo e exige uma atuação profissional totalmente impessoal, formal e focada nos objetivos. As instituições e as organizações: política social, burocracia e o assistente social Você deve estar se perguntando: qual o papel do assistente social nesse contexto? Será que esse profissional existe somente para manter o sistema e, portanto, garantir os interesses da classe dominante? Será que há alguma estratégia que permeia a ele mudar esse quadro? É importante sabermos que não existe somente uma maneira de atuar como assistente social e que também a razão de ser do Serviço Social não deve se limitar à reprodução do sistema, como se impõe nas instituições e nas organizações modernas. Positivismo e o Serviço Social Filósofo Augusto Comte (1798-1857) O método positivista, geralmente, é o mais adotado. Em geral, essa postura positivista apresenta-se de maneira técnica, tendo em vista atender as necessidades imediatas para a reprodução do capital e da força de trabalho. Na perspectiva positivista, o profissional de Serviço Social mantém-se preso às normas e às técnicas, sendo mero executor e reprodutor de uma sociedade injusta. Podemos afirmar que nesse contexto o problema é conservado ou alimentado por meio de práticas assistenciais imediatistas. Fenomenologia e o Serviço Social Filósofo Edmund Hursserl (1859-1938) No Serviço Social, a fenomenologia exerce sua influência nas décadas de 1970 e 1980, os assistentes sociais partidários dessa abordagem procuram atuar motivados a compreender os diversos fenômenos sociais, especialmente dos segmentos sociais como idosos, doentes, menores de rua, entre outros, a partir da ótica dos sujeitos. Sob o prisma da fenomenologia, o assistente social busca compreender a realidade à sua volta, marcada por conflitos e contradições. Marxismo e o Serviço Social Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) O paradigma marxista oferece ao assistente social a possibilidade de uma visão ampla e crítica dos fenômenos sociais, dentre eles, o caráter ideológico que está presente nas instituições, nas organizações e nos movimentos sociais, de forma que esse profissional atue com consciência da situação, conflito e contradições que envolvem a maioria dos trabalhadores. Nessa perspectiva, o Serviço Social não constitui um mero instrumento do sistema de exploração, mas um mediador em defesa dos menos favorecidos. Gramsci (1891-1937) e a análise sobre o poder e a hegemonia Sob a ótica gramsciana, o assistente social deve ter, então, a clareza e a consciência crítica de que atua em uma sociedade dividida em classes, em que, o tempo todo, a classe que detém o domínio dos meios de produção sempre busca fazer com que as suas ideias sejam aceitas pela maioria, de forma que não se criem situações favoráveis à consciência de que outra classe é explorada. Quando a maioria as aceita, ocorre a hegemonia da classe capitalista. No entendimento de Gramsci, a classe dominada precisa encontrar meios para garantir a tomada do poder e sua hegemonia. Foucault (1926-1984): poder disciplinar e microfísica do poder Os estudos de Foucault são indispensáveis para o assistente social, especialmente para que reflita sobre a forma como atua. Foucault vê de maneira crítica as instituições correcionais, hospitalares e empresariais, especialmente quando a assistência social volta-se para a parcela menos favorecida da sociedade. Sob essa perspectiva, podemos entender que quando o assistente social atua simplesmente a partir de sua preocupação com o emprego, em executar ou cumprir regras e normas, muitas vezes esquece que está sendo mero objeto e reprodutor do sistema desigual e injusto. Goffman (1922-1982): poder e legitimidade a partir das instituições Segundo a visão goffmaniana, nas instituições totais, percorre-se uma carreira moral que resulta na fragmentação do indivíduo e, consequentemente, na perda de sua identidade social, visto que esses ambientes estruturam-se de forma a não se permitirem a autonomia do indivíduo e a anularem sua personalidade como interno. Cria-se um processo de identificação automática, conforme critérios estabelecidos institucionalmente e, de certa forma, aceitos pela sociedade. Legitimidade faz-se presente, em geral, como resultado da aceitação e da conformidade por parte do indivíduo frente a uma realidade imposta ou não. Táticas e estratégias no exercício do poder e da ideologia Na compreensão de Weber, o poder refere-se