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TRABALHO DIREITO CIVIL

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FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS
APLICADAS DO ARAGUAIA – FACISA
COORDENADORIA DO CURSO DE DIREITO
ADEMIR MACIEL DOS SANTOS
ANA PAULA CÂNDIDA
ÁBBIA PRISCILLA GOMES DE ANDRADE
JULIA DA SILVA BUTTNER
CONTRATOS:
DE SEGURO, DE DEPÓSITO E DE EMPREITADA
Barra do Garças – MT
Novembro – 2017
ADEMIR MACIEL DOS SANTOS
ANA PAULA CÂNDIDA
ÁBBIA PRISCILLA GOMES DE ANDRADE
JULIA DA SILVA BUTTNER
CONTRATOS:
DE SEGURO, DE DEPÓSITO E DE EMPREITADA
Trabalho sobre Os Contratos: de Seguro, de Depósito e de Empreitada apresentado a Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais Aplicadas do Araguaia – FACISA, no curso de Direito, na disciplina de Direito Civil - Contratos, ministrada pelo professor Rafael Azolini.
Barra do Garças – MT
Novembro – 2017
CONTRATOS:
DE SEGURO, DE DEPÓSITO E DE EMPREITADA
RESUMO: A palavra contrato vem do latim contractu, que significa tratar com. Nada mais é do que a junção de interesses de pessoas sobre determinada coisa. Ou seja, é o acordo de vontades visando criar, modificar ou extinguir um direito. Em outras palavras, o contrato é mútuo consenso de duas ou mais pessoas sobre o mesmo objeto. Atualmente, o contrato, independente de sua espécie, é caracterizado como negócio jurídico com a finalidade de gerar obrigações entre as partes. Além disso, norteia três princípios fundamentais: autonomia das vontades, supremacia da ordem pública e obrigatoriedade. Da mesma forma, para que o contrato se efetive são necessários alguns requisitos como: existência de duas ou mais pessoas; capacidade genérica para praticar os atos da vida civil; aptidão específica para contratar; consentimento das partes contratantes; licitude do objeto do contrato; possibilidade física ou jurídica do objeto do negócio jurídico; determinação do objeto do contrato; e economicidade de seu objeto.
PALAVRAS-CHAVE: Contrato. Seguro. Depósito. Empreitada.
INTRODUÇÃO
O processo de sua formação inicia-se por meio de negociações preliminares, que geram obrigações extracontratuais. Em seguida, é feita uma proposta, oferta ou solicitação, quando se declara a receptividade de vontades, por meio da qual o proponente manifesto a sua intenção de se considerar vinculada, se a outra parte aceitar a proposta. Esta possui caráter de obrigatoriedade para que possa ser mantida dentro de um prazo razoável, independente da morte ou incapacidade do proponente, exceto se a intenção for outra.
Quanto aos tipos ou espécies de contrato, podemos classificá-las conforme sua finalidade jurídica. Podemos ter o contrato de compra e venda, com caráter bilateral e consensual; o contrato de troca ou permuta, no qual a troca de bens de valores desiguais é anulável, se não houver expresso consentimento entre as partes envolvidas; o contrato estimatório, no qual as partes envolvidas são o consignante (quem entrega a coisa) e o consignatário (quem recebe a coisa para vender); o contrato de locação de coisas, no qual uma parte se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa infungível, mediante remuneração.
Existe ainda, o contrato de comissão, no qual alguém adquire ou vende bens, em seu próprio nome e responsabilidade; o contrato de corretagem, no qual o corretor aproxima pessoas que pretendem contratar, procurando conciliar interesse; o contrato de transporte, no qual uma pessoa ou empresa se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um local para outro, pessoas ou coisas animadas ou inanimadas; o contrato de fiança, no qual uma ou mais pessoas prometem garantir ou satisfazer uma obrigação não cumprida pelo devedor, assegurando ao credor seu efetivo cumprimento; e, por fim, o contrato de compromisso, no qual as partes confiam a árbitros a solução de conflitos de interesses.
CONTRATO DE SEGURO
No âmbito jurídico, refere-se ao contrato em virtude do qual uma das partes, a seguradora, se obriga perante o segurado, por meio de pagamento de um prêmio, a indenizá-lo do prejuízo econômico resultante de riscos futuros, possíveis, incertos, lícitos e independentes da vontade das partes.
Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo à pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados.
Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como segurador, entidade para tal fim legalmente autorizada.
A função destes contratos é socializar riscos entre os segurados. Isto porque, de um lado a seguradora arrecada um prêmio, orçado mediante a análise da probabilidade de ocorrência de certo evento danoso. Por outro lado, a seguradora se responsabiliza pelo pagamento de certa prestação em pecúnia, normalmente em caráter indenizatório, ao segurado, ou, se for o caso, a terceiros beneficiários, quando verificada situação de sinistro.
