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1 Capítulo 9 PERFIL E OUTRAS REPRESENTACÕES DE RELEVO 9.1 INTRODUÇÃO: DECLIVE TOPOGRÁFICO Declinação é sinónimo de inclinação, e caracteriza-se por um ângulo entre uma superfície inclinada e um plano horizontal. Portanto, a declividade é independente do comprimento linear recto da superfície; existem declives de 20° que são tanto em linhas longas, quanto em linhas curtas, ou seja diferentes comprimentos de rampa podem ter a mesma inclinação. O importante nestes casos é apenas a medida de elevação vertical (V) relacionada com a distância horizontal (H) correspondente. Assim, o declive é a relação entre V e H, que pode ser expressa em graus ou em percentagem. Graus de declive: á = tangente V/H = ângulo de inclinação Percentagem de declive: X % = V/H * 100 = a percentagem de inclinação A expressão percentual da declividade é de mais fácil cálculo, muito semelhante à medida em graus quando os declives são pequenos (de 0 a 10°). Contudo, um ângulo de 45° equivale a 100% de declividade, ilustrando que graus e percentagem são bastante diferentes para valores médios e altos de declividade. A Figura 9.1 é uma escala de convenção de graus a percentagem, e vice-versa. A declividade é importantíssima para as ciências da terra. E logicamente a carta topográfica serve muito a estas disciplinas, porque por meio das curvas de nível é relativamente fácil determinar a declividade aproximada para qualquer área. Isto assim se obtém: através das curvas de nível (ou da interpolação entre elas) determina-se as cotas de altitude de dois pontos A e B. Subtraindo um do outro, calcula-se a diferença de altura "V". Valor de H vem de uma simples medida entre A e B na carta, que precisa ser transformada (pela escala) no valor real do terreno. É simples imaginar (ou desenhar) estes valores. Por exemplo, considera-se o caso de dois pontos A e B, cujas cotas são 760m e 840m, respectivamente, com distância AB de 113mm numa carta à escala 1:100.000. Assim; AB no terreno = 1100m = H cota A- cota B = 80m = V Na maioria dos casos, se usa o módulo [X] do valor V para que o declive tenha expressão positiva. Entre dois pontos, quaisquer um pode ser denominado A ou B. Ângulo de inclinação: tg 80m / 1100m = tan 0,0727 = 40 Percentagem de declive: 80m / 2300 X 100 = 3,5% Existe um ábaco transparente (Figura 9.2) para a medição de declives em cartas topográficas eliminando a necessidade se fazer cálculos, (a equidistância entre as curvas de nível e a escala devem estar em conformidade com as especificações do ábaco. Modelos para outras escalas e equidistâncias podem ser confeccionados). Colocando-se o ábaco (transparente sobre a área da qual se quer medir o declive), girando o para que as linhas curtas sejam paralelas às curvas de nível do declive. Procura-se a coluna de linhas cujo espaçamento coincide com a separação planimétrica das curvas. (Nos casos em que espaçamento não coincidem, fazer uma estimativa baseada nos valores das duas colunas mais próximas) Ler no ábaco a percentagem ou grau em baixo da coluna de linhas. 9.2 O PERFIL TOPOGRÁFICO É possível desenhar os eixos H e V numa folha de papel milimetrado, e depois desenhar uma linha de declividade. Um aspecto especial do desenho de declives é o perfil topográfico, representado por uma linha que é resultado de uma sequência de declives diferentes que define o relevo em seu percurso pela terra. Um bom exemplo da maneira pela qual o perfil topográfico define o relevo pode ser visto na Figura 9.3c, onde existe uma fotografia do morro situado na AR 0351 na carta de Brasília 1:25.000 (Folha SD 23-4-c-IV-3NE); parte desse mapa é reproduzido na Figura 9.9. Os perfis Figura 9.3a e Figura 9.3b são representações da área da fotografia com exageros verticais diferentes. Para os geógrafos, cartógrafos e outros profissionais, os perfis topográficos são extremamente valiosos no entendimento das características do relevo. Em estudos de geomorfologia e análise do relevo, utiliza-se extensivamente perfis (ou cortes) topográficos como meios de interpretação dos processos de erosão que têm modificado e continuam modificando o relevo. É possível usá-los também na determinação