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MARCHA HUMANA Profª Iranete Corpes CICLO DA MARCHA Definição: ▪Seqüência de movimentos que ocorrem entre dois contatos iniciais consecutivos do mesmo pé. CICLO DA MARCHA ▪ O ciclo da marcha é dividido em duas fases: Fase de Apoio: - É o intervalo no qual o pé do membro de referência fica em contato com o solo – 60% do ciclo da marcha. Fase de Balanço: - É a porção na qual o membro de referência não faz contato com o solo – 40% do ciclo da marcha. Tempo de duplo apoio: - É o período no qual alguma porção do pé dos dois membros encontra- se em contato com a superfície de apoio ao mesmo tempo. CICLO DA MARCHA Definições: Passada: constituem dois passos, um direito e um esquerdo. Passada = Ciclo da Marcha Comprimento do passo: é a distância desde o ponto de contato do calcanhar de um membro até o ponto de contato do calcanhar do membro oposto. Comprimento da passada: é a distância do ponto de contato do calcanhar de um membro até o ponto de contato do calcanhar do mesmo membro. Tempo da passada e Tempo do passo: refere-se ao tempo necessário para completar uma passada e um passo respectivamente. CICLO DA MARCHA CICLO DA MARCHA Amplitudes de Movimento CICLO DA MARCHA Parâmetros: 1. Extensão da Base – 5 a 10 cm de um calcanhar a outro. 2. Centro de gravidade do corpo situa-se 5 cm a frente do sacro. 3. O joelho deverá permanecer fletido durante todos os componentes da fase de acomodação de posição. 4. A pelve e o tronco desviam-se lateralmente cerca de 2 cm do lado que sustentará o peso do corpo durante o passo – centralizar o peso do quadril – Marcha de Trendelenburg. 5. O comprimento de um passo é de aproximadamente 40 cm. 6. Ritmo da deambulação (cadência) – 90 a 120 passos por minuto. 7. Durante a fase de oscilação, a pelve roda à frente. 7 AVALIAÇÃO DA MARCHA AVALIAÇÃO DA MARCHA OBJETIVOS: 1. Compreender as características da marcha de um distúrbio em particular. - identificar e descrever os desvios da marcha. - determinar a capacidade de deambulação funcional. - classificar a gravidade da incapacidade. 2. Auxiliar no diagnóstico do movimento. - identificar os mecanismos responsáveis pela produção do desvio da marcha normal. - avaliar o equilíbrio, resistência à fadiga, gasto energético e segurança no impacto da marcha. AVALIAÇÃO DA MARCHA OBJETIVOS: 3. Orientar a seleção do tratamento. - propor o tratamento apropriado. - determinar a necessidade de dispositivos ou equipamentos de adaptação. 4. Avaliar a eficiência do tratamento. AVALIAÇÃO DA MARCHA ORIENTAÇÕES PARA REALIZAR UMA ANÁLISE OBSERVACIONAL DA MARCHA 1. Selecionar a área onde o paciente irá caminhar e meça a distância que você deseja que ele caminhe. 2. Posicione-se de um modo que seja possível ter uma visão da pessoa sem obstruções. 3. Escolher a articulação ou o segmento que será observado primeiro. 4. Realizar observações no vista lateral, frente e costa. 5. Observar o segmento em todo o ciclo da marcha. 6. Repetir todo o processo para confirmação diagnóstica. AVALIAÇÃO DA MARCHA OBSERVAÇÕES PARA ANÁLISE DA MARCHA 1. Avaliar apoio e balanço; 2. Base de suporte; 3. Marcha automática ou voluntária; 4. Velocidade; 5. Gasto energético 6. Equilíbrio; 7. Ritmo 8. Simetria. AVALIAÇÃO DA MARCHA MANOBRAS EMPREGADAS NA ANÁLISE DA MARCHA 1. Ordenar o paciente para acelerar e lentificar os passos. 2. Executar meia volta durante a marcha ou deter-se bruscamente sob o comando. 3. Andar de lado e para trás. 4. Andar de olhos fechados. 5. Subir e descer escadas. AVALIAÇÃO DA MARCHA PERFIS OU ESCALAS DE DEAMBULAÇÃO Finalidades: 1. Avaliar as habilidades de deambulação; 2. Determinar a necessidade do paciente de assistência; 3. Identificar as mudanças no estado do paciente; 4. Triagem para a necessidade de fisioterapia; 5. Identificar o risco de quedas em idosos. Nota: as medidas variam em espaço e tempo. AVALIAÇÃO DA MARCHA TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS - Determinar a distância percorrida por pessoa que caminha com uma velocidade confortável durante 6 minutos. PODOGRAMA: ANÁLISE DO GRAU DO ÂNGULO DO PÉ (5º a 18º), A LARGURA DA BASE DE APOIO (5 a 10 cm), O COMPRIMENTO DO PASSO (35 a 40 cm) E O COMPRIMENTO DA PASSADA (70 a 80 cm). - Registro das pegadas durante a marcha. AVALIAÇÃO DA MARCHA CADÊNCIA (c): número de passos por minuto. C = n (nº de passos) tn (tempo decorrido entre o 