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Direito Processual Aula 08

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Aula 08
Direito Processual Penal p/ Delegado Polícia Civil-PE 2016 (com videoaulas)
Professor: Renan Araujo
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AULA 08: LEI DE INTERCEPTAÇÃO DAS 
COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS (LEI 9.296/96). 
SUMÁRIO 
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1. LEI DE INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS ...................... 2 
1.1. Finalidade e natureza ................................................................................... 2 
1.2. Requisitos .................................................................................................. 4 
1.3. Legitimados a requerer a medida ................................................................... 6 
1.4. Prazo e prorrogação ..................................................................................... 6 
1.5. Condução dos procedimentos ........................................................................ 7 
1.6. Inutilização do material irrelevante ................................................................ 8 
1.7. Degravação e perícia ................................................................................... 8 
1.8. Tipo penal específico .................................................................................... 9 
1.9. Tópicos jurisprudenciais relevantes ................................................................ 9 
2. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 11 
3. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 17 
4. GABARITO ................................................................................................. 34 
 
 
Olá, meus amigos! 
Hoje vamos estudar a Lei de Interceptação das Comunicações 
Telefônicas (Lei 9.296/96). 
Trata-se de uma lei pequena, com poucos artigos, mas que possui 
algumas polêmicas sobre as quais o STF e o STJ já se manifestaram e 
que podem cair na prova! 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
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1.! LEI DE INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES 
TELEFÔNICAS 
 
1.1.! Finalidade e natureza 
A primeira coisa que temos que ter em mente quando iniciamos o 
estudo desta lei é que ela tem por finalidade regulamentar um 
dispositivo da Constituição Federal que é um dos pilares de um 
Estado verdadeiramente Democrático de Direito: O direito à privacidade. 
Vejamos o que diz o artigo 5º, XII da CRFB/88: 
Art. 5º (...) 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, 
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem 
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 
1996) 
 
Por sua vez, o art. 1º da Lei 9.296/96 estabelece que: 
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, 
para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, 
observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da 
ação principal, sob segredo de justiça. 
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de 
comunicações em sistemas de informática e telemática. 
 
No entanto, o que seria “interceptação de comunicações 
telefônicas”? Esse termo significa a captação de conversas realizadas 
por meio telefônico, entre TERCEIROS, e ocorre quando NENHUM 
DOS INTERLOCUTORES TEM CIÊNCIA DA GRAVAÇÃO DA 
CONVERSA.1 
 
Não podemos confundir “interceptação de comunicações 
telefônicas” com escuta telefônica e gravação telefônica. A 
primeira é medida de exceção, mas autorizada em alguns casos. As duas 
últimas seguem regramentos distintos. 
Quanto à ESCUTA TELEFÔNICA, é a modalidade na qual um dos 
interlocutores tem ciência da gravação, que é feita por TERCEIRA 
PESSOA. À semelhança da interceptação telefônica, só é admitida 
mediante autorização judicial. 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais comentadas. 8. ed. Rio 
de Janeiro: Ed. Forense, 2014, p. 478/479 
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Já a GRAVAÇÃO TELEFÔNICA é a modalidade na qual um dos 
interlocutores realiza a gravação da conversa, ou seja, não há a 
participação de terceiros.2 É considerada prova LÍCITA (STJ: RHC 
19136/MG 2007, Rel. Min. Félix Fischer). 
 
Muito se questiona, ainda, a respeito das chamadas 
INTERCEPTAÇÕES AMBIENTAIS (Que incluem a interceptação 
ambiental stricto sensu, a gravação ambiental e a escuta ambiental). 
Primeiramente, temos que saber o que é uma “comunicação 
ambiental”. Uma comunicação ambiental é aquela realizada 
pessoalmente, e não através de qualquer aparelho de 
transmissão. 
Assim, uma gravação ambiental, por exemplo, seria uma gravação 
feita por um dos interlocutores da conversa, sem o conhecimento do 
outro. 
Os Tribunais Superiores aplicam as mesmas regras da 
interceptação telefônica às interceptações ambientais. Vejamos: 
 
(...) A gravação ambiental meramente clandestina, realizada por um dos 
interlocutores, não se confunde com a interceptação, objeto cláusula 
constitucional de reserva de jurisdição. 2. É lícita a prova consistente em gravação 
de conversa telefônica realizada por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, 
se não há causa legal específica de sigilo nem de reserva da conversação. Precedentes. 
3. Agravo regimental desprovido. 
(AI 560223 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 
12/04/2011, DJe-079 DIVULG 28-04-2011 PUBLIC 29-04-2011 EMENT VOL-02511-01 
PP-00097 LEXSTF v. 33, n. 388, 2011, p. 35-40) 
 
CUIDADO: O STF já decidiu (HC 81154/SP) que interceptações 
telefônicas realizadas antes da vigência da Lei são PROVAS ILÍCITAS, e 
geram a nulidade do processo, se foram a única prova sobre a qual se 
fundamentou a sentença condenatória. 
 
É bom lembrar que a interceptação de comunicação telefônica é 
medida excepcional, por representar enorme invasão na esfera de 
privacidade das pessoas, de forma que todo processo em que haja esse 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
2 Também chamada de captação direta. NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e 
Processuais Penais comentadas. Op. cit., p. 480 
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tipo de prova deverá tramitar em SEGREDO DE JUSTIÇA. Os Tribunais, 
contudo, entendem que é possível a divulgação das conversas em alguns 
casos, notadamente quando houver “justa causa” (Que ninguém sabe 
precisar exatamente o que é). 
O art. 1º da Lei fala, ainda, em “Juiz Competente”. Juiz competente 
seria aquele que teria atribuição para, em tese, processar e julgar a ação 
penal futura ou em curso. 
Mas e se for autorizada por Juiz incompetente? Neste caso, 
teremos uma prova ilícita e, portanto, não poderá ser utilizada no 
processo.CUIDADO MASTER! O STF entende que se a incompetência do Juízo 
que decretou a medida somente foi reconhecida em razão de fatos cujo 
conhecimento é posterior à decisão judicial, aplica-se a TEORIA DO 
JUÍZO APARENTE, ou seja, o Juízo que decretou a medida não era, de 
fato, competente, mas considerando-se apenas os fatos conhecidos à 
época da decisão, ele era o Juízo aparentemente competente.3 
 
1.2.! Requisitos 
O art. 2º da Lei estabelece algumas restrições à autorização de 
interceptações telefônicas. Vejamos: 
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas 
quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: 
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração 
penal; 
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; 
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com 
pena de detenção. 
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a 
situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos 
investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. 
Assim, presente qualquer das situações acima narradas, não se 
poderá admitir a interceptação telefônica. A contrario sensu, podemos 
dizer que as condições para a autorização de interceptações telefônicas 
são as seguintes (CUMULATIVAS): 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
3 (...) 7. Quanto à celeuma acerca da determinação da quebra de sigilo pelo 
Juízo Federal de Itaperuna/RJ, que foi posteriormente declarado incompetente 
em razão de ter sido identificada atuação de organização criminosa (art. 1º da 
Resolução Conjunta n. 5/2006 do TRF da 2ª Região), há de se aplicar a teoria 
do juízo aparente (STF, HC 81.260/ES, Tribunal Pleno, rel. Min. Sepúlveda 
Pertence, DJ de 19.4.2002). 8. Ordem denegada, cassando a liminar deferida. 
(HC 110496, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 
09/04/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-238 DIVULG 03-12-2013 PUBLIC 04-12-
2013) !
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•! Haver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal 
•! A prova não puder ser feita por outros meios 
•! O fato investigado deve ser punido com pena de reclusão 
•! A situação objeto da investigação deve ser descrita com clareza, com 
a qualificação dos suspeitos, SALVO SE ISSO FOR IMPOSSÍVEL 
 
Também não se admite a chamada “autorização genérica”, ou “carta 
branca”. Assim, não é possível, por exemplo, que o Judiciário autorize a 
interceptação telefônica de todos os moradores de uma favela, pois há 
suspeitas de que alguém esteja praticando tráfico de entorpecentes. Ora, 
essa autorização é genérica demais, não especifica exatamente qual é o 
fato, quem são os suspeitos, etc. 
 
