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Aula 08 Direito Processual Penal p/ Delegado Polícia Civil-PE 2016 (com videoaulas) Professor: Renan Araujo !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1!()!23! !! AULA 08: LEI DE INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS (LEI 9.296/96). SUMÁRIO ! 1. LEI DE INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS ...................... 2 1.1. Finalidade e natureza ................................................................................... 2 1.2. Requisitos .................................................................................................. 4 1.3. Legitimados a requerer a medida ................................................................... 6 1.4. Prazo e prorrogação ..................................................................................... 6 1.5. Condução dos procedimentos ........................................................................ 7 1.6. Inutilização do material irrelevante ................................................................ 8 1.7. Degravação e perícia ................................................................................... 8 1.8. Tipo penal específico .................................................................................... 9 1.9. Tópicos jurisprudenciais relevantes ................................................................ 9 2. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 11 3. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 17 4. GABARITO ................................................................................................. 34 Olá, meus amigos! Hoje vamos estudar a Lei de Interceptação das Comunicações Telefônicas (Lei 9.296/96). Trata-se de uma lei pequena, com poucos artigos, mas que possui algumas polêmicas sobre as quais o STF e o STJ já se manifestaram e que podem cair na prova! Bons estudos! Prof. Renan Araujo 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4!()!23! !! 1.! LEI DE INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS 1.1.! Finalidade e natureza A primeira coisa que temos que ter em mente quando iniciamos o estudo desta lei é que ela tem por finalidade regulamentar um dispositivo da Constituição Federal que é um dos pilares de um Estado verdadeiramente Democrático de Direito: O direito à privacidade. Vejamos o que diz o artigo 5º, XII da CRFB/88: Art. 5º (...) XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996) Por sua vez, o art. 1º da Lei 9.296/96 estabelece que: Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça. Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática. No entanto, o que seria “interceptação de comunicações telefônicas”? Esse termo significa a captação de conversas realizadas por meio telefônico, entre TERCEIROS, e ocorre quando NENHUM DOS INTERLOCUTORES TEM CIÊNCIA DA GRAVAÇÃO DA CONVERSA.1 Não podemos confundir “interceptação de comunicações telefônicas” com escuta telefônica e gravação telefônica. A primeira é medida de exceção, mas autorizada em alguns casos. As duas últimas seguem regramentos distintos. Quanto à ESCUTA TELEFÔNICA, é a modalidade na qual um dos interlocutores tem ciência da gravação, que é feita por TERCEIRA PESSOA. À semelhança da interceptação telefônica, só é admitida mediante autorização judicial. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 1 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais comentadas. 8. ed. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2014, p. 478/479 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!2!()!23! !! Já a GRAVAÇÃO TELEFÔNICA é a modalidade na qual um dos interlocutores realiza a gravação da conversa, ou seja, não há a participação de terceiros.2 É considerada prova LÍCITA (STJ: RHC 19136/MG 2007, Rel. Min. Félix Fischer). Muito se questiona, ainda, a respeito das chamadas INTERCEPTAÇÕES AMBIENTAIS (Que incluem a interceptação ambiental stricto sensu, a gravação ambiental e a escuta ambiental). Primeiramente, temos que saber o que é uma “comunicação ambiental”. Uma comunicação ambiental é aquela realizada pessoalmente, e não através de qualquer aparelho de transmissão. Assim, uma gravação ambiental, por exemplo, seria uma gravação feita por um dos interlocutores da conversa, sem o conhecimento do outro. Os Tribunais Superiores aplicam as mesmas regras da interceptação telefônica às interceptações ambientais. Vejamos: (...) A gravação ambiental meramente clandestina, realizada por um dos interlocutores, não se confunde com a interceptação, objeto cláusula constitucional de reserva de jurisdição. 2. É lícita a prova consistente em gravação de conversa telefônica realizada por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, se não há causa legal específica de sigilo nem de reserva da conversação. Precedentes. 3. Agravo regimental desprovido. (AI 560223 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 12/04/2011, DJe-079 DIVULG 28-04-2011 PUBLIC 29-04-2011 EMENT VOL-02511-01 PP-00097 LEXSTF v. 33, n. 388, 2011, p. 35-40) CUIDADO: O STF já decidiu (HC 81154/SP) que interceptações telefônicas realizadas antes da vigência da Lei são PROVAS ILÍCITAS, e geram a nulidade do processo, se foram a única prova sobre a qual se fundamentou a sentença condenatória. É bom lembrar que a interceptação de comunicação telefônica é medida excepcional, por representar enorme invasão na esfera de privacidade das pessoas, de forma que todo processo em que haja esse !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 2 Também chamada de captação direta. NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais comentadas. Op. cit., p. 480 ! 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!3!()!23! !! tipo de prova deverá tramitar em SEGREDO DE JUSTIÇA. Os Tribunais, contudo, entendem que é possível a divulgação das conversas em alguns casos, notadamente quando houver “justa causa” (Que ninguém sabe precisar exatamente o que é). O art. 1º da Lei fala, ainda, em “Juiz Competente”. Juiz competente seria aquele que teria atribuição para, em tese, processar e julgar a ação penal futura ou em curso. Mas e se for autorizada por Juiz incompetente? Neste caso, teremos uma prova ilícita e, portanto, não poderá ser utilizada no processo.CUIDADO MASTER! O STF entende que se a incompetência do Juízo que decretou a medida somente foi reconhecida em razão de fatos cujo conhecimento é posterior à decisão judicial, aplica-se a TEORIA DO JUÍZO APARENTE, ou seja, o Juízo que decretou a medida não era, de fato, competente, mas considerando-se apenas os fatos conhecidos à época da decisão, ele era o Juízo aparentemente competente.3 1.2.! Requisitos O art. 2º da Lei estabelece algumas restrições à autorização de interceptações telefônicas. Vejamos: Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. Assim, presente qualquer das situações acima narradas, não se poderá admitir a interceptação telefônica. A contrario sensu, podemos dizer que as condições para a autorização de interceptações telefônicas são as seguintes (CUMULATIVAS): !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 3 (...) 7. Quanto à celeuma acerca da determinação da quebra de sigilo pelo Juízo Federal de Itaperuna/RJ, que foi posteriormente declarado incompetente em razão de ter sido identificada atuação de organização criminosa (art. 1º da Resolução Conjunta n. 5/2006 do TRF da 2ª Região), há de se aplicar a teoria do juízo aparente (STF, HC 81.260/ES, Tribunal Pleno, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 19.4.2002). 