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1 UE I – aula 4 Vias de administração dos medicamentos 27/04/2021 - Prof. Carlos Eduardo Macedo DEFINIÇÕES • MEDICAMENTOS: é toda substância que, introduzida no organismo, vai atender a uma finalidade terapêutica - Finalidades: preventiva (vacinas), paliativa (analgésico), curativa (antibiótico), substitutiva (insulina) - produto farmacêutico, uma forma farmacêutica que contém o fármaco, geralmente em associação com adjuvantes • FÁRMACOS: substância química conhecida e de estrutura química definida dotada de propriedade farmacológica. Sinônimo de princípio ativo ONDE AGEM? • Local: agem no local de aplicação • Geral ou sistêmica: circulam na corrente sanguínea e seu efeito atinge determinados órgãos, tecidos ou todo o organismo FARMACOCINÉTICA • Estuda o caminho percorrido pelo fármaco no organismo • Estudo do movimento de uma substância química, em particular, um fármaco no interior de um organismo vivo • Processos farmacocinéticos: 1. Absorção 2. Distribuição 3. biotransformação ou metabolização 4. Excreção ABSORÇÃO • DEFINIÇÃO: É a transferência de um fármaco desde o seu local de administração até a circulação sanguínea • A velocidade e a eficiência da absorção vão depender entre outros fatores da vida de administração LOCAIS DE ABSORÇÃO DE MEDICAMENTOS • Trato gastrointestinal: mucosa bucal, gástrica, intestino delgado, retal • Trato respiratório: mucosa nasal, traqueal brônquica, alvéolos pulmonares • Pele • Regiões subcutânea, intramuscular endovenosa • Mucosa geniturinária: mucosa vaginal, uretral 2 UE I – aula 4fatores que afetam a biodisponibilidade • Mucosa conjuntival • a droga que não está ligada a uma proteína plasmática é a que terá efeito FATORES QUE AFETAM A BIODISPONIBILIDADE • pH do trato gastrointestinal • velocidade de esvaziamento estomacal • dieta • doenças • formulação: agentes solubilizantes, lubrificantes, etc... • fatores químicos: reações • fatores físico-químicos: precipitações, complexos, polimorfismo • fatores tecnológicos: excipientes, processos de fabricação • forma farmacêutica • tamanho das partículas EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM E CIRCULAÇÃO ENTERO-HEPÁTICA • As substâncias absorvidas pelo TGI caem na circulação porta hepática, sendo biotransformadas (metabolizadas) pelo fígado antes da distribuição. Podem ser secretadas pela bile, sendo excretadas ou reabsorvidas pelo ciclo entero-hepática, o que altera a biodisponibilidade • Biodisponibilidade: fração da droga administrada por via oral que alcança a circulação sistêmica • Codeína necessita do efeito de primeira passagem → transforma-se em morfina DISTRIBUIÇÃO • É a passagem de um fármaco da corrente sanguínea para os tecidos. A distribuição é afetada por fatores fisiológicos e pelas propriedades fisicoquímicas das substâncias. Os fármacos pouco lipossolúveis, por exemplo, possuem baixa capacidade de permear membranas biológicas, sofrendo assim restrições em sua distribuição. Já as substâncias muito lipossolúveis podem se acumular em regiões de tecido adiposo, prolongando a permanência do fármaco no organismo. Além disso, a ligação às proteínas plasmáticas pode alterar a distribuição do fármaco, pois pode limitar o acesso a locais de ação intracelular Depende: • Da carga elétrica: fármacos ionizados tem dificuldade em atravessar o endotélio vascular e assim atingir outras regiões do organismo • Estabilidade química: formas instáveis quimicamente podem ser biotransformadas em produtos de baixa permeabilidade capilar 3 UE I – aula 4modelo de 3 compartimentos • PH e PKA: fatores que afetam diferentemente o grau de ionização dos fármacos, como por exemplo, substância ácida em meio alcalino, tende a se ionizar e consequentemente sua passagem pela membrana fica mais dificultada • Afinidade a proteínas plasmáticas: a taxa de ligação a proteínas determina quanto de fármaco vai permanecer livre e apto a se distribuir para outros compartimentos, e quanto de fármaco vai permanecer ligado, como fração de reserva nas proteínas MODELO DE 3 COMPARTIMENTOS DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS – ÓRGÃOS 1. Primeira fase • Inicialmente, fígado, rins, pulmões, cérebro e outros órgãos com boa perfusão recebem a maior parte do fármaco • A liberação para músculos, maior parte das vísceras, pele e gordura, é mais lenta BIOTRANSFORMAÇÃO OU METABOLISMO • É a transformação do fármaco em outra substância, por meio de alterações químicas, geralmente sob ação de enzimas inespecíficas. A biotransformação ocorre principalmente no fígado, nos rins, nos pulmões e no tecido nervoso • Entre os fatores que podem influenciar o metabolismo dos fármacos estão a idade, a raça e fatores genéticos, além da indução e da inibição enzimáticas • TOLERÂNCIA: dessensibilização dos receptores DEFINIÇÕES IMPORTANTES • Indução enzimática: é uma elevação dos níveis de enzimas (como o complexo citocromo P450) ou da velocidade dos processos enzimáticos, resultantes em um metabolismo acelerado do fármaco. Alguns fármacos têm a capacidade de aumentar a produção de enzimas ou de aumentar a velocidade de reação das enzimas. Como exemplo, podemos citar o fenobarbital, um potente indutor que acelera o metabolismo de outro fármacos quanto estes são administrados concomitantemente • Inibição enzimática: caracteriza-se por uma