do estágio de desenvolvimento geomorfológico que certas áreas específicas tenham atingido. Ao começar o perfil, precisa-se estabelecer uma escala horizontal (EH) para o eixo H e uma outra escala vertical (EV) para a linha V; EV não será obrigatoriamente igual a EH. 2 Figura 9.1a – Escala de Conversão de vertentes ________________________________________________ Figura 9.1b - Escala de Conversão de vertentes 3 Figura 9.2 – Ábaco para a medição de declives. (O ábaco é transparente e de precisão; fotocópias desta figura são imprecisas). NOTA: para verificar distancias,esta linha deve medir 2cm _________ . Figura 9.3a Figura 9.3b – Perfil Topográfico do vale do Rio Paranoá 4 Figura 9.3c - Photo do Vale do Rio Paranoá Figura 9.4 – O efeito de exagero vertical A escala vertical é, como qualquer outra escala, uma relação em que 1mm equivale a "X" unidades de altura. Portanto, no gráfico o eixo vertical parece com uma escala gráfica em que 1 mm, equivale X metros. Mas é possível, e provável, ter as duas escalas diferentes; por exemplo, uma E.V. de 1cm=1.000m ou 1:100.000, e uma E.H. de 1:300.000. A relação será 1/100.000 ÷ 1/300.000=3. A escala vertical é então, três vezes maior que a escala horizontal, e o gráfico de declividade tem um exagero vertical de três vezes. O realce dado pelo exagero vertical é geralmente necessário para caracterizar a topografia do relevo. Um corte com "escala natural" (Exag.V.=1), no qual as escalas horizontal e vertical são a mesma, fornece um perfil muito pouco perceptível quanto a altimetria, criando dificuldades tanto para entendê-lo como para desenhá-lo ou reproduzi-lo. O olho humano exagera a altura de acidentes topográficos e terrenos muito inclinados quando vistos de um nível mais alto. Por esta razão um grau moderado de exagero no perfil pode parecer perfeitamente natural, porém um grau moderado de exagero deve ser evitado (Figura 9.4). Mesmo assim, não há regras sobre isto e os valores de 2 ou 2,5 são apenas sugestões. O autor do perfil deve fazer seu julgamento em todos os casos. Abaixo estão sete passos que resumem o método de construção de perfis topográficos no caso mais simples, quando a escala horizontal do perfil é igual a escala da carta topográfica. 1. Identificar na carta a linha do perfil (Figura 9.5a). desenhar no papel milimetrado os eixos horizontal e vertical para acomodar as 5 medidas no perfil, com o exagero vertical pré-determinado. 2. Colocar a margem de uma folha de papel ao longo da linha de corte, e marcar nela as extremidades do corte e o local onde as curvas de nível são atravessadas pela linha de corte (Figura 9.5b). Anotar as cotas altitudes das várias curvas de nível ao lado de cada marca respectiva no papel. Onde duas curvas de nível de mesma altitude aparecerem paralelas, assinalar se existe uma elevação (cume) " � " e ou um vale" U " entre elas. 3. Colocar em muitos mapas as curvas de nível são muito densas e não é possível assinalar todas na folha de papel. Nesse caso é suficiente fazer uma solução adequada das que serão marcas, principalmente nos lugares onde há mudança de declive. 4. Anotar também, nos locais correctos, os nomes, estradas, rios e etc. 5. Cortes no longo de estradas, rios ou outraslinhas não rectas, apresentam dificuldades, pois a linha reta da margem do papel não seguirá todas curvas ou ângulos da estrada. O papel deverá ser posicionado em cada segmento para que ao final se obtenha uma linha recta representando o declive ao longo da estrada, etc. (Semelhante à Figura 5.2b). 6. As latitudes dos vários pontos são transferidas para o papel milimetrado pelo posicionamento da folha contendo estas altitudes na linha de base horizontal do corte, (Figura 9.5). Depois são marcados as suas alturas correctas de acordo com escala vertical. Os pontos são depois unidos para dar a aparência do terreno. 