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Slides de Aula supervisão de intervenção profissional Unidade I

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Unidade I 
 
 
 
 
SUPERVISÃO DE INTERVENÇÃO PROFISSIONAL 
 
 
 
 
Profa. Raquel Azevedo 
Análise das práticas institucionais: as instituições 
e as organizações como lócus institucional 
do Serviço Social 
 Na perspectiva durkheimiana, as instituições são marcadas 
por normas, regras e valores para a garantia da sustentação 
da sociedade. 
 Temos, portanto, a ideia de instituição a partir de ideais, 
valores e normas para a existência da sociedade, que, 
quando estabelecidos por uma coletividade, dão margem 
ao surgimento de várias organizações sociais que passam 
a atuar para garantir a perpetuidade das instituições. 
 Na sociedade institucionalizada, o indivíduo é forçado 
a aceitar a lógica das instituições e toda a sua formalidade 
e racionalidade. 
Análise das práticas institucionais: as instituições 
e as organizações como lócus institucional 
do Serviço Social 
 As instituições sociais não nascem por acaso, mas são fruto 
de toda uma contextualização histórica. 
 As organizações modernas, embasadas na lógica industrial 
e capitalista, apresentam-se de maneira cada vez mais 
burocrática, de modo a esconder os conflitos e garantir 
a ordem social. 
Funcionalismo 
 Constitui uma forma de percepção da sociedade das funções 
a serem executadas, isto é, o empregado ou trabalhador 
é arregimentado para servir ao modelo estabelecido. 
 O assistente social é empregado em uma determinada 
organização pública ou privada sob a ótica da escola das 
relações humanas, o que o torna um instrumento do Estado 
ou da empresa privada que o emprega. 
 O ambiente em que, geralmente, o assistente social atua 
é marcado por contradições e exige desse profissional uma 
consciência crítica para não se tornar um mero executor 
ou reprodutor do sistema. 
As instituições e as organizações: política social, 
burocracia e o assistente social 
 Desde o início do Serviço Social, o assistente social 
é forçado a atuar para legitimar a estrutura burguesa, 
o que o leva a uma situação dramática, especialmente porque 
é relegado pelo Estado, geralmente, a um mero instrumento 
para a reprodução dessa sociedade. 
 Sob a ótica das instituições, o profissional é um instrumento 
a serviço do desenvolvimento da sociedade. 
 A burocracia é o que favorece toda a lógica das instituições, 
isso porque formaliza tudo e exige uma atuação profissional 
totalmente impessoal, formal e focada nos objetivos. 
As instituições e as organizações: política social, 
burocracia e o assistente social 
 Você deve estar se perguntando: qual o papel do assistente 
social nesse contexto? Será que esse profissional existe 
somente para manter o sistema e, portanto, garantir os 
interesses da classe dominante? Será que há alguma 
estratégia que permeia a ele mudar esse quadro? 
 É importante sabermos que não existe somente uma maneira 
de atuar como assistente social e que também a razão de ser 
do Serviço Social não deve se limitar à reprodução do sistema, 
como se impõe nas instituições e nas organizações modernas. 
Positivismo e o Serviço Social 
Filósofo Augusto Comte (1798-1857) 
 O método positivista, geralmente, é o mais adotado. Em geral, 
essa postura positivista apresenta-se de maneira técnica, 
tendo em vista atender as necessidades imediatas para a 
reprodução do capital e da força de trabalho. 
 Na perspectiva positivista, o profissional de Serviço Social 
mantém-se preso às normas e às técnicas, sendo mero 
executor e reprodutor de uma sociedade injusta. 
 Podemos afirmar que nesse contexto o problema é conservado 
ou alimentado por meio de práticas assistenciais imediatistas. 
Fenomenologia e o Serviço Social 
Filósofo Edmund Hursserl (1859-1938) 
 No Serviço Social, a fenomenologia exerce sua influência nas 
décadas de 1970 e 1980, os assistentes sociais partidários 
dessa abordagem procuram atuar motivados a compreender 
os diversos fenômenos sociais, especialmente dos segmentos 
sociais como idosos, doentes, menores de rua, entre outros, 
a partir da ótica dos sujeitos. 
 Sob o prisma da fenomenologia, o assistente social busca 
compreender a realidade à sua volta, marcada por conflitos 
e contradições. 