Embora as interceptações telefônicas só possam ser autorizadas nestes 
casos expressamente previstos, o STF admite que a prova obtida 
através de uma interceptação lícita (que obedeceu aos requisitos 
legais) possa ser utilizada como “prova emprestada” em outros 
processos criminais ou até mesmo procedimentos administrativos 
disciplinares instaurados em face dos mesmos investigados OU DE 
OUTROS, desde que haja conexão entre os fatos. Vejamos a 
seguinte decisão do STF: 
(...) 1. Não é ilícita a prova obtida mediante interceptação telefônica autorizada por 
Juízo competente. O posterior reconhecimento da incompetência do Juízo que deferiu a 
diligência não implica, necessariamente, a invalidação da prova legalmente produzida. A 
não ser que “o motivo da incompetência declarada [fosse] contemporâneo da decisão 
judicial de que se cuida” (HC 81.260, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence). 2. 
Não há por que impedir que o resultado das diligências encetadas por autoridade 
judiciária até então competente seja utilizado para auxiliar nas apurações que se 
destinam a cumprir um poder-dever que decola diretamente da Constituição Federal 
(incisos XXXIX, LIII e LIV do art. 5º, inciso I do art. 129 e art. 144 da CF). Isso, é claro, 
com as ressalvas da jurisprudência do STF quanto aos limites da chamada prova 
emprestada 3. Os elementos informativos de uma investigação criminal, ou as 
provas colhidas no bojo de instrução processual penal, desde que obtidos 
mediante interceptação telefônica devidamente autorizada por Juízo 
competente, admitem compartilhamento para fins de instruir procedimento 
criminal ou mesmo procedimento administrativo disciplinar contra os 
investigados. Possibilidade jurisprudencial que foi ampliada, na Segunda 
Questão de Ordem no Inquérito 2.424 (da relatoria do ministro Cezar Peluso), 
para também autorizar o uso dessas mesmas informações contra outros 
agentes. 4. Habeas corpus denegado. 
(HC 102293, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 24/05/2011, 
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-239 DIVULG 16-12-2011 PUBLIC 19-12-2011) 
 
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1.3.! Legitimados a requerer a medida 
Mas, quem pode requerer a autorização para realização de 
interceptação telefônica? A lei nos diz, em seu art. 3º: 
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada 
pelo juiz, de ofício ou a requerimento: 
I - da autoridade policial, na investigação criminal; 
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na 
instrução processual penal. 
 
Assim, temos três hipóteses: 
•! De ofício, pelo Juiz (Sem pedido de ninguém) 
•! A requerimento da autoridade policial, durante a investigação 
criminal 
•! A requerimento do MP, durante a investigação ou durante a 
instrução processual penal 
 
Mas, e no caso de crimes de ação penal privada? A Doutrina 
entende que a vítima tem legitimidade para requerer autorização 
para realização de interceptação telefônica. 
O art. 4º determina, ainda, que o pedido deverá cumprir 
determinadas formalidades (simples): 
Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a 
demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração 
penal, com indicação dos meios a serem empregados. 
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado 
verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a 
interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a 
termo. 
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o 
pedido. 
 
 
1.4.! Prazo e prorrogação 
O art. 5º, por sua vez, estabelece que a decisão (que deferir ou 
indeferir o pedido) deverá ser fundamentada (em respeito ao art. 93, IX 
da Constituição Federal): 
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando 
também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo 
de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a 
indispensabilidade do meio de prova. 
 
A parte final do artigo trouxe muitas polêmicas. Poderia ou 
não a interceptação ser renovada mais de uma vez? A redação legal 
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é clara ao dizer apenas uma vez. No entanto, o STF firmou 
entendimento no sentido contrário, adotandoa tese de que é 
possível a renovação por sucessivas vezes, desde que isso se 
mostre indispensável às investigações. Vejamos: 
 
 
(...) 2. A renovação da medida ou a prorrogação do prazo das interceptações 
telefônicas pressupõem a complexidade dos fatos sob investigação e o número 
de pessoas envolvidas, por isso que nesses casos maior é a necessidade da 
quebra do sigilo telefônico, com vista à apuração da verdade que interessa ao 
processo penal, sendo, a fortiori, “lícita a prorrogação do prazo legal de 
autorização para interceptação telefônica, ainda que de modo sucessivo, 
quando o fato seja complexo e exija investigação diferenciada e contínua” (Inq. 
Nº 2424/RJ, relator Ministro Cezar Peluso, Dje de 25.03.2010). 3(...) 
(HC 106225, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. LUIZ FUX, 
Primeira Turma, julgado em 07/02/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-059 DIVULG 21-
03-2012 PUBLIC 22-03-2012) 
 
Vejam que o STF, portanto, contraria o que está 
expressamente previsto na Lei. 
CUIDADO! O termo inicial para contagem do prazo de 15 dias é a data 
em que se efetiva a diligência, e não a data da decisão judicial: STJ, 
HC 135771: “(...) 2. Em relação às interceptações telefônicas, o prazo de 15 
(quinze) dias, previsto na Lei nº 9.296⁄96, é contado a partir da efetivação da 
medida constritiva, ou seja, do dia em que se iniciou a escuta telefônica e não 
da data da decisão judicial. (...)” 
 
1.5.! Condução dos procedimentos 
Quem conduz o procedimento para a realização da interceptação é a 
autoridade policial, dando ciência de tudo ao MP, nos termos do art. 6º: 
Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos 
de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá 
acompanhar a sua realização. 
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a 
autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às 
concessionárias de serviço público. 
Após a realização dos trabalhos, a autoridade policial encaminhará o 
resultado ao Juiz, acompanhado de resumo das operações realizadas. 
Neste momento o Juiz determinará que os documentos relativos à 
interceptação sejam autuados em apartado, apensados aos autos 
principais, tramitando em segredo de justiça. Após, dará ciência ao MP: 
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§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da 
interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá 
conter o resumo das operações realizadas. 
§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8° , 
ciente o Ministério Público. 
(...) 
Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, 
ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do 
processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e 
transcrições respectivas. 
 
1.6.! Inutilização do material irrelevante 
É claro que durante este procedimento muitas das gravações obtidas 
serão completamente inúteis às investigações, motivo pelo qual deverão 
ser descartadas, mediante requerimento da parte interessada ou do MP, 
naquilo que se chama de “incidente de inutilização”: 
 Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão 
judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude 
de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. 
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério 
Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante 
legal. 
 