8. Ordem denegada, cassando a liminar deferida. (HC 110496, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 09/04/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-238 DIVULG 03-12-2013 PUBLIC 04-12- 2013) ! 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!5!()!23! !! •! Haver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal •! A prova não puder ser feita por outros meios •! O fato investigado deve ser punido com pena de reclusão •! A situação objeto da investigação deve ser descrita com clareza, com a qualificação dos suspeitos, SALVO SE ISSO FOR IMPOSSÍVEL Também não se admite a chamada “autorização genérica”, ou “carta branca”. Assim, não é possível, por exemplo, que o Judiciário autorize a interceptação telefônica de todos os moradores de uma favela, pois há suspeitas de que alguém esteja praticando tráfico de entorpecentes. Ora, essa autorização é genérica demais, não especifica exatamente qual é o fato, quem são os suspeitos, etc. Embora as interceptações telefônicas só possam ser autorizadas nestes casos expressamente previstos, o STF admite que a prova obtida através de uma interceptação lícita (que obedeceu aos requisitos legais) possa ser utilizada como “prova emprestada” em outros processos criminais ou até mesmo procedimentos administrativos disciplinares instaurados em face dos mesmos investigados OU DE OUTROS, desde que haja conexão entre os fatos. Vejamos a seguinte decisão do STF: (...) 1. Não é ilícita a prova obtida mediante interceptação telefônica autorizada por Juízo competente. O posterior reconhecimento da incompetência do Juízo que deferiu a diligência não implica, necessariamente, a invalidação da prova legalmente produzida. A não ser que “o motivo da incompetência declarada [fosse] contemporâneo da decisão judicial de que se cuida” (HC 81.260, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence). 2. Não há por que impedir que o resultado das diligências encetadas por autoridade judiciária até então competente seja utilizado para auxiliar nas apurações que se destinam a cumprir um poder-dever que decola diretamente da Constituição Federal (incisos XXXIX, LIII e LIV do art. 5º, inciso I do art. 129 e art. 144 da CF). Isso, é claro, com as ressalvas da jurisprudência do STF quanto aos limites da chamada prova emprestada 3. Os elementos informativos de uma investigação criminal, ou as provas colhidas no bojo de instrução processual penal, desde que obtidos mediante interceptação telefônica devidamente autorizada por Juízo competente, admitem compartilhamento para fins de instruir procedimento criminal ou mesmo procedimento administrativo disciplinar contra os investigados. Possibilidade jurisprudencial que foi ampliada, na Segunda Questão de Ordem no Inquérito 2.424 (da relatoria do ministro Cezar Peluso), para também autorizar o uso dessas mesmas informações contra outros agentes. 4. Habeas corpus denegado. (HC 102293, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 24/05/2011, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-239 DIVULG 16-12-2011 PUBLIC 19-12-2011) 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!6!()!23! !! 1.3.! Legitimados a requerer a medida Mas, quem pode requerer a autorização para realização de interceptação telefônica? A lei nos diz, em seu art. 3º: Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. Assim, temos três hipóteses: •! De ofício, pelo Juiz (Sem pedido de ninguém) •! A requerimento da autoridade policial, durante a investigação criminal •! A requerimento do MP, durante a investigação ou durante a instrução processual penal Mas, e no caso de crimes de ação penal privada? A Doutrina entende que a vítima tem legitimidade para requerer autorização para realização de interceptação telefônica. O art. 4º determina, ainda, que o pedido deverá cumprir determinadas formalidades (simples): Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados. § 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. § 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido. 1.4.! Prazo e prorrogação O art. 5º, por sua vez, estabelece que a decisão (que deferir ou indeferir o pedido) deverá ser fundamentada (em respeito ao art. 93, IX da Constituição Federal): Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. A parte final do artigo trouxe muitas polêmicas. Poderia ou não a interceptação ser renovada mais de uma vez? A redação legal 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!7!()!23! !! é clara ao dizer apenas uma vez. No entanto, o STF firmou entendimento no sentido contrário, adotandoa tese de que é possível a renovação por sucessivas vezes, desde que isso se mostre indispensável às investigações. Vejamos: (...) 2. A renovação da medida ou a prorrogação do prazo das interceptações telefônicas pressupõem a complexidade dos fatos sob investigação e o número de pessoas envolvidas, por isso que nesses casos maior é a necessidade da quebra do sigilo telefônico, com vista à apuração da verdade que interessa ao processo penal, sendo, a fortiori, “lícita a prorrogação do prazo legal de autorização para interceptação telefônica, ainda que de modo sucessivo, quando o fato seja complexo e exija investigação diferenciada e contínua” (Inq. Nº 2424/RJ, relator Ministro Cezar Peluso, Dje de 25.03.2010). 3(...) (HC 106225, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 07/02/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-059 DIVULG 21- 03-2012 PUBLIC 22-03-2012) Vejam que o STF, portanto, contraria o que está expressamente previsto na Lei. CUIDADO! O termo inicial para contagem do prazo de 15 dias é a data em que se efetiva a diligência, e não a data da decisão judicial: STJ, HC 135771: “(...) 2. Em relação às interceptações telefônicas, o prazo de 15 (quinze) dias, previsto na Lei nº 9.296⁄96, é contado a partir da efetivação da medida constritiva, ou seja, do dia em que se iniciou a escuta telefônica e não da data da decisão judicial. (...)” 1.5.! Condução dos procedimentos Quem conduz o procedimento para a realização da interceptação é a autoridade policial, dando ciência de tudo ao MP, nos termos do art. 6º: Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização. Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público. Após a realização dos trabalhos, a autoridade policial encaminhará o resultado ao Juiz, acompanhado de resumo das operações realizadas. Neste momento o Juiz determinará que os documentos relativos à interceptação sejam autuados em apartado, apensados aos autos principais, tramitando em segredo de justiça. Após, dará ciência ao MP: 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!8!()!23! !! § 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas. § 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8° , ciente o Ministério Público. (...) Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas. 1.6.! Inutilização do material irrelevante É claro que durante este procedimento muitas das gravações obtidas serão completamente inúteis às investigações, motivo pelo qual deverão ser descartadas, mediante requerimento da parte interessada ou do MP, naquilo que se chama de “incidente de inutilização”: Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal. 1.7.! Degravação e perícia Até mesmo em razão da existência de muito material irrelevante para as investigações, os Tribunais Superiores firmaram entendimento no sentido de que não é necessária a transcrição (degravação) de todo o conteúdo interceptado, mas apenas daquelas partes que sejam importantes à investigação.4 Embora não seja necessária a transcrição integral do áudio captado, é necessário que seja disponibilizado à defesa o conteúdo integral do áudio (através de CDs, etc.).5 Mas, professor, me surgiu uma dúvida: é necessária a realização de perícia para analisar se o material (conversas) é verdadeiro ou montagem? Em regra, não, mas nada impede que !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 4 (...)É pacífico o entendimento nos tribunais superiores no sentido de que não é necessária a transcrição in totum do conteúdo da quebra do sigilo das comunicações telefônicas, visto que a Lei n.º 9.269/96 não traz qualquer exigência nesse sentido. (...) (HC 245.108/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 22/04/2014, DJe 02/05/2014)! ∗ !NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais comentadas. Op. cit., p. 491 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!9!()!23! !! alguém, desconfiando da veracidade da prova, requeira a realização de perícia. Este é o entendimento do STJ.6 1.8.! Tipo penal específico A Lei, lá no final, ainda nos traz um tipo penal, que é o de realizar interceptação telefônica, de informática ou telemática, ou quebrar segredo de Justiça, SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL OU COM OBJETIVOS NÃO AUTORIZADOS EM LEI: Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Vejam que a parte grifada é o que se chama de elemento normativo do tipo penal, pois estabelece uma situação que, se presente, torna a conduta prevista anteriormente em legal. Assim, se há autorização judicial, a quebra de segredo de Justiça, por exemplo, será um indiferente penal. Esse crime é de AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA, vez que a lei nada fala a respeito do tipo de ação penal. 1.9.! Tópicos jurisprudenciais relevantes •! INTERCEPTAÇÃO ILEGAL – POSTERIOR AUTORIZAÇÃO DE UM DOS INTERLOCUTORES – IMPOSSIBILIDADE DE “VALIDAÇÃO DA PROVA: Esse foi o entendimento firmado pelo STJ no julgamento do HC 161053: “(...) 1. A interceptação telefônica é a captação de conversa feita por um terceiro, sem o conhecimento dos interlocutores, que depende de ordem judicial, nos termos do inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal. 2. A escuta é a captação de conversa telefônica feita por um terceiro, com o conhecimento de apenas um dos interlocutores, ao passo que a gravação telefônica é feita por um dos interlocutores do diálogo, sem o consentimento ou a ciência do outro. 3. Na hipótese, embora as gravações tenham sido implementadas pelo esposo da cliente do paciente com a intenção de provar a sua inocência, é certo que não obteve a indispensável prévia autorização judicial, razão pela qual se tem como configurada a interceptação de comunicação telefônica ilegal. 4. O fato da esposa do autor das interceptações - que era uma interlocutora dos diálogos gravados de forma clandestina - ter !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 6 (...) não há no referido diploma legal qualquer orientação no sentido de que devem ser periciadas as gravações realizadas, com a finalidade de demonstrar sua genuinidade e intangibilidade, pois a regra é que sejam idôneas, tratando- se, portanto, de providêncianão tingida de imprescindibilidade. (...) (HC 245.108/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 22/04/2014, DJe 02/05/2014)! 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1:!()!23! ! consentido posteriormente com a divulgação dos seus conteúdos não tem o condão de legitimar o ato, pois no momento da gravação não tinha ciência do artifício que foi implementado pelo seu marido, não se podendo afirmar, portanto, que, caso soubesse, manteria tais conversas com o seu advogado pelo telefone interceptado. (...) (HC 161.053/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 27/11/2012, DJe 03/12/2012) •! INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA – PROVA EMPRESTADA EM PROCESSO ADMINISTRARIVO DISCIPLINAR – UTILIZAÇÃO COMO PROVA EM RELAÇÃO A OUTRAS PESSOAS – POSSIBILIDADE: Se a decisão que determinou a interceptação foi legal, a prova produzida na diligência pode ser utilizada para instruir PAD, ainda que em relação a fatos diversos ou outras pessoas. Esse foi o entendimento firmado pelo STF (Inq. 2424) e pelo STJ: “(...) 3. É de ser reconhecida a legalidade da utilização da interceptação telefônica produzida na ação penal nos autos do processo administrativo disciplinar, ainda que instaurado (a) para apuração de ilícitos administrativos diversos dos delitos objeto do processo criminal; e (b) contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais a prova foi colhida, ou contra outros servidores cujo suposto ilícito tenha vindo à tona em face da interceptação telefônica. 4. Embargos de declaração rejeitados.” (EDcl no MS 13.099/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 25/04/2012, DJe 09/05/2012) •! DESVIO DUPLO – TERMINAL INTERNO DE DESVIO DE CHAMADAS – TERMINAL TAMBÉM ABRANGIDO PELA DILIGÊNCIA - “(...) O terminal telefônico criado internamente por operadora de telefonia, com o simples fim de efetuar desvio de chamadas de um terminal objeto de interceptação judicial, é alcançado pela medida constritiva incidente sobre este último. Ordem denegada. (HC 96156, STF) •! INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA – REALIZAÇÃO ANTES DA INSTAURAÇÃO DO IP – POSSIBILIDADE: “(...) I. A interceptação telefônica para fins de investigação criminal pode se efetivar antes mesmo da instauração do inquérito policial, pois nada impede que as investigações precedam esse procedimento. “A providência pode ser determinada para a investigação criminal (até antes, portanto, de formalmente instaurado o inquérito) e para a instrução criminal, depois de instaurada a ação penal.” (...) (HC 43.234/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 03/11/2005, DJ 21/11/2005, p. 265) •! INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA – DETERMINAÇÃO COM BASE EXCLUSIVAMENTE EM DENÚNCIA ANÔNIMA – IMPOSSIBILIDADE – NECESSIDADE DE AVERIGUAÇÃO PRELIMINAR DA PROCEDÊNCIA DA DELAÇÃO: “(...) Elementos dos autos que evidenciam não ter havido investigação preliminar para corroborar o que exposto em denúncia anônima. O Supremo Tribunal Federal assentou ser possível a deflagração da persecução penal pela chamada denúncia anônima, desde que esta seja seguida de diligências realizadas para averiguar os fatos nela noticiados antes da instauração do inquérito policial. Precedente. 2. A interceptação telefônica é subsidiária e excepcional, só podendo ser determinada quando não houver outro meio para se apurar os fatos tidos por criminosos, nos termos do art. 2º, inc. II, da Lei n. 9.296/1996. ((HC 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!11!()!23! ! 108147, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 11/12/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-022 DIVULG 31-01-2013 PUBLIC 01- 02-2013) Bons estudos! Prof. Renan Araujo 2.! EXERCÍCIOS DA AULA 01 - (CESPE – 2004 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) Julgue o item a seguir, acerca da tentativa de violação do sigilo do voto, que é um crime eleitoral punível com detenção de até dois anos. Seria ilícita decisão judicial que autorizasse a interceptação de comunicações telefônicas no curso de investigação relativa à prática desse crime. 