7. Terminar o desenho, colocando as informações abaixo: Nota: Não ë necessário pilotar todos os pontos em grandes perfis. Isto foi feito aqui no diagrama somente com propósito explicativo. Figura 9.5a - Um método para desenhar perfis topográficos Figura 9.5b - Um método para desenhar perfis topográficos 6 Figura 9.5c – Um método para desenhar perfis topográficos ELEMENTOS ESSENCIAIS PARA UM BOM PERFÍL TOPOGRÁFICO I) TÍTULO: Todo o trabalho deve ter um título, por exemplo: "Mudanças no relevo entre GR654751 e 692890" ou no vale do rio "tal" II) ESCALAS: Tanto a escala horizontal como a escala vertical devem ser correctamente enunciados. Calcula-se o exagero vertical e escreve-se no perfil. III) TRANSPARÊNÇIA DE PONTOS: Os principais pontos do relevo devem ser precisamente pilotados e unidos com uma linha leve, porém bem nítida. IV) LETREIROS E LEGENDAS: Os nomes de localidades, de rios e de qualquer outro fenómeno o característica importante não podem ser esquecidos. frequentemente uma é necessária se houver uma grande variedade de informações a serem apresentadas. V) PONTOS INICIAIS E FINAIS A localização exacta dos pontos iniciais e finais do perfil deve ser dada (geralmente são referências da quadrícula UTM). Os perfis topográficos não são úteis somente para os geógrafos. Eles são usados por engenheiros civis, geólogos, agrónomos e especialmente por militares para a determinação da visibilidade de pontos de observação. O valor de um corte topográfico para a determinação da visibilidade é ilustrado na Figura 9.6. através do corte sabe-se que as elevações impedem que o ponto B seja visto do ponto A, segundo a linha traçada de A para B. Figura 9.6 – Uso de um perfil para determinar visibilidade entre pontos 7 Figura 9.7a - Hachuras Figura 9.7b – Sistema de hachuras de Lehmann. As linhas estão fortemente ampliadas. Neste sistema de hachuras, o traço das linhas é proporcional à tangente do declive. 9.3 OUTRAS REPRESENTAÇOES DE RELEVO Como alternativas ao uso de curvas de nível e perfis, existem três principais métodos de representação do relevo, que fazem uso dos seguintes meios de construção: 1. Folhas planas; 2. "Modelos físicos " tridimensionais; 3. Modelos "construídos" no cérebro do observador por visão estereoscópica. Estes são muito ligados à foto-interpretação e a fotogrametria, e serão apresentados no próximo capítulo. Todos os meios de construção usados para representação do relevo são distintos, embora frequentemente apareçam em combinações interessantes. 9.3.1 Em Folhas Planas A representação do relevo em folhas plantas inclui hachuras, "lagarta peluda", sombreamento, cores hipsométricas, fotocarta, símbolos morfológicos diagramas em bloco, e combinações entre eles e com curvas de nível. Estes métodos variam muito em sua utilidade para militares, engenheiros civis, geógrafos e outros que os usam de maneira diferente para fazer um estudo detalhado de mapas topográficos. Portanto, é importante discutir as vantagens e desvantagens das várias maneiras em que o relevo pode ser apresentado. 9.3.1.1 As Cotas ou Altitudes Localizadas (Spot Heights): Estes são pontos para os quais a altitude exacta é conhecida. São colocados no mapa e sua altitude exacta é conhecida. São colocados no mapa e 8 sua altitude exacta é dada, por exemplo “pontos geodésicos nos mapas topográficos. Altitude localizadas dão um quadro básico e necessário de pontos de referência para outros métodos de representação de relevo. Se a Figura 8.13 a tivesse mais pontos, seria um bom exemplo de mapa de cotas localizadas. 9.3.1.2 Hachuras Hachuramento é um dos métodos mais velhos usados para a representação de relevo (ver Figura 9.7), porém, no presente raramente é usada em mapas de grande escala, a menos que seja combinado com curvas de nível. Hachuras são linhas traçadas em declive, isto é, apontado no lado inferior (mais baixo) da curva de nível. Mudando a espessura, densidade e comprimento das hachuras, pode-se mostrar a profundidade relativa dos declives. Linhas curtas, grossas e mais próximas umas das outras indicam declives mais profundos, em comparação, às linhas mais espaçadas e finas que representam declives mais suaves ou menos profundos. Hachuras, por si só, tem muitas desvantagens como representação de relevo, porque onde os declives são muito profundos, as linhas escuras muito próximas umas das outras tendem a unir-se, tornar ilegíveis outros detalhes,. Sombreamentos por hachuras, ao oposto das curvas de nível, não mostram mudanças em altitude de uma maneira quantitativa. Portanto, uma