Aprofundando a análise relacionada à função dos contratos de seguros, faz-se necessário referenciar o desenvolvimento comercial, o qual fez com que o homem buscasse artifícios para que pudesse de proteger de adversidades, as quais seriam mais facilmente suportadas quando distribuídas pela coletividade. Neste sentido, na intenção de estimular e garantir o desenvolvimento da atividade tecnológica e econômica, a sociedade começou a incorporar os riscos dos negócios nela desenvolvidos.
Diante de tal cenário, criou-se o contrato de seguro, elemento basilar na configuração da sociedade privada contemporânea e basilar para a economia moderna, ao passo que possui a função de prevenir os efeitos negativos dos riscos que acometem pessoas e empresas.
Conforme ensina Luiz Augusto Roux Azevedo, “a existência do seguro permite não somente a mitigação de danos para aqueles que o sofrem, com a consequente redução da destruição de valores econômicos a elas associadas, mas também permite sua utilização como ferramenta para a redução de capital necessária para a realização de atividades econômicas”.
No contexto socioeconômico mundial moderno, o contrato de seguro possui cada vez mais relevância e extensão. Até início dos anos 1990, época em que a inflação estava demasiadamente elevada, havia regulação inibidora da competição e a cultura era desacostumada com a constituição de seguros inflação, a atividade securitária situava-se estagnada. Este cenário foi bastante alterado, haja vista que, atualmente, o mercado representa, segundo dados da Escola Nacional de Seguros, 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB).
Na qualidade de contrato típico, o contrato de seguro pode ser caracterizado como sendo aquele em que “o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo à pessoa ou coisa, contra riscos predeterminados”. Ou seja, ele pode ser conceituado como sendo aquele em que a sociedade seguradora afirma o interesse segurável do segurado sobre determinado bem ou pessoa, cabendo a ela a administração do fundo comum, composto pelos prêmios recebidos da gama de segurados.
CARACTERÍSTICAS
CONTRATO NOMINADO
Certos contratos são descritos expressamente pelo legislador, de tal forma que a lei, além de regulá-los, atribui padrão específico. Tal modalidade de contratos previstos no texto legal são classificados como nominados.
Segundo Washington de Barros, “nominados são os contratos que têm nome iuris, possuem denominação legal e própria, estão previstos e regulados na lei, onde têm um padrão definido”. Tendo em vista que os contratos de seguro estão previstos e regulados por meio do ordenamento jurídico brasileiro, pode-se dizer que são exemplos clássicos de contratos nominados.
No caráter de contrato nominado, o contrato de seguro era definido pelo artigo 1.432 do Código Civil de 1.916, como sendo “aquele pelo qual uma das partes se obriga para com a outra, mediante a paga
de um prêmio, a indenizá-lo do prejuízo resultante de riscos futuros previstos no contrato”.
No Código Civil vigente, o legislador optou por definir o contrato de seguro, concedendo-lhe a seguinte redação:
“Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados.”
Ivan de Oliveira, em considerações sobre o cunho nominado dos contratos de seguro, ensina que “mediante a leitura do texto legal supra, há de se notar que o contrato de seguro é a convenção em que um ente específico, o segurador, se obriga, mediante a paga de um prêmio, a garantir legítimo interesse do segurado, concentrado em pessoa ou coisa, contra riscos advindos de circunstâncias adversas”.
CONTRATO BILATERAL
A elaboração de qualquer contrato é sempre bilateral, uma vez que decorre de acordo de vontade de ambas as partes. Entretanto, no tocante aos seus efeitos, ele pode ser tanto unilateral ou bilateral.
Entende-se por contrato unilateral aquele em que apenas um dos contratantes se obriga perante ao outro. É o que ocorre nos casos de doação pura e simples, em que apenas uma das partes – no caso o doador - contrai obrigações, ao passo que o donatário apenas aufere vantagens, não assumindo qualquer obrigação para com aquele.
Já os contratos bilaterais criam obrigação a ambas as partes. As obrigações serão recíprocas, de modo que cada uma das partes fica adstrita a uma prestação. As obrigações criadas pelo contrato bilateral recaem, dessa forma, sobre ambos os contratantes. Cada um destes é credor e devedor ao mesmo tempo.
De acordo com Washington de Barros, “é da essência desses contratos a reciprocidade das prestações; o compromisso assumido por uma das partes encontra sua exata correspondência no compromisso da outros; esses compromissos são correlativos e intimamente ligados entre si; cada um dos contratantes se obriga a executar, porque outro tanto lhe promete o segundo contratante; o sacrifício de um é contrabalanceado pela vantagem advinda do outro”.
Tendo em vista que os contratos de seguro constituem obrigação para ambos os contratantes, pode-se dizer que são classificados como bilaterais. Em suma, enquanto ao segurado cabe pagar o prêmio ajustado, o segurador tem como contraprestação a obrigação de garantir o interesse segurável, e, ocorrendo o sinistro, pagar a indenização devida.