a toda capacidade que alguém tem de exercer influência sobre o outro. Entende-se por poder a oportunidade existente dentro de uma relação social que permite a alguém impor a sua própria vontade, mesmo contra a resistência e independentemente da base na qual a oportunidade se fundamenta. Por dominação, entende-se a oportunidade de ter um comando de um dado conteúdo específico, obedecido por um grupo de pessoas. Táticas e estratégias no exercício do poder e da ideologia No exercício do poder, encontramos as estratégias e as táticas, que, por sua vez, têm a ideologia como suporte. Segundo Faleiros (2001, p. 81), a estratégia refere-se aos objetivos que atingem um período mais longo e mais geral da história. A tática refere-se a objetivos particulares em um período mais curto subordinados àsestratégias. É importante considerar que nenhuma forma de poder e de dominação acontece gratuitamente, sem que haja por trás uma ideologia. Chauí refere-se à ideologia como uma forma de percepção do mundo capitalista que leva a maioria dos trabalhadores a uma situação de exploração e de alienação. Interatividade Quando o assistente social se prende a números, estatísticas, formulários e fichas em geral, para o acompanhamento de um determinado setor ou segmento da sociedade, ele adota o modo de abordagem: a) Funcionalista. b) Positivista. c) Fenomenologista. d) Marxista. e) Gramsciana. Particularização dos campos de práticas do Serviço Social: poder e correlação de forças Você já sabe o que significa poder? O que é, então, contrapoder? Como se apresenta nas instituições sociais? Qual o papel do assistente social nessa realidade bipolar de poder e contrapoder? O poder relaciona-se a uma capacidade de exercer influência sobre o outro. Quanto ao contrapoder, esse termo tornou-se mais conhecido a partir das ideias de Gramsci, quando se referia à hegemonia e ao bloco histórico. Esse teórico percebia a sociedade formada por conflitos decorrentes da existência de duas classes sociais fundamentais: a burguesia (capitalistas) e o proletariado (trabalhadores), cujo domínio pertence à classe capitalista que é detentora dos meios de produção. Particularização dos campos de práticas do Serviço Social: conflitos e contradições O Serviço Social surgiu em uma perspectiva conservadora, de modo a ter uma inserção na sociedade voltada para o assistencialismo propriamente dito, percebendo o problema social como problema de personalidade que não se adaptava à estrutura da sociedade. A realidade, demarcada por conflitos e contradições sociais, exige cada vez mais uma prática profissional desvinculada das orientações iniciais do Serviço Social. A situação de extrema pobreza, prostituição, violência, favelização, entre outros problemas associados à conjuntura política da década de 1970, conduz ao movimento de reconceituação do Serviço Social, sob inspiração marxista. Particularização dos campos de práticas do Serviço Social: conflitos e contradições A prática dos assistentes sociais, desde o seu princípio, foi objeto de discussão, especialmente por parte daqueles que não concordam com o mero assistencialismo surgido para atender as necessidades de perpetuação do sistema capitalista. Aqueles que defendem a prática do Serviço Social pelo prisma liberal ou do bem-estar, evidentemente, ignoram os questionamentos advindos de correntes teóricas como a marxista. Particularização dos campos de práticas do Serviço Social: correlação de forças e superação O campo de prática do Serviço Social, portanto, continua sendo objeto de bastante discussão e de conflitos, o que, consequentemente, leva a formação de uma correlação de forças, estratégias e ações diversas. Conforme constatação de Faleiros (2001), os impasses apresentados seguem na mesma linha conformista da prática do Serviço Social, em que o profissional toma ou julga, por meio de fatores psicossociais inerentes à usa própria personalidade, as decisões pessoais de sua população usuária ou público-alvo. Segue, portanto, uma perspectiva individualista, sem perceber a conjuntura que leva ao problema. Particularização dos campos de práticas do Serviço Social: hierarquia, legislação, conjuntura, população social e demandas A hierarquia institucional diz respeito ao sistema de relações funcionais que implicam ordem e subordinação entre os setores (departamentos, divisões etc.) e os funcionários nas suas relações de trabalho interno. Vincula