Marxismo e o Serviço Social 
Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) 
 O paradigma marxista oferece ao assistente social 
a possibilidade de uma visão ampla e crítica dos fenômenos 
sociais, dentre eles, o caráter ideológico que está presente 
nas instituições, nas organizações e nos movimentos sociais, 
de forma que esse profissional atue com consciência 
da situação, conflito e contradições que envolvem 
a maioria dos trabalhadores. 
 Nessa perspectiva, o Serviço Social não constitui um mero 
instrumento do sistema de exploração, mas um mediador 
em defesa dos menos favorecidos. 
Gramsci (1891-1937) e a análise sobre o poder e a 
hegemonia 
 Sob a ótica gramsciana, o assistente social deve ter, então, 
a clareza e a consciência crítica de que atua em uma sociedade 
dividida em classes, em que, o tempo todo, a classe que detém 
o domínio dos meios de produção sempre busca fazer com que 
as suas ideias sejam aceitas pela maioria, de forma que não se 
criem situações favoráveis à consciência de que outra classe 
é explorada. Quando a maioria as aceita, ocorre a hegemonia 
da classe capitalista. 
 No entendimento de Gramsci, a classe dominada precisa 
encontrar meios para garantir a tomada do poder 
e sua hegemonia. 
Foucault (1926-1984): poder disciplinar e microfísica 
do poder 
 Os estudos de Foucault são indispensáveis para o assistente 
social, especialmente para que reflita sobre a forma como atua. 
Foucault vê de maneira crítica as instituições correcionais, 
hospitalares e empresariais, especialmente quando a 
assistência social volta-se para a parcela menos favorecida 
da sociedade. 
 Sob essa perspectiva, podemos entender que quando o 
assistente social atua simplesmente a partir de sua 
preocupação com o emprego, em executar ou cumprir regras 
e normas, muitas vezes esquece que está sendo mero objeto 
e reprodutor do sistema desigual e injusto. 
Goffman (1922-1982): poder e legitimidade a partir das 
instituições 
 Segundo a visão goffmaniana, nas instituições totais, 
percorre-se uma carreira moral que resulta na fragmentação 
do indivíduo e, consequentemente, na perda de sua identidade 
social, visto que esses ambientes estruturam-se de forma 
a não se permitirem a autonomia do indivíduo e a anularem sua 
personalidade como interno. Cria-se um processo de 
identificação automática, conforme critérios estabelecidos 
institucionalmente e, de certa forma, aceitos pela sociedade. 
 Legitimidade faz-se presente, em geral, como resultado 
da aceitação e da conformidade por parte do indivíduo frente 
a uma realidade imposta ou não. 
Táticas e estratégias no exercício do poder 
e da ideologia 
 Na compreensão de Weber, o poder refere-se a toda 
capacidade que alguém tem de exercer influência 
sobre o outro. 
 Entende-se por poder a oportunidade existente dentro de 
uma relação social que permite a alguém impor a sua própria 
vontade, mesmo contra a resistência e independentemente 
da base na qual a oportunidade se fundamenta. 
 Por dominação, entende-se a oportunidade de ter um comando 
de um dado conteúdo específico, obedecido por um grupo 
de pessoas. 
Táticas e estratégias no exercício do poder 
e da ideologia 
 No exercício do poder, encontramos as estratégias e as táticas, 
que, por sua vez, têm a ideologia como suporte. 
 Segundo Faleiros (2001, p. 81), a estratégia refere-se aos 
objetivos que atingem um período mais longo e mais geral 
da história. A tática refere-se a objetivos particulares 
em um período mais curto subordinados àsestratégias. 
 É importante considerar que nenhuma forma de poder 
e de dominação acontece gratuitamente, sem que haja 
por trás uma ideologia. 
 Chauí refere-se à ideologia como uma forma de percepção 
do mundo capitalista que leva a maioria dos trabalhadores 
a uma situação de exploração e de alienação. 
Interatividade 
Quando o assistente social se prende a números, estatísticas, 
formulários e fichas em geral, para o acompanhamento de um 
determinado setor ou segmento da sociedade, ele adota o modo 
de abordagem: 
a) Funcionalista. 
b) Positivista. 
c) Fenomenologista. 
d) Marxista. 
e) Gramsciana. 
Particularização dos campos de práticas do Serviço 
Social: poder e correlação de forças 
 Você já sabe o que significa poder? O que é, então, 
contrapoder? Como se apresenta nas instituições sociais? 