Para Celso Marcelo de Oliveira, “é o contrato de seguro bilateral, posto que implica interdependência de prestações, ou seja, à obrigação de o segurado de pagar o prêmio corresponde à obrigação do segurador de tutelar o interesse daquele em se prevenir de determinado risco e, caso o mesmo se efetive de pagar-lhe a indenização devida”.
Além dessas obrigações, existem outras, decorrentes do ordenamento jurídico, que devem ser observadas pelas partes. Sem pretender sua exaustão, pode-se citar, por exemplo, do lado do segurado:
A de prestar informações e declarações corretas e completas ao segurador (artigo 765, do Código Civil);
A de preservar o risco durante a execução do contrato (artigo 768, do Código Civil);
A de comunicar o segurador sobre fatos que possam agravar o risco coberto (artigo 769, do Código Civil);
A de comunicar o segurador sobre a ocorrência de sinistro (artigo 771) e (v) de tomar as medidas para minorar as consequências danosas do sinistro ou para preveni-lo (artigos 771 e 779, ambos do Código Civil).
Ao segurador, por sua vez, cabe:
A constituição de reservas e provisões, preservando sua higidez econômico-financeira a permitir fazer frente às indenizações devidas;
Eventualmente, contratar cosseguro e/ou resseguro, a depender do caso concreto;
Pagar ao segurado as despesas de salvamento (artigos 771 e 779, ambos do Código Civil) e;
Promover a regulação dos sinistros.
Portanto, nos contratos de seguro, como ocorre nos contratos bilaterais de modo geral, “para que uma das partes possa exigir seus direitos decorrentes do contrato, mister se faz que tenham cumprido suas obrigações decorrentes da mesma relação jurídica contratual”. Nesse sentido, destaca-se a redação do artigo 763 do Código Civil, segundo o qual “Não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no pagamento do prêmio, se ocorrer o sinistro antes de sua purgação”.
CONTRATO ONEROSO
O contrato oneroso é aquele em que as partes reciprocamente transferem alguns direitos. Em decorrência das obrigações estabelecidas nos contratos de seguro, eles são, incontroversamente, identificados como onerosos. Nesse sentido, evidencia-se a lição de Luis Augusto Roux Azevedo:
“Diz-se que o contrato de seguro é oneroso na medida em que compete ao segurador pagar o prêmio para obter a garantia prestada pelo segurador. A correta estipulação do valor do prêmio e o consequente pagamento pelo segurado geram efeitos não somente para a relação jurídica bilateral que se trava entre segurado e segurador, mas também e principalmente para a constituição de reservas da companhia de seguros para que faça frente aos valores devidos por conta das indenizações a serem pagas na hipótese de sinistros”.
Conforme anteriormente mencionado, no contrato de seguro o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados (artigo 757, do Código Civil).
Por meio da definição que o contrato de seguro recebe, verifica-se que ele é “oneroso e pressupõe um caráter especulativo, eis que não paira dúvidas que este traz vantagens a ambos os contratantes, frente a um sacrifício patrimonial de parte a parte: o segurado passa a desfrutar de garantia no caso de sinistro e o segurador recebe o prêmio. O fato da não ocorrência de sinistro, caso em que o segurador não teria que pagar a indenização, não descaracteriza a onerosidade, visto que, ainda sim, o segurado desfrutará da vantagem de gozar de proteção patrimonial”.
No mesmo sentido, são os ensinamentos de Luiz Augusto Roux Azevedo para quem “o segurador, por sua vez, tem o direito de receber o prêmio e não tem a obrigação de devolvê-lo acaso não verifique o sinistro. O prêmio remunera o segurador por sua prestação de garantia e compõe o fundo de reservas técnicas para fazer frente ao sinistro. Assim, à obrigação do segurador de prestar garantia implica a contraprestação a cargo do segurado de pagar o prêmio”.
Em consonância também verifica-se o posicionamento de Celso Marcelo de Oliveira, para quem “é o seguro um contrato oneroso em virtude de que ambas as partes contratantes realizam o pacto com o intuito de receber alguma vantagem patrimonial: o segurado procura obter uma proteção patrimonial, acaso o risco previsto no contrato venha a concretizar-se, e o segurador uma vantagem patrimonial, com o recebimento do prêmio”.
CONTRATO COMUTATIVO
Farta é a discussão sobre a qualificação do contrato de seguro como sendo comutativo ou aleatório.
O artigo 458, do Código Civil, estabelece como sendo aleatório aquele contrato que diz respeito a coisas ou a fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assumirá, sem, contudo, afetar o direito de a outra parte receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que, de sua parte, não tenha havido dolo ou culpa.
“Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.”
Caio Mário da Silva Pereira estabelece que aleatórios “são os contratos em que a prestação de uma das partes não é precisamente conhecida e suscetível de estima prévia, inexistindo equivalência com a da outra parte. Além disso, ficam dependentes de um acontecimento incerto”.
São classificados como comutativos os contratos onerosos em que há equivalência, aproximada ou exata, entre as
prestações de ambos os contratantes. Nesse caso, “as prestações de ambas as partes são de antemão conhecidas e guardam entre si uma relativa equivalência de valores”.
