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Disc.: INVESTIGAÇÃO - INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E CRIMES DE COLARINHO BRANCO Aluno(a): Acertos: 10,0 de 10,0 01/09/2022 1a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 A interceptação telefônica é um importante meio de obtenção de prova, sendo frequentemente utilizada na investigação criminal ou na instrução processual penal. Sobre a interceptação telefônica, marque a alternativa correta. A quebra do sigilo telefônico pode ter como base, unicamente, denúncia anônima. É ilícita decisão judicial que autoriza a interceptação telefônica durante investigação iniciada para elucidar a prática dessa infração penal. A interceptação apenas poderá ser determinada pelo juiz a requerimento do representante do Ministério Público. Uma de suas características é não ser a primeira opção a ser levada a cabo como meio de obtenção de prova no curso da investigação. É preciso que se ofereça ao investigado a oportunidade de se defender da alegada necessidade de se instaurar interceptação telefônica em seu desfavor. Respondido em 02/09/2022 18:08:36 Explicação: O art. 2º, inciso II, da Lei nº 9.296/96 é claro ao determinar que a interceptação de comunicações telefônicas não é admitida quando a prova puder ser feita por outros meios disponíveis, do que se extrai o caráter subsidiário do aludido meio de obtenção de prova. Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. A jurisprudência do STF e do STJ é pacífica no sentido da ilegalidade da interceptação feita com base apenas numa "denúncia anônima" ou "delação apócrifa". A consulta ao investigado sobre a necessidade de realização da interceptação telefônica escapa da finalidade desse meio de obtenção de prova. 2a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 A interceptação telefônica e o direito ao sigilo das comunicações, ao longo dos anos, foi objeto de tratamento legal por diferentes diplomas legais. Sobre o tema, assinale a alternativa correta. De acordo com o Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei nº 4.117/62), o conhecimento dado ao juiz competente, mediante requisição ou intimação, constitui violação de telecomunicação. Nenhuma lei posterior à de nº 9.296/96 buscou regulamentar a temática da interceptação no âmbito da rede mundial de computadores. Antes de 1996, não era possível determinar uma interceptação telefônica, pois não existia lei específica que a regulamentasse. A inviolabilidade do sigilo da correspondência somente teve assento constitucional a partir de 1988. A Lei nº 9.296/96 aplica-se tanto à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática quanto em telemática. Respondido em 02/09/2022 18:30:28 Explicação: Trata-se de reprodução literal do parágrafo único do art. 1º da Lei nº 9.296/96, que regulamentou a interceptação telefônica nos termos da Constituição Federal de 1988, e assegurou a aplicação da interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de telemática e de informática. A inviolabilidade do sigilo da correspondência já era prevista na Constituição de 1967. Para parte da literatura jurídica, apesar do silêncio constitucional, o art. 57, II, e do Código Brasileiro de Telecomunicações tornava admissível a realização da interceptação telefônica no país desde que esta fosse autorizada judicialmente. O Marco Civil da Internet (Lei 12.965/14) ratifica o direito ao sigilo ao fluxo de comunicações e inova estabelecendo inviolabilidade e o sigilo dos dados armazenados. 3a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 A dignidade da pessoa humana, segundo a Constituição, corresponde à base do ordenamento jurídico brasileiro. Nesse sentido, pode-se afirmar que ela: É um dos fundamentos da República. Se relaciona com os direitos fundamentais, mas não com o Direito Internacional dos Direitos Humanos. É traduzida na noção de que todo o poder emana do povo. Constitui um dos objetivos fundamentais da República. Norteia a definição da competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Respondido em 01/09/2022 20:23:29 Explicação: Segundo o art. 1º, inciso III, da Constituição Federal, a dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. A dignidade humana corresponde um valor intrínseco presente em cada ser humano que deve ser defendido e preservado pelo Estado, seja por meio do respeito à esfera de liberdade que cada indivíduo tem, seja a partir da promoção de condições de vida dignas. Direitos fundamentais representam um conjunto de direitos humanos, são ideias intrinsecamente ligadas. Os objetivos fundamentais da República estão previstos no art. 3o da Constituição Federal. 