02 - (CESPE – 2004 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Hugo é um agente de polícia civil que realizou interceptação de comunicação telefônica sem autorização judicial. Nessa situação, o ato de Hugo, apesar de violar direitos fundamentais, não constitui crime hediondo. 03 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte final, do art. 5.° da Constituição Federal, poderá o juiz autorizar a interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para instruir ação relativa a direito de família. 04 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte final, do art. 5.° da Constituição Federal, admitir-se-á interceptação das comunicações telefônicas em relação a qualquer crime, desde que punível com pena privativa de liberdade de qualquer natureza. 05 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte final, do art. 5.° da Constituição Federal, recebida a denúncia e 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!14!()!23! ! instaurado o processo por crime de ação penal pública, somente o Ministério Público tem legitimidade para requerer a interceptação das comunicações ao juiz, o qual, por sua vez também poderá determinar tal medida de oficio. 06 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte final, do art. 5.° da Constituição Federal, a despeito de inexistirem indícios razoáveis de autoria ou participação do sujeito passivo da interceptação telefônica na infração penal, poderá tal medida ser determinada se a autoridade policial demonstrar sua conveniência para o sucesso das investigações. 07 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte final, do art. 5.° da Constituição Federal, deferido o pedido de interceptação, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, mas deverá dar ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização. 08 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue o item a seguir, com base no entendimento do STF. Considere que, após realização de interceptação telefônica judicialmente autorizada para apurar crime contra a administração pública imputado ao servidor público Mário, a autoridade policial tenha identificado, na fase de inquérito, provas de ilícitos administrativos praticados por outros servidores. Nessa situação hipotética, considerando-se que a interceptação telefônica tenha sido autorizada judicialmente apenas em relação ao servidor Mário, as provas obtidas contra os outros servidores não poderão ser usadas em procedimento administrativo disciplinar. 09 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) A respeitoda interceptação das comunicações telefônicas, julgue o item a seguir, com base no entendimento do STF. É possível a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação telefônica, mesmo que sucessiva, especialmente quando se tratar de fato complexo que exija investigação diferenciada e contínua. 10 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue o item a seguir, com base no entendimento do STF. 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!12!()!23! ! Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletadas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que estes sejam conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. 11 - (CESPE – 2010 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA) Com base nos delitos em espécie, julgue o próximo item. Constitui crime realizar interceptação de comunicações, sejam elas telefônicas, informáticas, ou telemáticas, ou, ainda, quebrar segredo da justiça sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 12 - (CESPE – 2002 – DPF - DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) No âmbito da jurisdição constitucional das liberdades, a proscrição da prova ilícita no processo é tema recorrente, seja porque o aparelho policial brasileiro ainda se entremostra arbitrário, seja porque há dificuldades, em certos casos, de avaliar-se a extensão dos efeitos que a inadmissão da prova tida por ilícita acarreta para a investigação e persecução criminal. Na esteira da doutrina dominante e das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), julgue o item abaixo, relativo a esse assunto. Por não se tratar de hipótese de interceptação telefônica sem autorização judicial, a conversa informal mantida pelo indiciado com policiais, na delegacia, pode ser gravada por estes, e a eventual confissão de prática delituosa constante na gravação é tida por prova válida para sustentar pedido de prisão temporária do confesso. 13 - (CESPE – 2007 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) Julgue o item abaixo de acordo com as leis penais especiais. A interceptação das comunicações telefônicas somente pode ser autorizada se outros meios de prova mostrarem-se insuficientes para a elucidação do fato criminoso e se existirem indícios razoáveis de autoria ou participação em crime punido com reclusão. Entende o STF, todavia, que, uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletadas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. 14 - (CESPE – 2013 – PGDF – PROCURADOR) De acordo com a Lei n.º 9.296/1996, a intercepção das comunicações telefônicas poderá ser determinada a requerimento da autoridade policial, 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!13!()!23! ! na fase de investigação criminal, ou a requerimento do MP, somente na fase de instrução criminal. 15 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) Apesar de a lei prever o prazo máximo de quinze dias para a interceptação telefônica, renovável por mais quinze, não há qualquer restrição ao número de prorrogações, desde que haja decisão fundamentando a dilatação do período. 16 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) Segundo o entendimento do STF, é permitido, em caráter excepcional, à polícia militar, mediante autorização judicial e sob supervisão do MP, executar interceptações telefônicas, sobretudo quando houver suspeita de envolvimento de autoridades policiais civis nos delitos investigados, não sendo a execução dessa medida exclusiva da autoridade policial, visto que são autorizados, por lei, o emprego de serviços e a atuação de técnicos das concessionárias de serviços públicos de telefonia nas interceptações. 17 - (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton estaria abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes mesmo de colher provas acerca da informação recebida, a juiz da vara criminal competente a interceptação das comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias, sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco dias de investigação. Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar o inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da investigação, resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, tendo tomado conhecimento, devido às interceptações, de que o advogado cometera o crime de tráfico de influência. Em razão disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o conteúdo das gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do crime de tráfico de influência. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito das interceptações telefônicas. A interceptação telefônica solicitada pelo delegado de polícia e autorizada judicialmente é nula, haja vista ter sido sucessivamente prorrogada pelo magistrado por prazo superior a trinta dias, o que contraria a previsão legal de que o prazo da interceptação telefônica não pode exceder quinze dias, renovável uma vez por igual período. 