abundância de cotas localizadas são necessárias nos mapas de hachuras, porém estas alturas são necessários nos mapas de hachuras, põem , estas alturas são frequentemente obscurecidas pelas hachuras em áreas de declives profundos ou apenas moderadamente profundos. Mais ainda, num mapa de hachuras não é fácil destinguir os declives mais altos suavemente inclinado dos declives menos altos nas mesmas condições, desde que ambos estão representados por hachuras amplamente espaçadas. Figura 9.8 – Lagarta Peluda O hachuramento “semi-acabado” do tipo de "lagarta peluda" (Figura 9.8), é frequentemente usado em rascunhos de mapas. É um, método impreciso de representação de relevo e serve para indicar as localidades gerais de cumes e encostas em mapas de escala média à pequena. 9.3.1.3 Sobreamento Sobreamento (Hill Shading) é usado raramente para mostrar relevo em mapas de grande escala, a menos que seja usado em associação com curvas de nível. Seu uso principal e eficiente está em mapas de pequena escala. São dois tipos principais de sombreamento: O 1º tipo imagina uma fonte de luz directamente acima da terra. com iluminação vertical, a superfície plana da terra, é mais iluminada em relação aos declives mais profundos, que são menos claros. No mapa, sombreamento torna-se progressivamente mais escuro nas altitudes maiores. O segundo tipo imagina uma fonte de luz além do canto noroeste da área vista no mapa como na (Figura 9.9). daquela posição o efeito da luz e sombra são similares a aquelas que poderão ser observados durante uma tarde de inverno no Brasil, Argentina ou outros países que ficam entre faixa latitudinal média para alta do hemisfério sul. A tarde, os do norte embeste, Mas deixando os declives do leste e sul na sombra. Num mapa topográfico onde o sombreado oblíquo é empregado, os declives do leste e sul (sombreamento - escuro) se salienta abruptamente da clareza dos declives norte e oeste. Mesmo que o sol nunca esteja ao noroeste nos Estados Unidos, Canadá, Europa e na União Soviética, usa-se a mesma fonte de luz. Isto é, porque se a luz estivesse atrás do leitor, não se veria nenhuma sombra. (Deve-se lembrar que os mapas são desenhados com o Norte na margem superior). De várias maneiras as desvant agens do sombriamentede colinas são similares às desvantagens de hachuras. O sombreamento não mostra quantitativamente as diferenças em altitudes. Impede a representação de outros detalhes (estradas, nomes de lugares, elevações localizadas, etc), onde o sombreado é escuro; Torna-se difícil a distinção entre a parte superior e a parte inferior dos declives virados para o noroeste e totalmente iluminados. 9 Figura 9.9a – Exemplo de Sobreamento Figura 9.9b – Exemplo de Sobreamento 10 9.3.1.4 Bandas hipsométricas O uso de cores ou tonalidades de cinza para mostrar as camadas de altitude são geralmente usadas em mapas de pequena escala (por exemplo em atlas), mas mapas desenhados em escalas maiores. Algumas edições de mapas topográficos britânicos incorpora camadas de cores e sombreamento de colinas para suplementar as curvas de nível na apresentação de relevo, com o objectivo de obter um efeito tridimensional se perder a representação precisa de relevo, que dão as curvas. As folhas do Mapa Internacional do Mundo na escala de 1:100,000 (o milionésimo emprega camadas hipsométricas (ver Figuras 6.7 e 6.8). Mesmo que não seja obrigatório, existem convenções bem gerais de cores e tonalidades as bandas hipsométricas nas cartas de escalas pequenas: 0-100m Verde azulado 100-200m Verde amarelado 200-500m Amarelo 500-1000 Bege 1000-2000 Marron 2000-4000 Marron vermelhado 4000 e mais Branco azulado Quando bandas hipsométricas são usadas com curvas de nível, uma das desvantagens evidentes numa zona de declives profundas é a tendência das curvas serem obscurecidas por mudanças nos tons. Figura 9.10 – Bandas Hipsométricos 9.3.1.5 Curvas de Formas Seu propósito é mostrar a configuração do relevo. Elas dão apenas uma representação generalizada de relevo, que são geralmente baseadas numa rápida pesquisa de reconhecimento ou fotointerpretação, sem instrumentos fotogramétricos de precisão. Em contraste com as curvas de níveis de forma não tem nenhum