autoridade e subordinação, ou seja, as condições de dominante e subalterno. Essa hierarquia pode também se referir às relações interinstitucionais no contexto da organização da sociedade. As condições hierárquicas institucionais, em geral, mostram a realidade do Serviço Social como subordinado no processo decisório. Os assistente sociais, em sua maioria, realizam seu trabalho em funções de execução e não de decisão em nível global da organização. Legislação, instituição e prática profissional Qualquer sociedade que se estrutura na diferenciação entre grupos sociais ou na divisão social do trabalho, a partir das sociedades capitalistas, progressivamente, cria padrões, normas, leis e práticas, com a finalidade de administrar essa distinção. Além da legislação geral, que diz respeito a todo indivíduo, para cada instituição é criada uma legislação específica, com funções de regular as relações da organização (interna e/ou externa) e os serviços que prestam à população usuária. Nessa lógica, para manter a ordem social, as instituições cumprem seu papel de dividir a problemática social em diversos fragmentos (saúde, educação, habitação etc.) e enquadrá-la em um processo de profissionalização e normatização. O que é conjuntura? Compreender o contexto específico da instituição exige analisar a conjuntura global que reflete nas políticas sociais. As instituições, como instrumentos de políticas sociais, estruturam-se em função de categorias especiais da população usuária do Serviço Social, que variam segundo a conjuntura econômica, social e política. Segundo Faleiros (1995), a análise de conjuntura institucional é fundamental para o restabelecimento de estratégias e táticas que visam a fortalecer o polo popular, a mudança da correlação de forças e suas alternativas de ação; mostra limites e possibilidades de cada tática, em função das estratégias e das políticas em jogo. População usuária do Serviço Social O estudo da população usuária do Serviço Social passa pela institucionalização de sua problemática que toca questões relativas a trabalho, educação, habitação, saúde etc. A população usuária do Serviço Social, em geral, é desprovida de recursos, por isso denominada de carente, desempregada ou subempregada, não tendo as referências culturais necessárias para viver de modo “normal e consciente”. (WEISSHAUPT, 1985). As instituições, os profissionais e os usuários O assistente social deve desvendar o que a instituição onde ele está inserido representa na divisão social do trabalho, entender o processo histórico de seu surgimento, qual política atende, quais facilidades ou obstáculos oferece para o exercício de sua função. Essa análise das instituições é extremamente necessária para entender seu funcionamento, uma vez que elas têm uma dinâmica de funcionamento que se modifica de acordo com os acontecimentos que ocorrem na conjuntura social. As instituições, os profissionais e os usuários Quando se descortina o funcionamento das instituições e apreende o que representam na estrutura social, qual política trabalham, pode-se facilmente criar as estratégias necessárias para o exercício profissional. Conhecendo o terreno onde seu trabalho é desenvolvido, o profissional articula as ações e cria as habilidades que permitem o uso dos instrumentos técnico-operativos de forma refletida, construindo uma ponte entre teoria e prática. O assistente social supervisor de campo que atua sob essa perspectiva consegue apontar ao estagiário o caminho para entender, refletir e discutir acerca do funcionamento das instituições. As demandas sociais As mudanças que ocorrem no mundo do trabalho alteram, dimensionam e redimensionam a demanda das políticas sociais. O Serviço Social implementa, nas instituições prestadoras dos Serviços Social, variadas ações de enfrentamento às diversas formas de exclusão social (desemprego, empobrecimento, violência urbana e no campo, faltade acesso aos direitos econômicos e sociais, fome, condições de habitação – no campo e na cidade, dentre tantas) nas regiões do país. Interatividade Assinale a alternativa incorreta. a) O poder relaciona-se a uma capacidade de exercer influência sobre o outro. b) O assistente social atua, geralmente, em um ambiente profundamente marcado por interesses diversos. c) Atuar a partir do funcionalismo é cumprir sua função considerando apenas a estrutura vigente. d) As relações de poder da sociedade organizacional apresentam-se somente no ambiente interno das empresas ou das organizações. e) As instituições sociais, em geral, são marcadas por conflitos latentes devido forma imposta pela estrutura. Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, conhecimento e prática Paradigmas metodológicos do trabalho social. O Serviço Social utiliza procedimentos de elaboração de programas e projetos, centro de atividades e avaliação de resultados que constituem as operações práticas do assistente social no exercício da profissão. Para maior eficácia nesse trabalho, torna-se necessário levar em conta (segundo opção ético-política profissional) que suas ações inserem-se em um contexto histórico, político e teórico. Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, conhecimento e prática – 1o paradigma Funcionalista-tecnocrático é visto como o processo metodológico de regulação da prática, que consiste no conhecimento de situações-problema e nos procedimentos para solucionar a situação em nível de manipulação de recursos. Nesse modelo, a atuação do profissional combina problema-recurso, é regulada por normas institucionais preestabelecidas, que percebem os problemas sociais como “desregulagem” que pode ser restabelecida por meio dos mecanismos institucionais. Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, conhecimento e prática – 2o paradigma Dialético e político do trabalho social, conforme Faleiros (1995), volta-se para o processo de articulação de forças para solução dos problemas. Opõe-se à metodologia da regulação, quando considera as relações sociais contraditórias e, nesse contexto, pensa e articula a prática profissional. Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, conhecimento e prática A relação contraditória é resultado das relações de exploração e dominação entre as classes que constituem a sociedade. Contradição é movimento, luta, negação, superação, em uma totalidade complexa mediatizada por relações complexas. Nessa visão, os problemas, no cotidiano profissional do assistente social, resultam de relações complexas, e o encaminhamento para a superação deles só pode ser visualizado com manifestações sociais contraditórias. Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, conhecimento e prática A apresentação de um problema é o ponto de partida para a relação do particular com o geral na relação política do assistente social com a população. A prática desse profissional concerne em esclarecer a visão de cada um sobre a questão, que é social, partindo da própria, para o encaminhamento da ação, segundo o contexto e condições existentes. Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, conhecimento e prática Nessa perspectiva, o assistente social necessita ter ciência das questões relativas ao capitalismo, sua forma de desenvolvimento, as relações entre as classes e as forças sociais para que o contexto da instituição e da população possa, nessas bases, estabelecer a vinculação teórica com o instrumental técnico e profissional de que dispõe para executar o trabalho social. As opções feitas pelo assistente social, ao analisar um contexto e suas contradições, implicam no atendimento dos interesses e das necessidades reais da população. Autoimplicação entre conhecimento e prática A prática pode ser entendida como uma ação racional do profissional e o conhecimento, como resultado do confronto entre as experiências. Os assistentes sociais recorrem às elaborações teóricas na busca por saberes que tenham pertinência para sua prática ou que substanciem respostas às situações com as quais se defrontam no cotidiano profissional. Autoimplicação entre conhecimento e prática Iamamoto (2001, p. 58) afirma: Importante avanço foi reconhecer que o chão comum, tanto do trabalho quanto da cultura profissional, é a história da sociedade. A realidade cultural provoca e questiona os assistentes sociais na formulação de respostas, seja das elaborações intelectuais acumuladas ao longo da história do Serviço Social, seja dos saberes que construiu as sistematizações da prática que reuniu ao longo do tempo. Autoimplicação entre conhecimento e prática Há necessidade de os assistentes sociais, calçados em bases teóricas, sistematizarem suas experiências, suas pesquisas cotidianas, partindo do conhecimento da realidade em que atuam, como também dos instrumentos utilizados em suas práticas profissionais, e analisarem os resultados alcançados