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!15!()!23! ! 18 - (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton estaria abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes mesmo de colher provas acerca da informação recebida, a juiz da vara criminal competente a interceptação das comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias, sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco dias de investigação. Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar o inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da investigação, resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, tendo tomado conhecimento, devido às interceptações, de que o advogado cometera o crime de tráfico de influência. Em razão disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o conteúdo das gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do crime de tráfico de influência. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito das interceptações telefônicas. O fato de Kátia –– que era interlocutora dos diálogos gravados –– ter consentido posteriormente com a divulgação do conteúdo das gravações não legitima o ato nem justifica sua utilização como prova. 19 - (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO)Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton estaria abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes mesmo de colher provas acerca da informação recebida, a juiz da vara criminal competente a interceptação das comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias, sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco dias de investigação. Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar o inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da investigação, resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, tendo tomado conhecimento, devido às interceptações, de que o advogado cometera o crime de tráfico de influência. Em razão disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o conteúdo das gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do crime de tráfico de influência. 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!16!()!23! ! Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito das interceptações telefônicas. A interceptação telefônica realizada por Mílton é ilegal, porquanto desprovida da necessária autorização judicial. 20 - (CESPE – 2013 – CNJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) Admite-se que o juiz determine interceptação telefônica quando houver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal punida com detenção e a prova não puder ser feita por outros meios. 21 - (CESPE – 2014 – TJ-DF – TITULAR NOTARIAL) Assinale a opção correta acerca de interceptação telefônica, segundo o STF, o STJ e a doutrina majoritária. a) Segundo o entendimento do STF, é impossível a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação telefônica por períodos sucessivos. b) O juiz competente para determinar a interceptação é o competente para processar e julgar o crime de cuja prática se suspeita. No entanto, a verificação posterior de que se trata de crime para o qual o juiz seria incompetente não deve acarretar a nulidade absoluta da prova colhida. c) É válido o deferimento de interceptação telefônica promovido em razão de denúncia anônima desacompanhada de outras diligências. d) É indispensável prévia instauração de inquérito para a autorização de interceptação telefônica e) Consoante entendimento predominante nos tribunais superiores, faz-se necessária a transcrição integral do conteúdo da quebra do sigilo das comunicações telefônicas 22 - (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ – ADAPTADA) Segundo entendimento do STJ, é inadmissível a utilização de prova produzida em feito criminal diverso, obtida por meio de interceptação telefônica e relacionada com os fatos do processo-crime, ainda que seja oferecida à defesa oportunidade de proceder ao contraditório. 23 - (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ – ADAPTADA) A Lei n.º 9.296/1996, que trata da interceptação das comunicações telefônicas, estipula o prazo de quinze dias para a interceptação de comunicações telefônicas, renovável uma vez por igual período, vedadas, de acordo com o entendimento jurisprudencial do STF e do STJ, as prorrogações por período superior a esse prazo. 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!17!()!23! ! 24 - (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ – ADAPTADA) O contraditório das provas obtidas por meio de interceptação telefônica é postergado para os autos da ação penal deflagrada, quando as partes terão acesso ao seu conteúdo e, diante desses elementos, poderão impugnar e contraditar as provas obtidas por meio da medida cautelar. 25 - (CESPE – 2014 – MPE-AC – PROMOTOR DE JUSTIÇA – ADAPTADA) De acordo com a lei que rege as interceptações telefônicas, a competência para deferir esse procedimento no curso do inquérito policial é do promotor de justiça com atribuição para atuar na ação principal. 26 - (CESPE – 2014 – MPE-AC – PROMOTOR DE JUSTIÇA – ADAPTADA) A ação penal padecerá de nulidade absoluta, por cerceamento de defesa, caso a defesa não tenha acesso à integralidade do teor das escutas telefônicas antes da colheita da prova oral. 27 - (CESPE - 2015 - TJDFT - OFICIAL DE JUSTIÇA) A respeito de prova criminal, de medidas cautelares e de prisão processual, julgue os itens que se seguem. A gravação decorrente de interceptação telefônica que não interessar ao processo deverá ser inutilizada por decisão judicial posterior, necessariamente, à conclusão da instrução processual. 3.! EXERCÍCIOS COMENTADOS 01 - (CESPE – 2004 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) Julgue o item a seguir, acerca da tentativa de violação do sigilo do voto, que é um crime eleitoral punível com detenção de até dois anos. Seria ilícita decisão judicial que autorizasse a interceptação de comunicações telefônicas no curso de investigação relativa à prática desse crime. COMENTÁRIOS: A afirmativa está correta, eis que não se admite a autorização para realização de interceptações telefônicas para investigar fatos criminosos punidos com pena de detenção. Vejamos o que nos diz a Lei 9.296/96: Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!18!()!23! ! I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. Assim, vejam que o art. 2º, III é claro ao estabelecer que o crime investigado deve ser punido com reclusão. Portanto, a afirmativa está CORRETA. 02 - (CESPE – 2004 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Hugo é um agente de polícia civil que realizou interceptação de comunicação telefônica sem autorização judicial. Nessa situação, o ato de Hugo, apesar de violar direitos fundamentais, não constitui crime hediondo. COMENTÁRIOS: A realização de interceptação telefônica é crime, previsto no art. 10 da Lei 9.296/96. Vejamos: Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Entretanto, este crime não é considerado hediondo, pois não se enquadra no rol do art. 1º da Lei 8.072/90, que é um rol taxativo, ou seja, somente aqueles crimes são considerados hediondos, não havendo possibilidade de interpretação ampliativa. São eles: Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848,de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 1994) I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!19!