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AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia TOXICOLOGIA APLICADA À FARMÁCIA Aula 07: Mutagênese, carcinogênese e teratogênese AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia Objetivos desta aula Definir os processos de mutagênese, carcinogênese e teratogênese; Conhecer os testes in vitro e in vivo de mutagênese – teste de Ames, carcinogênese e teratogênese; Compreender os fatores de risco para a mutagênese, carcinogênese e teratogênese. AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia I - Mutagênese Mutação – Definição É uma alteração súbita do material genético, que pode ser transmitida à descendência dependendo da linhagem celular em que ocorra. São eventos raros que ocorrem espontaneamente e ao acaso. Taxa de mutação – número de mutações por gameta, por geração. O DNA tem um mecanismo rígido de controle de sua fidelidade (menos de um erro a cada 109 nucleotídeos). AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia I - Mutagênese Organismos unicelulares AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia I - Mutagênese Seres humanos AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia I - Mutagênese Cariótipo AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia I - Mutagênese Mutação induzida: Os compostos podem ser clastogênicos, quando induzem aberrações cromossômicas estruturais ou aneugênicos, quando estão relacionados às aberrações cromossômicas numéricas. Aberrações Cromossômicas Estruturais: As alterações na estrutura dos cromossomos ocorrem devido a quebras no material genético, que tende a se ressoldar e consequentemente podem ocorrer falhas. As causas associadas a essas quebras incluem radiação, substâncias químicas como os metais pesados, por exemplo. AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia II - Alterações cromossômicas Aseguir estão listados os principais tipos de rearranjos cromossômicos: • DELEÇÃO – perda de um segmento do cromossomo. • INVERSÕES – quando um segmento do cromossomo originado de duas quebras sofre rotação de 180º e é ressoldado. Quando a inversão envolve o centrômero é denominada pericêntrica. Quando não envolve o centrômero é denominada paracêntrica. • DUPLICAÇÃO – quando um segmento de um cromossomo apresenta -se duplicado. • TRANSLOCAÇÃO – troca de segmentos entre cromossomos não homólogos. AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia II - Alterações cromossômicas Cromossomo Filadélfia – característico da Leucemia mieloide crônica. AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia II - Alterações cromossômicas Aberrações Cromossômicas Numéricas Síndrome de Down – Trissomia do cromossomo 21 47, XX ou XY +21 AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia III- Mutação induzida Agentes mutagênicos Agentes Físicos – São representados pelos diferentes tipos de radiações: - radiação ionizante – raios X, gama e partículas atômicas; - ultravioleta. Agentes Químicos Agentes de ação direta sobre as bases. ex. ácido nitroso (HNO2) causa desaminação oxidativa da adenina, citosina e guanina. Modificações nas propriedades das pontes de H levam a transições: G-C A-T e A-T G-C AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia III- Mutação induzida Agentes Químicos: Agentes Alquilantes AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia III- Mutação induzida Agentes Químicos: Agentes Alquilantes AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia III- Mutação induzida Agentes Químicos Agentes Intercalantes Ex: Brometo de Etídio, benzopireno Antibióticos Citostáticos AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia III- Mutação induzida Agentes Químicos Agentes Intercalantes Ex: Brometo de Etídio, benzopireno Antibióticos Citostáticos AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia III- Mutação induzida Agentes Químicos Antimetabólitos (Análogos estruturais) AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia III- Mutação induzida Agentes Químicos Antimetabólitos (Análogos estruturais) AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia IV- Estudos de genotoxicidade Definição/Objetivo: Os estudos de genotoxicidade são testes in vitro e in vivo desenhados para detectar o potencial das substâncias sob investigação de causar mutações gênicas e alterações cromossômicas. Opções de estudos a serem realizados: 1. Teste para mutação gênica em bactéria, normalmente recomenda-se a utilização de linhagens de Salmonella typhimurium ou em Escherichia coli, para detectar mudanças nos sítios de Guanina-Citosina (G- C) ou detecção de pontos de mutação nos sítios de Adenina-Timina (A-T); 2. Teste citogenético para avaliação de dano cromossômico (teste de aberrações cromossômicas in vitro ou teste de micronúcleo in vitro) ou um teste in vitro de mutação gênica em células tk de linfoma de camundongo; 3. Teste in vivo para genotoxicidade, geralmente um teste de dano cromossômico em células hematopoiéticas de roedores, podendo ser micronúcleos ou aberrações cromossômicas. 