A importância da distinção dos contratos entre aleatórios e comutativos encontra-se na possibilidade de aplicação do instituto da lesão e da propositura de ação redibitória, permitidos apenas nos contratos comutativos.
Mais do que isso, no âmbito securitário, a distinção é ainda mais relevante, a permitir que se determine, com precisão, “quais são as prestações das partes, e, em especial se há uma prestação devida pelo segurador independentemente da verificação de risco ou não”.
Tradicionalmente, a doutrina brasileira não hesitava em classificar o contrato de seguro, regido pelo Código Civil de 1916, como sendo aleatório. Nesse sentido, Washington de Barros afirma que o contrato de seguro “é também aleatório, porque o ganho ou a perda das partes está na dependência de circunstâncias futuras e incertas, previstas no contrato e que constituem o risco”. A posição é acompanhada por outros autores, como, por exemplo, Pontes de Miranda, Caio Mário da Silva Pereira, Pedro Alvim, entre outros.
O caráter aleatório do contrato de seguro associa-se diretamente com a ideia de que a prestação essencial devida pelo segurador é a de pagar a eventual indenização decorrente da ocorrência do sinistro. Esse era, justamente, o que preconizava o artigo 1.432, do Código Civil de 1.916, segundo o qual o contrato de seguro é “aquele pelo qual uma das partes se obriga para com a outra, mediante a paga de um prêmio, a indenizá-la do prejuízo resultante de riscos futuros, previstos no contrato”.
Com a promulgação do vigente Código Civil, contudo, o caráter comutativo dos contratos de seguro acentuou-se, passando a ser defendida em maior coro pela mais moderna doutrina. Isso porque, com a redação conferida pelo artigo 757, do Código Civil, o contrato de seguro foi alterando, deixando de ter seu eixo na figura do risco, tendo sido introduzido o elemento garantia como sendo a prestação devida pelo segurador.
Em sua dissertação de mestrado, Luiz Augusto Roux Azevedo, ensina, com brilhantismo, que a “a comutatividade no contrato de seguro parte da observação da sua base técnica, retirando-lhe por completo a álea. De fato, se o contrato de seguro, isoladamente considerado, poderia levar à concepção de que uma parte pode ‘ganhar’ ou ‘perder’ sobre a outra, caso ocorra ou não o sinistro (que é um evento futuro e, no caso de danos, incerto), a consideração a respeito da massa de operações de contrato de seguro, devidamente tratada por métodos estatísticos e autariais, permite que o segurador retire por completo o caráter aleatório do contrato”.
Em conclusão, afirma ainda que “não somente por essa razão, mas também pelo fato de que desde o momento da sua conclusão, o segurador presta uma garantia ao interesse legítimo do segurado, entende-se que o contrato de seguro não é um contrato aleatório, mas um contrato verdadeiramente comutativo, em que a prestação das partes independe de qualquer evento futuro ou incerto”.
No mesmo sentido, destaca-se o posicionamento de Ian de Oliveira Silva, para quem “a prestação do segurador, representada pela garantia dos interesses do segurado, é prevista no contrato de seguro de maneira inequívoca”.
Para Fábio Ilhoa Coelho, “com a entrada em vigor do Código Civil de 2002, altera-se substancialmente o tratamento da matéria no direito brasileiro. Não há mais elementos para sustentar a natureza aleatória do contrato de seguro, entre nós. Isto porque a lei não define mais a obrigação de a seguradora pagar ao segurado (ou a terceiro beneficiário) uma determinada prestação, caso venha a ocorrer evento danoso futuro e incerto. Esse pagamento é, na verdade, um dos aspectos da obrigação que a seguradora contrai ao contratar o seguro: a de garantir o segurado contra riscos”.
A comutação no contrato de seguro se dá, portanto, entre o prêmio pago pelo segurado e a garantia prestada pelo segurador. Isso porque, ao receber a garantia de seu interesse segurável, o segurado obtém uma vantagem, a qual jamais receberia fosse o contrato de seguro inexistente.
“Ao obter garantia do interesse para a hipótese de realização do risco predeterminado (sinistro), o segurado obtém uma vantagem ou atribuição patrimonial sem a qual permaneceria em estado potencial de dano”.
Destarte, entendemos que os contratos de seguro são comutativos, uma vez que no momento da celebração da avença as partes estabelecem as obrigações rigorosamente. Com o advento do atual Código Civil, não há como se negar que, no contrato de seguro, a prestação está, por força de lei, avençada: enquanto ao segurado tem a obrigação deve pagar o prêmio, o segurador se obriga a garantir o legítimo interesse daquele.
Por essas razões, e a despeito da ainda existente divergência doutrinária, fomos levados a classificar os contratos de seguro como sendo comutativos.
CONTRATO CONSENSUAL
Os contratos podem ser categorizados como consensuais e formais. Os consensuais são aqueles que, para produzir efeitos, não há necessidade de qualquer espécie de formalidade, bastando a manifestação de vontade das partes. Para que os contratos consensuais adquiram validade no âmbito jurídico só necessidade de manifestação de vontade no sentido de firmar um vínculo contratual criador de direitos e obrigações.