()!23! ! VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado. (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) Portanto, a afirmativa está CORRETA. 03 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte final, do art. 5.° da Constituição Federal, poderá o juiz autorizar a interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para instruir ação relativa a direito de família. COMENTÁRIOS: O art. 2º da Lei 9.296/96 estabelece algumas restrições à autorização de interceptações telefônicas. Vejamos: Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. Assim, presente qualquer das situações acima narradas, não se poderá admitir a interceptação telefônica. A contrario sensu, podemos dizer que as condições para a autorização de interceptações telefônicas são as seguintes (CUMULATIVAS): •! Haver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal; •! A prova não puder ser feita por outros meios; •! O fato investigado deve ser punido com pena de reclusão; •! A situação objeto da investigação deve ser descrita com clareza, com a qualificação dos suspeitos, SALVO SE ISSO FOR IMPOSSÍVEL. Vejam, assim, que o primeiro pressuposto é que se esteja investigando UM CRIME. Mais que isso, esse crime deverá ser punido com RECLUSÃO, dentre outros requisitos. 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4:!()!23! ! Assim, completamente inviável a autorização de realização de interceptação telefônica em processos de Vara de Família. Portanto, a afirmativa está ERRADA. 04 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte final, do art. 5.° da Constituição Federal, admitir-se-á interceptação das comunicações telefônicas em relação a qualquer crime, desde que punível com pena privativa de liberdade de qualquer natureza. COMENTÁRIOS: O art. 2º da Lei 9.296/96 estabelece algumas restrições à autorização de interceptações telefônicas. Vejamos: Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. Assim, presente qualquer das situações acima narradas, não se poderá admitir a interceptação telefônica. A contrario sensu, podemos dizer que as condições para a autorização de interceptações telefônicas são as seguintes (CUMULATIVAS): •! Haver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal; •! A prova não puder ser feita por outros meios; •! O fato investigado deve ser punido com pena de reclusão; •! A situação objeto da investigação deve ser descrita com clareza, com a qualificação dos suspeitos, SALVO SE ISSO FOR IMPOSSÍVEL. Vejam, assim, que o primeiro pressuposto é que se esteja investigando UM CRIME. Mais que isso, esse crime deverá ser punido com RECLUSÃO, dentre outros requisitos. Assim, completamente inviável a autorização de realização de interceptação telefônica em crimes que não sejam punidos, ao menos, com reclusão. Lembrando que reclusão e detenção são espécies de pena privativa de liberdade. 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!41!()!23! ! Portanto, a afirmativa está ERRADA. 05 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte final, do art. 5.° da Constituição Federal, recebida a denúncia e instaurado o processo por crime de ação penal pública, somente o Ministério Público tem legitimidade para requerer a interceptação das comunicações ao juiz, o qual, por sua vez também poderá determinar tal medida de oficio. COMENTÁRIOS: A lei nos diz, em seu art. 3º, quais são os legitimados para requerer a autorização para realização de interceptação telefônica: Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. Assim, temos três hipóteses: •! De ofício, pelo Juiz (Sem pedido de ninguém); •! A requerimento da autoridade policial, durante a investigação criminal; •! A requerimento do MP, durante a investigação ou durante a instrução processual penal. Portanto, o MP pode requerer a autorização a qualquer tempo (tanto na investigação quanto durante o processo criminal), podendo o Juiz autorizar a medida de ofício, ou seja, sem que haja requerimento de ninguém. Assim, a afirmativa está CORRETA. 06 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) De acordocom a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte final, do art. 5.° da Constituição Federal, a despeito de inexistirem indícios razoáveis de autoria ou participação do sujeito passivo da interceptação telefônica na infração penal, poderá tal medida ser determinada se a autoridade policial demonstrar sua conveniência para o sucesso das investigações. COMENTÁRIOS: O art. 2º da Lei 9.296/96 estabelece algumas restrições à autorização de interceptações telefônicas. Vejamos: 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!44!()!23! ! Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. Assim, presente qualquer das situações acima narradas, não se poderá admitir a interceptação telefônica. A contrario sensu, podemos dizer que as condições para a autorização de interceptações telefônicas são as seguintes (CUMULATIVAS): •! Haver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal; •! A prova não puder ser feita por outros meios; •! O fato investigado deve ser punido com pena de reclusão; •! A situação objeto da investigação deve ser descrita com clareza, com a qualificação dos suspeitos, SALVO SE ISSO FOR IMPOSSÍVEL. Vejam, assim, que a ausência de indícios de que o suspeito tenha participado do crime é um impedimento à realização da interceptação telefônica, nos termos do art. 2º, I da Lei. Portanto, a afirmativa está ERRADA. 07 - (CESPE – 1997 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) De acordo com a Lei n.° 9.296/96, que regulamentou o inciso XII, parte final, do art. 5.° da Constituição Federal, deferido o pedido de interceptação, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, mas deverá dar ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização. COMENTÁRIOS: Quem conduz o procedimento para a realização da interceptação é a autoridade policial, dando ciência de tudo ao MP, nos termos do art. 6º: Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização. Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público. 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!42!()!23! ! Assim, a afirmativa está CORRETA. 08 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue o item a seguir, com base no entendimento do STF. Considere que, após realização de interceptação telefônica judicialmente autorizada para apurar crime contra a administração pública imputado ao servidor público Mário, a autoridade policial tenha identificado, na fase de inquérito, provas de ilícitos administrativos praticados por outros servidores. Nessa situação hipotética, considerandose que a interceptação telefônica tenha sido autorizada judicialmente apenas em relação ao servidor Mário, as provas obtidas contra os outros servidores não poderão ser usadas em procedimento administrativo disciplinar. COMENTÁRIOS: O STF entende que se determinada prova foi colhida de maneira válida (No caso, mediante autorização judicial), não há óbice algum à sua utilização para incriminar outras pessoas que não sejam aquelas previamente previstas no pedido de autorização de interceptação telefônica. Mais: O STF admite a utilização destas provas para embasar pedido de punição administrativa de servidores públicos, vez que a prova, como dito, é legítima. Portanto, a afirmativa está ERRADA. 