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arquitetura no SÉCULO XIX

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Arte, arquitetura e 
urbanismo no século XIX
Centro Universitário Facex
Curso de Arquitetura e Urbanismo
Disciplina História da Arquitetura e do Urbanismo 02
Professora Flávia Laranjeira Costa de Assis
flavialaranjeira@unifacex.edu.br
Contexto Histórico – Europa no século XIX
• Século XIX – século 
das revoluções.
• Fértil em 
levantes, insurreições, guerras 
civis contra a ordem 
estabelecida, em favor da 
liberdade, da democracia 
política ou social, da 
independência ou unidade 
nacionais.
• Liberalismo: movimento de 
reforma política.
• Início da abolição da 
escravatura/servidão ao redor 
do mundo.
“Liberdade nas barricadas” (Ferdinand 
Delacroix, 1830).
Contexto Histórico – Europa no século XIX
• Colapso dos grandes 
Impérios: Espanha, 
China, França, Sacro 
Império Romano, 
Mongóis
• Crescimento da 
influência dos novos 
Impérios: Russo, 
Germânico, Japonês, 
Norte-Americano 
(destaque para a 
Inglaterra)
• Conflitos militares, 
avanços científicos e 
exploração do território 
global
Neocolonialismo na África no final do século XIX.
Arquitetura Neoclássica (
• O espírito iluminista, aplicado ao repertório da tradição renascentista, recolhe 
naquelas formas dois motivos de validade: a correspondência com os modelos da 
arquitetura antiga, grega e romana, e a racionalidade das próprias formas 
assimiladas a elementos de construção:
• as colunas de sustentação vertical - o travejamento de sustentação horizontal -
as cornijas no cimo dos telhados - os tímpanos nos encontros entre dois planos 
de cobertura.
Panorama do interior de Panteão de Paris.
Panteão de Paris (1790)
Quarto da Rainha – Palácio Nacional D’Ajuda, Lisboa, 1794.
A Revolução Industrial
• Avanços na ciência e 
medicina permitem um 
grande crescimento da 
população mundial
• Invenção da locomotiva 
a vapor e do navio a 
vapor: aprimoramento 
dos sistemas de 
transporte de massa 
(para cargas e pessoas –
“encurtamento” das 
distâncias)
A Revolução Industrial
O Império Britânico passa a liderar o 
poder mundial e é o pioneiro na 
primeira Revolução Industrial.
• Chamamos de Revolução 
Industrial as transformações 
ocorridas na Europa Ocidental, 
entre os séculos XVIII e XIX, 
diretamente relacionadas à 
evolução do processo produtivo.
A Revolução Industrial
• Consolidação do poder político da burguesia
• Migração, superlotação das cidades e precárias condições de vida 
da classe trabalhadora próprias da Revolução Industrial
A Revolução Industrial
Reflexos na arquitetura:
• Novos modos de utilização do ferro, vidro e cimento: permitiram 
novas formas arquitetônicas, coberturas transparentes, grandes 
estruturas, vão livres maiores e balanços.
• Aumento da produção e 
exploração dos materiais
• Facilidade de transporte
• Qualidade estrutural (vãos 
maiores)
• Progresso no cálculo 
estrutural
• Economia de tempo e 
custo
• Formação de escolas 
especializadas
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Reflexos na arquitetura
• Novas metodologias de 
projeto configuram o espaço 
da sociedade moderna
• Engenheiros X Arquitetos: 
polêmica acirrada em Paris 
• Engenheiros:
• Pioneiros da 
funcionalidade técnica
• Estruturalistas
• Escola Politécnica
• Arquitetos:
• Conservadores da 
arquitetura “dos estilos”
• Decoradores
• Escola Belas Artes
Reflexos na arquitetura
• Novo método de projeto e 
execução: funcionalidade, 
economia e rapidez 
construtiva
• Elementos pré-fabricados 
(segmentos metálicos e 
lâminas de vidro) e 
modulados
• Três resultados estéticos:
• valorização da geometria 
do edifício
• volumetria transparente, 
mais vazios/menos cheios
• luminosidade semelhante 
à do ambiente externo
Joseph Paxton – Palácio de Cristal (Exposição 
Universal, Londres, 1851)
Ideia revolucionária : “Fazer arquitetura 
com procedimentos de engenharia” 
(ARGAN).
Montagem do Palácio de Cristal
H. Labrouste – Salão da Biblioteca Nacional
de Paris, 1858 – 1868.
V. Contamin e F. Dutert. Galeria das Máquinas 
em Paris – Exposição Universal 1889. Arcada 
de 108m.
G. Mengoni – Galeria Vitor Emanuel, Milão, 1865.
Acessos do Metro de Paris, por Hector Grimaud.
Arquitetura Eclética
“Ecletismo é o uso livre do passado” – C. D. Daly (1811-1893).