4. Avaliação de genotoxicidade in vivo em dois tecidos, geralmente um teste de micronúcleo em células hematopoiéticas de roedores e um segundo ensaio in vivo. AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia V- Carcinogênese Definição – Chama-se carcinogênese o processo de conversão de uma célula normal em uma célula maligna, sendo que os agentes indutores desse processo são denominados carcinógenos. Usualmente é necessária a exposição repetida aos carcinógenos para que haja o desenvolvimento de tumores malignos. Qualquer que seja a causa, o câncer é basicamente uma doença de células, caracterizada por um desvio nos mecanismos de controle que dirigem a proliferação e a diferenciação. As alterações que ocorrem são de natureza: • Genética (mutação); • Epigenética (alteração no padrão de expressão gênica decorrente de outros fatores que não mutação). Os carcinógenos podem ser de três tipos: carcinógenos químicos, radiações e vírus. AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia V- Carcinogênese Os ONCOGENES codificam fatores de crescimento específicos e seus receptores, podendo ser ampliados (aumento do número de cópias gênicas) ou modificados por um único nucleotídio nas células malignas. Outra classe de genes, GENES SUPRESSORES TUMORAIS, pode sofrer deleção ou lesão, com consequente alteração neoplásica. Foi demonstrado que um gene isolado desta classe, o gene p53, sofreu uma mutação de um gene supressor tumoral em um oncogene em elevada percentagem de casos de tumores humanos, incluindo fígado, mama, cólon, pulmão, colo uterino, bexiga, próstata e pele. AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia V- Carcinogênese Se houver qualquer lesão do DNA, as ações do gene supressor tumoral (p53) interrompem o ciclo no ponto de controle 1, permitindo o seu reparo. Se o reparo falhar, ocorre desencadeamentodo processo de apoptose. AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia V- Carcinogênese As células que sofrem transformação neoplásica geralmente expressam antígenos de superfície celular que parecem ser do tipo fetal normal; além disso, apresentam outros sinais de imaturidade aparente e podem exibir anormalidades cromossômicas qualitativas ou quantitativas, incluindo diversas translocações e o aparecimento de sequências gênicas amplificadas. Fatores de risco para a doença: • Fatores extrínsecos ou fatores ambientais; • Fatores intrínsecos decorrentes da constituição genética, ou o risco herdado pelo indivíduo. Rang et al, 2012 AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia V- Carcinogênese Oga et al, 2008 AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia V- Carcinogênese GOMES-CARNEIRO, M. R.; RIBEIRO-PINTO, L. F. & PAUMGARTTEN, F. J. R. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 13(Supl. 1):27-38, 1997 AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia VI- Teratogênese Teratologia é o ramo da ciência médica preocupada com o estudo da contribuição ambiental ao desenvolvimento pré-natal alterado. Um agente teratogênico é definido como qualquer substância, organismo, agente físico ou estado de deficiência que, estando presente durante a vida embrionária ou fetal, produz uma alteração na estrutura ou função da descendência. A identificação da síndrome da rubéola congênita em 1941 derrubou a ideia de que a placenta era uma barreira eficaz de proteção contra organismos exógenos. O fato mais marcante foi a tragédia da talidomida no início da década de 1960, introduzida no mercado como sedativa e hipnótica e utilizada para náuseas e vômitos durante a gestação, levou ao nascimento de crianças mal formadas. AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia VI- Teratogênese AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia VI- Teratogênese As causas de malformações congênitas podem ser fatores genéticos ou exposições aos agentes teratógenos (agentes químicos, físicos e biológicos). Esses danos podem tanto ter uma causa genética como ambiental e, muitas vezes, uma