Qual o papel do assistente social nessa realidade bipolar 
de poder e contrapoder? 
 O poder relaciona-se a uma capacidade de exercer influência 
sobre o outro. Quanto ao contrapoder, esse termo tornou-se 
mais conhecido a partir das ideias de Gramsci, quando se 
referia à hegemonia e ao bloco histórico. Esse teórico percebia 
a sociedade formada por conflitos decorrentes da existência de 
duas classes sociais fundamentais: a burguesia (capitalistas) 
e o proletariado (trabalhadores), cujo domínio pertence à 
classe capitalista que é detentora dos meios de produção. 
Particularização dos campos de práticas do Serviço 
Social: conflitos e contradições 
 O Serviço Social surgiu em uma perspectiva conservadora, 
de modo a ter uma inserção na sociedade voltada para 
o assistencialismo propriamente dito, percebendo o problema 
social como problema de personalidade que não se adaptava 
à estrutura da sociedade. 
 A realidade, demarcada por conflitos e contradições sociais, 
exige cada vez mais uma prática profissional desvinculada 
das orientações iniciais do Serviço Social. A situação de 
extrema pobreza, prostituição, violência, favelização, entre 
outros problemas associados à conjuntura política da década 
de 1970, conduz ao movimento de reconceituação do Serviço 
Social, sob inspiração marxista. 
Particularização dos campos de práticas do Serviço 
Social: conflitos e contradições 
 A prática dos assistentes sociais, desde o seu princípio, foi 
objeto de discussão, especialmente por parte daqueles 
que não concordam com o mero assistencialismo surgido 
para atender as necessidades de perpetuação 
do sistema capitalista. 
 Aqueles que defendem a prática do Serviço Social pelo 
prisma liberal ou do bem-estar, evidentemente, ignoram 
os questionamentos advindos de correntes teóricas como 
a marxista. 
Particularização dos campos de práticas do Serviço 
Social: correlação de forças e superação 
 O campo de prática do Serviço Social, portanto, continua 
sendo objeto de bastante discussão e de conflitos, o que, 
consequentemente, leva a formação de uma correlação 
de forças, estratégias e ações diversas. 
 Conforme constatação de Faleiros (2001), os impasses 
apresentados seguem na mesma linha conformista da prática 
do Serviço Social, em que o profissional toma ou julga, 
por meio de fatores psicossociais inerentes à usa própria 
personalidade, as decisões pessoais de sua população 
usuária ou público-alvo. 
 Segue, portanto, uma perspectiva individualista, sem perceber 
a conjuntura que leva ao problema. 
Particularização dos campos de práticas do Serviço 
Social: hierarquia, legislação, conjuntura, população 
social e demandas 
 A hierarquia institucional diz respeito ao sistema de relações 
funcionais que implicam ordem e subordinação entre os 
setores (departamentos, divisões etc.) e os funcionários nas 
suas relações de trabalho interno. Vincula autoridade 
e subordinação, ou seja, as condições de dominante e 
subalterno. Essa hierarquia pode também se referir às relações 
interinstitucionais no contexto da organização da sociedade. 
 As condições hierárquicas institucionais, em geral, mostram 
a realidade do Serviço Social como subordinado no processo 
decisório. Os assistente sociais, em sua maioria, realizam seu 
trabalho em funções de execução e não de decisão 
em nível global da organização. 
Legislação, instituição e prática profissional 
 Qualquer sociedade que se estrutura na diferenciação entre 
grupos sociais ou na divisão social do trabalho, a partir das 
sociedades capitalistas, progressivamente, cria padrões, 
normas, leis e práticas, com a finalidade de administrar 
essa distinção. 
 Além da legislação geral, que diz respeito a todo indivíduo, 
para cada instituição é criada uma legislação específica, com 
funções de regular as relações da organização (interna e/ou 
externa) e os serviços que prestam à população usuária. 
 Nessa lógica, para manter a ordem social, as instituições 
cumprem seu papel de dividir a problemática social em 
diversos fragmentos (saúde, educação, habitação etc.) 
e enquadrá-la em um processo de profissionalização 
e normatização. 
O que é conjuntura? 
 Compreender o contexto específico da instituição exige 
analisar a conjuntura global que reflete nas políticas sociais. 