4a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 Banca: IDECAN. Órgão: Perícia Forense do Estado do Ceará (PEFOCE). Prova: Auxiliar de Perícia. Ano: 2021.A autoridade policial, em inquérito que investiga delito de tráfico de drogas, requer ao juiz competente a interceptação das comunicações telefônicas de Joel, o indiciado. Nessa hipótese, considerando que o fato investigado é punido com pena de reclusão e em atenção aos demais requisitos legais sobre o tema, assinale a alternativa correta. Para que o juiz decrete a interceptação das comunicações telefônicas de Joel, ele precisa ter certeza acerca da autoria ou da participação deste no delito investigado. Havendo indícios razoáveis de autoria ou participação de Joel no delito investigado, e não sendo possível produzir a prova objetiva por outros meios senão o da interceptação telefônica, o juiz poderá decretar a medida. O juiz poderá decretar a interceptação das comunicações telefônicas de Joel apenas fazendo menção aos motivos expostos pela autoridade policial em seu pedido, sem que seja necessário fundamentar sua decisão. Havendo indícios razoáveis de autoria ou participação de Joel no delito investigado e restando configurada a imprescindibilidade da prova, o juiz poderá decretar a interceptação das comunicações telefônicas de Joel, estendendo-se tal medida a todas as pessoas mencionadas na investigação, pelo prazo de trinta dias, sem possibilidade de renovação. O juiz poderá decretar a interceptação das comunicações telefônicas do indiciado se houver indícios razoáveis de autoria ou participação de Joel no delito investigado, mesmo que a prova que se pretende alcançar possa ser obtida de outra forma. Respondido em 01/09/2022 20:27:30 Explicação: Para se admitir a interceptação telefônica, nos moldes do que exige a Lei nº 9.296/96, não é necessário que fique demonstrada a certeza sobre autoria ou participação em infração penal, mas indícios razoáveis (inciso I, art. 2º), devendo estar clara a impossibilidade de a prova puder ser feita por outros meios disponíveis (inciso II, art. 2º), dado o caráter de ultima ratio da interceptação telefônica. A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. As demais alternativas, portanto, não estão corretas. 5a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 O direito ao sigilo das comunicações, expresso no inciso XII do art. 5º da Constituição da República, traz como regra que os indivíduos possuem a garantia de confidencialidade do conteúdo de suas comunicações, não devendo o Estado ou terceiros invadirem essa esfera de liberdade, que advém do direito fundamental à privacidade. A interceptação telefônica, portanto, é uma exceção e deve ser utilizada segundo as determinações legais. Analise os itens abaixo e, em seguida, assinale a alternativaque apresenta corretamente condições prejudiciais à possibilidade de instauração da interceptação telefônica. I. O fato investigado constituir infração punida com reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. II. Quando, embora a autoridade policial tenha sugerido a deflagração da interceptação telefônica, seria cabível a busca e apreensão. III. Quando, durante a investigação criminal, não ficou claro se o investigado participou da infração penal. IV. Processado por constrangimento ilegal, crime com pena de detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa, o delegado de polícia competente requer o deferimento da interceptação telefônica. Apenas os itens II e IV estão corretos. Apenas os itens III e IV estão corretos. Apenas os itens I e III estão corretos. Apenas os itens I e II estão corretos. Apenas os itens II, III e IV estão corretos. Respondido em 02/09/2022 19:09:57 Explicação: Durante a investigação criminal ou em instrução processual penal em que se busque prova da autoria e materialidade de infração penal cuja pena é a de reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, não há óbice para que o juiz, de ofício ou mediante provocação, admita a interceptação telefônica, na forma da lei. Isso porque a vedação constante no art. 2º, inciso III, da Lei nº 9.296/96 recai apenas para infrações penais punidas, no máximo, com pena de detenção, o que não é o caso trazido pela questão. Os itens II, III e IV trazem situações em que a interceptação telefônica não é autorizada. 