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Aula 12 Direito Tributário p/ Delegado Polícia Civil-PE (com videoaulas) Professor: Fábio Dutra Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 79 AULA 12: Garantias e Privilégios do Crédito Tributário e Administração Tributária SUMÁRIO PÁGINA Observações sobre a aula 01 Garantias e Privilégios do Crédito Tributário 02 Administração Tributária 29 Lista das Questões Comentadas em Aula 64 Gabarito das Questões Comentadas em Aula 79 Observações sobre a Aula Olá, amigo(a), mais uma vez! Hoje, vamos tratar das garantias e dos privilégios do crédito tributário e, PDLV�j�IUHQWH��HVWXGDUHPRV�R�WHPD�³$GPLQLVWUDomR�7ULEXWiULD´� Vamos estudar várias questões do CESPE muito interessantes nesta aula! Fiquemos atentos ao modo como o assunto é abordado pela banca. Muitas vezes, basta conhecer a literalidade do CTN! Abra o seu CTN e...vamos começar!!! Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 79 1 ± GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO A partir do art. 183, o CTN cuida das garantias e dos privilégios relativos ao crédito tributário. Mas o que vem a ser garantia e privilégio, em se tratando de crédito tributário? As garantias dizem respeito aos mecanismos criados pelo legislador para facilitar a cobrança do crédito tributário. Os privilégios ou preferências têm como objetivo conferir ao crédito tributário prioridade de pagamento em relação às demais dívida que o devedor possa ter. De acordo com o ilustre professor Paulo de Barros Carvalho, Por garantias devemos entender os meios jurídicos assecuratórios que cercam o direito subjetivo do Estado de receber a prestação do tributo. E por privilégios, a posição de superioridade de que desfruta o crédito tULEXWiULR��FRP�UHODomR�DRV�GHPDLV������´� (CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 25ª Edição. 2013. Pág. 511) Observação: Há créditos que preferem ao crédito tributário. Isso será visto em tópico específico desta aula. Garantias Æ facilitação da cobrança Privilégios Æ prioridade de pagamento em relação aos demais créditos 1.1 ± Garantias do crédito tributário O CTN previu, em seu art. 183, que as garantias do crédito tributário não são taxativas. Ou seja, leis ordinárias podem vir a prever expressamente outras garantias ao crédito tributário, conforme dispõe o dispositivo: Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que se refiram. Para sua prova, guarde o seguinte: Taxativo = Exaustivo = Numerus Clausus Exemplificativo = Numeros Apertus Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 79 Assim, embora o CTN já tenha previsto algumas garantias ao crédito tributário, nada impede que outras leis venham prever outras. Isso pode ocorrer, em função das características de cada tributo. Há tributos cujas características intrínsecas oferecem maior risco de não recebimento ao ente tributante. Sendo assim, cada ente federativo pode criar leis, com o objetivo de assegurar o recebimento do tributo devido pelo sujeito passivo. Por exemplo, quando determinados bens entram em regime de admissão temporária (ingresso temporário de bens no território nacional, que retornarão ao país de origem) pode ser exigido do contribuinte uma garantia de que, se o bem não retornar ao país de origem, haverá o pagamento do imposto de importação. Portanto, o importador pode ter que realizar depósito em dinheiro entre outras garantias previstas na legislação aduaneira, para garantir o pagamento do tributo. Trata-se, pois, de uma garantia prevista expressamente em lei para assegurar o recebimento do crédito tributário. Observação: 7RPH�FXLGDGR�FRP�D�SDODYUD�³H[SUHVVDPHQWH´� O examinador pode armar uma pegadinha, afirmando que outras garantias podem ser implicitamente previstas em lei, o que não é verdade. Contudo, as garantias atribuídas ao crédito tributário não têm o condão de alterar a natureza do crédito tributário, muito menos da obrigação tributária a ele relativa. É isso o que dispõe o par. único do art. 183, do CTN. A título de exemplo, a União pode exigir o oferecimento de uma garantia real, como condição para fruição de determinado benefício fiscal. Assim, se o contribuinte agir em desacordo com a legislação que regula o benefício, pode- lhe ser exigido os tributos devidos, que foram garantidos pela constituição de uma hipoteca. Observação: Garantias reais são aquelas que asseguram o cumprimento de uma obrigação, por meio de bens móveis e imóveis. No caso da hipoteca, trata-se de uma garantia real de bem imóvel. Ou seja, o devedor continua tendo a posse e propriedade do bem imóvel, mas, em caso de inadimplência, o credor pode executar a hipoteca do imóvel, como pagamento da dívida. Pois bem, a hipoteca, por óbvio, não é um crédito tributário, mas sim um crédito hipotecário. Isso não significa que, se o crédito tributário tiver sido garantido por uma hipoteca se transformará em crédito hipotecário. O mesmo se pode dizer em relação à obrigação tributária correspondente. Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 79 1.2 ± Universalidade da cobrança do crédito tributário O art. 184 do CTN estabelece o seguinte: Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. O dispositivo em análise teve por objetivo favorecer o Fisco, em relação aos bens e rendas suscetíveis de cobrança. Assim, respondem pelo pagamento do crédito tributário todos os bens e rendas do sujeito passivo, espólio ou massa falida. Nessa linha, se o sujeito passivo possui um imóvel urbano, com dívidas de IPTU que superem o valor do respectivo imóvel (embora seja de difícil aplicação prática, serve-nos como exemplo), pode ter de cumprir a obrigação com outros bens que possua. Por isso é que se diz que a responsabilidade é pessoal, respondendo pela dívida a totalidade dos bens do devedor. Portanto, ainda que os bens tenham sido gravados por ônus real (hipoteca, por exemplo) ou tenham sido declarados impenhoráveis ou inalienáveis, por ato de vontade do particular, respondem pelo crédito tributário. Ou seja, até mesmo aqueles bens que não podem ser objeto de cobrança de créditos de outra natureza, ficam submetidos à cobrança do crédito tributário. A exceção diz respeito aos bens e rendas declarados pela lei como absolutamente impenhoráveis. Sendo assim, os bens voluntariamente declarados como impenhoráveis continuam sujeitos aocrédito tributário. Em outros termos, o que restringe o acesso do fisco aos é a disposição legal no sentido da absoluta impenhorabilidade. 4XDLV� VmR� HVVHV� EHQV� ³DEVROXWDPHQWH� LPSHQKRUiYHLV´"� (VWmR� SUHYLVWRV� no art. 649 do Código de Processo Civil: Art. 649. São absolutamente impenhoráveis: I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 79 III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3o deste artigo; V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão; VI - o seguro de vida; VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; . IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de poupança. XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político. Observação: Você não precisa decorar tudo. Normalmente, as questões de Direito Tributário não se aprofundam nesse tema. Sendo assim, sabendo que, em regra, trata-se de recursos essenciais para sobrevivência ou exercício da profissão da pessoa, já é o suficiente. No que se refere ao art. 649, I, não há aplicação em relação ao crédito tributário, pois os bens assim declarados por ato voluntários estão sujeitos à cobrança pelo Fisco, já que o CTN assim o diz, sendo este norma específica, com status de lei complementar. Cabe destacar que até mesmo o bem de família é penhorável para a cobrança de tributos, desde que relativos ao próprio bem imóvel familiar (Lei 8.009/1990, art. 3º, IV). Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 79 Bens e rendas absolutamente impenhoráveis por disposição legal Æ Não respondem pelo crédito tributário. Bens e rendas declarados impenhoráveis por ato voluntário Æ Respondem pelo crédito tributário. Além dos bens e rendas declarados pela lei como absolutamente impenhoráveis, o art. 184, na sua parte inicial, afirma também que a lei pode determinar privilégios especiais sobre determinados bens. Dessa forma, com o advento da LC 118/05, foi incluído o art. 186, par. único, I, o qual estabelece que o crédito tributário não prefere (não tem preferência) sobre os créditos com garantia real, nos processos de falência. Isso será entendido por completo, quando estudarmos os privilégios do crédito tributário. Por hora, o que deve ser entendido é que, em processo de falência, os créditos gravados por garantia real gozam de prioridade em relação ao crédito tributário. Portanto, por serem utilizados como meio de pagamento aos com prioridade, os imóveis hipotecados (garantia real), por exemplo, nem sempre respondem pelas dívidas tributárias, pois podem ser entregues aos respectivos credores, antes que se proceda ao pagamento do crédito tributário. 1.3 ± Presunção de fraude à execução fiscal Com o intuito de fornecer maior proteção e garantia ao crédito tributário, o legislador do CTN estabeleceu um momento a partir do qual se considera fraude à execução fiscal a alienação de bens pelo devedor, quando este não mantiver outros bens suficientes para a quitação da obrigação tributária. Não respondem pelo pagamento do crédito tributário Bens e rendas absolutamente impenhoráveis pela lei Bens gravados por garantia real, nos processos de falência Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 79 Vejamos o que diz o art. 185 do CTN: Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) Observação: Para o ajuizamento de uma ação de execução fiscal, é necessário que o crédito tributário tenha sido inscrito em dívida ativa. Trata- se de tema que ainda será estudado nesta aula. Com base no que foi visto no art. 185, o momento estabelecido pelo legislador como marco para a presunção de fraude à execução é o da inscrição do crédito tributário em dívida ativa. A inscrição em dívida ativa ocorre quando não há pagamento do crédito tributário dentro do prazo de vencimento. Portanto, ocorre em momento posterior ao do lançamento e, consequentemente, do fato gerador. Destaque-se que a presunção prevista no caput do art. 185 é puramente objetiva, ou seja, não se considera a intenção do devedor, mas unicamente a sua atuação no sentido de alienar seus bens sem deixar saldo suficiente para pagamento de crédito inscrito em dívida ativa. Em decorrência do exposto, também não se admite prova em contrário pelo sujeito passivo. Ou seja, constatada a situação prevista em lei, há presunção absoluta de alienação fraudulenta. Assim entende a doutrina dominante. Entenda-se como momento de inscrição em dívida ativa aquele em que o sujeito passivo tiver sido comunicado formalmente a respeito da inscrição. Sendo assim, podemos afirmar que antes da inscrição do crédito em dívida ativa, o devedor pode dispor de seus bens, sem que fique configurado qualquer ato lesivo ao Fisco. Aliás, conforme mencionado acima, ainda que tenha alienado os bens após a inscrição em dívida ativa, se o devedor tiver reservado bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita, não há que se falar em alienação fraudulenta (CTN, art. 185, par. único). Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 79 Em síntese, pode-se dizer que, para que fique presumida a alienação fraudulenta, é necessário que ocorram cumulativamente as seguintes situações: x Crédito tributário inscrito em dívida ativa (após comunicação oficial); x Alienação de bens ou seu começo; x Não houver reserva de bens ou rendas para quitar o crédito inscrito. Observação: Tudo o que foi explicado neste tópico se aplica também à ³oneração de bens´��2X�VHMD��TXDQGR�R�GHYHGRU�RIHUHFH�EHQV�FRPR�JDUDQWLD�de outro crédito (constitui uma hipoteca, por exemplo), após a inscrição do crédito tributário em dívida ativa, e não reserva bens e rendas suficientes para quitação do crédito inscrito, a oneração também é considerada fraudulenta! 1.4 ± Penhora eletrônica ou online No tópico anterior, nós havíamos falado da alienação fraudulenta, que é aquela realizada após a inscrição do crédito em dívida ativa. Veja que para ser considerada fraudulenta não é necessário que o devedor já tenha sido executado, bastando a inscrição em dívida ativa. Correto? A penhora online ocorre somente no curso da ação de execução fiscal. Apenas para se ter uma noção básica, admitida a ação de execução fiscal proposta pela Fazenda Pública, o devedor é citado (comunicado) para pagar a dívida tributária ou nomear bens à penhora. Contudo, se o devedor não pagar nem apresentar bens à penhora e também não forem encontrados bens penhoráveis, fica o devedor sujeito ao disposto no caput do art. 185-A, do CTN, cuja redação é a seguinte: Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) Requisitos para ocorrer penhora online: x Não pagou; x Não apresentou bens à penhora no prazo legal; x Não foram encontrados bens penhoráveis. Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 79 Sendo assim, o juiz determinará a indisponibilidade dos bens e direitos do sujeito passivo, sendo comunicados os órgãos que promovem registros de transferência de bens (como os departamentos de trânsito, por exemplo), especialmente o registro público de imóveis (cartório de registro de imóveis), e também o Banco Central e a CVM, que são as autoridades supervisoras do mercado bancário e de capitais, respectivamente. Observação: Com a indisponibilidade dos bens, estes ficam bloqueados (penhorados), à disposição do juízo. Após o cumprimento da ordem judicial, os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação enviarão imediatamente ao juiz a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido (CTN, art. 185- A, § 1º). Com base nas informações apresentadas, o juiz determinará o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem o valor da dívida (CTN, art. 185-A, § 2º). Repare que este tópico é bem tranquilo, referindo-se à possibilidade de o juiz determinar a indisponibilidade dos bens eletronicamente, comunicando a ordem aos órgãos responsáveis. Obviamente, o valor que exceder a dívida tributária, deve ser imediatamente liberado. Veja, ainda, que o instituto só foi previsto no CTN, com a edição da LC 118/05, ou seja, é recente, se comparado com o ano da publicação do CTN (1966). 1.5 ± Prova de quitação dos tributos O legislador determinou que, para a prática de certos atos jurídicos, é necessário haver a prova de quitação dos tributos. Isso é feito por meio da certidão negativa, tema a ser visto adiante, mas que, por hora, é bom saber que se trata de documento capaz de comprovar a inexistência de débitos em nome do sujeito passivo. A prova de quitação dos tributos não deixa de ser uma garantia do crédito tributário, tendo em vista que se impõe o pagamento dos tributos como condição para os atos que serão descritos a seguir. Parte da doutrina considera que, ao exigir a prova de quitação dos tributos, concede-se ao crédito tributário um sistema adicional de garantias. Em primeiro lugar, o art. 191 do CTN determinou que para se obter a declaração judicial da extinção das obrigações do falido, ao final do processo de falência, deve ser comprovada a quitação de todos os tributos devidos. Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 79 Além disso, de acordo com o art. 191-A, a concessão da recuperação judicial também está condicionada à comprovação da quitação de todos os tributos, observados os arts. 151, 205 e 206 do CTN. O art. 151, como já estudamos, refere-se à suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Estudaremos mais à frente que, quando um crédito tributário está com sua exigibilidade suspensa, é possível a emissão da certidão positiva com efeitos de negativa (art. 206). Ou seja, embora exista a dívida, os efeitos da certidão positiva são os mesmos da certidão negativa, podendo ser utilizada para a concessão da recuperação judicial. Já o art. 192 do CTN, ao tratar dos processos de inventário ou arrolamento, estabelece que nenhuma sentença de partilha (vários herdeiros) ou adjudicação (único herdeiro) será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. Por último, o art. 193 do CTN proíbe que os departamentos da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ou suas autarquias, celebrem contrato ou aceitem proposta em licitação pública, sem que o contratante ou proponente faça prova de quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo exercício contrata ou concorre. O que se pode interpretar da redação do dispositivo? Ora, o contratante ou proponente só precisa demonstrar quitação dos tributos relativos ao ente federativo com o qual está celebrando o contrato, bem como em relação às atividades em cujo exercício contrata ou concorre. Vamos ver um exemplo? Se determinada pessoa deseja celebrar um contrato de prestação de serviços de guincho com o Município de São Paulo, deve comprovar apenas a quitação de ISS, relativo ao Município de São Paulo. Não precisa, portanto, comprovar pagamento de IPTU (pois não se relaciona com a prestação do serviço), nem do IPVA do caminhão que será utilizado para prestar o serviço (por se tratar de tributo de competência de outro ente). Observação: Esse raciocínio é o que deve ser levado para a prova de Direito Tributário. Contudo, devemos deixar claro que a Lei de Licitações e Contratos (Lei 8.666/1993) traz regras mais rigorosas sobre o tema em seu art. 29. Em TODOS os casos apresentados, deve haver comprovação da quitação de TODOS os tributos devidos. Cuidado com questões que afirmam a necessidade de se comprovar apenas a quitação dos tributos relativos à atividade mercantil do falido. Está errado!!! Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 79 Em suma, são as seguintes situações que exigem do sujeito passivo a apresentação de certidão negativa, comprovando a quitação de todos os tributos: x Declaração judicial da extinção das obrigações do devedor falido (CTN, art. 191); x Concessão de recuperação judicial (CTN, art. 191-A); x Prolação de sentença judicial de partilha ou adjudicação (CTN, art. 192); x Participação em contrato ou licitação da Administração Pública (CTN, art. 193); 1.6± Os privilégios ou preferências do crédito tributário Os privilégios ou preferências dos créditos se aplicam diante da pluralidade de credores, como nos processos de falência, recuperação judicial ou inventário, por exemplo. O objetivo é estabelecer uma relação hierárquica entre as classes de créditos que serão pagas em primeiro lugar, em segundo e assim sucessivamente. Observação: Somente se passa para a segunda classe de créditos após se esgotarem aqueles créditos que pertencem à primeira classe, conforme estabelecido pela lei. No que se refere aos privilégios do crédito tributário, o caput art. 186 do CTN estabelece o seguinte: Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) Veja, então, que o crédito tributário tem preferência quase que absoluta sobre os demais, não prevalecendo apenas sobre os créditos decorrentes da legislação do trabalho e de acidente de trabalho. Nesse sentido, primeiramente são pagos os créditos trabalhistas e acidentários. Logo em seguida, procede-se ao pagamento dos créditos tributários. Posteriormente, se ainda houver saldo remanescente, as demais classes legais são pagas. Deve-se ter em mente que o caput art. 186 se refere aos privilégios do crédito tributário nos processos em geral. No parágrafo único, o legislador estipulou regras especiais para o crédito tributário nos processos de falência. Vamos ver quais são elas? Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 79 1.6.1 ± Regras relativas aos processos de falência De início, faz-se necessário transcrever as palavras do par. único do art. 186, do CTN: Art. 186 - (...): Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) I ± o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) II ± a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho; e (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) III ± a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) Em primeiro lugar, saiba que, mesmo nos processos de falência, os créditos trabalhistas e acidentários precedem ao crédito tributário. Além dessa prioridade, outras foram incluídas pelo par. único do art. 186. Assim, pode-se dizer que o crédito tributário perdeu espaço na preferência entre os demais, nos processos de falência. Ou seja, além da preferência dos créditos trabalhistas e acidentários, precedem ao crédito tributário os créditos extraconcursais, as importâncias passíveis de restituição e os créditos com garantia real (penhor, hipoteca). Quando não se tratar de processo de falência, os créditos com garantia real não possuem prioridade sobre o crédito tributário. Os créditos extraconcursais são aqueles cujos fatos geradores ocorrem após a decretação da falência, como fruto da administração da massa falida. Podem ser de várias espécies, inclusive tributária (quando os fatos geradores ocorrerem após a decretação falência), ou trabalhista (quando os serviços tiverem sido prestados após a decretação da falência). Nesse contexto, vejamos a redação do art. 188 do CTN: Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 79 Portanto, podemos dizer que os créditos tributários extraconcursais preferem aos créditos tributários não extraconcursais, cujos fatos geradores tenham ocorrido antes da falência. Recomendo a leitura do art. 84 da Lei 11.101/2005 (Lei de Falências). No que concerne às importâncias passíveis de restituição, são aqueles bens ou valores que pertencem a terceiros, e que na data da decretação da falência estavam em poder do devedor falido. É também passível de restituição os bens vendidos a crédito e entregues ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada. O objetivo dessa prioridade é proteger aqueles que, de boa-fé, vendem a prazo aos devedores, desconhecendo a crítica situação financeira destes. Nessa mesma linha, o STJ considerou como importância passível de restituição os valores adiantados pelos clientes da empresa falida para realização de contrato de câmbio: Súmula STJ 307 - A restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na falência, deve ser atendida antes de qualquer crédito. Relativamente aos créditos com garantia real, há que se destacar que preferem ao crédito tributário, até o limite de valor do bem gravado com garantia real���2�³YDORU�GR�EHP´�p�DTXHOH�HIHWLYDPHQWH�DUUHFDGDGR�FRP� a sua venda. Lembre-se de que a oneração de bens (garantia real, por exemplo) após a inscrição do crédito tributário, desde que não tenham sido reservados bens suficientes para a quitação do crédito inscrito, é considerada fraudulenta (CTN, art. 185), não gozando da preferência estabelecida no CTN. Outro aspecto a ser destacado é o art. 186, II, do CTN, o qual afirma que a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho. Foi nesse rumo que a Lei 11.101/2005 estipulou como limite o valor de 150 salários-mínimos por credor. Destaque-se que esse limite não se aplica aos créditos decorrentes de acidentes de trabalho. Ademais, prescreve o art. 186, III, do CTN, que, na falência, a multa tributária não tem a mesma preferência do crédito tributário, preferindo apenas aos créditos subordinados. O objetivo é que, se as multas tivessem maior prioridade, muitos credores deixariam de receber seus créditos, havendo verdadeira punição aos credores, pela infração cometida pelos devedores (afinal, quem fez surgir a penalidade foram estes). Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 79 Vamos resumir a classificação dos créditos na falência: ORDEM CRÉDITOS OBSERVAÇÕES 1º Importâncias Passíveis de Restituição Adiant. de contrato de câmbio 2º Créditos Extraconcursais Podem ser tributários ou não 3º Créditos derivados da legislação do trabalho e decorrentes de acidente de trabalho Limite p/ créd. Leg. Trab.: 150 salários- mínimos 4º Créditos com garantia real Até o limite do bem gravado 5º Créditos tributários, seja qual for sua natureza ou tempo de constituição As multas não se incluem nessa classe 6º Créditos com privilégio especial - 7º Créditos com privilégio geral - 8º Créditos quirografários - 9º Multas contratuais, penas pecuniárias por infração penal ou administrativa, inclusive as multas tributárias - 10º Créditos subordinados - Observação: Para as provas de Direito Tributário, não é necessário estudar as características de cada classe. O tema é detalhadamente estudado no Direito Empresarial. DICA DE PROVA: Se a questão cobrar privilégios do créditotributário, a SULPHLUD�DWLWXGH�D�VHU�WRPDGD�p�YHULILFDU�VH�D�TXHVWmR�PHQFLRQD�³SURFesso de IDOrQFLD´�� VLWXDomR� HP� TXH� YRFr� GHYHUi� XWLOL]DU� DV� UHJUDV� HVSHFtILFDV� GR� SDU�� único, do art. 186, do CTN. Caso contrário, utilize o que foi estabelecido no caput do referido artigo. 1.6.3 ± Autonomia da execução fiscal Este tópico, na realidade, trata especificamente de processo tributário, ou seja, a maneira como deve ser feita a cobrança do crédito tributário. Quando se instaura processo de cobrança coletiva, como na falência, concordata ou inventário, os credores devem se habilitar no respectivo juízo Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 79 para receberem seus créditos. Não é possível, portanto, ajuizar ação individual em tais casos. Essa é a regra para todos, com exceção do Fisco. Veja o que diz o caput do art. 187, do CTN: Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) Portanto, a execução fiscal não é obrigatoriamente habilitada no juízo universal (onde estão os demais credores). No entanto, nada impede que a cobrança do crédito tributário seja feita juntamente aos demais credores. A ação de execução fiscal não está sujeita ao concurso de credores. Neste ponto, pode suscitar algumas dúvidas, como a seguinte: se o crédito tributário não possui prioridade absoluta (sobre todos os demais), será respeitada a preferência dos demais créditos (como os trabalhistas, por exemplo), se a ação é ajuizada individualmente? Sim, será! Se houver, por exemplo, penhora de bem na ação de execução fiscal, o montante arrecadado com a alienação do referido bem deve ser remetido ao juízo falimentar (onde estão os demais credores), para que seja distribuído conforme a ordem. Destaque-se que, na hipótese da cobrança do crédito tributário ser feita no juízo universal, se houver contestação do devedor acerca da legitimidade do crédito tributário, não compete ao juiz da falência decidir sobre o assunto. Neste caso, a controvérsia deverá ser remetida ao juízo competente: Art. 188 - (...): § 1º Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao processo competente, mandando reservar bens suficientes à extinção total do crédito e seus acrescidos, se a massa não puder efetuar a garantia da instância por outra forma, ouvido, quanto à natureza e valor dos bens reservados, o representante da Fazenda Pública interessada. Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 79 Por fim, destaque-se que as mesmas regras previstas no art. 188 são aplicáveis aos processos de concordada, conforme preceitua o § 2º, do art. 188, do CTN. Embora não tenha aplicação prática, o dispositivo deve estar sempre na memória dos candidatos que se preparam para provas de Direito Tributário. 1.6.4 ± O crédito tributário nos processos de inventário e arrolamento e na liquidação judicial ou voluntária No que se refere aos processos de inventário ou arrolamento, o art. 189 do CTN estabelece o seguinte: Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento. Dessa forma, os créditos tributários exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento são pagos preferencialmente a qualquer encargo do monte. Observação: Encargo do monte são as dívidas deixadas pelo de cujus. Da mesma forma como ocorre no juízo falimentar, no processo de inventário ou arrolamento, se for contestado o crédito tributário, o juiz deve remeter as partes ao processo competente, adotando os mesmos procedimentos previstos no § 1º do art. 188 (CTN, art. 189, par. único). Semelhantemente, nos processos de liquidação judicial ou voluntária, os créditos tributários vencidos ou vincendos são pagos preferencialmente a quaisquer outros créditos. Vejamos o que diz o art. 190 do CTN: Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação. Observação: A liquidação consiste no levantamento do patrimônio da sociedade, realizando (venda) o ativo, e pagando o passivo. Trata-se de procedimento com a finalidade de extinguir a sociedade, após decisão societária. DICA DE PROVA: Se a questão cobrar privilégios ou preferências do crédito tributário, em processo de inventário ou arrolamento, ou mesmo em processo de liquidação, lembre-se que o crédito tributário prefere a quaisquer outros. Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 79 1.6.5 ± Concurso de preferência entre as Fazendas Públicas Vimos que o crédito tributário não se sujeite ao concurso de credores, ou seja, é possível que a ação de execução fiscal tramite individualmente. Contudo, o CTN prevê o concurso de preferência entre as pessoas jurídicas de direito público, quando mais de uma for credora: Art. 187 - (...): Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: I - União; II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata; III - Municípios, conjuntamente e pró rata. Isso significa que, ao realizar o pagamento dos créditos, segue-se a ordem que aprendemos, partindo-se da primeira classe, em direção às demais, assim que for esgotado o crédito daquela. Ao chegar a vez do crédito tributário, deve-se analisar o concurso de preferência entre as pessoas jurídicas de direito público. Primeiramente, procede-se ao pagamento dos créditos da União. Somente são pagos os créditos tributários dos Estados e DF, se for possível quitar todos os de competência da União. O mesmo raciocínio se aplica aos créditos tributários dos Municípios. Se, porventura, o montante a ser distribuído não for suficiente para quitar os créditos dos vários Estados interessados (ou Municípios), deve-se fazer o rateio proporcionalmente ao valor total dos créditos de cada ente federativo. Vamos exemplificar? Imagine que em um processo de falência todos os credores com preferência sobre o crédito tributário já tenham sido pagos, cabendo ao Fisco o recebimento de seus créditos de natureza tributária. O montante a ser distribuído é de R$ 