 As instituições, como instrumentos de políticas sociais, 
estruturam-se em função de categorias especiais da população 
usuária do Serviço Social, que variam segundo a conjuntura 
econômica, social e política. 
 Segundo Faleiros (1995), a análise de conjuntura institucional 
é fundamental para o restabelecimento de estratégias 
e táticas que visam a fortalecer o polo popular, a mudança 
da correlação de forças e suas alternativas de ação; 
mostra limites e possibilidades de cada tática, 
em função das estratégias e das políticas em jogo. 
População usuária do Serviço Social 
 O estudo da população usuária do Serviço Social passa pela 
institucionalização de sua problemática que toca questões 
relativas a trabalho, educação, habitação, saúde etc. 
 A população usuária do Serviço Social, em geral, é desprovida 
de recursos, por isso denominada de carente, desempregada 
ou subempregada, não tendo as referências culturais 
necessárias para viver de modo “normal e consciente”. 
(WEISSHAUPT, 1985). 
As instituições, os profissionais e os usuários 
 O assistente social deve desvendar o que a instituição onde ele 
está inserido representa na divisão social do trabalho, 
entender o processo histórico de seu surgimento, qual política 
atende, quais facilidades ou obstáculos oferece para 
o exercício de sua função. Essa análise das instituições 
é extremamente necessária para entender seu funcionamento, 
uma vez que elas têm uma dinâmica de funcionamento que 
se modifica de acordo com os acontecimentos que ocorrem 
na conjuntura social. 
As instituições, os profissionais e os usuários 
 Quando se descortina o funcionamento das instituições 
e apreende o que representam na estrutura social, 
qual política trabalham, pode-se facilmente criar as estratégias 
necessárias para o exercício profissional. Conhecendo o 
terreno onde seu trabalho é desenvolvido, o profissional 
articula as ações e cria as habilidades que permitem o uso dos 
instrumentos técnico-operativos de forma refletida, 
construindo uma ponte entre teoria e prática. 
 O assistente social supervisor de campo que atua sob essa 
perspectiva consegue apontar ao estagiário o caminho para 
entender, refletir e discutir acerca do funcionamento 
das instituições. 
As demandas sociais 
 As mudanças que ocorrem no mundo do trabalho alteram, 
dimensionam e redimensionam a demanda das políticas 
sociais. 
 O Serviço Social implementa, nas instituições prestadoras dos 
Serviços Social, variadas ações de enfrentamento às diversas 
formas de exclusão social (desemprego, empobrecimento, 
violência urbana e no campo, faltade acesso aos direitos 
econômicos e sociais, fome, condições de habitação – 
no campo e na cidade, dentre tantas) nas regiões do país. 
Interatividade 
Assinale a alternativa incorreta. 
a) O poder relaciona-se a uma capacidade de exercer influência 
sobre o outro. 
b) O assistente social atua, geralmente, em um ambiente 
profundamente marcado por interesses diversos. 
c) Atuar a partir do funcionalismo é cumprir sua função 
considerando apenas a estrutura vigente. 
d) As relações de poder da sociedade organizacional 
apresentam-se somente no ambiente interno 
das empresas ou das organizações. 
e) As instituições sociais, em geral, são marcadas por conflitos 
latentes devido forma imposta pela estrutura. 
Particularização dos campos de prática do Serviço 
Social: procedimentos interventivos, 
conhecimento e prática 
 Paradigmas metodológicos do trabalho social. 
 O Serviço Social utiliza procedimentos de elaboração de 
programas e projetos, centro de atividades e avaliação de 
resultados que constituem as operações práticas do assistente 
social no exercício da profissão. 
 Para maior eficácia nesse trabalho, torna-se necessário levar 
em conta (segundo opção ético-política profissional) que suas 
ações inserem-se em um contexto histórico, político e teórico. 
Particularização dos campos de prática do Serviço 
Social: procedimentos interventivos, 
conhecimento e prática – 1o paradigma 
 Funcionalista-tecnocrático é visto como o processo 
metodológico de regulação da prática, que consiste 
no conhecimento de situações-problema e nos procedimentos 
para solucionar a situação em nível de manipulação 
de recursos. 
 Nesse modelo, a atuação do profissional combina 
problema-recurso, é regulada por normas institucionais 
preestabelecidas, que percebem os problemas sociais 
como “desregulagem” que pode ser restabelecida 
por meio dos mecanismos institucionais. 