intervalo fixo, não indicam elevação relativa a um plano, e podem não ser isolinhas no sentido de não manter em constante uma cota. 9.3.1.6 Diagramas de Bloco Os diagramas de blocos são muito usados para representar a geomorfologia de pequenas regiões, podem ilustrar qualquer panorama real ou hipotético ilustrando os princípios geomorfológicos, geológicos, pedologicos, etc. Figura 9.11 - Diagramas de bloco Até recentemente o desenho de diagramas em blocos necessitava talento artístico e paciência. Hoje existe a alternativa de construí-las por computador, sendo necessário o equipamento e o fornecimento de dados planimétricos e altimétricos na linguagem do computador. Para a transformação manual de um mapa em diagrama de blocos inicialmente divide-se o mapa (ou a parte escolhida) em quadrículas uniformes com aproximadamente 2 ou 2,5cm em cada lado. Pode usar as quadrículas das coordenadas UTM. Não importa a direção da visão (geralmente é escolhida uma direção que tenha os pontos baixos na frente). Também pode ser de qualquer forma rectangular. É feito à base de um bloco de perspectiva simples (Figura 9.11). Tem como base inicial uma linha horizontal A-D com comprimento da largura do mapa, (ou outra largura se o diagrama for de escala diferente do mapa). Dividir a 11 linha segundo as linhas da quadrícula. Fixar o desenho numa mesa grande, escolher e marcar o “ponto de fuga” que está deslocado a direita (ou a esquerda) e “atrás” da linha A-D. a localização do “ponto de fuga” vai influir na visão “lateral” e no aparente ângulo de altura de visão perspectiva quantitativament e perspectiva(mais longe resulta em ângulo de menos perspectivas). Com visto na Figura 9.11, o bloco tem um bom balanço se o deslocamento for1 ½ vezes a distância A-D à direita e 4 para “trás”. Ao logo da linha A-F, marcar um ponto B para que a media A-B seja aproximadamente 85% da largura A-D. Traçar um diagonal D-B e uma linha B- C que paralela a linha A-D. Desenhar uma “base” de 1 a3 centímetros de altura (D-D’) ao longo da frente e no lado visível (usar a linha D-F para desenhar a linha D’-C’). Assim, se termina a base do bloco em perspectiva. A partir de cada divisão (de quadrícula marcada na linha A-D traça-se uma linha até o ponto de fuga F, porém é permitido parar o traço logo que a linha B-C, (se a área do mapa for um rectângulo, maior na largura que no comprimento, desenhar as linhas além da linha B-C). Figura 9.12 - Quadriculagem em perspectiva Cada linha destas cruza a linha diagonal D-B em um ponto. Por eles traçar linhas paralelas à linha A-D, terminando quadriculagem em perspectiva (Figura 9.12). Se a área do mapa não é quadrada, pode-se omitir as últimas linhas, ou desenhar extras baseadas numa linha diagonal suplementar. A superfície do bloco representa o nível básico seleccionado para a topografia, que pode ser o nível geral dos vales fluviais mais fundos. Figura 9.13 - Graduação vertical A escala vertical deve ser bem ampliada em áreas grandes e planas, mas pouco ampliada em áreas montanhosas. Traçar as alturas nos cantos B e C. Em cada graduação vertical traça-se ás margens de um plano horizontal e paralelo a base do diagrama. Essas serão as linhas básicas para a construção da superfície do bloco. A altura dos picos e vales são marcadas com linhas verticais, transferindo cada fenómeno do relevo para a altura certa na graduação vertical. (Ver ponto R na Figura 9.13). Desenhar quadrícula por quadrícula. A última etapa consiste na colocação das hachuras ou sombreado cuja direção indica o curso dos rios, ajudando a moldar as colinas e montanhas, resultando, por exemplo, na Figura 9.14, que pode ser comparada com as outras figuras da mesma área. 9.3.1.7 Outros Métodos Outros metodos planos incluem várias técnicas baseadas em fotografias aéreas. No capítulo 11 estão as explicações e exemplos de mosaicos, ortofotoplantas e pictomapas. 