09 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue o item a seguir, com base no entendimento do STF. É possível a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação telefônica, mesmo que sucessiva, especialmente quando se tratar de fato complexo que exija investigação diferenciada e contínua. COMENTÁRIOS: O STF permite a prorrogação sucessiva de autorizações judiciais para interceptações telefônicas, quando extremamente necessário, notadamente em casos complexos. A título ilustrativo, segue julgado recente do STF: EMENTA Habeas corpus. Constitucional. Processual Penal. Interceptação telefônica. Crimes de tortura, corrupção passiva, extorsão, peculato, formação de quadrilha e receptação. Eventual ilegalidade da decisão que autorizou a interceptação telefônica e suas prorrogações por 30 (trinta) dias consecutivos. Não ocorrência. Possibilidade de se prorrogar o prazo de autorização para a interceptação telefônica por períodos sucessivos quando a intensidade e a complexidade das condutas delitivas investigadas assim o demandarem. Precedentes. Decisão proferida com a 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!43!()!23! ! observância das exigências previstas na lei de regência (Lei nº 9.296/96, art. 5º). Alegada falta de fundamentação da decisão que determinou e interceptação telefônica do paciente. Questão não submetida à apreciação do Superior Tribunal de Justiça. Supressão de instância não admitida. Precedentes. Ordem parcialmente conhecida e denegada. 1. É da jurisprudência desta Corte o entendimento de ser possível a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação telefônica, mesmo que sucessiva, especialmente quando o fato é complexo, a exigir investigação diferenciada e contínua (HC nº 83.515/RS, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Nelson Jobim, DJ de 4/3/05). 2. Cabe registrar que a autorização da interceptação por 30 (dias) dias consecutivos nada mais é do que a soma dos períodos, ou seja, 15 (quinze) dias prorrogáveis por mais 15 (quinze) dias, em função da quantidade de investigados e da complexidade da organização criminosa. 3. Nesse contexto, considerando o entendimento jurisprudencial e doutrinário acerca da possibilidade de se prorrogar o prazo de autorização para a interceptação telefônica por períodos sucessivos quando a intensidade e a complexidade das condutas delitivas investigadas assim o demandarem, não há que se falar, na espécie, em nulidade da referida escuta e de suas prorrogações, uma vez que autorizada pelo Juízo de piso, com a observância das exigências previstas na lei de regência (Lei nº 9.296/96, art. 5º). 4. A sustentada falta de fundamentação da decisão que determinou a interceptação telefônica do paciente não foi submetida ao crivo do Superior Tribunal de Justiça. Com efeito, sua análise, de forma originária, neste ensejo, na linha de julgados da Corte, configuraria verdadeira supressão de instância, o que não se admite. 5.Habeas corpus parcialmente conhecido e, nessa parte, denegado. (HC 106129, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 06/03/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-061 DIVULG 23-03-2012 PUBLIC 26-03-2012) Portanto, a afirmativa está CORRETA. 10 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue o item a seguir, com base no entendimento do STF. Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletadas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que estes sejam conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. COMENTÁRIOS: Esta questão também foi baseada em julgamento do STF, que permitiu a utilização de prova colhida de forma legítima (interceptação telefônica) em outros crimes, punidos apenas com detenção, quando conexos com aqueles que ensejaram a decretação da quebra do sigilo telefônico. Vejamos: EMENTA: HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. PRAZO DE VALIDADE. ALEGAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE OUTRO MEIO DE INVESTIGAÇÃO. FALTA DE TRANSCRIÇÃO DE CONVERSAS INTERCEPTADAS NOS RELATÓRIOS APRESENTADOS AO JUIZ. AUSÊNCIA DE CIÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!45!()!23! ! ACERCA DOS PEDIDOS DE PRORROGAÇÃO. APURAÇÃO DE CRIME PUNIDO COM PENA DE DETENÇÃO. 1.(...) 5. Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. Do contrário, a interpretação do art. 2º, III, da L. 9.296/96 levaria ao absurdo de concluir pela impossibilidade de interceptação para investigar crimes apenados com reclusão quando forem estes conexos com crimes punidos com detenção. Habeas corpus indeferido. (HC 83515, Relator(a): Min. NELSON JOBIM, Tribunal Pleno, julgado em 16/09/2004, DJ 04-03-2005 PP-00011 EMENT VOL-02182-03 PP-00401 RTJ VOL-00193-02 PP-00609) Portanto, a afirmativa está CORRETA. 11 - (CESPE – 2010 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA) Com base nos delitos em espécie, julgue o próximo item. Constitui crime realizar interceptação de comunicações, sejam elas telefônicas, informáticas, ou telemáticas, ou, ainda, quebrar segredo da justiça sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. COMENTÁRIO: A afirmativa retrata literalmente o que dispõe o art. 10 da Lei 9.296/96. Vejamos: Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Portanto, a afirmativa está CORRETA. 12 - (CESPE – 2002 – DPF - DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) No âmbito da jurisdição constitucional das liberdades, a proscrição da prova ilícita no processo é tema recorrente, seja porque o aparelho policial brasileiro ainda se entremostra arbitrário, seja porque há dificuldades, em certos casos, de avaliar-se a extensão dos efeitos que a inadmissão da prova tida por ilícita acarreta para a investigação e persecução criminal. Na esteira da doutrina dominante e das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), julgue o item abaixo, relativo a esse assunto. Por não se tratar de hipótese de interceptação telefônica sem autorização judicial, a conversa informal mantida pelo indiciado com policiais, na delegacia, pode ser gravada por estes, e a 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!46!()!23! ! eventual confissão de prática delituosa constante na gravação é tida por prova válida para sustentar pedido de prisão temporária do confesso. COMENTÁRIO: O STF entende que a gravação clandestina de uma "conversa informal" (O que a Corte chama de "interrogatório sub- reptício") é PROVA ILÍCITA, pois não se insere no bojo das exceções admitidas pela legislação ao sigilo das comunicações (no caso, comunicação ambiental). Vejamos o seguinte julgado: EMENTA: I. Habeas corpus: cabimento: prova ilícita. 1. (...) III. Gravação clandestina de "conversa informal" do indiciado com policiais. 3. Ilicitude decorrente - quando não da evidência de estar o suspeito, na ocasião, ilegalmente preso ou da falta de prova idônea do seu assentimento à gravação ambiental - de constituir, dita "conversa informal", modalidade de "interrogatório" sub- reptício, o qual - além de realizar-se sem as formalidades legais do interrogatório no inquérito policial (C.Pr.Pen., art. 6º, V) -, se faz sem que o indiciado seja advertido do seu direito ao silêncio. 4. (...) (HC 80949, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Primeira Turma, julgado em 30/10/2001, DJ 14-12-2001 PP-00026 EMENT VOL-02053-06 PP-01145 RTJ VOL-00180-03 PP-01001) Portanto, a afirmativa está ERRADA. 