Particularização dos campos de prática do Serviço 
Social: procedimentos interventivos, 
conhecimento e prática – 2o paradigma 
 Dialético e político do trabalho social, conforme Faleiros 
(1995), volta-se para o processo de articulação de forças 
para solução dos problemas. 
 Opõe-se à metodologia da regulação, quando considera as 
relações sociais contraditórias e, nesse contexto, pensa e 
articula a prática profissional. 
Particularização dos campos de prática do Serviço 
Social: procedimentos interventivos, 
conhecimento e prática 
 A relação contraditória é resultado das relações de exploração 
e dominação entre as classes que constituem a sociedade. 
 Contradição é movimento, luta, negação, superação, em uma 
totalidade complexa mediatizada por relações complexas. 
 Nessa visão, os problemas, no cotidiano profissional 
do assistente social, resultam de relações complexas, 
e o encaminhamento para a superação deles só pode ser 
visualizado com manifestações sociais contraditórias. 
Particularização dos campos de prática do Serviço 
Social: procedimentos interventivos, 
conhecimento e prática 
 A apresentação de um problema é o ponto de partida para 
a relação do particular com o geral na relação política do 
assistente social com a população. 
 A prática desse profissional concerne em esclarecer a visão 
de cada um sobre a questão, que é social, partindo da própria, 
para o encaminhamento da ação, segundo o contexto 
e condições existentes. 
Particularização dos campos de prática do Serviço 
Social: procedimentos interventivos, 
conhecimento e prática 
 Nessa perspectiva, o assistente social necessita ter 
ciência das questões relativas ao capitalismo, sua forma 
de desenvolvimento, as relações entre as classes e as forças 
sociais para que o contexto da instituição e da população 
possa, nessas bases, estabelecer a vinculação teórica com 
o instrumental técnico e profissional de que dispõe 
para executar o trabalho social. 
 As opções feitas pelo assistente social, ao analisar 
um contexto e suas contradições, implicam no atendimento 
dos interesses e das necessidades reais da população. 
Autoimplicação entre conhecimento e prática 
 A prática pode ser entendida como uma ação racional 
do profissional e o conhecimento, como resultado 
do confronto entre as experiências. 
 Os assistentes sociais recorrem às elaborações teóricas na 
busca por saberes que tenham pertinência para sua prática ou 
que substanciem respostas às situações com as quais 
se defrontam no cotidiano profissional. 
Autoimplicação entre conhecimento e prática 
Iamamoto (2001, p. 58) afirma: 
 Importante avanço foi reconhecer que o chão comum, 
tanto do trabalho quanto da cultura profissional, é a história 
da sociedade. A realidade cultural provoca e questiona 
os assistentes sociais na formulação de respostas, seja das 
elaborações intelectuais acumuladas ao longo da história 
do Serviço Social, seja dos saberes que construiu as 
sistematizações da prática que reuniu ao longo do tempo. 
Autoimplicação entre conhecimento e prática 
 Há necessidade de os assistentes sociais, calçados em bases 
teóricas, sistematizarem suas experiências, suas pesquisas 
cotidianas, partindo do conhecimento da realidade em que 
atuam, como também dos instrumentos utilizados em suas 
práticas profissionais, e analisarem os resultados alcançados 
como consequência dos esforços em entender as demandas 
dos usuários do Serviço Social. 
Pode-se pensar o conhecimento como instrumento 
de trabalho do assistente social? 
 Quando se fala em instrumento de trabalho, tem-se 
a visão de um arcabouço de técnicas: entrevistas, reuniões, 
encaminhamentos etc. 
 Segundo Iamamoto (2001), essa ideia restrita de instrumento 
como simples conjunto de técnicas amplia-se para a 
compreensão de que o conhecimento é um meio de trabalho, 
sem o qual o trabalhador especializado não consegue realizar 
sua atividade profissional, situação a que o assistente social 
não escapa. 
Pode-se pensar o conhecimento como instrumento 
de trabalho do assistente social? 
 O Serviço Social, portanto, é um trabalho especializado, 
expresso sob a forma de serviços, que tem produtos tais 
como intervir na reprodução material da força de trabalho 
e na reprodução sociopolítica dos indivíduos sociais. 