200.000,00. O valor dos créditos tributários de cada ente federativo são os seguintes: x União: R$ 100.000,00 x Estado de Minas Gerais: R$ 400.000,00 x Estado de São Paulo: R$ 600.000,00 x Município de Belo Horizonte: R$ 100,000,00 Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 79 Fazendo os cálculos, conforme explicado acima: ENTE FEDERATIVO CRÉDITO TRIBUT. VALOR PAGO PROPORÇÃO União R$ 100.000,00 R$ 100.000,00 - Minas Gerais R$ 400.000,00 R$ 40.000,0040% São Paulo R$ 600.000,00 R$ 60.000,00 60% Belo Horizonte R$ 100,000,00 - - Veja que a União recebeu os seus créditos tributários integralmente, o que não ocorreu com os Estados, pois o valor dos créditos superou o montante a ser distribuído. Sendo assim, foi feito rateio proporcionalmente ao valor total de cada Estado, quando comparado à soma total dos créditos tributários estaduais. Com relação ao Município de Belo Horizonte, nada foi pago, já que o montante se esgotou. O mesmo se poderia dizer em relação aos demais créditos que deveriam ser pagos após o crédito tributário, como os créditos com privilégio especial, por exemplo. Cumpre destacar, para finalizar o assunto, que a Lei 6.830/1980 equiparou aos entes federados suas respectivas autarquias, conforme se demonstra na redação do art. 29: Art. 29 - A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento Parágrafo Único - O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: I - União e suas autarquias; II - Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata; III - Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata. Observe que, no inciso I, não se fala em rateio. O que isso significa? Em todos os casos em que houver créditos do ente e da respectiva autarquia, primeiramente se procede ao pagamento do ente federativo, para posteriormente realizar o pagamento da autarquia. Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 79 Questão 01 ± CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014 Suponha que Franco, após ter recebido notificação de lançamento para pagamento voluntário, antes da inscrição do débito em dívida ativa, tenha alienado, pela metade do valor de mercado, barco de sua propriedade a Alemão. Nesse caso, está configurada fraude à execução fiscal. Comentário: De acordo com o art. 185, caput, do CTN, presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. Como o crédito ainda não havia sido inscrito em dívida ativa, não há que se falar em fraude à execução fiscal. Questão errada. Questão 02 ± CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014 O crédito trabalhista prefere ao crédito tributário quando aquele for inferior a duzentos e cinquenta salários mínimos. Comentário: De acordo com o CTN, na falência, a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho. Com base nisso, a Lei 11.101/2005 estipulou como limite o valor de 150 salários-mínimos por credor. Questão errada. Questão 03 ± CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014 Para a extinção das obrigações do falido e a concessão de recuperação judicial, exige-se prévia quitação dos tributos devidos, sendo possível, nesse último caso, a concessão da recuperação se o devedor obtiver a suspensão da exigibilidade do crédito devido. Comentário: De acordo com o art. 191-A, do CTN, a concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos. Vale lembrar que, quando um crédito tributário está com sua exigibilidade suspensa, é possível a emissão da certidão positiva com efeitos de negativa (CTN, art. 206). Ou seja, embora exista a dívida, os efeitos da certidão positiva são os mesmos da certidão negativa, podendo ser utilizada para a concessão da recuperação judicial. Questão correta. Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 79 Questão 04 ± CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 O bem de família, instituído por lei, pode ser penhorado em execução fiscal, independentemente da natureza do tributo cobrado em juízo. Comentário: O bem de família somente pode ser penhorado em execução fiscal, se os tributos objetos de cobrança forem relativos ao bem imóvel. Portanto, a questão está errada. Questão 05 ± CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 A fraude à execução fiscal ocorre com a alienação de bens pelo sujeito passivo em débito tributário para com a fazenda pública, após a regular inscrição do crédito tributário na dívida ativa, tornando-o insolvente. Comentário: De acordo com o caput do art. 185, do CTN, presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. Questão correta. Questão 06 ± CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 Os créditos tributários gozam de preferência em relação a quaisquer outros, incluindo-se os decorrentes da legislação trabalhista. Comentário: Os créditos tributários não preferem aos decorrentes da legislação trabalhista. Questão errada. Questão 07 ± CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 O concurso de preferência para recebimento do crédito tributário entre as pessoas jurídicas de direito público obedece à seguinte ordem: municípios, estados e DF e, por fim, a União. Comentário: O concurso de preferência entre as pessoas jurídicas de direito público segue a seguinte ordem (CTN, art. 187, par. único): União; Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;e Municípios, conjuntamente e pró rata. Questão errada. Questão 08 ± CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 Respondem pelo pagamento do crédito tributário todos os bens, presentes e futuros, do sujeito passivo, salvo os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade. Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 79 Comentário: De acordo com o art. 184 do CTN, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade. Questão errada. Questão 09 ± CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012 As garantias atribuídas ao crédito tributário estão previstas no CTN, não se admitindo outras oriundas de outras fontes legislativas, ainda que de maneira subsidiária. Comentário: De fato, a enumeração das garantias atribuídas ao crédito tributário pelo CTN não é exaustiva. No entanto, de acordo com o caput do art. 183 do CTN, somente previsão expressa em lei pode atribuir outras garantias ao crédito tributário. Questão errada. Questão 10 ± CESPE/AFTM-Vitória/2007 Lúcia, visando esquivar-se do pagamento de tributo federal, gravou com cláusula de impenhorabilidade seu apartamento. Nessa situação, promovida a execução fiscal, o apartamento de Lúcia não poderá ser penhorado. Comentário: De acordo com o CTN, os bens impenhoráveis por ato voluntário, como aqueles gravados por ônus real, respondem pelo pagamento do crédito tributário. Dessa forma, Lúcia terá seu apartamento penhorado em favor do Fisco. Questão errada. Questão 11 ± FGV/Advogado- Senado Federal/2008 As garantias do crédito tributário não estão sujeitas ao princípio da reserva legal. Comentário: As garantias atribuídas ao crédito tributário podem estar previstas tanto no CTN como em outrasleis, conforme determina o art. 183, caput, do próprio CTN. Sujeitam-se, pois, ao princípio da reserva legal. Questão errada. Questão 12 ± FGV/Fiscal de Rendas-RJ/2009 O artigo 195 do CTN reza que ³SDUD�RV�HIHLWRV�GD�OHJLVODomR�WULEXWiULD��QmR�WrP� aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-ORV´�� &RP� EDVH� QHVVH� GLVSRVLWLYR�� R� 6XSUHPR� Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 79 Tribunal Federal editou súmula de modo a consolidar o entendimento de que se sujeitam à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, ilimitadamente, independentemente dos pontos objeto da investigação. Comentário: A transcrição do art. 195 do CTN está fiel ao texto da norma. O erro está em dizer que a Súmula do STF ampliou os poderes da fiscalização tributária, quando, na verdade, a redação da Súmula 439 do STF estabeleceu TXH�³Hstão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros FRPHUFLDLV�� OLPLWDGR�R�H[DPH�DRV�SRQWRV�REMHWR�GD� LQYHVWLJDomR´��3RUWDQWR��D� questão está errada. Questão 13 ± FGV/Fiscal de Rendas-RJ/2010 Analise as afirmativas a seguir. I. A cobrança judicial do crédito tributário fica sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. II. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento. III. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos, sem qualquer exceção. Assinale: (A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (C) se somente a afirmativa I estiver correta. (D) se somente a afirmativa II estiver correta. (E) se somente a afirmativa III estiver correta. Comentário: Item I: Na realidade, o caput do art. 187, do CTN, previu que a cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. Portanto, este item está errado. Item II: Novamente, a banca FGV exige a literalidade do CTN, desta vez do seu art. 190, a saber: são pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação. Item correto. Item III: Não se trata de regra sem exceção, pois o art. 191-A previu a possibilidade de apresentação da certidão positiva com efeito de negativa, Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 79 relativa aos tributos que estejam com sua exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151, do CTN. Item errado. Gabarito: Letra D Questão 14 ± FGV/AFRE- RJ/2011 Carlos, proprietário de apartamento em zona urbana de grande município, furtou-se ao pagamento do IPTU nos anos de 2008 e 2009. A secretaria municipal de fazenda efetuou o lançamento e notificou-o do crédito em aberto em 2010. Nessa situação fictícia, é correto afirmar que a) Caso o apartamento de Carlos seja registrado como bem de família, a impenhorabilidade é oponível nos casos de execução fiscal. Assim, o fisco deve dirigir a execução a qualquer outro bem do patrimônio disponível de Carlos. b) No momento da notificação oficial até a sentença final em sede de execução fiscal, Carlos pode alienar o apartamento em questão, uma vez que a fraude contra a fazenda somente se configura se a alienação ocorrer após o trânsito em julgado da sentença de execução. c) Na hipótese de Carlos vender o seu apartamento antes do lançamento, o adquirente de boa-fé jamais responderia perante o fisco pelas eventuais dívidas do apartamento antes da sua aquisição. d) Caso Carlos possuísse dívidas de natureza civil, ainda que constituídas antes da notificação do crédito em aberto em virtude do não pagamento do IPTU, o crédito tributário, mesmo assim, teria preferência sobre aquelas. e) A notificação seria inócua, uma vez que haveria ocorrido a prescrição. Comentário: Alternativa A: Como vimos durante a aula, até o bem de família é penhorável para a cobrança de tributos, isto é, é inoponível à execução fiscal. Alternativa errada. Alternativa B: A fraude presume-se fraudulenta a partir do momento em que há a inscrição em dívida ativa do crédito tributário. Portanto, a alternativa está errada. Alternativa C: Apenas não há responsabilidade para o sucessor, adquirente do bem imóvel, caso conste do título a prova da quitação dos tributos incidentes sobre o imóvel. No caso, o adquirente responderia pelos fatos geradores já ocorridos, ainda que não tenham sido objeto de lançamento. Alternativa errada. Alternativa D: As dívidas de natureza civil não preferem ao crédito tributário. Portanto, haveria sim a prioridade do crédito tributário. Alternativa correta. Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 79 Alternativa E: Não há que se falar em prescrição nem mesmo em decadência (prazo para constituição do crédito tributário), pois não decorreu o prazo definido no CTN. Alternativa errada. Gabarito: Letra D Questão 15 ± FGV/Juiz-PA/2008 São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência. Comentário: Os créditos extraconcursais são aqueles cujos fatos geradores ocorrem após a decretação da falência, como fruto da administração da massa falida. Questão correta. Questão 16 ± FGV/Juiz-PA/2008 Na falência, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes de acidente de trabalho ou da legislação do trabalho, independentemente do seu valor. Comentário: Na realidade, a questão confunde a preferência do crédito tributário nos processo de falência, com a preferência nos demais processos. Na falência, há outros créditos além dos trabalhistas e acidentários que preferem ao crédito tributário. Portanto, a questão está errada. Questão 17 ± FGV/Juiz-PA/2008 A cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, inventário ou arrolamento. Comentário: A execução fiscal (cobrança judicial do crédito tributário) não é obrigatoriamente habilitada no juízo universal, onde estão os demais credores. No entanto, nada impede que a cobrança do crédito tributário seja feita juntamente aos demais credores. Questão correta. Questão 18 ± FGV/Juiz-PA/2008 São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento. Direito Tributário para Delegadoʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 79 Comentário: De acordo com o art. 189, caput, do CTN, os créditos tributários exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento são pagos preferencialmente a qualquer encargo do monte. Questão correta. Questão 19 ± FGV/Juiz-PA/2008 São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação. Comentário: Trata-se da literalidade do art. 190 do CTN, segundo o qual são pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação. Questão correta. Questão 20 ± FGV/Juiz-PA/2008 A enumeração das garantias dos créditos tributários pelo CTN é taxativa, pois não permite que outras garantias sejam previstas em lei. Comentário: De acordo com o caput do art. 183, do CTN, a enumeração das garantias atribuídas ao crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que se refiram. Portanto, as garantias não são taxativas (ou exaustivas). Questão errada. Questão 21 ± FCC/PGE-SP-Procurador/2009 Com base no art. 185-A do CTN, o juiz pode determinar a indisponibilidade de bens do devedor, se preenchidos determinados requisitos legais. Comentário: O art. 185-A do CTN trata da penhora online, que ocorre quando o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis. Nesse caso, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos. Questão correta. Questão 22 ± ESAF/PGFN/2007 Na falência, dentro do limite do valor do bem gravado, o crédito tributário fica abaixo dos créditos com hipoteca. Comentário: Como a questão se trata do processo de falência, os créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado, preferem aos créditos tributários. Questão correta. Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 79 Questão 23 ± ESAF/PGFN/2007 Decorre do CTN que a multa tributária tem, na falência, a mesma preferência dos demais créditos tributários. Comentário: Pela redação do art. 186, par. único, III, pode-se inferir que, na falência, a multa tributária não tem a mesma preferência dos demais créditos tributários. Portanto, a questão está errada. Questão 24 ± ESAF/PGFN/2007 A dívida inscrita precisa estar em fase de execução, para que se presuma fraudulenta a alienação de bem efetuada por sujeito passivo insolvente, em débito para com a Fazenda Pública. Comentário: Antes da LC 118/05, a presunção só se dava se o crédito inscrito em dívida ativa tivesse sido objeto de ação de execução fiscal. Contudo, com as alterações promovidas pela referida lei complementar, basta que haja regular inscrição em dívida ativa para que se presuma fraudulenta a alienação de bem efetuada por sujeito passivo insolvente. Questão errada. Questão 25 ± FCC/Juiz Substituto-AL/2007 Em nosso sistema tributário, a presunção de fraude à execução somente pode ser invocada pela Fazenda Pública nos casos de alienação ou oneração de bens do sujeito passivo após a inscrição do débito fiscal como dívida ativa. Comentário: Havendo regular inscrição em dívida ativa, presume-se fraudulenta a alienação de bem efetuada por sujeito passivo, quando não tiver sido reservado bens ou rendas suficientes para o pagamento total da dívida tributária. Questão correta. Questão 26 ± FGV/Juiz-PA/2008 A penhora on-line, no Direito Tributário, encontra amparo no CTN e permite a decretação judicial da indisponibilidade dos bens e direitos do devedor, com a comunicação da decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem os registros de transferência de bens, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. Comentário: A penhora online encontra guarida no art. 185-A do CTN, permitindo a decretação judicial da indisponibilidade dos bens e direito do devedor, com a comunicação da decisão preferencialmente por meio eletrônico aos responsáveis por promover os registros de transferência de bens. Questão correta. Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 79 Questão 27 ± FGV/Juiz-PA/2008 Segundo o CTN, os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência são considerados extraconcursais. Comentário: Os créditos extraconcursais são aqueles cujos fatos geradores ocorrem após a decretação da falência. Portanto, a questão está correta. Questão 28 ± ESAF/SEFAZ-CE/2007 Como regra, respondem pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e de rendas, de qualquer natureza ou origem, do sujeito passivo. Comentário: De acordo com o art. 184, a regra é que responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula. A exceção são os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. Questão correta. Questão 29 ± ESAF/SEFAZ-CE/2007 Na execução fiscal, existe hipótese em que o juiz pode decretar a indisponibilidade dos bens e direitos do sujeito passivo. Comentário: Estabelece o caput do art. 185-A, do CTN, que na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos. Questão correta. Questão 30 ± ESAF/SEFAZ-CE/2007 Nos casos de falência e recuperação judicial, podemos afirmar que a lei não poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho. Comentário: Em se tratando de processo de falência, o art. 186, par. único, II, do CTN, prevê que a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho. Questão errada. Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 79 Questão 31 ± ESAF/SEFAZ-CE/2007 Nos casos de falência e recuperação judicial, podemos afirmar que a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. Comentário: Na falência, a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados, conforme preceitua o art. 186, par. único, III, do CTN. Questão correta. Questão 32 ± ESAF/AFRF/2005 Na falência, a cobrança judicial do crédito tributário é sujeita a habilitação em processo de falência. Comentário: Embora a Fazenda Pública possa optar por habilitar o crédito no juízo falimentar, não há tal sujeição, de modo que a cobrança pode se dar em ação de execução fiscal, individualmente. Questão errada.Questão 33 ± ESAF/AFTE-RN/2005 A cobrança judicial do crédito tributário não está sujeita à habilitação em inventário, exceto se houver herdeiro civilmente incapaz. Comentário: Não há qualquer exceção, que faça com que a cobrança judicial do crédito tributário se sujeite à habilitação no juízo falimentar. Questão errada. Questão 34 ± ESAF/PFN/2003 Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. Comentário: De forma a garantir indiretamente o pagamento dos tributos devidos, o art. 192 determina que nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. Questão correta. Questão 35 ± ESAF/Procurador-Fortaleza/2002 Não há concurso de preferência entre Estados e Municípios, na cobrança judicial de seus créditos tributários. Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 79 Comentário: O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, conforme estabelece o par. único, do art. 187, do CTN. Questão errada. 2 ± ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA $�SDUWLU� GR�DUW�������R�&71�FXLGRX�GR� WHPD�³$GPLQLVWUDomR�7ULEXWiULD´�� Foram estabelecidas algumas regras para nortear os procedimentos a serem adotados pelos órgãos e agentes fazendários. Conforme foi visto no início do nosso curso, os tributos são a principal fonte de receita do Estado. É por isso que a administração tributária é, em termos simples, a sustentação do Estado, conforme está previsto no art. 37, XXII, da CF/88: XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. Destaque-se que, em compatibilidade com a previsão acima no sentido de que as administrações tributárias terão recursos prioritários, o art. 167, IV, da própria CF/88, permitiu a excepcional vinculação da receita dos impostos para realização das atividades da administração tributária. Em suma, o que nos importa nesse momento é saber que o CTN dividiu o tema em três capítulos, quais sejam: Fiscalização, Dívida Ativa e Certidões Negativas. Vamos estudar cada um deles a partir de agora! 2.1 - Fiscalização O capítulo que trata da fiscalização diz respeito aos poderes e deveres das autoridades administrativas. Também trata das restrições quanto à divulgação de informações relativas à situação econômica dos contribuintes. 2.1.1 ± Poderes das autoridades administrativas Em primeiro lugar, cabe relembrar que o CTN é uma norma geral em matéria tributária. Por conseguinte, há outras regras atinentes à fiscalização tributária, previstas em leis ordinárias de cada ente federativo. Sendo assim, em cada esfera podem ser criadas normas regulamentando as prerrogativas das autoridades fiscais a ela vinculadas. Tais normas podem ser tanto em caráter geral, aplicando-se à Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 79 fiscalização de todos os tributos de competência do ente, ou em caráter especial, aplicando-se a um tributo especificamente. Vejamos o que estabelece o art. 194 do CTN: Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação. Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. Neste ponto, é muito importante que o aluno perceba que, ainda que o contribuinte esteja imune ou isento, deve ser fiscalizado. Isso ocorre porque a imunidade e a isenção exoneram o contribuinte da obrigação de pagar, mas não da possibilidade de vir a ser fiscalizado. Ademais, há casos de imunidade ou isenção em que o contribuinte fica sujeito a alguns requisitos, e só há um meio de verificar se estão sendo realmente cumpridos: fiscalização. Nesse rumo, o art. 195 dispõe sobre os poderes das autoridades fiscais: Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los. Sendo assim, as autoridades fiscais têm o direito de examinar os livros, arquivos e documentos do sujeito passivo, e este tem o dever de exibi-los, ainda que haja lei excluindo ou limitando essa prerrogativa fiscal. É claro que a fiscalização deve se limitar ao objeto da investigação, conforme se extrai do entendimento sumulado do STF: Súmula STF 439 - Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação. Repare que o STF deixa claro que quaisquer livros comerciais estão submetidos à fiscalização tributária ou previdenciária. O que isso quer dizer? Ora, até mesmo aqueles livros que não são de escrituração obrigatória (não constituem obrigações acessórias) submetem-se ao exame do Fisco. Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 79 Relativamente aos livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e aos comprovantes dos lançamentos neles efetuados, o par. único do art. 195, do CTN, assevera que devem ser conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. Tenha muito cuidado em relação a esse dispositivo. O legislador não previu um prazo fixo (5 anos, por exemplo), até porque o prazo prescricional, como foi visto no nosso curso, está submetido à interrupção, hipótese em que é reiniciado. Sendo assim, o prazo para ocorrer a prescrição do crédito tributário pode ser bastante superior aos 5 anos. Conservação de livros obrigatórios e comprovantes de lançamentos = até ocorrer prescrição. De qualquer modo, é sempre importante ter em mente que os poderes das autoridades administrativas não são ilimitados. No caso do exame dos livros comerciais, vimos que o STF entende que o exame fica limitado ao ponto objeto da investigação. Seguindo raciocínio semelhante, a autoridade fiscal também não pode apreender as mercadorias do sujeito passivo como meio coercitivo para pagamento dos tributos. Vejamos a redação da Súmula 323 do STF: Súmula STF 323 - É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos. Retornando nossa análise sobre o Código Tributário Nacional, o art. 197 prevê que a autoridade fiscal tem a prerrogativa de requisitar informações a terceiros, no interesse da fiscalização, conforme se expõe a seguir: Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigadosa prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício; II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras; III - as empresas de administração de bens; IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais; V - os inventariantes; Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 79 VI - os síndicos, comissários e liquidatários; VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. Deve ficar claro que não são apenas as pessoas listadas no art. 197 do CTN que estão obrigadas a prestar informações ao Fisco. Veja que o inciso VII abrange quaisquer outras pessoas ou entidades que a lei designe. O objetivo é abranger todas as pessoas que de alguma forma possam ter conhecimento de informações necessárias à atividade de fiscalização. A lista prevista no CTN de pessoas obrigadas a prestar informações sobre bens, negócios ou atividades de terceiros não é taxativa. Lei ordinária pode estendê- la. As pessoas já citadas nos incisos I a VI do art. 197, do CTN, não dependem de lei ordinária para estarem obrigadas a prestar informações, por já se encontrar expresso no próprio CTN. Fica ressalvado, no entanto, os casos em que a lei reguladora da profissão determine o dever de sigilo. Por exemplo, se o advogado impedido de prestar informações relativas aos seus clientes, em decorrência da lei regulamentadora da sua profissão, não fica obrigado a fornecê-las, diante da intimação recebida. No que concerne à possibilidade de a autoridade fiscal requisitar informações protegidas por sigilo bancário (art. 197, II), com o advento da LC 105/2001, foi previsto o seguinte: Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. O tema foi recorrentemente submetido ao STF, questionando-se a constitucionalidade do dispositivo da LC 105/2001, que garante o acesso do Fisco aos dados bancários independentemente de autorização judicial. A alegação era a de que o referido dispositivo contrariava o art. 5º, incisos X Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 79 (princípio da inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas) e XII (princípio da inviolabilidade do sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas), da CF/88. Tal tema é objeto de forte controvérsia jurisprudencial ao longo de anos. O STF já chegou a decidir que não se coaduna com os preceitos da CF/88 norma legal que atribua à autoridade administrativa, que constitui uma das partes na relação jurídico-tributária (sujeito ativo), o afastamento do sigilo dos dados referentes ao sujeito passivo. Contudo, em decisão emblemática que pôs fim às controvérsias sobre o tema, o STF entendeu que a norma não resulta em quebra de sigilo bancário, mas sim em transferência do sigilo dos bancos ao Fisco, o qual tem o dever de preservar o sigilo dos dados, protegendo-os contra o acesso de terceiros. Não há, pois, ofensa à Constituição Federal. Este é o entendimento que você deve levar para a prova! O STF decidiu que o Fisco pode requisitar informações bancárias, independentemente de autorização judicial. Não há que se falar em quebra de sigilo bancário. Prezado aluno(a), repare que não estamos falando de divulgação das informações protegidas pelo sigilo bancário, mas sim do acesso às informações pertinentes ao processo administrativo fiscal instaurado contra o sujeito passivo, sem ordem judicial para tanto. Destaque-se que a autoridade administrativa também possui o poder de requisitar (e não apenas solicitar) o auxílio da força pública, ou seja, das autoridades policiais, quando vítimas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação de medida prevista na legislação aduaneira (CTN, art. 200). Isso se aplica mesmo que o obstáculo imposto pelo sujeito passivo não se configure fato definido em lei como crime ou contravenção. Outro detalhe previsto no art. 200 do CTN é o fato de a autoridade fiscal poder requisitar a força pública vinculada a outro ente federado. Por exemplo, o Auditor-Fiscal da Receita Federal, embora esteja vinculado à União, pode requisitar a Polícia Militar, órgão vinculado a determinado estado- membro. Observação: Lembre-se de que a administração fazendária e seus servidores fiscais têm, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei (CF/88, art. 37, XVIII). Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE Curso de Teoria e Questões Prof. Fábio Dutra - Aula 12 Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 79 Entretanto, cabe destacar que o acesso ao estabelecimento do contribuinte nem sempre é possível, já que devem ser levadas em consideração as garantias individuais, previstas no art. 5º, XI, da CF/88 (inviolabilidade domiciliar). Citamos, abaixo, as palavras do ilustre Leandro Paulsen a respeito desse assunto (grifamos): O STF tem entendido que, inobstante a prerrogativa do Fisco de solicitar e analisar documentos, os agentes fiscais só podem ingressar em escritório de empresa quando autorizados (pelo proprietário, gerente ou preposto). Em caso de recusa, não podem os agentes simplesmente requerer auxílio de força policial, eis que, forte na garantia de inviolabilidade do domicílio, oponível também ao Fisco, a medida dependerá de autorização judicial. (PAULSEN, Leandro. Direito tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 16 Ed. Pág. 1391) A autoridade responsável pela fiscalização é sempre a fiscal, e não a policial. 2.1.2 ± Deveres das autoridades administrativas 2.1.2.1 ± Termo de Início de Fiscalização No que se refere à atividade de fiscalização, o CTN previu prerrogativas à autoridade administrativa, como também estabeleceu alguns deveres. O primeiro deles é o dever de lavrar o Termo de Início de Fiscalização. Vamos ver o que está previsto no art. 196 do CTN: Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas. Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se entregará, à pessoa sujeita à fiscalização, cópia autenticada
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