6a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 Banca: FGV - PC AM - Investigador de Polícia Civil ¿ 2022. No curso de inquérito que apurava a prática do crime de corrupção passiva, previsto no Art. 317 do Código Penal, a autoridade policial representou pela interceptação das comunicações telefônicas do ramal de um indiciado. Demonstrada a imprescindibilidade da medida e indícios de autoria, houve autorização do juiz competente para a interceptação pelo prazo de 15 dias. Após a implementação, não houve pedido ou decisão sobre a renovação da escuta. Ocorre que a interceptação não foi interrompida no prazo e, no 16º dia, um diálogo revelou uma informação até então desconhecida da autoridade. Munido dessa informação, o delegado de polícia representou pela realização de buscas em um endereço onde, em cumprimento a mandado judicial, foram apreendidos documentos importantes à apuração do fato. Posteriormente, tais documentos instruíram denúncia ofertada pelo Ministério Público. Considerando os dados fornecidos pelo enunciado, indique a afirmativa correta. Os documentos devem ser admitidos no processo, pois derivaram de escuta lícita, decretada por juiz competente. Os documentos devem ser admitidos no processo pois obtidos por fonte absolutamente independente. Os documentos não podem ser admitidos no processo, pois sua apreensão se deu de forma ilícita, já que apenas o Ministério Público poderia pleitear a busca. Os documentos podem ser admitidos no processo, pois sua obtenção decorreu de descoberta inevitável. Os documentos não podem ser admitidos no processo, pois, de acordo com a teoria dos frutos da árvore envenenada, derivam de prova obtida por meios ilícitos. Respondido em 02/09/2022 17:47:13 Explicação: Aplicação da teoria dos frutos da árvore envenenada. A resposta para esta questão advém da teoria "fruits of the poisonous tree", ou, em português, a teoria dos frutos da árvore envenenada. Segundo esta teoria - absorvida no direito brasileiro, mas criada no direito norte americano - as provas derivadas das provas ilícitas devem ser compreendidas como sendo também sendo ilícitas. Isto porque, tal como uma árvore envenenada terá seus frutos contaminados com veneno, uma prova obtida de forma derivada de uma prova ilícita também se reveste de ilicitude. 7a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 (Instituto Acesso - PC/ES - Delegado de Polícia - 2019) O Legislador brasileiro adotou, a partir de 2013, o termo ''Organizações Criminosas'' para tratar o tema, tão falado na mídia e na sociedade, das atividades reconhecidas como ''Crime Organizado''. Por ensejar, para alguns, uma maior complexidade de aplicação de recursos e pessoas, de uma logística própria, que passaria despercebida ou pelo menos dificultaria os meios cotidianos de investigação e apuração de responsabilidades, a Lei 12.850/13, para além de trazer a definição objetiva de ''Organização Criminosa'', traz também regras específicas para o procedimento. Uma delas, disposta no Capítulo III, se dá no âmbito da ''Investigação e dos Meios de Obtenção de Prova''. Sobre estes, assinale a alternativa correta: Apenas após o recebimento da denúncia, será permitido, sem prejuízo de outros já previstos em lei, a colaboração premiada como meio de obtenção de prova. Em qualquer fase da persecução penal, será permitido, sem prejuízo de outros já previstos em lei, a prisão preventiva como meio de obtenção de prova. Em qualquer fase da persecução penal, será permitido, sem prejuízo de outros, já previstos em lei, a colaboração premiada como meio de obtenção de prova. Apenas após o recebimento da denúncia, será permitido, sem prejuízo de outros já previstos em lei, a prisão preventiva como meio de obtenção de prova. Em nenhuma fase da persecução penal será afastado os sigilos financeiro, bancário e fiscal. Respondido em 02/09/2022 17:47:26 Explicação: Em qualquer fase da persecução penal, será permitido, sem prejuízo de outros, já previstos em lei, a colaboração premiada como meio de obtenção de prova, como expressamente previsto no art. 3º, inciso I, da Lei 12.850/13. As demais alternativas não se aplicam. O sigilos financeiro, bancário e fiscal pode ser afastado nos termos do art. 3o, VI. A prisão cautelar não serve como meio de obtenção de prova. 