 Nesse sentido, o assistente social desenvolve um trabalho 
intelectual que requer conhecimento específico da profissão 
e conhecimento histórico-social da realidade; contribui, junto 
com outros protagonistas, na criação de consensos em torno 
de interesses de classes, sejam dominantes ou subalternos, 
no reforço da hegemonia ou contra-hegemonia no cenário 
da vida na sociedade. 
Interatividade 
Assinale a alternativa incorreta. 
a) Há dois paradigmas que norteiam a prática do assistente 
social: funcionalista-tecnocrático e outro dialético e político. 
b) A prática não deve ser entendida como uma ação racional 
e profissional. 
c) A análise das práticas do Serviço Social estabelece-se 
em um processo que envolve teoria e prática. 
d) Conhecimento é resultado do confronto 
entre as experiências. 
e) A relação contraditória é resultado das relações 
de exploração e dominação entre as classes 
que constituem a sociedade. 
A legislação de estágio e a atividade de reflexão 
teórico-prática 
 Estágio é definido pelo Ministério de Educação – MEC como 
ato educativo escolar supervisionado, que deve ser realizado 
em ambiente de trabalho com o objetivo de preparar o aluno 
para o trabalho e como uma tarefa produtiva. Deve integrar o 
itinerário formativo dos projetos pedagógicos dos cursos, 
sendo pré-requisito para a obtenção do diploma de aprovação, 
conforme o § 1o, do artigo 2o, da Lei nº 11.788/2008. 
 Para realizar estágio, o aluno deve estar frequentando o ensinoregular, em instituições de educação de nível superior. 
 A instituição de ensino deve celebrar um termo de 
compromisso com a parte concedente do estágio. 
A legislação de estágio e a atividade de reflexão 
teórico-prática 
 Deve haver compatibilidade entre as atividades desenvolvidas 
no estágio e as previstas no termo de compromisso. 
 O estágio não pode ser considerado emprego, pois em 
hipótese alguma caracteriza vínculo de emprego de qualquer 
natureza. 
 O termo de compromisso e/ou convênio celebrado entre 
as instituições de ensino, no caso a UNIP, e a instituição de 
estágio é um acordo tripartite, pois envolve o aluno, a 
instituição de ensino e a instituição concedente de estágio. 
A legislação de estágio e a atividade de reflexão 
teórico-prática 
Nesse termo ou convênio são previstas as condições de 
adequação do estágio à proposta pedagógica do estágio, 
à formação do aluno e ao calendário escolar ou acadêmico. 
Dele devem constar alguns elementos, tais como: 
I. Dados de identificação das partes; 
II. Responsabilidade de ambas as partes; 
III. Objetivo do estágio; 
IV. Plano de estágio; 
V. Jornada da atividade de estágio; 
VI. Vigência do termo; 
VII. Número da apólice de seguro do aluno. 
A legislação de estágio e a atividade de reflexão 
teórico-prática 
 Resolução CFESS no 533/2008 – Regulamenta a supervisão 
direta de estágio no Serviço Social. 
 Art. 1o As Unidades de Ensino, por meio dos coordenadores de 
curso, coordenadores de estágio e/ou outro profissional 
de serviço social responsável nas respectivas instituições pela 
abertura de campo de estágio, obrigatório e não obrigatório, 
em conformidade com a exigência determinada pelo artigo 
14, da Lei no 8662/1993, terão prazo de 30 (trinta) dias, a partir 
do início de cada semestre letivo, para encaminhar aos 
Conselhos Regionais de Serviço Social de sua jurisdição, 
comunicação formal e escrita, indicando: 
I. Campos credenciados, bem como seus respectivos 
endereços e contatos; 
 
 
A legislação de estágio e a atividade de reflexão 
teórico-prática 
II. Nome e número de registro no CRESS dos profissionais 
responsáveis pela supervisão acadêmica e de campo; 
III. Nome do estagiário e semestre em que está matriculado. 
 Art. 2o A supervisão direta de estágio em Serviço Social 
é atividade privativa do assistente social, em pleno gozo dos 
seus direitos profissionais, devidamente inscrito no CRESS 
de sua área de ação, sendo denominado supervisor de campo 
o assistente social da instituição campo de estágio e 
supervisor acadêmico o assistente social professor da 
instituição de ensino. 