Segundo Washington de Barros Monteiro, os contratos consensuais “independem de forma especial, bastando o consentimento para sua formação (quolibet modo manifestum)”. Diferenciam-se, dessa forma, dos chamados contratos formais, também denominados solenes, os quais “em que a forma não é livre, dependendo de forma especial”.
A respeito desse tema, a doutrina é dividida em duas correntes diferentes: a primeira que destaca o caráter consensual do contrato de seguro, sendo a forma escrita exigida apenas ad probationem; ao passo que a segunda considera o contrato de seguro como sendo solene.
De acordo com a corrente formalista, sem a existência do instrumento escrito – isto é, a apólice ou o bilhete – não há contato, de tal sorte que a assinatura do proponente à proposta de seguro ou o pagamento da primeira parcela do prêmio não seriam suficientes para que o contrato de seguro seja caracterizado como perfeito e acabado.
O mestre Orlando Gomes, defendendo a natureza consensual do contrato, pondera que “o contrato de seguro não obriga antes de reduzido a escrito, mas não se inclui entre os contratos solenes. Embora a lei esteja redigido em termos que fazem presumir a vinculação de sua eficácia à forma escrita, em verdade esta não é da substância do contrato, senão como forma ad probationem tantum. A remessa do instrumento do contrato ao segurado também não deve ser equiparada à entrega de uma coisa para o efeito de considerá-lo contrato real. A despeito de tais disposições legais, o seguro é reputado contrato simplesmente consensual”.
Conforme ensinamentos de Celso Marcelo de Oliveira, o contrato de seguro “é consensual, a despeito de ser obrigatória a sua forma escrita”. No mesmo sentido, destaca-se o posicionamento de Ian de Oliveira Silva, para quem “os contratos de seguro são consensuais, haja vista o fato de que para sua formação, basta o acordo de vontades entre o segurador e o segurado”.
No artigo 1.433 do antigo Código Civil, o contrato de seguro era considerado “perfeito desde que o segurador remete a apólice ao segurado, ou faz nos livros o lançamento usual de operação”, sendo assim, já havia reconhecimento de tratar-se de contrato meramente consensual e que, inclusive, admitia aceitação tácita.
No tocante ao ordenamento jurídico contemporâneo, o artigo 758 do Código Civil estipula que “o contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do seguro, e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio”.
O novo texto legal reforça o caráter consensual do contrato de seguro, uma vez que trata apólice e o bilhete como documentos destinados à
faceta probatória do contrato, e não destinados à substância do negócio. Com efeito, “conjuga-se a regra (art. 758) com o disposto no art. 107, pelo qual a validade da declaração só depende de ‘forma especial qual a lei expressamente exigir’”.
Por esse motivo, e tendo em vista a divergência acerca na natureza consensual ou formal do contrato de seguro, alinhamo-nos a corrente majoritária, classificando-o como consensual, no sentido de que o documento escrito não constitui elemento essencial para a existência do contrato, mas, tão somente, elemento comprobatório.
CONTRATO DE ADESÃO
Na figura usual dos contratos, as partes abordam ampla e livremente suas cláusulas, podendo acatá-las ou não. Todavia, existe em nosso ordenamento a figura dos contratos de adesão, em que não há tamanha liberdade negocial, dado o predomínio de um dos contratantes, o qual determina ao outro sua vontade, seja no todo, seja no que se refere aos elementos essenciais do contrato.
Os contratos de adesão resultam da massificação das relações sociais e da imprescindibilidade de padronização do atendimento dado a determinadas situações, como, por exemplo, mas não limitado a, as relações de consumo.
A respeito dos contratos de adesão, Washington de Barros Monteiro afirma que “há, neles, uma espécie de contrato – regulamento, previamente redigido por uma das partes, e que a outra aceita, ou não: trata-se de um clichê contratual, segundo as normas de rigorosa estandardização, elaborado em série; se a outra parte se submete, vem a aceitar-lhe as disposições, não pode mais tarde fugir ao respectivo cumprimento”.
Em rica descrição, Cláudia Lima Marques, Antônio Hermam V. Benajamin e Bruno Miragem afirmam que:
“O contrato de adesão é aquele cujas cláusulas são preestabelecidas unilateralmente pelo parceiro contratual economicamente mais forte (fornecedor), ne varietur, isto é, sem que o outro parceiro (consumidor) possa discutir ou modificar substancialmente o conteúdo do contrato escrito. O contrato de adesão é oferecido ao público em um modelo uniforme, geralmente impresso, faltando apenas preencher os dados referentes à identificação do consumidor-contratante, objeto e preço. Assim, aqueles que, como consumidores, desejarem contratar com a empresa para adquirirem produtos ou serviços já receberão pronta e regulamentada a relação contratual e não poderão efetivamente discutir, nem negociar singularmente os termos e condições mais importantes do contrato”.