1.7.! Degravação e perícia 
Até mesmo em razão da existência de muito material irrelevante 
para as investigações, os Tribunais Superiores firmaram entendimento no 
sentido de que não é necessária a transcrição (degravação) de todo 
o conteúdo interceptado, mas apenas daquelas partes que sejam 
importantes à investigação.4 
Embora não seja necessária a transcrição integral do áudio captado, 
é necessário que seja disponibilizado à defesa o conteúdo integral 
do áudio (através de CDs, etc.).5 
Mas, professor, me surgiu uma dúvida: é necessária a 
realização de perícia para analisar se o material (conversas) é 
verdadeiro ou montagem? Em regra, não, mas nada impede que 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
4 (...)É pacífico o entendimento nos tribunais superiores no sentido de que não é 
necessária a transcrição in totum do conteúdo da quebra do sigilo das 
comunicações telefônicas, visto que a Lei n.º 9.269/96 não traz qualquer 
exigência nesse sentido. 
(...) 
(HC 245.108/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, 
julgado em 22/04/2014, DJe 02/05/2014)!
∗
!NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais comentadas. Op. cit., p. 
491 
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alguém, desconfiando da veracidade da prova, requeira a realização de 
perícia. Este é o entendimento do STJ.6 
 
1.8.! Tipo penal específico 
A Lei, lá no final, ainda nos traz um tipo penal, que é o de realizar 
interceptação telefônica, de informática ou telemática, ou quebrar 
segredo de Justiça, SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL OU COM 
OBJETIVOS NÃO AUTORIZADOS EM LEI: 
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, 
de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização 
judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. 
Vejam que a parte grifada é o que se chama de elemento normativo 
do tipo penal, pois estabelece uma situação que, se presente, torna a 
conduta prevista anteriormente em legal. Assim, se há autorização 
judicial, a quebra de segredo de Justiça, por exemplo, será um indiferente 
penal. 
Esse crime é de AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA, vez 
que a lei nada fala a respeito do tipo de ação penal. 
 
1.9.! Tópicos jurisprudenciais relevantes 
•! INTERCEPTAÇÃO ILEGAL – POSTERIOR AUTORIZAÇÃO DE 
UM DOS INTERLOCUTORES – IMPOSSIBILIDADE DE “VALIDAÇÃO 
DA PROVA: Esse foi o entendimento firmado pelo STJ no julgamento do 
HC 161053: 
“(...) 1. A interceptação telefônica é a captação de conversa feita por um 
terceiro, sem o conhecimento dos interlocutores, que depende de ordem judicial, 
nos termos do inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal. 
2. A escuta é a captação de conversa telefônica feita por um terceiro, com o 
conhecimento de apenas um dos interlocutores, ao passo que a gravação 
telefônica é feita por um dos interlocutores do diálogo, sem o consentimento ou 
a ciência do outro. 
3. Na hipótese, embora as gravações tenham sido implementadas pelo esposo 
da cliente do paciente com a intenção de provar a sua inocência, é certo que não 
obteve a indispensável prévia autorização judicial, razão pela qual se tem como 
configurada a interceptação de comunicação telefônica ilegal. 
4. O fato da esposa do autor das interceptações - que era uma 
interlocutora dos diálogos gravados de forma clandestina - ter 
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6 (...) não há no referido diploma legal qualquer orientação no sentido de que 
devem ser periciadas as gravações realizadas, com a finalidade de demonstrar 
sua genuinidade e intangibilidade, pois a regra é que sejam idôneas, tratando-
se, portanto, de providêncianão tingida de imprescindibilidade. (...) 
(HC 245.108/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, 
julgado em 22/04/2014, DJe 02/05/2014)!
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consentido posteriormente com a divulgação dos seus conteúdos não 
tem o condão de legitimar o ato, pois no momento da gravação não tinha 
ciência do artifício que foi implementado pelo seu marido, não se 
podendo afirmar, portanto, que, caso soubesse, manteria tais conversas 
com o seu advogado pelo telefone interceptado. 
(...) 
(HC 161.053/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 
27/11/2012, DJe 03/12/2012) 
•! INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA – PROVA EMPRESTADA EM 
PROCESSO ADMINISTRARIVO DISCIPLINAR – UTILIZAÇÃO COMO 
PROVA EM RELAÇÃO A OUTRAS PESSOAS – POSSIBILIDADE: Se a 
decisão que determinou a interceptação foi legal, a prova produzida na 
diligência pode ser utilizada para instruir PAD, ainda que em relação a 
fatos diversos ou outras pessoas. Esse foi o entendimento firmado 
pelo STF (Inq. 2424) e pelo STJ: “(...) 3. É de ser reconhecida a legalidade da 
utilização da interceptação telefônica produzida na ação penal nos autos do 
processo administrativo disciplinar, ainda que instaurado (a) para apuração de 
ilícitos administrativos diversos dos delitos objeto do processo criminal; e (b) 
contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais a prova foi colhida, 
ou contra outros servidores cujo suposto ilícito tenha vindo à tona em face da 
interceptação telefônica. 
4. Embargos de declaração rejeitados.” 
(EDcl no MS 13.099/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado 
em 25/04/2012, DJe 09/05/2012) 
•! DESVIO DUPLO – TERMINAL INTERNO DE DESVIO DE 
CHAMADAS – TERMINAL TAMBÉM ABRANGIDO PELA DILIGÊNCIA 
- “(...) O terminal telefônico criado internamente por operadora de telefonia, 
com o simples fim de efetuar desvio de chamadas de um terminal objeto de 
interceptação judicial, é alcançado pela medida constritiva incidente sobre este 
último. Ordem denegada. (HC 96156, STF) 
•! INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA – REALIZAÇÃO ANTES DA 
INSTAURAÇÃO DO IP – POSSIBILIDADE: “(...) I. A interceptação 
telefônica para fins de investigação criminal pode se efetivar antes mesmo da 
instauração do inquérito policial, pois nada impede que as investigações 
precedam esse procedimento. “A providência pode ser determinada para a 
investigação criminal (até antes, portanto, de formalmente instaurado o 
inquérito) e para a instrução criminal, depois de instaurada a ação penal.” (...) 
(HC 43.234/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 
03/11/2005, DJ 21/11/2005, p. 265) 
•! INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA – DETERMINAÇÃO COM BASE 
EXCLUSIVAMENTE EM DENÚNCIA ANÔNIMA – IMPOSSIBILIDADE 
– NECESSIDADE DE AVERIGUAÇÃO PRELIMINAR DA 
PROCEDÊNCIA DA DELAÇÃO: “(...) Elementos dos autos que evidenciam 
não ter havido investigação preliminar para corroborar o que exposto 
em denúncia anônima. O Supremo Tribunal Federal assentou ser 
possível a deflagração da persecução penal pela chamada denúncia 
anônima, desde que esta seja seguida de diligências realizadas para 
averiguar os fatos nela noticiados antes da instauração do inquérito 
policial. Precedente. 2. A interceptação telefônica é subsidiária e excepcional, só 
podendo ser determinada quando não houver outro meio para se apurar os fatos 
tidos por criminosos, nos termos do art. 2º, inc. II, da Lei n. 9.296/1996. ((HC 
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108147, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 
11/12/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-022 DIVULG 31-01-2013 PUBLIC 01-
02-2013) 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
2.! EXERCÍCIOS DA AULA 
 
01 - (CESPE – 2004 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
Julgue o item a seguir, acerca da tentativa de violação do sigilo do voto, 
que é um crime eleitoral punível com detenção de até dois anos. 
Seria ilícita decisão judicial que autorizasse a interceptação de 
comunicações telefônicas no curso de investigação relativa à prática desse 
crime. 
 