8a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 (VUNESP - TJ/RO - Juiz de Direito Substituto - 2019 - ADAPTADA) O crime de organização criminosa, bem como as regras de seu processamento e julgamento estão previstos na Lei n.º 12.850/2013. Acerca do tema, assinale a alternativa correta: A interceptação telefônica, uma vez autorizada pela Autoridade Judicial, em se tratando de crime praticado por organização criminosa, poderá ser automaticamente renovada, pela Autoridade Policial. O acesso a dados cadastrais de investigados, tais como endereço, qualificação e filiação, quando solicitados a administradoras de cartão de crédito e provedores de internet, dependem de autorização judicial. Determinado o depoimento do investigado, é assegurado ao defensor acesso aos autos, com antecedência mínima de 3 (três) dias, desde que o feito não seja sigiloso. A efetiva prática de infrações penais não é necessária para a configuração do crime. A ação controlada, consistente no retardamento da intervenção policial à atividade praticada por organização criminosa, poderá ser adotada, de ofício, pela Autoridade Policial, sem necessidade de prévia comunicação à Autoridade Judicial. Respondido em 02/09/2022 19:16:44 Explicação: O crime de organização criminosa é formal, por isso basta que exista a união estável e permanente, dispensando a prática efetiva de crime. Com base no art. 5° da lei, a decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, independentemente de autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito). Determinado o depoimentodo investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista dos autos, ainda que classificados como sigilosos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo ser ampliado, a critério da autoridade responsável pela investigação). O meio de obtenção de prova relacionado à infiltração de agentes está disciplinado no art. 10 e seguintes da Lei 12.850/13. O Art. 8, §1º, da Lei n. 12.850 prevê que o retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público. 9a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 A respeito dos crimes contra a administração da justiça, marque a alternativa correta. A autoacusação falsa demanda que alguma providência seja tomada pela autoridade que recebe a informação. A autodefesa permite que impute falsamente o crime a pessoa que sabe ser inocente. Não há denunciação caluniosa se a representação for posteriormente arquivada. A comunicação falsa de crime só pode ser realizada se imputar o crime a pessoa particularmente determinada. Diferentemente da denunciação caluniosa, pode o a comunicação falsa, delito do art. 340, CP, recair sobre crime ou contravenção. Respondido em 02/09/2022 17:51:05 Explicação: Para que haja o crime de autoacusação, não há necessidade de qualquer providencia ser tomada para haver o crime, desde que recaia sobre fato relevante. Na denunciação caluniosa haverá o crime independentemente da representação, que pode ser considerada para fins de dosimetria, e a afirmação de que a "comunicação falsa de crime só pode ser realizada se imputar o crime a pessoa particularmente determinada", trata-se de característica da denunciação caluniosa, não da comunicação falsa. A autodefesa encontra como limite, justamente, a acusação de terceira pessoa, motivo pelo qual o art. 339 é constitucional. Diferentemente da denunciação caluniosa, pode o a comunicação falsa, delito do art. 340, CP, recair sobre crime ou contravenção, conforme art. 340 do CP. 10a Questão Acerto: 1,0 / 1,0 (2019 - CREMERJ - Advogado) Assinale abaixo a tipificação prevista no Código Penal para o crime de falsidade ideológica. Nenhuma das opções. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem. Ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor. Respondido em 02/09/2022 17:52:39 Explicação: A questão exigia o teor exato do art. 299, ao qual se destaca: "Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular. Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte".
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