Tradicionalmente o contrato de seguro é classificado pela doutrina como sendo de adesão, devido ao fato de possuir cláusulas predispostas e condições gerais impostas a todos os segurados, quer sejam eles consumidores pessoas físicas ou grandes empresas. A predisposição unilateral do contrato de adesão do seguro é decorrência direta da “técnica negocial que exige a adesão em bloco, ou seja, o contrato se estabelece individualmente, mas sobre condições gerais”.
Tamanha a padronização dos contratos de seguro como forma de garantir a cobertura unitária de riscos equivalentes, a permitir, com isso, a aplicação da boa técnica securitária, que Ernesto Tzirulnik estabelece que “todos os contratos de seguro são contratos de adesão, independentemente do fato de se considerar o segurado como consumidor ou não”.
Marcelo de Oliveira Belucci afirma “no momento de celebração, apenas caberá ao segurado aderir ao que lhe é proposto. Tal situação não se deve apenas ao fato de o segurador, muitas vezes, ser economicamente superior ao segurado, podendo assim impor sua vontade, mas sim, e de forma preponderantemente, por ser essa a única maneira de transformá-lo numa operação de preservação de riscos. Elementos como mutualidade e os cálculos de probabilidades (fundamentais ao seguro) são necessários para definir o prêmio, a indenização e os riscos a serem cobertos e não permitirem que com cada segurado seja celebrado um contrato distinto”.
Para Ian de Oliveira Silva, “os contratos de seguro, pela orquestração da rotina securitária nacional, estão sendo elencados como contratos de adesão, sendo certo que as suas condições gerais, de longa data, são previamente aprovadas pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP”.
Maria Helena Diniz, elucidando o caráter adesivo do contrato de seguro, afirma que “para atenuar os excessos, protegendo os mais fracos, o Estado passou a controlar, exigindo padronização. Assim, sendo, as operações de seguro passaram a ser reguladas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), que estipula índices e condições técnicas sobre tarifas e fica as características gerais do contrato de seguro”.
Entretanto, a característica adesiva dos contratos de seguro não impede a elaboração de outras cláusulas e/ou a negociação de alguns pontos específicos do contrato. Embora plenamente possível, a inserção de novas cláusulas não acaba por modificar substancialmente o contrato de seguro. Nesse sentido, destaca-se a lição de Cláudia Lima Marques, Antônio Hermam V. Benajamin e Bruno Miragem, para quem a “inserção de cláusula de formulário, por exemplo, sobre o preço, condições, data da entrega e outras, não desconfigura a natureza de adesão do contrato”.
Sendo assim, é evidente que com a massificação das relações sociais, o contrato de seguro propagou-se (não apenas no que se refere aos interesses protegidos, mas também ao número de segurados), passando a conter cláusulas e condições preestabelecidas que permitem um tratamento unitário a todos os segurados (sejam eles consumidores ou não), de tal forma a impedir que riscos equivalentes sejam tratados de formas distintas em contratos.
Tendo em vista o acima exposto, conclui-se que as operações de seguros possuem diversas características próprias, diferenciando-se dos demais institutos. Trata-se de contrato (i) sinalagmático, que prescrevem direitos e obrigações tanto para o segurado, quanto para o segurador; (ii) oneroso, por excelência, sendo a cobertura do interesse securitário dependente do pagamento, em dia, do prêmio pelo segurado; (iii) comutativo, sendo a prestação do segurador, representada pela garantia dos interesses do segurado;(iv) de adesão, mesmo quando negociado com pessoas jurídicas de grande porte, revestido de elementos de mutualidade, transindividualidade e probabilidade, e que, com efeito, possui cláusulas estanques que permitem que riscos idênticos recebam o mesmo tratamento contratual; e, por fim, (iv) consensual, sendo perfeito e acabado com o acordo de vontade das partes.
CONTRATOS DE DEPÓSITO
Os artigos que norteiam o contrato de depósito se encontram nos artigos 627até 652 do Código Civil de 2002, vigente até a publicação deste artigo.
A definição deste tipo de contrato pode ser encontrada diretamente no artigo 627 do CC/2002, sendo a mesma da seguinte redação:
Art. 627 - Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame.
Nisso já podemos identificar que as partes deste contrato são duas: o depositante (aquele que deposita/entrega o objeto) e o depositário (aquele que guarda/recebe o objeto).
As principais características do depósito são as seguintes:
Real
Temporário
Gratuito (em regra - Artigo 628 e parágrafo único)
Art. 628. O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver convenção em contrário, se resultante de atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão.
Parágrafo único. Se o depósito for oneroso e a retribuição do depositário não constar de lei, nem resultar de ajuste, será determinado pelos usos do lugar, e, na falta destes, por arbitramento.
Unilateral (ou Bilateral imperfeito - Artigo 643)
Art. 643. O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas feitas com a coisa, e os prejuízos que do depósito provierem.