combinação das duas (etiologia multifatorial). Estima-se que cerca de 15% de todas as gestações reconhecidas terminem em aborto e que de 3 a 5% de todos os recém-nascidos vivos apresentem algum defeito congênito. Os danos reprodutivos na espécie humana podem ser agrupados em classes principais: 1. Morte do concepto; 2. Malformações; 3. Retardo de crescimento intrauterino; 4. Deficiências funcionais, incluindo-se aqui o retardo mental. AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia VI- Teratogênese A ação de um agente teratogênico sobre o embrião ou feto em desenvolvimento depende de diversos fatores, destacando-se: 1. estágio de desenvolvimento do concepto; 2. relação entre dose e efeito; 3. genótipo materno-fetal; 4. mecanismo patogênico específico de cada agente. Oga et al, 2008 AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia VI- Teratogênese Drogas teratogênicas humanas • Droga: Anormalidade • Talidomida: Focomelia e múltiplos defeitos. • Agentes antineoplasicos (metotrexato): Múltiplos defeitos, morte fetal. • Andrógenos: Defeitos dos membros do esôfago e cardíacos. • Progestinas: Virilização do feto feminino. • Estilbestrol: Carcinoma vaginal na prole adolescente do sexo fem. • Tetraciclinas: Retardo do crescimento ósseo, pigmentação e deformação dos dentes. • Varfarina: Defeitos no nariz olhos e mãos, retardo do crescimento. • Fenitoína: Lábios leporinos/fenda palatina. • Fenobarbital: Várias más formações. AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia VI- Teratogênese AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia VI- Teratogênese Testes de Teratogenicidade Testes de segmento I – ação do agente sobre a fertilidade e reprodutividade do animal. Testes de segmento II – testes de teratogenicidade propriamente ditos. Tratamento durante o período organogênico. Testes de segmento III – estudos relativos à exposição materna durante o período peri e pós-natal. Oga et al., 2008 AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia Saiba mais - referências Bibliografia Básica LARINI, L. Toxicologia. 3. ed. São Paulo: Manole, 1997. OGA, S. Fundamentos de Toxicologia. 3. ed. São Paulo: Ateneu Editora, 2008. AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia Saiba mais - referências Bibliografia Complementar ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia para a condução de estudos não clínicos de toxicologia e segurança farmacológica necessários ao desenvolvimento de medicamentos. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/351410/Guia%2 Bde%2BEstudos%2BN%25C3%25A3o%2BCl%25C3%25ADnicos %2B-%2Bvers%25C3%25A3o%2B2.pdf/0afb3f3b-7a32-4232- a7e2-de8ef460c9f7 Acesso em: 05 jan. 2017. ANDRADE FILHO, A.; CAMPOLINA, D.; DIAS, M. B. Toxicologia na prática clínica. Belo Horizonte: Folium, 2001 BRUNTON, L., CHABNER, B.A., KNOLLMANN, B.C. Bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. 12. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2012 AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia Saiba mais - referências Bibliografia Complementar GOMES-CARNEIRO, M. R.; RIBEIRO-PINTO, L. F. & PAUMGARTTEN, F. J. R. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 13 (Supl. 1): 27-38, 1997 KATZUNG, B.G., MASTERS, S.B., TREVOR A.J. Farmacologia básica e clínica. 12ª.ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2013. KLAASSEN, C.D. Casarett. Doull's Toxicology: The Basic Science of Poisons. 8th Edition. Mc Graw Hill Education, 2013. KLAASSEN, C.D.; WATKINS, J.B. Fundamentos de toxicologia em Casarett e Doulls. Rio de Janeiro: McGraw Hill, 2012. AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia Saiba mais - referências Bibliografia Complementar MOREAU, R. L. Toxicologia Analítica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. MICHEL, O.R. Toxicologia Ocupacional. Rio de Janeiro: Revinter, 2008. RANG, H.P., DALE, M.M., RITTER, J.M., FLOWER, R.J., HENDERSON, G. Farmacologia. 7ª.ed. Campus - Elsevier, 2012. AULA 07: MUTAGÊNESE, CARCINOGÊNESE E TERATOGÊNESE Toxicologia aplicada à farmácia VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Definir a área de toxicologia social e compreender as principais classes de substâncias envolvidas nesta área; Definir e compreender o processo de farmacodependência desenvolvido no organismo por estas substâncias; Definir e compreender o sistema recompensa do sistema nervoso central. Saber localizá-lo e suas principais atribuições; Compreender o reforço primário e o reforço secundário. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.