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Direito Administrativo Aula 16

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Aula 16
Curso: Direito Administrativo p/ TRF 3ª Região (Analista Judiciário e Oficial de Justiça)
Professor: Daniel Mesquita
Direito Administrativo p/ TRF 3ª Região ʹ 
Analista Judiciário (área judiciária e Oficial de 
Justiça). Teoria e exercícios comentados 
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AULA 16: Contratos Administrativos 
 
 
SUMÁRIO 
1) INTRODUÇÃO À AULA 16 2 
2) CONTRATO ADMINISTRATIVO. 2 
2.1. CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 3 
2.1.1. FORMA ESPECÍFICA 4 
2.1.2. CONTRATO DE ADESÃO 8 
2.1.3. NATUREZA INTUITU PERSONAE 9 
2.1.4. CARACTERIZAÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO COMO TÍTULO EXECUTIVO 10 
2.1.5. EQUILÍBRIO ECONÔMICO E FINANCEIRO DO CONTRATO 10 
2.1.6. PRESENÇA DAS CLÁUSULAS EXORBITANTES 12 
2.1.6.1. ALTERAÇÃO UNILATERAL 13 
2.1.6.2. RESCISÃO UNILATERAL 14 
2.1.6.3. RESTRIÇÃO À EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO 17 
2.1.6.4. FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO 18 
2.1.6.5. APLICAÇÃO DE PENALIDADES 19 
2.1.6.6. OCUPAÇÃO PROVISÓRIA DE BENS E SERVIÇOS ESSENCIAIS 21 
2.1.6.7. GARANTIA 22 
2.2. DA EXECUÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO 31 
2.2.1. INEXECUÇÃO SEM CULPA (TEORIA DA IMPREVISÃO) 32 
2.3. DAS ESPÉCIES DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 34 
2.3.1. CONTRATOS DE OBRAS 34 
2.3.2. CONTRATOS DE SERVIÇOS 35 
2.3.3. SERVIÇOS CONTÍNUOS (DURAÇÃO E PRORROGAÇÃO DOS CONTRATOS) 36 
2.3.4. CONTRATOS DE FORNECIMENTO 40 
2.3.5. CONTRATOS DE CONCESSÃO 40 
2.3.6. CONTRATOS DE GESTÃO 42 
2.4. EXTINÇÃO DO CONTRATO 44 
2.4.1. CONCLUSÃO DO OBJETO CONTRATADO 44 
2.4.2. ANULAÇÃO 45 
2.4.3. RESCISÃO 46 
3) RESUMO 51 
4) QUESTÕES 54 
5) REFERÊNCIAS 64 
 
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1) Introdução à aula 16 
 
Que bom que você está conosco para essa aula de direito 
administrativo do curso preparatório para o concurso de Analista 
Judiciário (área judiciária e Oficial de Justiça) do TRF 3ª Região. 
Nesta aula 16, abordaremos a matéria ³Contratos administrativos: 
Dos contratos. Da execução. Da inexecução e da rescisão. Das 
sanções.´� 
Com certeza haverá uma ou duas questões desta aula na sua 
prova, por isso, ABRA O OLHO!!! 
Sugiro que você tenha aberto, ao lado desta aula, o texto da Lei nº 
8.112/90, pois é impossível dar todos os detalhes da 8.112/90 em uma 
aula. Pegamos aqui os pontos mais importantes e os mais cobrados em 
concursos, mas como a lei é cheia de detalhes, não tenha preguiça de 
ler todo o seu texto. 
Não se esqueça que, ao final, você terá um resumo da aula e as 
questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na 
véspera da prova! 
Chega de papo, vamos a luta! 
2) Contrato Administrativo. 
 