como consequência dos esforços em entender as demandas dos usuários do Serviço Social. Pode-se pensar o conhecimento como instrumento de trabalho do assistente social? Quando se fala em instrumento de trabalho, tem-se a visão de um arcabouço de técnicas: entrevistas, reuniões, encaminhamentos etc. Segundo Iamamoto (2001), essa ideia restrita de instrumento como simples conjunto de técnicas amplia-se para a compreensão de que o conhecimento é um meio de trabalho, sem o qual o trabalhador especializado não consegue realizar sua atividade profissional, situação a que o assistente social não escapa. Pode-se pensar o conhecimento como instrumento de trabalho do assistente social? O Serviço Social, portanto, é um trabalho especializado, expresso sob a forma de serviços, que tem produtos tais como intervir na reprodução material da força de trabalho e na reprodução sociopolítica dos indivíduos sociais. Nesse sentido, o assistente social desenvolve um trabalho intelectual que requer conhecimento específico da profissão e conhecimento histórico-social da realidade; contribui, junto com outros protagonistas, na criação de consensos em torno de interesses de classes, sejam dominantes ou subalternos, no reforço da hegemonia ou contra-hegemonia no cenário da vida na sociedade. Interatividade Assinale a alternativa incorreta. a) Há dois paradigmas que norteiam a prática do assistente social: funcionalista-tecnocrático e outro dialético e político. b) A prática não deve ser entendida como uma ação racional e profissional. c) A análise das práticas do Serviço Social estabelece-se em um processo que envolve teoria e prática. d) Conhecimento é resultado do confronto entre as experiências. e) A relação contraditória é resultado das relações de exploração e dominação entre as classes que constituem a sociedade. A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática Estágio é definido pelo Ministério de Educação – MEC como ato educativo escolar supervisionado, que deve ser realizado em ambiente de trabalho com o objetivo de preparar o aluno para o trabalho e como uma tarefa produtiva. Deve integrar o itinerário formativo dos projetos pedagógicos dos cursos, sendo pré-requisito para a obtenção do diploma de aprovação, conforme o § 1o, do artigo 2o, da Lei nº 11.788/2008. Para realizar estágio, o aluno deve estar frequentando o ensinoregular, em instituições de educação de nível superior. A instituição de ensino deve celebrar um termo de compromisso com a parte concedente do estágio. A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática Deve haver compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e as previstas no termo de compromisso. O estágio não pode ser considerado emprego, pois em hipótese alguma caracteriza vínculo de emprego de qualquer natureza. O termo de compromisso e/ou convênio celebrado entre as instituições de ensino, no caso a UNIP, e a instituição de estágio é um acordo tripartite, pois envolve o aluno, a instituição de ensino e a instituição concedente de estágio. A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática Nesse termo ou convênio são previstas as condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do estágio, à formação do aluno e ao calendário escolar ou acadêmico. Dele devem constar alguns elementos, tais como: I. Dados de identificação das partes; II. Responsabilidade de ambas as partes; III. Objetivo do estágio; IV. Plano de estágio; V. Jornada da atividade de estágio; VI. Vigência do termo; VII. Número da apólice de seguro do aluno. A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática Resolução CFESS no 533/2008 – Regulamenta a supervisão direta de estágio no Serviço Social. Art. 1o As Unidades de Ensino, por meio dos coordenadores de curso, coordenadores de estágio e/ou outro profissional de serviço social responsável nas respectivas instituições pela abertura de campo de estágio, obrigatório e não obrigatório, em conformidade com a exigência determinada pelo artigo 14, da Lei no 8662/1993, terão prazo de 30 (trinta) dias, a partir do início de cada semestre letivo, para encaminhar aos Conselhos Regionais de Serviço Social de sua jurisdição, comunicação formal e escrita, indicando: I. Campos credenciados, bem como seus respectivos endereços e contatos; A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática II. Nome e número de registro no CRESS dos profissionais responsáveis pela supervisão