02 - (CESPE – 2004 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma 
assertiva a ser julgada. 
Hugo é um agente de polícia civil que realizou interceptação de 
comunicação telefônica sem autorização judicial. Nessa situação, o ato de 
Hugo, apesar de violar direitos fundamentais, não constitui crime 
hediondo. 
 
03 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte 
final, do art. 5.° da Constituição Federal, poderá o juiz autorizar a 
interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para 
instruir ação relativa a direito de família. 
 
04 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte 
final, do art. 5.° da Constituição Federal, admitir-se-á interceptação das 
comunicações telefônicas em relação a qualquer crime, desde que punível 
com pena privativa de liberdade de qualquer natureza. 
 
05 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte 
final, do art. 5.° da Constituição Federal, recebida a denúncia e 
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instaurado o processo por crime de ação penal pública, somente o 
Ministério Público tem legitimidade para requerer a interceptação das 
comunicações ao juiz, o qual, por sua vez também poderá determinar tal 
medida de oficio. 
 
06 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte 
final, do art. 5.° da Constituição Federal, a despeito de inexistirem 
indícios razoáveis de autoria ou participação do sujeito passivo da 
interceptação telefônica na infração penal, poderá tal medida ser 
determinada se a autoridade policial demonstrar sua conveniência para o 
sucesso das investigações. 
 
07 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte 
final, do art. 5.° da Constituição Federal, deferido o pedido de 
interceptação, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de 
interceptação, mas deverá dar ciência ao Ministério Público, que poderá 
acompanhar a sua realização. 
 
08 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue o item a 
seguir, com base no entendimento do STF. 
Considere que, após realização de interceptação telefônica judicialmente 
autorizada para apurar crime contra a administração pública imputado ao 
servidor público Mário, a autoridade policial tenha identificado, na fase de 
inquérito, provas de ilícitos administrativos praticados por outros 
servidores. Nessa situação hipotética, considerando-se que a 
interceptação telefônica tenha sido autorizada judicialmente apenas em 
relação ao servidor Mário, as provas obtidas contra os outros servidores 
não poderão ser usadas em procedimento administrativo disciplinar. 
 
09 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
A respeitoda interceptação das comunicações telefônicas, julgue o item a 
seguir, com base no entendimento do STF. 
É possível a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação 
telefônica, mesmo que sucessiva, especialmente quando se tratar de fato 
complexo que exija investigação diferenciada e contínua. 
 
10 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue o item a 
seguir, com base no entendimento do STF. 
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Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, 
legal e legítima, as informações e provas coletadas dessa diligência 
podem subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de 
detenção, desde que estes sejam conexos aos primeiros tipos penais que 
justificaram a interceptação. 
 
11 - (CESPE – 2010 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE 
INTELIGÊNCIA) 
Com base nos delitos em espécie, julgue o próximo item. 
Constitui crime realizar interceptação de comunicações, sejam elas 
telefônicas, informáticas, ou telemáticas, ou, ainda, quebrar segredo da 
justiça sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 
 
12 - (CESPE – 2002 – DPF - DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) 
No âmbito da jurisdição constitucional das liberdades, a proscrição da 
prova ilícita no processo é tema recorrente, seja porque o aparelho 
policial brasileiro ainda se entremostra arbitrário, seja porque há 
dificuldades, em certos casos, de avaliar-se a extensão dos efeitos que a 
inadmissão da prova tida por ilícita acarreta para a investigação e 
persecução criminal. Na esteira da doutrina dominante e das decisões do 
Supremo Tribunal Federal (STF), julgue o item abaixo, relativo a esse 
assunto. 
Por não se tratar de hipótese de interceptação telefônica sem autorização 
judicial, a conversa informal mantida pelo indiciado com policiais, na 
delegacia, pode ser gravada por estes, e a eventual confissão de prática 
delituosa constante na gravação é tida por prova válida para sustentar 
pedido de prisão temporária do confesso. 
 
13 - (CESPE – 2007 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) 
Julgue o item abaixo de acordo com as leis penais especiais. 
A interceptação das comunicações telefônicas somente pode ser 
autorizada se outros meios de prova mostrarem-se insuficientes para a 
elucidação do fato criminoso e se existirem indícios razoáveis de autoria 
ou participação em crime punido com reclusão. Entende o STF, todavia, 
que, uma vez realizada a interceptação telefônica de forma 
fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletadas dessa 
diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com 
pena de detenção, desde que conexos aos primeiros tipos penais que 
justificaram a interceptação. 
 
14 - (CESPE – 2013 – PGDF – PROCURADOR) 
De acordo com a Lei n.º 9.296/1996, a intercepção das comunicações 
telefônicas poderá ser determinada a requerimento da autoridade policial, 
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na fase de investigação criminal, ou a requerimento do MP, somente na 
fase de instrução criminal. 
 
15 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
Apesar de a lei prever o prazo máximo de quinze dias para a 
interceptação telefônica, renovável por mais quinze, não há qualquer 
restrição ao número de prorrogações, desde que haja decisão 
fundamentando a dilatação do período. 
 
16 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
Segundo o entendimento do STF, é permitido, em caráter excepcional, à 
polícia militar, mediante autorização judicial e sob supervisão do MP, 
executar interceptações telefônicas, sobretudo quando houver suspeita de 
envolvimento de autoridades policiais civis nos delitos investigados, não 
sendo a execução dessa medida exclusiva da autoridade policial, visto que 
são autorizados, por lei, o emprego de serviços e a atuação de técnicos 
das concessionárias de serviços públicos de telefonia nas interceptações. 
 
17 - (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton 
estaria abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes 
mesmo de colher provas acerca da informação recebida, a juiz da vara 
criminal competente a interceptação das comunicações telefônicas de 
Mílton pelo prazo de quinze dias, sucessivamente prorrogado durante os 
quarenta e cinco dias de investigação. 
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar 
o inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da 
investigação, resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de 
Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, tendo tomado 
conhecimento, devido às interceptações, de que o advogado cometera o 
crime de tráfico de influência. Em razão disso, Mílton procurou Kátia e 
solicitou que ela concordasse com a divulgação do conteúdo das 
gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu expressamente. Mílton, então, 
apresentou ao delegado o conteúdo das gravações, que foram utilizadas 
para subsidiar ação penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do 
crime de tráfico de influência. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito 
das interceptações telefônicas. 
A interceptação telefônica solicitada pelo delegado de polícia e autorizada 
judicialmente é nula, haja vista ter sido sucessivamente prorrogada pelo 
magistrado por prazo superior a trinta dias, o que contraria a previsão 
legal de que o prazo da interceptação telefônica não pode exceder quinze 
dias, renovável uma vez por igual período. 
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18 - (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton 
estaria abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes 
mesmo de colher provas acerca da informação recebida, a juiz da vara 
criminal competente a interceptação das comunicações telefônicas de 
Mílton pelo prazo de quinze dias, sucessivamente prorrogado durante os 
quarenta e cinco dias de investigação. 
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar 
o inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da 
investigação, resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de 
Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, tendo tomado 
conhecimento, devido às interceptações, de que o advogado cometera o 
crime de tráfico de influência. Em razão disso, Mílton procurou Kátia e 
solicitou que ela concordasse com a divulgação do conteúdo das 
gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu expressamente. Mílton, então, 
apresentou ao delegado o conteúdo das gravações, que foram utilizadas 
para subsidiar ação penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do 
crime de tráfico de influência. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito 
das interceptações telefônicas. 
O fato de Kátia –– que era interlocutora dos diálogos gravados –– ter 
consentido posteriormente com a divulgação do conteúdo das gravações 
não legitima o ato nem justifica sua utilização como prova. 
 