A legislação de estágio e a atividade de reflexão 
teórico-prática 
 Art. 5o A supervisão direta de estágio de Serviço Social deve 
ser realizada por assistente social funcionário do quadro de 
pessoal da instituição em que se ocorre o estágio, em 
conformidade com o disposto no inciso III, do artigo 9o, da Lei 
no 11.788, de 25 de setembro de 2008, na mesma instituição e 
no mesmo local onde o estagiário executa suas atividades de 
aprendizado, assegurando seu acompanhamento sistemático, 
contínuo e permanente, de forma a orientá-lo adequadamente. 
A legislação de estágio e a atividade de reflexão 
teórico-prática 
 Art. 6o Ao supervisor de campo cabe a inserção, 
acompanhamento, orientação e avaliação do estudante no 
campo de estágio em conformidade com o plano de estágio. 
 Art. 7o Ao supervisor acadêmico cumpre o papel de orientar 
o estagiário e avaliar seu aprendizado, visando à qualificação 
do aluno durante o processo de formação e aprendizagem das 
dimensões técnico-operativas, teórico-metodológicas 
e ético-política da profissão. 
A análise institucional no estágio supervisionado 
 O Serviço Social é uma profissão que atua imbuída nas 
instituições do primeiro, do segundo e do terceiro setores. 
Sendo assim, as instituições precisam ser entendidas, 
analisadas e compreendidas, para que o assistente social 
possa, a partir do conhecimento sobre o cenário em que 
atuará, elaborar suas estratégias e suas atividades propostas. 
 Conforme Estevão (1985, p. 64): “Fazer análise institucional 
é tentar descobrir para que servem as instituições, como se 
dividem e se organizam os vários saberes e poderes dentro 
delas e como este poder se espraia pelo resto da sociedade”. 
Roteiro para a análise institucional 
 Primeiro lugar, você deve solicitar o Estatuto Social da 
instituição. Dessa forma, saberá os dados que deve coletar 
para identificação. 
 Em segundo lugar, você deve coletar os dados referentes 
à constituição histórica da instituição. 
 Em terceiro lugar, é necessário pesquisar e pontuar na análise 
institucional o contexto atual da instituição. 
Roteiro para a análise institucional 
 Como quarto aspecto, é importante que você se atente para 
a proposta desenvolvida pelo assistente social da instituição 
para o atendimento do usuário. 
 Como quinto passo, ressaltam-se os resultados obtidos 
com as atividades desenvolvidas pelo assistente social 
na instituição, de acordo com o Código de Ética. 
 Por fim, é importante coletar os dados relacionados ao Serviço 
Social e o assistente social supervisor de estágio que atua na 
instituição analisada e acompanha o aluno estagiário. 
Roteiro de análise institucional 
1.Dados de identificação: 
1.1 Nome da Instituição 
1.2 Endereço: rua, no, bairro, telefone 
1.3 Área de atuação 
1.4 Área de abrangência (municipal, regional, estadual) 
1.5 Projetos envolvidos 
1.6 Funcionamento (horário) 
1.7 Vinculação administrativa (mantenedora) 
1.8 Nome dos dirigentes (presidente, coordenador, secretário) 
 
Roteiro de análise institucional 
2.Constituição histórica: 
2.1 Como se constituiu (data, o porquê) 
2.1.1 Grupos sociais que participaram de sua criação 
e desenvolvimento 
2.1.2 Demandas da instituição 
2.2 Contexto atual (funcionamento atual da instituição) 
3.Objetivos institucionais: 
3.1 Objetivos institucionais (presentes na documentação da 
instituição) 
3.2 Objetivos implícitos (percepção do acadêmico) 
Roteiro de análise institucional 
4.Proposta de atuação ao usuário: 
4.1 Rotina (como ocorre o cotidiano institucional) 
4.2 Tipos de atendimento geral 
5.Resultado das atividades: 
5.1 Relação do usuário com a instituição 
5.2 Relação da instituição com o usuário 
5.3 Relação entre os atores institucionais (equipe) 
Roteiro de análise institucional 
6.Aspectos subjetivos (implícitos): 
6.1 Sintonia/contradição entre objetivos e operacionalização 
6.2 Participação do usuário 
6.3 Articulação institucional (rede interna/externa) 
7.Serviço Social: 
7.1 Nome:__________ CRESS/Região: 
7.2 Número de assistentes sociais 
7.3 Especialização 
7.4Tempo de atuação 
Roteiro de análise institucional 
7.5 Surgimento da necessidade do assistente social 
7.6 Proposta (plano de trabalho – atribuições) 
7.7 Descrição do processo de trabalho do 
assistente social 
7.8 Recursos Humanos, recursos materiais (disponíveis) 
7.9 Relação interdisciplinar (conflito/entendimento) 
7.10 O assistente social é flexível diante das demandas 
institucionais? Como você percebe? 