acadêmica e de campo; III. Nome do estagiário e semestre em que está matriculado. Art. 2o A supervisão direta de estágio em Serviço Social é atividade privativa do assistente social, em pleno gozo dos seus direitos profissionais, devidamente inscrito no CRESS de sua área de ação, sendo denominado supervisor de campo o assistente social da instituição campo de estágio e supervisor acadêmico o assistente social professor da instituição de ensino. A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática Art. 5o A supervisão direta de estágio de Serviço Social deve ser realizada por assistente social funcionário do quadro de pessoal da instituição em que se ocorre o estágio, em conformidade com o disposto no inciso III, do artigo 9o, da Lei no 11.788, de 25 de setembro de 2008, na mesma instituição e no mesmo local onde o estagiário executa suas atividades de aprendizado, assegurando seu acompanhamento sistemático, contínuo e permanente, de forma a orientá-lo adequadamente. A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática Art. 6o Ao supervisor de campo cabe a inserção, acompanhamento, orientação e avaliação do estudante no campo de estágio em conformidade com o plano de estágio. Art. 7o Ao supervisor acadêmico cumpre o papel de orientar o estagiário e avaliar seu aprendizado, visando à qualificação do aluno durante o processo de formação e aprendizagem das dimensões técnico-operativas, teórico-metodológicas e ético-política da profissão. A análise institucional no estágio supervisionado O Serviço Social é uma profissão que atua imbuída nas instituições do primeiro, do segundo e do terceiro setores. Sendo assim, as instituições precisam ser entendidas, analisadas e compreendidas, para que o assistente social possa, a partir do conhecimento sobre o cenário em que atuará, elaborar suas estratégias e suas atividades propostas. Conforme Estevão (1985, p. 64): “Fazer análise institucional é tentar descobrir para que servem as instituições, como se dividem e se organizam os vários saberes e poderes dentro delas e como este poder se espraia pelo resto da sociedade”. Roteiro para a análise institucional Primeiro lugar, você deve solicitar o Estatuto Social da instituição. Dessa forma, saberá os dados que deve coletar para identificação. Em segundo lugar, você deve coletar os dados referentes à constituição histórica da instituição. Em terceiro lugar, é necessário pesquisar e pontuar na análise institucional o contexto atual da instituição. Roteiro para a análise institucional Como quarto aspecto, é importante que você se atente para a proposta desenvolvida pelo assistente social da instituição para o atendimento do usuário. Como quinto passo, ressaltam-se os resultados obtidos com as atividades desenvolvidas pelo assistente social na instituição, de acordo com o Código de Ética. Por fim, é importante coletar os dados relacionados ao Serviço Social e o assistente social supervisor de estágio que atua na instituição analisada e acompanha o aluno estagiário. Roteiro de análise institucional 1.Dados de identificação: 1.1 Nome da Instituição 1.2 Endereço: rua, no, bairro, telefone 1.3 Área de atuação 1.4 Área de abrangência (municipal, regional, estadual) 1.5 Projetos envolvidos 1.6 Funcionamento (horário) 1.7 Vinculação administrativa (mantenedora) 1.8 Nome dos dirigentes (presidente, coordenador, secretário) Roteiro de análise institucional 2.Constituição histórica: 2.1 Como se constituiu (data, o porquê) 2.1.1 Grupos sociais que participaram de sua criação e desenvolvimento 2.1.2 Demandas da instituição 2.2 Contexto atual (funcionamento atual da instituição) 3.Objetivos institucionais: 3.1 Objetivos institucionais (presentes na documentação da instituição) 3.2 Objetivos implícitos (percepção do acadêmico) Roteiro de análise institucional 4.Proposta de atuação ao usuário: 4.1 Rotina (como ocorre o cotidiano institucional) 4.2 Tipos de atendimento geral 5.Resultado das atividades: 5.1 Relação do usuário com a instituição 5.2 Relação da instituição com o usuário 5.3 Relação entre os atores institucionais (equipe) Roteiro de análise institucional 6.Aspectos subjetivos (implícitos): 6.1 Sintonia/contradição entre objetivos e operacionalização 6.2 Participação do usuário 6.3 Articulação institucional (rede interna/externa) 7.Serviço Social: 7.1 Nome:__________ CRESS/Região: 7.2 Número de assistentes sociais 7.3 Especialização 7.4Tempo de atuação Roteiro de análise institucional 7.5 Surgimento da necessidade do assistente social 7.6 Proposta (plano de trabalho – atribuições) 7.7 Descrição do processo de trabalho do assistente social 7.8 Recursos Humanos, recursos materiais (disponíveis) 7.9 Relação interdisciplinar (conflito/entendimento) 7.10 O assistente social é flexível diante das demandas institucionais? Como você percebe? 