Ao analisarmos, porém as espécies do contrato de depósito encontraram uma variedade muito maior, sendo as espécies as que seguem:
Voluntário - Derivante puramente da vontade - presente nos artigos 627 até 646 do CC/2002.
Necessário/Obrigatório
- É aquele exigido pela circunstância e pode se dividir em legal (artigos 647, I; 648 até 652) e miserável (artigo 647, II).
Regular - Aquele que trata sobre coisa infungível (por exemplo, um veículo)
Irregular - Aquele que trata sobre coisas fungíveis (por exemplo, dinheiro)
Civil ou Comercial
Contratual - Aquele derivado diretamente do contrato (Por exemplo, um cofre de hotel ou banco)
Judicial - O que nasce de uma obrigação/determinação judicial (por exemplo, um bem penhorado em processo de execução)
As obrigações do depositário estão elencadas no próprio Código Civil de 20022, nos artigos6299 até 634 e 638, assim como seus direitos, que constam no artigo6399 e 642 até 644.
Um tema peculiar que já não é mais efetivo no mundo jurídico atual é a prisão do depositário infiel, este tipo de prisão civil estava prevista na Constituição Federal em seu artigo 5º, LXVII, assim como no Código Civil no artigo 652, no Código de Processo Civil de 1973 nos artigos 666 e 901, e também na Súmula 619 do STF.
Ocorre que durante a Convenção Internacional de Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário, foi definido que este tipo de prisão era incompatível com o princípio da dignidade da pessoa humana e com outros direitos fundamentais, este entendimento foi posteriormente instaurado de forma interna no ordenamento jurídico brasileiro pela Súmula 419 do STJ e pela Súmula Vinculante 25 do STF.
Súmula Vinculante 25 do STF:
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.
Súmula 419 do STJ:
Descabe a prisão civil do depositário judicial infiel.
CONTRATO DE EMPREITADA
Empreitada é o contrato mediante o qual uma das partes (o empreiteiro) se obriga a realizar uma obra específica, pessoalmente ou por intermédio de terceiros, cobrando uma remuneração a ser paga pela outra parte (proprietário da obra), sem vínculo de subordinação. A direção do trabalho é do próprio empreiteiro, assumindo este os riscos da obra.
Na empreitada não importa o rigor do tempo de duração da obra, o objeto não é a simples prestação de serviços, mas a obra em si. Assim, neste tipo de contrato a remuneração não está vinculada ao tempo, mas à conclusão da obra.
No que se refere às características, o contrato de empreitada é bilateral, pois gera obrigação para ambas as partes; é consensual, pois se conclui com o acordo de vontade das partes; é comutativo, considerando que cada parte pode prevê as vantagens e os ônus; é oneroso, pois ambas as partes têm benefícios correspondentes aos respectivos sacrifícios; e não solene, não havendo formalidades específicas na contratação.
As empreitadas podem ser contratadas considerando duas modalidades: a empreitada somente da mão-de-obra (lavor) ou a empreitada mista, incluindo materiais.
Desta matéria trata o código civil em seus artigos 610 a 613. Por este diploma legal, o empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu trabalho ou com ele e os materiais. A obrigação de fornecer os materiais não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. Por outro lado, o contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação de executá-lo, ou de fiscalizar lhe a execução.
Em decorrência da entrega dos materiais podem advir alguns ônus decorrentes dos riscos que normalmente não são considerados na contratação. Assim estabelece o código que, quando o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua conta os riscos até o momento da entrega da obra, a contento de quem a encomendou, se este não estiver em mora de receber. Mas se estiver, por sua conta correrão os riscos. 
Destaque-se que se o empreiteiro só forneceu mão-de-obra, todos os riscos em que não tiver culpa correrão por conta do dono. Sendo, porém a empreitada unicamente de lavor (art. 610), se a coisa perecer antes de entregue, sem mora do dono nem culpa do empreiteiro, este perderá a retribuição, se não provar que a perda resultou de defeito dos materiais e que em tempo reclamara contra a sua quantidade ou qualidade.
Destacamos que a construção sob administração difere da empreitada, pois na modalidade de administração o construtor se encarrega da execução do projeto, sendo remunerado de forma fixa ou um percentual sobre o custo da obra. Nesta forma de construção o proprietário da obra assume todos os encargos do empreendimento. Já na empreitada o empreiteiro assume os gatos globais da obra contratada, sendo a remuneração total fechada previamente.
A entrega da obra pode ser feita por partes, à medida que for sendo parcialmente concluída ou somente após a conclusão.
Estabelece o código civil (artigo 614 e seguintes) que se a obra constar de partes distintas, ou for de natureza das que se determina por medida, o empreiteiro terá direito a que também se verifique por medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir o pagamento na proporção da obra executada.
Antes que seja efetuado o pagamento é importante que seja devidamente dimensionado e examinado o que está sendo pago, pois, segundo o código, tudo o que se pagou presume-se verificado. E mais, o que se mediu presume-se verificado se, em 30 (trinta) dias, a contar da medição, não forem denunciados os vícios ou defeitos pelo dono da obra ou por quem estiver incumbido da sua fiscalização.