19 - (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO)Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton 
estaria abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes 
mesmo de colher provas acerca da informação recebida, a juiz da vara 
criminal competente a interceptação das comunicações telefônicas de 
Mílton pelo prazo de quinze dias, sucessivamente prorrogado durante os 
quarenta e cinco dias de investigação. 
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar 
o inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da 
investigação, resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de 
Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, tendo tomado 
conhecimento, devido às interceptações, de que o advogado cometera o 
crime de tráfico de influência. Em razão disso, Mílton procurou Kátia e 
solicitou que ela concordasse com a divulgação do conteúdo das 
gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu expressamente. Mílton, então, 
apresentou ao delegado o conteúdo das gravações, que foram utilizadas 
para subsidiar ação penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do 
crime de tráfico de influência. 
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Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito 
das interceptações telefônicas. 
A interceptação telefônica realizada por Mílton é ilegal, porquanto 
desprovida da necessária autorização judicial. 
 
20 - (CESPE – 2013 – CNJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) 
Admite-se que o juiz determine interceptação telefônica quando houver 
indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal punida 
com detenção e a prova não puder ser feita por outros meios. 
 
21 - (CESPE – 2014 – TJ-DF – TITULAR NOTARIAL) 
Assinale a opção correta acerca de interceptação telefônica, segundo o 
STF, o STJ e a doutrina majoritária. 
a) Segundo o entendimento do STF, é impossível a prorrogação do prazo 
de autorização para a interceptação telefônica por períodos sucessivos. 
b) O juiz competente para determinar a interceptação é o competente 
para processar e julgar o crime de cuja prática se suspeita. No entanto, a 
verificação posterior de que se trata de crime para o qual o juiz seria 
incompetente não deve acarretar a nulidade absoluta da prova colhida. 
c) É válido o deferimento de interceptação telefônica promovido em razão 
de denúncia anônima desacompanhada de outras diligências. 
d) É indispensável prévia instauração de inquérito para a autorização de 
interceptação telefônica 
e) Consoante entendimento predominante nos tribunais superiores, faz-se 
necessária a transcrição integral do conteúdo da quebra do sigilo das 
comunicações telefônicas 
 
 
22 - (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ – ADAPTADA) 
Segundo entendimento do STJ, é inadmissível a utilização de prova 
produzida em feito criminal diverso, obtida por meio de interceptação 
telefônica e relacionada com os fatos do processo-crime, ainda que seja 
oferecida à defesa oportunidade de proceder ao contraditório. 
 
23 - (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ – ADAPTADA) 
A Lei n.º 9.296/1996, que trata da interceptação das comunicações 
telefônicas, estipula o prazo de quinze dias para a interceptação de 
comunicações telefônicas, renovável uma vez por igual período, vedadas, 
de acordo com o entendimento jurisprudencial do STF e do STJ, as 
prorrogações por período superior a esse prazo. 
 
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24 - (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ – ADAPTADA) 
O contraditório das provas obtidas por meio de interceptação telefônica é 
postergado para os autos da ação penal deflagrada, quando as partes 
terão acesso ao seu conteúdo e, diante desses elementos, poderão 
impugnar e contraditar as provas obtidas por meio da medida cautelar. 
 
25 - (CESPE – 2014 – MPE-AC – PROMOTOR DE JUSTIÇA – 
ADAPTADA) 
De acordo com a lei que rege as interceptações telefônicas, a 
competência para deferir esse procedimento no curso do inquérito policial 
é do promotor de justiça com atribuição para atuar na ação principal. 
 
26 - (CESPE – 2014 – MPE-AC – PROMOTOR DE JUSTIÇA – 
ADAPTADA) 
A ação penal padecerá de nulidade absoluta, por cerceamento de defesa, 
caso a defesa não tenha acesso à integralidade do teor das escutas 
telefônicas antes da colheita da prova oral. 
 
27 - (CESPE - 2015 - TJDFT - OFICIAL DE JUSTIÇA) 
A respeito de prova criminal, de medidas cautelares e de prisão 
processual, julgue os itens que se seguem. 
A gravação decorrente de interceptação telefônica que não interessar ao 
processo deverá ser inutilizada por decisão judicial posterior, 
necessariamente, à conclusão da instrução processual. 
 
3.! EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
01 - (CESPE – 2004 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
Julgue o item a seguir, acerca da tentativa de violação do sigilo do 
voto, que é um crime eleitoral punível com detenção de até dois 
anos. 
Seria ilícita decisão judicial que autorizasse a interceptação de 
comunicações telefônicas no curso de investigação relativa à 
prática desse crime. 
COMENTÁRIOS: A afirmativa está correta, eis que não se admite a 
autorização para realização de interceptações telefônicas para investigar 
fatos criminosos punidos com pena de detenção. Vejamos o que nos diz a 
Lei 9.296/96: 
 
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas 
quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: 
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I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração 
penal; 
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; 
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com 
pena de detenção. 
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a 
situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos 
investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. 
Assim, vejam que o art. 2º, III é claro ao estabelecer que o crime 
investigado deve ser punido com reclusão. 
Portanto, a afirmativa está CORRETA. 
 
02 - (CESPE – 2004 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida 
de uma assertiva a ser julgada. 
Hugo é um agente de polícia civil que realizou interceptação de 
comunicação telefônica sem autorização judicial. Nessa situação, 
o ato de Hugo, apesar de violar direitos fundamentais, não 
constitui crime hediondo. 
COMENTÁRIOS: A realização de interceptação telefônica é crime, 
previsto no art. 10 da Lei 9.296/96. Vejamos: 
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, 
de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização 
judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. 
 
Entretanto, este crime não é considerado hediondo, pois não se enquadra 
no rol do art. 1º da Lei 8.072/90, que é um rol taxativo, ou seja, somente 
aqueles crimes são considerados hediondos, não havendo possibilidade de 
interpretação ampliativa. São eles: 
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no 
Decreto-Lei no 2.848,de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou 
tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 1994) 
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado 
(art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); (Inciso incluído pela Lei nº 
8.930, de 1994) 
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e 
§§ lo, 2o e 3o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação 
dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso incluído pela Lei nº 
8.930, de 1994) 
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VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) 
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado 
a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, 
com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 
9.695, de 1998) 
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio 
previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou 
consumado. (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 
Portanto, a afirmativa está CORRETA. 
 
03 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, 
parte final, do art. 5.° da Constituição Federal, 
poderá o juiz autorizar a interceptação de comunicações 
telefônicas, de qualquer natureza, para instruir ação relativa a 
direito de família. 
COMENTÁRIOS: O art. 2º da Lei 9.296/96 estabelece algumas restrições 
à autorização de interceptações telefônicas. Vejamos: 
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas 
quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: 
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração 
penal; 
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; 
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com 
pena de detenção. 
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a 
situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos 
investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. 
 