9.3.2 Modelos Físicos Tridimensionais O uso de material tridimensional causa problemas sérios de armazenagem e custo de produção. Porém, apresenta a grande vantagem de realmente mostrar (não representar) o relevo e altitude na sua dimensão vertical. Estes “modelos físicos” ou “modelos de terrenos” podem ser de qualquer material e forma. Porém, em geral, têm problemas sérios de custo de produção e armazenagem. Por exemplo: o modelo plástico em alto-relevo (plastic relief map), (Figura 9.16) é uma carta topográfica (ou outro tipo de mapa) impressa em plástico e moldado segundo as altitudes. É um produto de alta qualidade e produzido em muitas cópias. São ocos, porém encaixam somente em outras cópias da mesma área. Um outro exemplo são os modelos sólidos que são geralmente produzidos em cópia única: feitos em argila, isopor, gesso, cartão ou madeira. Um modelo numa caixa de areia, entretanto seria muito pesado, de alta generalização demorado para fazer, e de curta vida. Em todos os tipos tridimensionais geralmente a escala vertical é exagerada para facilitar a percepção de alturas(ver a tabela na Figura 9.15). Exemplos são vistos frequentemente em filmes de guerra, quando os generais estão planeando tácticas de operações militares. 12 Figura 9.14 – Diagrama em Bloco em perspectiva simples (Barragem do Paranoá – Brasília Escala horizontal Feet per inch Escala vertical Exagero sugerido 1:5000 1:25000 1:50000 1:250000 1:500000 1:1000000 1:5000000 416.67 2083.33 4166.67 20833.33 41667.67 83333.33 416666.67 100`= 0,24´` 100`= 0,048`` 100`=0,024`` 1000`=0,048 `` 1000` = 0,024`` 1000 ` = 0,012`` 1000` = 0,0024 `` 1:1 2:1 5:1 8:1 8:1 10:1 10:1 Figura 9.15 - Tabela de escala sugeridas para o exagero vertical em modelo de terreno. (Fonte: U.S Dept. of Defense) Os modelos físicos (como em Figura 9.16) têm uso especial para pessoas cegas ou com deficiências de visão, em que precisa das informações contidas nos mapas e cartas, especialmente aquelas de suas cidades de residência. Mapas comuns em folhas planas não comunicam a cegos, modelos físicos comunicam pelo senso táctil. O interesse do cartógrafo nesta área tem aumentado nos anos recentes. Vários métodos podem ser aproveitados para a confeção de modelos físicos de terreno. À seguir, alguns métodos serão apresentados para a construção de um modelo de terreno. Antes de construir um modelo de terreno, deve-se obter cópias do mapa a ser usado como base, bem como cópias de qualquer outro mapa disponível sobre a área a ser estudada. Informações através de trabalho de campo, documentos apropriados a e análise do terreno são úteis para anotações detalhadas do modelo, porém não são essenciais a construção do mesmo. Modelos simples de terrenos podem ser produzidos usando materiais já existentes. A complexidade da construção e a quantidade de anotações detalhadas dependerão do tempo disponível. Os três métodos mais simples são: a camada plana, o prego e a fita, e caixa de ovos. Ainda que todos os três possuam técnicas diferentes para sua construção, todos representam curvas de níveis com separação verticais segundo uma escala verticais e exagero predeterminado. O espaço entre as curvas representados pode ser preenchido com qualquer material conveniente(gesso, areia, argila, etc.) e analisado para dar uma representação aproximada da forma do terreno. Pode se usar cores para aproximar da realidade, e tudo pode ser anotado com tinta, pintura ou corante. O método da camada plana para a construção de um terreno modelo (veja Figura 9.17) apresenta os melhores resultados em relação ao tempo, material, e esforço envolvido. Os próximos parágrafos descrevem como construir um terreno modelo usando este método: Mapa base - A área a ser representada pelo modelo do terreno é marcado num mapa. Se a escala do mapa é aceitável para o uso, este será o mapa base. Se não, amplia-se o mapa por um dos métodos explicados no item 5.6.2. selecciona-se as curvas a serem traçadas, provavelmente cada Segunda ou Quinta curva (ou as curvas índices) com altitudes convenientes em múltiplos de 50 ou 100 metros. Usar 13 todas as curvas de nível, está normalmente além da precisão possível no modelo. Figura 9.16 – Mapas de modelo plástico em alto relevo Construir a base de um material pesado tal como madeira compensado ou eucatex afinado do tamanho do mapa base com uma margem (geralmente de dez centímetros). O material pesado dá uma base rígida para o modelo e permite que seja deslocado de um lugar para o outro sem danos. Material leve