7.11 Quantidade de usuários que atende em média/mês 
7.12 Capacidade máxima de atendimento/ 
assistentes social 
Roteiro de análise institucional 
7.13 Lugar que ocupa o assistente social (formal e informal) 
7.14 Limites e possibilidades (escutar o profissional) 
7.15 Requisitos/critérios para ingresso na instituição 
(assistente social) 
7.16 Carga horária semanal do assistente social 
7.17 Inserção do estagiário junto ao assistente social 
8. Outros aspectos a serem considerados 
9. Conclusão que conduza à elaboração do projeto de 
intervenção (do estagiário) 
InteratividadeO Serviço Social é uma profissão que atua imbuída nas 
instituições do primeiro, do segundo e do terceiro setores. 
Sendo assim, as instituições precisam ser entendidas, 
analisadas e compreendidas para que o assistente social possa, 
a partir do conhecimento sobre o cenário em que atuará, elaborar 
suas estratégias e atividades propostas. Essa afirmação diz 
respeito à: 
a) Análise de conjuntura. 
b) Análise psicossocial. 
c) Análise econômica. 
d) Análise social. 
e) Análise institucional. 
ATÉ A PRÓXIMA! 
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	Análise das práticas institucionais: as instituições �e as organizações como lócus institucional �do Serviço Social
	Análise das práticas institucionais: as instituições �e as organizações como lócus institucional �do Serviço Social
	Funcionalismo
	As instituições e as organizações: política social, burocracia e o assistente social
	As instituições e as organizações: política social, burocracia e o assistente social
	Positivismo e o Serviço Social �Filósofo Augusto Comte (1798-1857)
	Fenomenologia e o Serviço Social�Filósofo Edmund Hursserl (1859-1938)
	Marxismo e o Serviço Social�Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895)
	Gramsci (1891-1937) e a análise sobre o poder e a hegemonia
	Foucault (1926-1984): poder disciplinar e microfísica do poder
	Goffman (1922-1982): poder e legitimidade a partir das instituições
	Táticas e estratégias no exercício do poder �e da ideologia
	Táticas e estratégias no exercício do poder �e da ideologia
	Interatividade
	Resposta
	Particularização dos campos de práticas do Serviço Social: poder e correlação de forças
	Particularização dos campos de práticas do Serviço Social: conflitos e contradições
	Particularização dos campos de práticas do Serviço Social: conflitos e contradições
	Particularização dos campos de práticas do Serviço Social: correlação de forças e superação
	Particularização dos campos de práticas do Serviço Social: hierarquia, legislação, conjuntura, população social e demandas
	Legislação, instituição e prática profissional
	O que é conjuntura?
	População usuária do Serviço Social
	As instituições, os profissionais e os usuários
	As instituições, os profissionais e os usuários
	As demandas sociais
	Interatividade
	Resposta
	Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, �conhecimento e prática
	Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, �conhecimento e prática – 1o paradigma
	Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, �conhecimento e prática – 2o paradigma
	Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, �conhecimento e prática
	Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, �conhecimento e prática
	Particularização dos campos de prática do Serviço Social: procedimentos interventivos, �conhecimento e prática
	Autoimplicação entre conhecimento e prática
	Autoimplicação entre conhecimento e prática
	Autoimplicação entre conhecimento e prática
	Pode-se pensar o conhecimento como instrumento �de trabalho do assistente social?
	Pode-se pensar o conhecimento como instrumento �de trabalho do assistente social?
	Interatividade
	Resposta
	A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática
	A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática
	A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática
	A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática
	A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática
	A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática
	A legislação de estágio e a atividade de reflexão teórico-prática
	A análise institucional no estágio supervisionado
	Roteiro para a análise institucional
	Roteiro para a análise institucional
	Roteiro de análise institucional
	Roteiro de análise institucional
	Roteiro de análise institucional
	Roteiro de análise institucional
	Roteiro de análise institucional
	Roteiro de análise institucional
	Interatividade
	Resposta
	Slide Number 61

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