Assim, presente qualquer das situações acima narradas, não se 
poderá admitir a interceptação telefônica. A contrario sensu, podemos 
dizer que as condições para a autorização de interceptações telefônicas 
são as seguintes (CUMULATIVAS): 
•! Haver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração 
penal; 
•! A prova não puder ser feita por outros meios; 
•! O fato investigado deve ser punido com pena de reclusão; 
•! A situação objeto da investigação deve ser descrita com 
clareza, com a qualificação dos suspeitos, SALVO SE ISSO 
FOR IMPOSSÍVEL. 
 
Vejam, assim, que o primeiro pressuposto é que se esteja investigando 
UM CRIME. Mais que isso, esse crime deverá ser punido com RECLUSÃO, 
dentre outros requisitos. 
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Assim, completamente inviável a autorização de realização de 
interceptação telefônica em processos de Vara de Família. 
Portanto, a afirmativa está ERRADA. 
 
04 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, 
parte final, do art. 5.° da Constituição Federal, 
admitir-se-á interceptação das comunicações telefônicas em 
relação a qualquer crime, desde que punível com pena privativa 
de liberdade de qualquer natureza. 
COMENTÁRIOS: O art. 2º da Lei 9.296/96 estabelece algumas restrições 
à autorização de interceptações telefônicas. Vejamos: 
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas 
quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: 
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração 
penal; 
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; 
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com 
pena de detenção. 
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a 
situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos 
investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. 
 
Assim, presente qualquer das situações acima narradas, não se 
poderá admitir a interceptação telefônica. A contrario sensu, podemos 
dizer que as condições para a autorização de interceptações telefônicas 
são as seguintes (CUMULATIVAS): 
•! Haver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração 
penal; 
•! A prova não puder ser feita por outros meios; 
•! O fato investigado deve ser punido com pena de reclusão; 
•! A situação objeto da investigação deve ser descrita com 
clareza, com a qualificação dos suspeitos, SALVO SE ISSO 
FOR IMPOSSÍVEL. 
 
Vejam, assim, que o primeiro pressuposto é que se esteja investigando 
UM CRIME. Mais que isso, esse crime deverá ser punido com 
RECLUSÃO, dentre outros requisitos. 
Assim, completamente inviável a autorização de realização de 
interceptação telefônica em crimes que não sejam punidos, ao menos, 
com reclusão. 
Lembrando que reclusão e detenção são espécies de pena privativa de 
liberdade. 
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Portanto, a afirmativa está ERRADA. 
 
05 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, 
parte final, do art. 5.° da Constituição Federal, 
recebida a denúncia e instaurado o processo por crime de ação 
penal pública, somente o Ministério Público tem legitimidade para 
requerer a interceptação das comunicações ao juiz, o qual, por 
sua vez também poderá determinar tal medida de oficio. 
COMENTÁRIOS: A lei nos diz, em seu art. 3º, quais são os legitimados 
para requerer a autorização para realização de interceptação telefônica: 
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada 
pelo juiz, de ofício ou a requerimento: 
I - da autoridade policial, na investigação criminal; 
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na 
instrução processual penal. 
 
Assim, temos três hipóteses: 
•! De ofício, pelo Juiz (Sem pedido de ninguém); 
•! A requerimento da autoridade policial, durante a investigação 
criminal; 
•! A requerimento do MP, durante a investigação ou durante a 
instrução processual penal. 
 
Portanto, o MP pode requerer a autorização a qualquer tempo (tanto na 
investigação quanto durante o processo criminal), podendo o Juiz 
autorizar a medida de ofício, ou seja, sem que haja requerimento de 
ninguém. 
Assim, a afirmativa está CORRETA. 
 
06 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
De acordocom a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, 
parte final, do art. 5.° da Constituição Federal, 
a despeito de inexistirem indícios razoáveis de autoria ou 
participação do sujeito passivo da interceptação telefônica na 
infração penal, poderá tal medida ser determinada se a autoridade 
policial demonstrar sua conveniência para o sucesso das 
investigações. 
 
COMENTÁRIOS: O art. 2º da Lei 9.296/96 estabelece algumas restrições 
à autorização de interceptações telefônicas. Vejamos: 
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Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas 
quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: 
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração 
penal; 
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; 
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com 
pena de detenção. 
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a 
situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos 
investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. 
 
Assim, presente qualquer das situações acima narradas, não se 
poderá admitir a interceptação telefônica. A contrario sensu, podemos 
dizer que as condições para a autorização de interceptações telefônicas 
são as seguintes (CUMULATIVAS): 
•! Haver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração 
penal; 
•! A prova não puder ser feita por outros meios; 
•! O fato investigado deve ser punido com pena de reclusão; 
•! A situação objeto da investigação deve ser descrita com 
clareza, com a qualificação dos suspeitos, SALVO SE ISSO 
FOR IMPOSSÍVEL. 
 
Vejam, assim, que a ausência de indícios de que o suspeito tenha 
participado do crime é um impedimento à realização da interceptação 
telefônica, nos termos do art. 2º, I da Lei. 
 
Portanto, a afirmativa está ERRADA. 
 
07 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, 
parte final, do art. 5.° da Constituição Federal, 
deferido o pedido de interceptação, a autoridade policial conduzirá 
os procedimentos de interceptação, mas deverá dar ciência ao 
Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização. 
COMENTÁRIOS: Quem conduz o procedimento para a realização da 
interceptação é a autoridade policial, dando ciência de tudo ao MP, nos 
termos do art. 6º: 
Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos 
de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá 
acompanhar a sua realização. 
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a 
autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às 
concessionárias de serviço público. 
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Assim, a afirmativa está CORRETA. 
 
08 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue 
o item a seguir, com base no entendimento do STF. 
Considere que, após realização de interceptação telefônica 
judicialmente autorizada para apurar crime contra a 
administração pública imputado ao servidor público Mário, a 
autoridade policial tenha identificado, na fase de inquérito, provas 
de ilícitos administrativos praticados por outros servidores. Nessa 
situação hipotética, considerandose que a interceptação telefônica 
tenha sido autorizada judicialmente apenas em relação ao 
servidor Mário, as provas obtidas contra os outros servidores não 
poderão ser usadas em procedimento administrativo disciplinar. 
COMENTÁRIOS: O STF entende que se determinada prova foi colhida de 
maneira válida (No caso, mediante autorização judicial), não há óbice 
algum à sua utilização para incriminar outras pessoas que não sejam 
aquelas previamente previstas no pedido de autorização de interceptação 
telefônica. 
Mais: O STF admite a utilização destas provas para embasar pedido de 
punição administrativa de servidores públicos, vez que a prova, como 
dito, é legítima. 
Portanto, a afirmativa está ERRADA. 
 
