Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Segundo Howland, “A via de administração é determinada primariamente pelas propriedades do fármaco (p. ex., hidro ou lipossolubilidade, ionização, etc.) e pelos objetivos terapêuticos (p. ex., a necessidade de um início rápido da ação ou a necessidade de administração por longo tempo ou restrição de acesso a um local específico).” 2 A via enteral é composta por todas as administrações que utilizam o trato gastrintestinal para introduzir o fármaco no organismo. A via parenteral é composta por todas as administrações que não utilizam o trato gastrintestinal para introduzir o fármaco no organismo. 3 Um mesmo Fármaco pode produzir diferentes resultados dependendo da via de administração: Naloxona: Via parenteral: um fármaco usado para reverter estado de coma e depressão respiratória nas intoxicações opiáceas Via Oral: usado para tratar constipações sob terapia da dor com opiáceos 4 Modo de administração e progressão temporal da concentração do fármaco 5 A biodisponibilidade varia conforme a via de administração A concentração plasmática do fármaco varia com o tempo e depende da dose administrada e da vida de administração 6 PRINCIPAIS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: Oral Sublingual Retal Superfícies epiteliais: pele, córnea, vagina e mucosa nasal Inalação Injetável Subcutânea Intramuscular Intravenosa Intratecal Intravítrea 7 ADMINISTRAÇÃO ORAL Em geral, 75% dos fármacos administrados oralmente são absorvidos de 1 a 3 horas, mas alguns fatores alteram essa absorção. Fatores que afetam a absorção gastrointestinal: Conteúdo intestinal (alimento, jejum, etc.) Motilidade gastrointestinal Fluxo sanguíneo esplâncnico Tamanho da partícula e formulação Fatores físico-químicos Interações entre fármacos 8 Administração por via oral: liberação e absorção dos fármacos 9 10 Absorção de fármacos no trato gastrointestinal em função do pKa para ácidos e bases - Ácidos e bases fracos são bem absorvidos; Ácidos e bases fortes são pouco absorvidos 11 Variações na absorção oral de diferentes formulações de digoxina O tamanho da partícula e a formulação exercem importantes efeitos sobre a absorção (apesar do conteúdo de digoxina ser o mesmo). Via oral - Via de administração mais comum; - mais conveniente e econômica; via mais segura: possibilidade do uso de lavagem gástrica em caso de intoxicação; - O epitélio do intestino possui uma área de superfície extremamente grande, ele é fino e tem baixa resistência elétrica e sua principal função é facilitar a absorção de nutrientes; O estômago é revestido por uma membrana espessa, coberta de muco, com pequena área de superfície e alta resistência elétrica; - padrão de absorção variável; - efeito de 1a passagem/ metabolização pré-sistêmica; - ↓ biodisponibilidade; 12 Via oral - tempo de esvaziamento gástrico (quanto mais rápido chega ao intestino, mais rápido é absorvido); - interações medicamentosas: Leite e tetraciclina - Os íons divalentes e trivalentes (Ca2+, Mg2+, Fe2+ e Fe3+) presentes no leite são capazes de formar quelatos não absorvíveis com as tetraciclinas. anticoncepcionais orais e antibióticos Rifampicina: indução do sistema microssomal hepático, intensificando o metabolismo dos anticoncepcionais. Há relatos que descrevem a continuidade da ovulação, sangramentos e a falha na contracepção em pacientes que usavam concomitantemente Rifampicina e anticoncepcional oral. A biodisponibilidade do etinilestradiol diminuiu 62,5 %, no estudo. 13 14 15 Indução enzimática É uma elevação dos níveis de enzimas (como o complexo Citocromo P450) ou da velocidade dos processos enzimáticos, resultantes em um metabolismo acelerado do fármaco. A indução enzimática: • Aumenta a velocidade de biotransformação hepática do fármaco; • Aumenta a velocidade de produção dos metabólitos; • Aumenta a depuração hepática do fármaco; • Diminui a meia-vida sérica do fármaco; • Diminui as concentrações séricas do fármaco livre e total; • Diminui os efeitos farmacológicos se os metabólitos forem inativos. 