Grande Ópera de Paris, por Charles Garnier (1874)
Arquitetura Eclética
Grande Ópera de Paris, por Charles Garnier (1874)
A aparência dos 
edifícios e sua 
organização espacial 
adotam um 
repertório 
arquitetônico a 
partir de estilizações 
bastante 
modificadas dos 
exemplos de 
arquitetura do 
passado. As novas 
possibilidades 
técnicas da 
construção ficam 
escondidas atrás de 
formas estilísticas 
do passado.
Arquitetura Eclética
• Já na época, e em vários países, 
houve críticas a essa prática 
arquitetônica: os edifícios não 
tinham a mesma qualidade das 
arquiteturas que os construtores 
se propunham reproduzir; as 
características estéticas originais 
eram muito alteradas.
• Os novos edifícios criados com a 
Revolução Industrial (fábricas, 
gares de trem, centrais elétricas 
ou hidráulicas) eram 
“revestidos” com fachadas de 
castelos, câmaras municipais ou 
igrejas.
Grande Ópera de Paris, interior.
Origens do urbanismo moderno
“Como num formigueiro, aglomeravam-se ao redor das 
fábricas, ao longo de ruas imundas, nas quais o esgoto, que 
corria a céu aberto, e montanhas de lixo dominavam a 
paisagem. Epidemias proliferavam sem controle, e as 
condições desumanas de trabalho nas fábricas não mediam 
horas nem respeitavam idade.”
(GONÇALVES JR. et. al., 2006, p. 15-16) 
Industriali-
zação
Crescimento 
populacional
Migração 
campo-
cidade
CAOS 
URBANO
Pré-urbanismo Progressista
• Condições precárias de vida nas cidades: necessidade de criação 
de uma cidade “moderna”, ao mesmo tempo em que há a 
revalorização do campo e do modo de vida suburbano.
• Influência do racionalismo; 
• Direcionado para o futuro e baseado na ideia de progresso, 
mas nostálgico com relação à cidade existente antes da 
Revolução Industrial; 
• A ciência e a técnica como solução para os problemas 
urbanos; 
• Modelo aberto, com espaços verdes; 
• Separação das funções humanas; 
• Ênfase em um arranjo espacial visualmente agradável; 
• Preocupação com questão habitacional. 
Plano de expansão de Barcelona 
• Ildefonso Cerdá (Espanha, 1815-1876)
• Objetivos: aumentar a área total da cidade, permitindo sua 
expansão além dos limites da antiga muralha, e fornecer uma 
alternativa mais ordenada de ruas e quadras em comparação à 
confusa trama da do centro histórico de Barcelona; 
• Propõe um traçado que envolve o núcleo antigo de Barcelona, 
mantendo-o praticamente intacto. 
• A cidade funciona em torno do duplo conceito: movimento e repouso 
• Importância da quadra e do sistema viário na estrutura da cidade 
• A rua deve fornecer redes de infraestrutura, permitir o transporte e 
possibilitar a melhor aeração e iluminação das casas; 
• O sistema de transportes é elemento fundamental para funcionamento da 
cidade; 
• O plano deve possibilitar a extensão ilimitada da cidade, mantendo a união 
entre a cidade antiga e a nova zona de extensão. 
Plano de Expansão de Barcelona – Ildefonso Cerdá
Plano de Expansão de Barcelona – Ildefonso Cerdá
Plano de reforma de Paris
• George Haussmann (França, 1809-1891).
• Principais objetivos: 
• melhorar a circulação no interior da cidade, conectando os 
diversos bairros; 
• eliminar a insalubridade e a degradação dos bairros, através 
da ventilação, do acesso à luz e da arborização; 
•revalorizar e reenquadrar os monumentos, unindo-os através 
de eixos viários e criando efeitos de perspectiva. 
• Principais consequências:
• a introdução de um novo traçado de vias; 
• a reestruturação fundiária; 
• a construção de infraestrutura, equipamentos e espaços 
livres. 
Plano de reforma de Paris
• a cidade é retalhada por vias que surgem de pontos específicos, 
que são praças ou cruzamentos importantes, funcionando como 
rotatórias e abrigando monumentos ou edificações importantes; 
• a ocupação do território é baseada no quarteirão, resultante do 
traçado viário, o que gerou quarteirões com formas poligonais 
irregulares e triangulares; 
• pré-definição dos tipos arquitetônicos a serem utilizados e 
padronização de ornamentos, proporções das aberturas, 
materiais e revestimentos: o edifício não é autônomo e deve 
construir uma paisagem urbana junto com os outros imóveis; 
• destruição de 20 mil casas para construir mais de 40 mil entre 
1852 e 1870; criação de diversos novos parques; a construção 
de vias largas. 
Plano de Reforma de Paris – George Haussmann
Plano de Reforma de Paris – George Haussmann

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