1º e último contato inicial) VELOCIDADE (v): V = d (distância total entre o 1º e último contato inicial) td (tempo decorrido na distância conhecida) AVALIAÇÃO DA MARCHA TESTE TIMED GET UP AND GO - Medida rápida do equilíbrio dinâmico e da mobilidade. - Paciente: sentado confortavelmente em uma cadeira firme. - Instrução: levantar, ficar em pé e andar 3m (10 pés) em direção a uma parede em velocidade normal, girar sem tocar a parede, retornar para a cadeira, girar e sentar. - Modificação: dupla tarefa (motora ou cognitiva) AVALIAÇÃO DA MARCHA TESTE TIMED GET UP AND GO - Tempo gasto: normal – 10 segundos dupla tarefa – 10 +/- 4 segundos - Pontuação: - 20 segundos – marcha independente + 30 segundos – marcha dependente - Escala Ordinal: 1 – normal (sem risco de quedas); 2 – muito levemente anormal; 3 – levemente anormal (risco de queda aumentado); 4 – moderadamente anormal e 5 – severamente anormal (alto risco de quedas) AVALIAÇÃO DA MARCHA CATEGORIA DE DEAMBULAÇÃO FUNCIONAL ▪0 - paciente não consegue andar ou precisa da ajuda de 2 ou mais pessoas. ▪1 - precisa de muita ajuda de uma pessoa. ▪2 - precisa de pouca ajuda de uma pessoa. ▪3 - precisa de supervisão de uma pessoa. ▪4 - independente para andar, mas necessita de ajuda em degraus, rampas e solos acidentados. ▪5 - paciente pode andar independentemente em qualquer lugar. MARCHAS PATOLÓGICAS ▪São padrões de movimentos anormais que diferem em importância, e dependem da mobilidade articular e da atividade muscular. ▪Anormalidades que influenciam nos mecanismos da marcha: deformidades; fraqueza muscular; falta de controle motor e dor. MARCHA PATOLÓGICA MARCHA ANTÁLGICA ▪Marcha autoprotetora; ▪Comprometimento da fase de acomodação - fase de apoio; ▪Dor ▪ ↓ Comprimento do passo; ▪ ↓ Velocidade da marcha; ▪ ↓ Cadência. MARCHA PATOLÓGICA MARCHA ARTROGÊNICA ▪Quadril ou Joelho Rígido; ▪ Elevação da pelve; ▪ Flexão plantar exagerada do tornozelo oposto; ▪Circundução do MI rígido; ▪ Elevação dos pododáctilos; MARCHA PATOLÓGICA MARCHA DE TRENDELENBURG ▪ Fraqueza dos glúteos médio e mínimo; ▪ Perda da estabilidade na fase de apoio; ▪ Inclinação lateral excessiva. MARCHA PATOLÓGICA MARCHA DO GLÚTEO MÁXIMO ▪ Fraqueza do glúteo máximo; ▪O toráx é impulsionado para trás no momento do contato inicial para manter a extensão do quadril do MI de apoio. MARCHA PATOLÓGICA MARCHA ATÁXICA ▪Alteração da sensibilidade ou falta de coordenação muscular; ▪ Equilíbrio ruim; ▪ Base ampla; ▪Movimentos exagerados. MARCHA PATOLÓGICA MARCHA HEMIPLÉGICA OU HEMIPARÉTICA OU CEIFANTE ▪MI paraplégico balança para fora e para frente (circundução) ou empurra para a frente; ▪MS afetado é levado para próximo do tronco para manter o equilíbrio. MARCHA PATOLÓGICA MARCHA PARKINSONIANA ▪ Pescoço, tronco e joelhos flexionados; ▪Arrastar dos pés; ▪ Passos curtos e rápidos; ▪MMSS rígidos; ▪ Festinação – inclinação para frente e andar ligeiro. MARCHA PATOLÓGICA CLAUDICAÇÃO DO PSOAS ▪ Rotação externa, flexão e adução do quadril; ▪Movimentos de pelve e tronco exagerados; ▪Dificuldadena fase de balanço; MARCHA PATOLÓGICA MARCHA EM TESOURA ▪ Paralisia espástica dos músculos adutores do quadril; ▪Movimento conjunto dos joelhos; ▪MMII são levados a frente com muito esforço; MARCHA PATOLÓGICA MARCHA DO MI CURTO ▪Desvio lateral para o lado afetado; ▪ Pelve inclina para baixo em direção ao lado afetado - obliqüidade; MARCHA PATOLÓGICA MARCHA ESCARVANTE OU DO PÉ CAÍDO ▪ Fraqueza ou paralisia dos músculos dorsiflexores; ▪ Elevação do joelho além do normal; CONCLUSÃO A meta de muitos programas de fisioterapia consiste em restaurar ou melhorar o estado deambulatório do paciente e atualmente vários métodos são úteis e eficazes na obtenção de parâmetros quantitativos da marcha humana, possibilitando uma avaliação precisa e um tratamento fisioterapêutico eficaz. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DUTTON, M. Fisioterapia Ortopédica: exame, avaliação e intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2006. HOPPENFELD, S. Propedêutica Ortopédica: Coluna e Extremidades. Rio de Janeiro: Atheneu, ______. MAGEE, D. Avaliação Musculoesquelética. 4º ed. São Paulo: Manole, 2005. O’SULLIVAN, S. B. & SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. 5º ed. São Paulo: Manole, 2010. PERRY, J. Análise de Marcha. Vol. 1,2 e 3. São Paulo: Manole, 2005.
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