Ainda por determinação legal, concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume do lugar, o dono é obrigado a recebê-la. Esta obrigação, porém, não é absoluta, pois poderá o proprietário rejeitá-la, ou exigir abatimento no preço, se o empreiteiro se afastou das instruções recebidas e dos planos dados, ou das regras técnicas em trabalhos de tal natureza.
No que tange a prejuízos decorrentes de uso inadequado de materiais, o empreiteiro é obrigado a pagar estes materiais recebidos, se por imperícia ou negligência os inutilizar.
Ainda sobre a responsabilidade do empreiteiro, estabelece o artigo 618 do código civil que nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de 5 (cinco) anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo. É oportuno lembrar que decairá do direito assegurado neste artigo o dono da obra que não propuser a ação contra o empreiteiro, nos 180 (cento e oitenta) dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
Observe-se que salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir de executar uma obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, não terá direito a exigir acréscimo no preço, ainda que sejam introduzidas modificações no projeto, a não ser que estas resultem de instruções escritas do dono da obra. Ainda que não tenha havido autorização escrita, o dono da obra é obrigado a pagar ao empreiteiro os aumentos e acréscimos, segundo o que for arbitrado, se, sempre presente à obra, por continuadas visitas, não podia ignorar o que se estava passando, e nunca protestou. (C/C, art. 619.).
O valor do contrato poderá ser revisto. Neste sentido, se ocorrer diminuição no preço do material ou da mão-de-obra superior a um décimo do preço global convencionado, poderá este ser revisto, a pedido do dono da obra, para que se lhe assegure a diferença apurada (C/C, art. 620).
No que se refere à suspensão da execução da obra, isto ocorrendo, ou seja, suspensa a execução da empreitada sem justa causa, responde o empreiteiro por perdas e danos. Por outro lado, poderá o empreiteiro suspender a obra:
I - por culpa do dono, ou por motivo de força maior;
II - quando, no decorrer dos serviços, se manifestarem dificuldades imprevisíveis de execução, resultantes de causas geológicas ou hídricas, ou outras semelhantes, de modo que torne a empreitada excessivamente onerosa, e o dono da obra se opuser ao reajuste do preço inerente ao projeto por ele elaborado observado os preços;
III - se as modificações exigidas pelo dono da obra, por seu vulto e natureza, forem desproporcionais ao projeto aprovado, ainda que o dono se disponha a arcar com
o acréscimo de preço.
A extinção do contrato de empreitada ocorre pelo seu cumprimento e pode resolver-se se um dos contratantes não cumpre qualquer das cláusulas assumidas.
Por fim, não se extingue o contrato de empreitada pela morte de qualquer das partes, salvo se ajustado em consideração às qualidades pessoais do empreiteiro.
CONCLUSÃO
Neste trabalho abordamos  as principais características do contrato de seguro do contrato de deposito e do contrato de empreitadas  e concluímos que o contrato de seguro é aquele pelo qual uma das partes (segurador) se obriga para com a outra (segurado), mediante pagamento de um prêmio, a garantir-lhe interesse legítimo relativo à pessoa ou a coisa e a indenizá-la de prejuízo decorrente de riscos futuros previstos no contrato. O contrato de depósito é o contrato pelo qual uma parte entrega um bem para que outra o guarde, devendo-se utilizar de todo o cuidado e diligência possíveis para que não ocorra nenhum tipo de avaria com o referido bem até sua devolução. Tal contrato se funda na confiança criada entre o depositante e depositário, sendo este último, dotado de obrigação na relação jurídica. O contrato de depósito é o contrato pelo qual uma parte entrega um bem para que outra o guarde, devendo-se utilizar de todo o cuidado e diligência possíveis para que não ocorra nenhum tipo de avaria com o referido bem até sua devolução. Tal contrato se funda na confiança criada entre o depositante e depositário, sendo este último, dotado de obrigação na relação jurídica.
REFERÊNCIAS
CONTRATOS. Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Contrato>. Acesso em 13 de nov de 2017.
ÂMBITO JURÍDICO. Contratos de Seguro e Suas Principais Espécies. Disponível em <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?artigo_id=10754&n_link=revista_artigos_leitura>. Acesso em 13 nov 2017.
CENTRAL JURÍDICA. Contrato de depósito. Disponível em <https://www.centraljuridica.com/doutrina/91/direito_civil/contrato_de_deposito.html>. Acesso em 13 de nov de 2017.
NORMAS LEGAIS. Contrato de Empreitada. Disponível em < http://www.normaslegais.com.br/guia/clientes/empreitada.htm>. Acesso em 14 de nov de 2017.
JUS NAVEGANDI. Contratos Administrativos em Espécie. Disponível em <http://www.normaslegais.com.br/guia/clientes/empreitada.htm>. Acesso em 14 de nov de 2017.

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