16 Inibição enzimática Caracteriza-se por uma queda na velocidade de biotransformação, resultando em efeitos farmacológicos prolongados e maior incidência de efeitos tóxicos do fármaco. Esta inibição em geral é competitiva. Pode ocorrer, por exemplo, entre dois ou mais fármacos competindo pelo sítio ativo de uma mesma enzima. A inibição das enzimas microssomais hepáticas: • Diminui a velocidade de produção de metabólitos; • Diminui a depuração total; • Aumenta a meia-vida plasmática do fármaco; • Aumenta as concentrações séricas do fármaco livre e total; • Aumenta os efeitos farmacológicos se os metabólitos forem inativos. 17 álcool O Fenobarbital é um potente indutor da família CYP3A, apenas como exemplo, o paracetamol, diazepam, sulfametoxazol, espironolactona, etinilestradiol, fentanila e budesonida são metabolizados por esta mesma subfamilia, logo, o fernobarbital pode reduzir, gradativamente, o efeito destes fármacos. Fatores que alteram a biodisponibilidade - Propriedade ligada à extensão e à velocidade do acesso de um fármaco à circulação sistêmica Depende da via de administração Interferem na biodisponibilidade oral: baixa solubilidade; instabilidade química; absorção incompleta no TGI; biotransformação; formulação do medicamento; características do paciente; ligação a proteínas plasmáticas; interação medicamentosa. 18 19 Medicamentos que devem ser tomados com o estômago vazio: – Norfloxacino, Captopril, Omeprazol, Cefalexina, Cefadroxila, Azitromicina, Doxiciclina, Loratadina, Sulfato ferroso, Rifampicina, Ciprofloxacino (pode ser tomado com refeições leves, desde que não contenham leite e derivados) – Estômago vazio é considerado quando se está em jejum, ou 1 hora antes ou 2 após as refeições. • Medicamentos que devem ser tomados com alimentos (estômago cheio): – Cetoconazol, Itraconazol, Hidralazina, Pentoxifilina, Predinisona, Valproato de sódio, Carbamazepina, Propranolol • Medicamentos que podem ser tomados com o estômago cheio ou vazio: – Alopurinol, Amoxicilina, Amiodarona, Diclofenaco 20 ADMINISTRAÇÃO SUBLINGUAL É especialmente útil quando o fármaco é instável no pH gástrico ou rapidamente metabolizado pelo fígado; Os medicamentos são colocados embaixo da língua para os fármacos serem absorvidos pelos pequenos vasos ali situados; Possui efeitos terapêuticos poucos minutos após a administração; Evita efeito de primeira passagem; A maioria dos medicamentos não pode ser administrada por essa via; Pequenas doses; Paciente não deve deglutir; Ideal para fármacos de emergência. 21 22 Mononitrato de isossorbida (20 ou 40 mg): elevada biodisponibilidade oral Dinitrato de isossorbida 5mg Intenso metabolismo de primeira passagem * Dois medicamentos só podem ser intercambiáveis se forem bioequivalentes. Monitrato de isossorbida e dinitrato de isossorbida não são bioequivalentes e portanto, não podem ser intercambiáveis. Há diferenças farmacocinéticas importantes entre estes dois nitratos. Indicado para o tratamento da angina do peito e insuficiência cardíaca. 23 ADMINISTRAÇÃO CUTÂNEA A pele (cútis ou tez), em anatomia, é o órgão integrante do sistema tegumentar (junto ao cabelo e pêlos, unhas, glândulas sudoríparas e sebáceas), que tem por principais funções a proteção dos tecidos subjacentes, regulação da temperatura somática, reserva de nutrientes e ainda conter terminações nervosas sensitivas. • A pele é o revestimento externo do corpo, considerado o maior órgão do corpo humano. • Compõe-se da pele propriamente dita e da tela subcutânea. • A pele apresenta três camadas: a epiderme, a derme e o hipoderme subcutâneo (tecnicamente externo à pele, mas relacionado funcionalmente). • Há ainda vários órgãosanexos, como folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas. 24 25 A pele é praticamente idêntica em todos os grupos étnicos humanos. Nos indivíduos de pele escura, os melanócitos produzem mais melanina que naqueles de pele clara, porém o seu número é semelhante. A pele é responsável pela termorregulação, pela defesa, pela percepção e pela proteção. As preparações farmacêuticas aplicadas sobre a pele têm o propósito de mantê-la ou de protegê-la de influências externas nocivas ou permitir que um componente ativo da formulação tenha acesso ao interior da pele, ou, se apropriado, à circulação geral. 