09 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue 
o item a seguir, com base no entendimento do STF. 
É possível a prorrogação do prazo de autorização para a 
interceptação telefônica, mesmo que sucessiva, especialmente 
quando se tratar de fato complexo que exija investigação 
diferenciada e contínua. 
COMENTÁRIOS: O STF permite a prorrogação sucessiva de autorizações 
judiciais para interceptações telefônicas, quando extremamente 
necessário, notadamente em casos complexos. 
A título ilustrativo, segue julgado recente do STF: 
EMENTA Habeas corpus. Constitucional. Processual Penal. Interceptação 
telefônica. Crimes de tortura, corrupção passiva, extorsão, peculato, 
formação de quadrilha e receptação. Eventual ilegalidade da decisão que 
autorizou a interceptação telefônica e suas prorrogações por 30 (trinta) dias 
consecutivos. Não ocorrência. Possibilidade de se prorrogar o prazo de 
autorização para a interceptação telefônica por períodos sucessivos 
quando a intensidade e a complexidade das condutas delitivas 
investigadas assim o demandarem. Precedentes. Decisão proferida com a 
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observância das exigências previstas na lei de regência (Lei nº 9.296/96, art. 
5º). Alegada falta de fundamentação da decisão que determinou e 
interceptação telefônica do paciente. Questão não submetida à apreciação do 
Superior Tribunal de Justiça. Supressão de instância não admitida. 
Precedentes. Ordem parcialmente conhecida e denegada. 1. É da 
jurisprudência desta Corte o entendimento de ser possível a prorrogação do 
prazo de autorização para a interceptação telefônica, mesmo que sucessiva, 
especialmente quando o fato é complexo, a exigir investigação diferenciada e 
contínua (HC nº 83.515/RS, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Nelson Jobim, 
DJ de 4/3/05). 2. Cabe registrar que a autorização da interceptação por 30 
(dias) dias consecutivos nada mais é do que a soma dos períodos, ou seja, 15 
(quinze) dias prorrogáveis por mais 15 (quinze) dias, em função da 
quantidade de investigados e da complexidade da organização criminosa. 3. 
Nesse contexto, considerando o entendimento jurisprudencial e doutrinário 
acerca da possibilidade de se prorrogar o prazo de autorização para a 
interceptação telefônica por períodos sucessivos quando a intensidade e a 
complexidade das condutas delitivas investigadas assim o demandarem, não 
há que se falar, na espécie, em nulidade da referida escuta e de suas 
prorrogações, uma vez que autorizada pelo Juízo de piso, com a observância 
das exigências previstas na lei de regência (Lei nº 9.296/96, art. 5º). 4. A 
sustentada falta de fundamentação da decisão que determinou a 
interceptação telefônica do paciente não foi submetida ao crivo do Superior 
Tribunal de Justiça. Com efeito, sua análise, de forma originária, neste 
ensejo, na linha de julgados da Corte, configuraria verdadeira supressão de 
instância, o que não se admite. 5.Habeas corpus parcialmente conhecido e, 
nessa parte, denegado. 
(HC 106129, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 
06/03/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-061 DIVULG 23-03-2012 PUBLIC 
26-03-2012) 
 
Portanto, a afirmativa está CORRETA. 
 
10 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue 
o item a seguir, com base no entendimento do STF. 
Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma 
fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletadas 
dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes 
puníveis com pena de detenção, desde que estes sejam conexos 
aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. 
COMENTÁRIOS: Esta questão também foi baseada em julgamento do 
STF, que permitiu a utilização de prova colhida de forma legítima 
(interceptação telefônica) em outros crimes, punidos apenas com 
detenção, quando conexos com aqueles que ensejaram a decretação da 
quebra do sigilo telefônico. 
Vejamos: 
EMENTA: HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. PRAZO DE 
VALIDADE. ALEGAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE OUTRO MEIO DE INVESTIGAÇÃO. 
FALTA DE TRANSCRIÇÃO DE CONVERSAS INTERCEPTADAS NOS RELATÓRIOS 
APRESENTADOS AO JUIZ. AUSÊNCIA DE CIÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
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ACERCA DOS PEDIDOS DE PRORROGAÇÃO. APURAÇÃO DE CRIME PUNIDO 
COM PENA DE DETENÇÃO. 1.(...) 5. Uma vez realizada a interceptação 
telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e 
provas coletas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base 
em crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos 
primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. Do contrário, 
a interpretação do art. 2º, III, da L. 9.296/96 levaria ao absurdo de 
concluir pela impossibilidade de interceptação para investigar crimes 
apenados com reclusão quando forem estes conexos com crimes 
punidos com detenção. Habeas corpus indeferido. 
(HC 83515, Relator(a): Min. NELSON JOBIM, Tribunal Pleno, julgado em 
16/09/2004, DJ 04-03-2005 PP-00011 EMENT VOL-02182-03 PP-00401 RTJ 
VOL-00193-02 PP-00609) 
 
Portanto, a afirmativa está CORRETA. 
 
11 - (CESPE – 2010 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE 
INTELIGÊNCIA) 
Com base nos delitos em espécie, julgue o próximo item. 
Constitui crime realizar interceptação de comunicações, sejam 
elas telefônicas, informáticas, ou telemáticas, ou, ainda, quebrar 
segredo da justiça sem autorização judicial ou com objetivos não 
autorizados em lei. 
COMENTÁRIO: A afirmativa retrata literalmente o que dispõe o art. 10 
da Lei 9.296/96. Vejamos: 
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, 
de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização 
judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. 
 
Portanto, a afirmativa está CORRETA. 
 
12 - (CESPE – 2002 – DPF - DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) 
No âmbito da jurisdição constitucional das liberdades, a 
proscrição da prova ilícita no processo é tema recorrente, seja 
porque o aparelho policial brasileiro ainda se entremostra 
arbitrário, seja porque há dificuldades, em certos casos, de 
avaliar-se a extensão dos efeitos que a inadmissão da prova tida 
por ilícita acarreta para a investigação e persecução criminal. Na 
esteira da doutrina dominante e das decisões do Supremo 
Tribunal Federal (STF), julgue o item abaixo, relativo a esse 
assunto. 
Por não se tratar de hipótese de interceptação telefônica sem 
autorização judicial, a conversa informal mantida pelo indiciado 
com policiais, na delegacia, pode ser gravada por estes, e a 
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eventual confissão de prática delituosa constante na gravação é 
tida por prova válida para sustentar pedido de prisão temporária 
do confesso. 
COMENTÁRIO: O STF entende que a gravação clandestina de uma 
"conversa informal" (O que a Corte chama de "interrogatório sub-
reptício") é PROVA ILÍCITA, pois não se insere no bojo das exceções 
admitidas pela legislação ao sigilo das comunicações (no caso, 
comunicação ambiental). Vejamos o seguinte julgado: 
EMENTA: I. Habeas corpus: cabimento: prova ilícita. 1. (...) III. Gravação 
clandestina de "conversa informal" do indiciado com policiais. 3. 
Ilicitude decorrente - quando não da evidência de estar o suspeito, na 
ocasião, ilegalmente preso ou da falta de prova idônea do seu 
assentimento à gravação ambiental - de constituir, dita "conversa 
informal", modalidade de "interrogatório" sub- reptício, o qual - além 
de realizar-se sem as formalidades legais do interrogatório no 
inquérito policial (C.Pr.Pen., art. 6º, V) -, se faz sem que o indiciado 
seja advertido do seu direito ao silêncio. 4. (...) 
(HC 80949, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Primeira Turma, julgado 
em 30/10/2001, DJ 14-12-2001 PP-00026 EMENT VOL-02053-06 PP-01145 
RTJ VOL-00180-03 PP-01001) 
 
Portanto, a afirmativa está ERRADA. 
 