queda na velocidade de biotransformação, resultando em efeitos farmacológicos prolongados e maior incidência de efeitos tóxicos do fármaco. Esta inibição em geral é competitiva. Pode ocorrer, por exemplo, entre duas sou mais drogas competindo pelo sítio ativo de uma mesma enzima • Metabólito: é o produto da reação de biotransformação de um fármaco. Os metabólitos possuem propriedades diferentes das drogas originais. Geralmente apresentam atividade farmacológica reduzida e são compostos mais hidrofílicos, portanto, mais facilmente eliminados. Em alguns casos, podem apresentar alta atividade biológica ou propriedades tóxicas CITOCROMO P450 • Principal mecanismo para a metabolização de produtos endógenos e xenobióticos • Importante fonte de variabilidade inter-individual no metabolismo de drogas • Envolvido no mecanismo de interação entre as drogas • Relacionado a efeitos tóxicos de determinados fármacos EXCREÇÃO E ELIMINAÇÃO • É a retirada do fármaco do organismo, seja na forma inalterada ou na de metabólitos ativos e/ou inativos. A eliminação ocorre por diferentes vias e varia conforme as características físico-químicas da substância a ser excretada VIA ORAL • Vantagens: facilidades de administração, menos dispendiosa • Contraindicação: náuseas, vômitos, diarreias, dificuldades para engolir VIA SUBLINGUAL 4 UE I – aula 4vias parenterais • Absorção veias abaixo da língua – direto para a circulação, sem efeito de primeira passagem • Exemplos: nitratos para angina VIAS PARENTERAIS • O termo provém do grego “para” (ao lado) e “enteros” do (tubo digestivo), significando a administração de medicamentos “ao lado do tubo digestivo” ou sem utilizar o trato gastrointestinal • Vias principais: intradérmica, subcutânea, intramuscular, intravenosa ou endovenosa • Outras vias: intra-arterial (tratamento de carcinomas, drogas vasodilatadoras e drogas trombolíticas, tratamento de embolia), intracardíaca (adrenalina), intra-araquídea (raqui-anestesia), intraperitoneal, intra-óssea, intra- articular, intrasinovial VIA INTRADÉRMICA • Via muito restrita – pequenos volumes – de 0,1 a 0,5 ml usada para reações de hipersensibilidade • Provas de PPD (tuberculose), Schick (difteria) • Sensibilidade de algumas alergias • Fazer desensibilização e auto vacinas • Aplicação de BCG (vacina contra tuberculose) – na inserção inferior do músculo deltoide VIA SUBCUTÂNEA• A medicação é introduzida na tela subcutânea (tecido subcutâneo ou hipoderme) • Absorção lenta, através dos capilares, de forma contínua e segura • Usada para administração de vacinas (anti-rábica e anti- sarampo), anticoagulamentes (heparina) e hipoglicemiantes (insulina) • Obs: o volume não pode passar de 3ml VIA INTRAMUSCULAR • Muito utilizada, devido absorção rápida: • Músculo escolhido deve ser bem desenvolvido, ter facilidade de acesso, não possuir vasos de grande calibre, não ter nervos superficiais no seu trajeto • Volume injetado: região deltoide (de 2 a 3ml), região glútea (de 4 a 5 ml), músculo da coxa (de 3 a 4 ml) VIA ENDOVENOSA • Introdução de medicação diretamente na veia • Aplicação: membros superiores, evitar articulações, melhor local: face anterior do antebraço “esquerdo” • Indicações: necessidade de ação imediata do medicamento, necessidade de injetar grandes volumes – hidratação, introdução de substâncias irritantes de tecidos • Terapia infusional: I Bolus → o mais rápido que o vaso aguentar. Refere-se à administração de uma medicação, com objetivo de aumentar rapidamente a sua concentração no sangue para um nível eficaz. Em termos práticos, medicações administradas em menos de um minuto são ditar como feitas em bolus II Infusão lenta → medicamento deve ser administrado conforme recomendado ou 1 ml/min caso não exista informação disponível. Na administração em bolus os efeitos adversos ocorrem ao mesmo tempo e velocidade que os efeitos terapêuticos. Na administração lenta podemos interromper imediatamente a administração caso seja observada qualquer reação. Exemplo: fenitoína e Diazepam administradas em tempo mais prolongado III infusão rápida → é a administração IV realizada entre 1 e 30 min. Seringa (infusões em tempos menores), bureta (infusões em tempo maior que 10 minutos) IV infusão contínua → realizada em tempos maiores que 60 min, ininterruptamente V administração intermitente → não contínua, por exemplo de 6 em 6 horas. Para este tipo de terapia é importante a preocupação com manutenção da permeabilidade do cateter que permanecerá fechado nos intervalos da medicação VIA INTRA-ÓSSEA • A obtenção de uma via venosa em crianças e adultos em estado crítico, tem como alternativa a via IO, quando a primeira não for estabelecida num curto prazo ou após três tentativas 5 UE I – aula 4via subaracnóidea e peridural • Nos ossos longos, os sinusóides da medula óssea drenam para canais venosos que levam o sangue ao sistema venoso, a vantagem anatômica da medula óssea é seu funcionamento como uma veia rígida que não colaba em estado de hipovolemia e no choque circulatório periférico, • Assim, a via IO tem sido usada com eficácia como via de emergência na parada cardiorrespiratória, nos choques hipovolêmicos e séptico, queimaduras graves, estados epiléticos prolongados e desidratação intensa principalmente em crianças VIA SUBARACNÓIDEA E PERIDURAL
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