26 Via transdérmica: para absorção sistêmica Alguns medicamentos podem ser administrados pela aplicação de um emplastro à pele. Essas substâncias, às vezes misturadas a um agente químico, que facilita a penetração cutânea, atravessam a pele e chegam à corrente sanguínea. A via transdérmica permite que o medicamento seja fornecido de forma lenta e contínua, durante muitas horas ou dias, ou mesmo por mais tempo. Apenas medicamentos que devem ser administrados em doses diárias relativamente pequenas podem ser dados por esta via. Alguns exemplos são: nitroglicerina (para angina), escopolamina (contra o enjoo de viagem), nicotina (para a cessação do fumo), clonidina (contra a hipertensão) e fentanil (para o alívio da dor). 27 ADMINISTRAÇÃO RETAL É a introdução de medicamento no reto, em forma de supositórios ou clister medicamentoso. Empregada para administração de ação local ou sistêmica; O revestimento fino do reto e a irrigação sanguínea abundante permitem uma absorção rápida do fármaco; 50% do fluxo venoso retal tem acesso à circulação porta (efeito de primeira passagem); Vantagens: - Pode ser usada quando o paciente não podem ingerir medicamentos - Boa opção para uso pediátrico - Parte do medicamento não sofre efeito de primeira passagem - Não produz irritação gástrica 28 Desvantagens: Podem desencadear reflexo de defecação Absorção errática e irregular Aversão por esta via Pode irritar a mucosa anal Recomendado: 29 VIA NASAL Vantagens: – Para efeitos locais, minimiza a ocorrência de efeitos adversos – Evita o efeito de primeira passagem – Absorção relativamente rápida para alguns fármacos Desvantagens: – Absorção pobre e errática – Irritação local e alergias 30 ADMINISTRAÇÃO INALATÓRIA A inalação de um aerossol, gás ou vapor permite aplicar o fármaco na mucosa brônquica e, em menor quantidade, nas membranas alveolares. Essa via pode ser utilizada quando se deseja o efeito do fármaco na musculatura lisa brônquica ou na consistência do muco brônquico. Pode também ser empregada visando a absorção alveolar e obtenção de efeitos sistêmicos (ex. anestésicos inalatórios). 31 32 VIAS PARENTERAIS Subcutânea Intramuscular Intravenosa/endovenosa Intratecal Intravítrea 33 34 Absorção é mais lenta do que a via intramuscular Pequena vascularização Várias barreiras teciduais (difusão passiva) ADEQUAÇÕES: fármacos não irritantes formas sólidas de desintegração lenta ADMINISTRAÇÃO SUBCUTÂNEA (SC) 35 ADMINISTRAÇÃO INTRAMUSCULAR (IM) A via parenteral intramuscular é utilizada para a administração de fármacos irritantes uma vez que o músculo profundo possui poucas terminações nervosas. A absorção no tecido muscular é mais rápida do que no tecido adiposo porque o tecido muscular é bem mais vascularizado. Evita metabolismo de primeira passagem. Fármacos sensíveis ao TGI. Desvantagens: dor, abscesso, desconforto, reações alérgicas, lesão celular, hematoma. Soluções aquosas: absorção rápida Suspensões/Emulsões: absorção lenta 36 ADMINISTRAÇÃO INTRAVENOSA (IV) A administração parenteral endovenosa é indicada quando há a necessidade de uma ação rápida do medicamento ou porque outras vias não são ideais Possibilidade de administração de grandes volumes Rápida obtenção da concentração plasmática terapêutica Biodisponibilidade 100% Efeito imediato Menor segurança Somente para soluções aquosas Não há possibilidade de remoção * Riscos: superdosagem, sensibilidade individual, infecções, trombose venosa. 37 ADMINISTRAÇÃO INTRATECAL Espaço subaracnoideano e ventrículos cerebrais INDICAÇÕES: Raquianestesias Infecções agudas do SNC Atravessar a barreira hematoencefálica - Pouco ou nenhum fármaco na corrente sanguínea 38 39 Com o intuito de oferecer maior concentração “dentro do olho”, intravítrea, e também diminuir os efeitos colaterais sistêmicos caso estas medicações fossem injetadas intravenosamente, estudou-se a concentração adequada para a injeção intravítrea. Sendo assim, esta via de administração o efeito máximo desejado da medicação com reduzidos ou ausentes efeitos adversos sistêmicos. Atualmente está amplamente difundida pelo mundo sendo milhares delas realizadas a cada dia para tratamento das mais diversas doenças da retina. ADMINISTRAÇÃO INTRAVÍTREA 40
Compartilhar