13 - (CESPE – 2007 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) 
Julgue o item abaixo de acordo com as leis penais especiais. 
A interceptação das comunicações telefônicas somente pode ser 
autorizada se outros meios de prova mostrarem-se insuficientes 
para a elucidação do fato criminoso e se existirem indícios 
razoáveis de autoria ou participação em crime punido com 
reclusão. Entende o STF, todavia, que, uma vez realizada a 
interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, 
as informações e provas coletadas dessa diligência podem 
subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de 
detenção, desde que conexos aos primeiros tipos penais que 
justificaram a interceptação. 
COMENTÁRIO: Esse é o entendimento pacificado do STF: 
EMENTA: HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. PRAZO DE 
VALIDADE. ALEGAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE OUTRO MEIO DE INVESTIGAÇÃO. 
FALTA DE TRANSCRIÇÃO DE CONVERSAS INTERCEPTADAS NOS RELATÓRIOS 
APRESENTADOS AO JUIZ. AUSÊNCIA DE CIÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
ACERCA DOS PEDIDOS DE PRORROGAÇÃO. APURAÇÃO DE CRIME PUNIDO 
COM PENA DE DETENÇÃO. 1(...)5. Uma vez realizada a interceptação 
telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e 
provas coletas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base 
em crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos 
primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. Do contrário, 
a interpretação do art. 2º, III, da L. 9.296/96 levaria ao absurdo de 
concluir pela impossibilidade de interceptação para investigar crimes 
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apenados com reclusão quando forem estes conexos com crimes 
punidos com detenção. Habeas corpus indeferido. 
(HC 83515, Relator(a): Min. NELSON JOBIM, Tribunal Pleno, julgado em 
16/09/2004, DJ 04-03-2005 PP-00011 EMENT VOL-02182-03 PP-00401 RTJ 
VOL-00193-02 PP-00609) 
Portanto, a afirmativa está CORRETA. 
 
14 - (CESPE – 2013 – PGDF – PROCURADOR) 
De acordo com a Lei n.º 9.296/1996, a intercepção das 
comunicações telefônicas poderá ser determinada a requerimento 
da autoridade policial, na fase de investigaçãocriminal, ou a 
requerimento do MP, somente na fase de instrução criminal. 
COMENTÁRIOS: O item está errado, porque o MP possui legitimidade 
para requerer a determinação da interceptação das comunicações 
telefônicas a qualquer momento, seja durante as investigações, seja 
durante a instrução processual. Vejamos: 
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada 
pelo juiz, de ofício ou a requerimento: 
I - da autoridade policial, na investigação criminal; 
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na 
instrução processual penal. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
 
15 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
Apesar de a lei prever o prazo máximo de quinze dias para a 
interceptação telefônica, renovável por mais quinze, não há 
qualquer restrição ao número de prorrogações, desde que haja 
decisão fundamentando a dilatação do período. 
COMENTÁRIOS: O item está correto. Embora haja tal previsão legal, o 
STF entende que é possível a prorrogação sucessiva da medida, desde 
que indispensável ao sucesso das investigações e devidamente 
fundamentada. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
16 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
Segundo o entendimento do STF, é permitido, em caráter 
excepcional, à polícia militar, mediante autorização judicial e sob 
supervisão do MP, executar interceptações telefônicas, sobretudo 
quando houver suspeita de envolvimento de autoridades policiais 
civis nos delitos investigados, não sendo a execução dessa medida 
exclusiva da autoridade policial, visto que são autorizados, por lei, 
o emprego de serviços e a atuação de técnicos das 
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concessionárias de serviços públicos de telefonia nas 
interceptações. 
COMENTÁRIOS: O item está correto. O STF possui entendimento no 
sentido de que não há “reserva de atuação” à Polícia “Judiciária” (Polícias 
Civil e Federal). 
Assim, o STF entende que é possível a execução da medida pela Polícia 
Militar (desde que previamente autorizada pelo Juiz, é claro). Vejamos: 
(...)Reconheceu-se a possibilidade excepcional de a polícia militar, 
mediante autorização judicial, sob supervisão do parquet, efetuar a 
mera execução das interceptações, na circunstância de haver 
singularidades que justificassem esse deslocamento, especialmente 
quando, como no caso, houvesse suspeita de envolvimento de 
autoridades policias da delegacia local. Consignou-se não haver ilicitude, 
já que a execução da medida não seria exclusiva de autoridade policial, pois a 
própria lei autorizaria o uso de serviços e técnicos das concessionárias (Lei 
9.296/96, art. 7º) e que, além de sujeitar-se a ao controle judicial durante a 
execução, tratar-se-ia apenas de meio de obtenção da prova (instrumento), 
com ela não se confundindo. 
(HC 96986/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 15.5.2012. (HC-96986) 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
17 - (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que 
Mílton estaria abusando sexualmente de sua própria filha, 
requereu, antes mesmo de colher provas acerca da informação 
recebida, a juiz da vara criminal competente a interceptação das 
comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias, 
sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco dias de 
investigação. 
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para 
acompanhar o inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda 
no curso da investigação, resolveu interceptar, diretamente e sem 
o conhecimento de Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, 
tendo tomado conhecimento, devido às interceptações, de que o 
advogado cometera o crime de tráfico de influência. Em razão 
disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a 
divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia 
anuiu expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o 
conteúdo das gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação 
penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do crime de tráfico 
de influência. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a 
respeito das interceptações telefônicas. 
A interceptação telefônica solicitada pelo delegado de polícia e 
autorizada judicialmente é nula, haja vista ter sido 
sucessivamente prorrogada pelo magistrado por prazo superior a 
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trinta dias, o que contraria a previsão legal de que o prazo da 
interceptação telefônica não pode exceder quinze dias, renovável 
uma vez por igual período. 
COMENTÁRIOS: O item está ERRADO. Embora haja tal previsão legal, o 
STF entende que é possível a prorrogação sucessiva da medida, desde 
que indispensável ao sucesso das investigações e devidamente 
fundamentada. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
18 - (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que 
Mílton estaria abusando sexualmente de sua própria filha, 
requereu, antes mesmo de colher provas acerca da informação 
recebida, a juiz da vara criminal competente a interceptação das 
comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias, 
sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco dias de 
investigação. 
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para 
acompanhar o inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda 
no curso da investigação, resolveu interceptar, diretamente e sem 
o conhecimento de Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, 
tendo tomado conhecimento, devido às interceptações, de que o 
advogado cometera o crime de tráfico de influência. Em razão 
disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a 
divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia 
anuiu expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o 
conteúdo das gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação 
penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do crime de tráfico 
de influência. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a 
respeito das interceptações telefônicas. 
O fato de Kátia –– que era interlocutora dos diálogos gravados –– 
ter consentido posteriormente com a divulgação do conteúdo das 
gravações não legitima o ato nem justifica sua utilização como 
prova. 
COMENTÁRIOS: No caso em tela temos um exemplo clássico de 
interceptação telefônica obtida de forma ilegal, sendo considerada, 
portanto, prova ilícita. 
Os Tribunais Superiores entendem que o posterior consentimento de um 
dos interlocutores não convalida a prova (Ver HC 161.053-SP – STJ) 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
19 - (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
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Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que 
Mílton estaria abusando sexualmente de sua própria filha, 
requereu, antes mesmo de colher provas acerca da informação 
recebida, a juiz da vara criminal competente a interceptação das 
comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias, 
sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco

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