13 - (CESPE – 2007 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) Julgue o item abaixo de acordo com as leis penais especiais. A interceptação das comunicações telefônicas somente pode ser autorizada se outros meios de prova mostrarem-se insuficientes para a elucidação do fato criminoso e se existirem indícios razoáveis de autoria ou participação em crime punido com reclusão. Entende o STF, todavia, que, uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletadas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. COMENTÁRIO: Esse é o entendimento pacificado do STF: EMENTA: HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. PRAZO DE VALIDADE. ALEGAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE OUTRO MEIO DE INVESTIGAÇÃO. FALTA DE TRANSCRIÇÃO DE CONVERSAS INTERCEPTADAS NOS RELATÓRIOS APRESENTADOS AO JUIZ. AUSÊNCIA DE CIÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO ACERCA DOS PEDIDOS DE PRORROGAÇÃO. APURAÇÃO DE CRIME PUNIDO COM PENA DE DETENÇÃO. 1(...)5. Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. Do contrário, a interpretação do art. 2º, III, da L. 9.296/96 levaria ao absurdo de concluir pela impossibilidade de interceptação para investigar crimes 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!47!()!23! ! apenados com reclusão quando forem estes conexos com crimes punidos com detenção. Habeas corpus indeferido. (HC 83515, Relator(a): Min. NELSON JOBIM, Tribunal Pleno, julgado em 16/09/2004, DJ 04-03-2005 PP-00011 EMENT VOL-02182-03 PP-00401 RTJ VOL-00193-02 PP-00609) Portanto, a afirmativa está CORRETA. 14 - (CESPE – 2013 – PGDF – PROCURADOR) De acordo com a Lei n.º 9.296/1996, a intercepção das comunicações telefônicas poderá ser determinada a requerimento da autoridade policial, na fase de investigaçãocriminal, ou a requerimento do MP, somente na fase de instrução criminal. COMENTÁRIOS: O item está errado, porque o MP possui legitimidade para requerer a determinação da interceptação das comunicações telefônicas a qualquer momento, seja durante as investigações, seja durante a instrução processual. Vejamos: Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 15 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) Apesar de a lei prever o prazo máximo de quinze dias para a interceptação telefônica, renovável por mais quinze, não há qualquer restrição ao número de prorrogações, desde que haja decisão fundamentando a dilatação do período. COMENTÁRIOS: O item está correto. Embora haja tal previsão legal, o STF entende que é possível a prorrogação sucessiva da medida, desde que indispensável ao sucesso das investigações e devidamente fundamentada. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 16 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) Segundo o entendimento do STF, é permitido, em caráter excepcional, à polícia militar, mediante autorização judicial e sob supervisão do MP, executar interceptações telefônicas, sobretudo quando houver suspeita de envolvimento de autoridades policiais civis nos delitos investigados, não sendo a execução dessa medida exclusiva da autoridade policial, visto que são autorizados, por lei, o emprego de serviços e a atuação de técnicos das 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!48!()!23! ! concessionárias de serviços públicos de telefonia nas interceptações. COMENTÁRIOS: O item está correto. O STF possui entendimento no sentido de que não há “reserva de atuação” à Polícia “Judiciária” (Polícias Civil e Federal). Assim, o STF entende que é possível a execução da medida pela Polícia Militar (desde que previamente autorizada pelo Juiz, é claro). Vejamos: (...)Reconheceu-se a possibilidade excepcional de a polícia militar, mediante autorização judicial, sob supervisão do parquet, efetuar a mera execução das interceptações, na circunstância de haver singularidades que justificassem esse deslocamento, especialmente quando, como no caso, houvesse suspeita de envolvimento de autoridades policias da delegacia local. Consignou-se não haver ilicitude, já que a execução da medida não seria exclusiva de autoridade policial, pois a própria lei autorizaria o uso de serviços e técnicos das concessionárias (Lei 9.296/96, art. 7º) e que, além de sujeitar-se a ao controle judicial durante a execução, tratar-se-ia apenas de meio de obtenção da prova (instrumento), com ela não se confundindo. (HC 96986/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 15.5.2012. (HC-96986) Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 17 - (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton estaria abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes mesmo de colher provas acerca da informação recebida, a juiz da vara criminal competente a interceptação das comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias, sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco dias de investigação. Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar o inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da investigação, resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, tendo tomado conhecimento, devido às interceptações, de que o advogado cometera o crime de tráfico de influência. Em razão disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o conteúdo das gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do crime de tráfico de influência. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito das interceptações telefônicas. A interceptação telefônica solicitada pelo delegado de polícia e autorizada judicialmente é nula, haja vista ter sido sucessivamente prorrogada pelo magistrado por prazo superior a 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! 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Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar o inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da investigação, resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, tendo tomado conhecimento, devido às interceptações, de que o advogado cometera o crime de tráfico de influência. Em razão disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o conteúdo das gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do crime de tráfico de influência. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito das interceptações telefônicas. O fato de Kátia –– que era interlocutora dos diálogos gravados –– ter consentido posteriormente com a divulgação do conteúdo das gravações não legitima o ato nem justifica sua utilização como prova. COMENTÁRIOS: No caso em tela temos um exemplo clássico de interceptação telefônica obtida de forma ilegal, sendo considerada, portanto, prova ilícita. Os Tribunais Superiores entendem que o posterior consentimento de um dos interlocutores não convalida a prova (Ver HC 161.053-SP – STJ) Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 19 - (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 33286184144 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋()0(∃∋123456∋ !∃−∃7,!&∋!∃∋(&−8)∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!2:!()!23! ! Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton estaria abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes mesmo de colher provas acerca da informação recebida, a juiz da vara criminal competente a interceptação das comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias, sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco
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