7.11 Quantidade de usuários que atende em média/mês 7.12 Capacidade máxima de atendimento/ assistentes social Roteiro de análise institucional 7.13 Lugar que ocupa o assistente social (formal e informal) 7.14 Limites e possibilidades (escutar o profissional) 7.15 Requisitos/critérios para ingresso na instituição (assistente social) 7.16 Carga horária semanal do assistente social 7.17 Inserção do estagiário junto ao assistente social 8. Outros aspectos a serem considerados 9. Conclusão que conduza à elaboração do projeto de intervenção (do estagiário) InteratividadeO Serviço Social é uma profissão que atua imbuída nas instituições do primeiro, do segundo e do terceiro setores. Sendo assim, as instituições precisam ser entendidas, analisadas e compreendidas para que o assistente social possa, a partir do conhecimento sobre o cenário em que atuará, elaborar suas estratégias e atividades propostas. Essa afirmação diz respeito à: a) Análise de conjuntura. b) Análise psicossocial. c) Análise econômica. d) Análise social. e) Análise institucional. ATÉ A PRÓXIMA! Slide Number 1 Análise das práticas institucionais: as instituições �e as organizações como lócus institucional �do Serviço Social Análise das práticas institucionais: as instituições �e as organizações como lócus institucional �do Serviço Social Funcionalismo As instituições e as organizações: política social, burocracia e o assistente social As instituições e as organizações: política social, burocracia e o assistente social Positivismo e o Serviço Social �Filósofo Augusto Comte (1798-1857) Fenomenologia e o Serviço Social�Filósofo Edmund Hursserl (1859-1938) Marxismo e o Serviço Social�Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) Gramsci (1891-1937) e a análise sobre o poder e a hegemonia Foucault (1926-1984): poder disciplinar e microfísica do poder Goffman (1922-1982): poder e legitimidade a partir das instituições Táticas e estratégias no exercício do poder �e da ideologia Táticas e estratégias no exercício do poder �e da ideologia Interatividade Resposta Particularização dos campos de práticas do Serviço Social: poder e correlação de forças Particularização dos campos de práticas do Serviço Social: conflitos e contradições Particularização dos campos de práticas do Serviço Social: conflitos e contradições Particularização dos campos de práticas do Serviço Social: correlação de forças e superação Particularização dos campos de práticas do Serviço Social: hierarquia, legislação, conjuntura, população social e demandas Legislação, instituição e prática profissional O que é conjuntura? População usuária do Serviço Social As instituições, os profissionais e os usuários As instituições, os profissionais e os usuários As demandas sociais Interatividade Resposta Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, �conhecimento e prática Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, �conhecimento e prática – 1o paradigma Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, �conhecimento e prática – 2o paradigma Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, �conhecimento e prática Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, �conhecimento e prática Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, �conhecimento e prática Autoimplicação entre conhecimento e prática Autoimplicação entre conhecimento e prática Autoimplicação entre conhecimento e prática Pode-se pensar o conhecimento como instrumento �de trabalho do assistente social? Pode-se pensar o conhecimento como instrumento �de trabalho do assistente social? Interatividade Resposta A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática A análise institucional no estágio supervisionado Roteiro para a análise institucional Roteiro para a análise institucional Roteiro de análise institucional Roteiro de análise institucional Roteiro de análise institucional Roteiro de análise institucional Roteiro de análise institucional Roteiro de análise institucional Interatividade Resposta Slide Number 61
Compartilhar