como cartolina é geralmente usado na formação do plano da lâmina de contorno. Para a espessura vertical entre os planos, o papelão pode ser usado com a equidistância vertical entre as curvas de nível seleccionada à escala vertical. O formato da curva de nível de menor valor que aparece no mapa base é copiado na cartolina e também no papelão como o uso de papel carbono. (ver Figura 9.17b, o que mostra o caso da Quinta camada). Também copiar a próxima curva seleccionada, as marcas de referencia a serem usadas para verificar o alinhamento, e as margens da área do modelo. A cartolina é então cortada com muito cuidado, seguindo as linhas que representam altitudes mais que a curva de nível menos importante são descartadas. Também corta-se o papelão, com menos cuidado porque somente serve para dar o espaço vertical. Repetir isto para todas as camadas soltas. Para a montagem das camadas, a primeira lamina de papelão e cartolina é alinhada à base, igualando os cantos cortados da lâmina no material base. Uma outra verificação é feita colocando alfinetes na lâmina nos pontos marcação registo e confirmado que eles tocam as marcas de referência copiadas no material base. Pode-se evitar o deslizamento durante a secagem, inserindo pequenos pregos ou alfinetes através das camadas até o material base. O processo usado para formar a primeira camada é repetido para a camada subsequente. Montar a camada é o mesmo, neste caso, em vez de pequenos pregos podem ser usados alfinetes para evitar resvalamento. 9.3.3 Desenvolvimento a Superfície As irregularidade resultantes da montagem da lâmina podem ser alisados com gesso, terra fina ou areia, argila ou qualquer material similar de enchimento. Se este material de enchimento tiver uma base líquida, tal como o gesso, as mamadas de papelão montada deverá ser selada por uma pintura como de verniz, (para tornar impermeável), antes do enchimento. 9.3.4 Métodos de Prego de Fita As curvas de nível seleccionadas do mapa base são copiadas directamente no material base com uso de um papel carbono (Figura 9.17). um segmento de cano com diâmetro de cano interno de 14 aproximadamente 1cm é cortado em pedaços dos quais o comprimento é igual as alturas verticais (em escala determinada) das linhas de nível copiadas no material base. Figura 9.17a – Mapa Base Figura 9.17b – Tracar as curvas de nível Figura 9.17c – Cortar as planas Figura 9.17d – Construir, pregando com alfinetes Pregos sem cabeças são fincados no material base seguindo as curvas de nível (Figura 9.17) através do cano que tem o comprimento igual ao valor da citada curva. Isto deixa um comprimento de pregos sobre a superfície do material base igual o comprimento do cano usado (comprimento de cano é igual a separação vertical entre a curva de nível e a base). Uma folha de material flexível (plástico ou papel encorpado) é cortado em tiras cujas larguras igualam as alturas dos canos e dos (pregos da base). Figura 9.17b. Estas tiras são malhadas entre os pregos, cujas altura e igual separação entre a curva e a base. Quando todas as curvas são apresentadas por material base, a superfície pode ser desenvolvida adicionando material de enchimento como areia, talvez com uma camada superficial de gesso (Figura 9.17b) No método de “caixa de ovos“, perfis são desenvolvidos dos contornos seguindo as linhas da quadrícula de UTM do mapa base, tanto Norte - sul quanto leste- oeste. Os perfis são transferidos para o papelão ou cartão com o auxílio do papel carbono. O papelão é cortado seguindo o perfil, formando uma parte que representa um segmento através da terra, à escala de mapa, seguindo a linha da quadrícula. Estes perfis são entalhados na intercessão das quadrículas para que sejam montados numa base onde a grade tenha sido copiada. A montagem deste perfis ficam parecendo uma bandeja ou caixa de ovos que pode ser enchida e a superfície desenvolvida. Com todos estes métodos, anotações podem ser adicionados na superfície, dependendo da escala e fins do modelo. Por exemplo, pode ser pintada para representar as estradas, actividades agrícolas, etc. e talvez ter figurinhas para representar casas, florestas, etc.
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