A existência do contrato administrativo já chegou a ser negada por 
parte da doutrina administrativista brasileira, conforme verificado por Di 
Pietro (2009, p. 251-252). Hoje, há consenso no sentido de que os 
contratos administrativos existem como uma categoria própria, diversa 
dos contratos de direito privado, uma vez que possuem características 
exclusivas e que diferem, e muito, dos ajustes celebrados no campo do 
direito privado, em que há uma liberdade quase que total e irrestrita na 
manifestação de vontade. 
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Vamos então ao conceito de ³FRQWUDWR� DGPLQLVWUDWLYR´� Na 
definição de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2010, p. 494), 
FRQWUDWR�DGPLQLVWUDWLYR�p�R�³DMXVWH�ILUPDGR�SHOD�DGPLQLVWUDomR�S~EOLFD��
agindo nesta qualidade, com particulares, ou com outras entidades 
administrativas, nos termos estipulados pela própria administração 
pública contratante, em conformidade com o interesse público, sob 
UHJrQFLD�SUHGRPLQDQWH�GR�GLUHLWR�S~EOLFR´� 
O conceito de contrato administrativo, contudo, não pode ser 
confundido com o de contrato da administração�� TXH�p� ³R�DMXVWH�
firmado entre a administração pública e particulares, no qual a 
administração não figura na qualidade de poder público´�
(ALEXANDRINO e PAULO, 2010, p. 495). Desse modo, o contrato 
administrativo é regido pelo direito público e o contrato da 
administração, predominantemente, pelo direito privado. 
2� YRFiEXOR� ³SUHGRPLQDQWHPHQWH´� GHFRUUH� GD� LPSRVLomR� OHJDO�
inserta no art. 62, § 3.º, I, da Lei n.º 8.666/1993. Segundo esse 
dispositivo, são aplicáveis aos contratos da administração, no que 
couber, as cláusulas necessárias (art. 55), as exorbitantes (art. 58), a 
que dispõe acerca da retroatividade dos efeitos da nulidade do contrato 
(art. 59) e as relativas à formalização dos contratos (60 e 61). 
 
2.1. Características dos contratos administrativos 
Outro importante tema é saber as características dos contratos 
administrativos. A Administração rege-se por princípios próprios, dentre 
os quais o da supremacia do interesse público, da legalidade, da 
impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. 
O administrador da coisa pública não pode se dirigir a uma 
concessionária e celebrar um contrato de compra e venda de automóvel 
para a Administração. O particular assim o faz, sem qualquer condição 
extraordinária, porque o dinheiro gasto na compra do veículo é dele e 
de mais ninguém. Na administração pública, o dinheiro usado para o 
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pagamento de qualquer bem não é do gestor público, mas de todos os 
contribuintes do Estado. 
Diante disso, a lei instituiu cláusulas e obrigações específicas para 
os contratos administrativos. Os princípios e regras relacionados aos 
contratos no âmbito do direito privado são aqui aplicados somente 
subsidiariamente (art. 54). 
As características dos contratos administrativos são as seguintes: 
 
2.1.1. Forma específica 
NÃO FAÇA VISTA GROSSA PARA ESSE ITEM! QUANDO O 
EXAMINADOR FALA EM FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS 
ADMINISTRATIVOS NO EDITAL, ELE QUER DIZER QUE VAI COBRAR OS 
ARTS. 60 a 64 DA LEI Nº 8.666/93! 
Diante da importância desse tópico, transcrevemos, de imediato os 
arts. 60 e 61: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições 
interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e 
registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre 
imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de 
tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem. 
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a 
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim 
entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento)do limite 
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de 
adiantamento. 
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus 
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do 
processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos 
contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. 
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de 
seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua 
eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês 
seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela 
data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o 
disposto no art. 26 desta Lei. 
 
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Como vimos, o art. 60, parágrafo único, da Lei n.º 8.666/1993, 
DILUPD� TXH� ³p� QXOR� H� GH� QHQKXP� HIHLWR� R� FRQWUDWR� YHUEDO� FRP� D�
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, 
assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) 
do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea a desta Lei, feitas em 
UHJLPH�GH�DGLDQWDPHQWR´��2�YDORU�GLVFULPLQDGR�QD�OHL�p��DWXDOPHQWH��GH�
R$ 4.000,00 (quatro mil reais). 
Além de ser escrito, o contrato administrativo deve mencionar os 
nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que 
autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da 
dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas 
da Lei n.º 8.666/1993 e às cláusulas contratuais (art. 61). 
É condição de eficácia do contrato administrativo a publicação de 
seu instrumento e dos aditamentos, ao menos de forma resumida, na 
imprensa oficial (art. 61, parágrafo único). No caso de dispensa e de 
inexigibilidade de licitação, como bem observam Marcelo Alexandrino e 
Vicente Paulo (2010, p. 498), além da publicação do instrumento, 
devem ser publicados os atos de ratificação do procedimento praticados 
pela autoridade superior (art. 26). 
2�DUW������SRU�VXD�YH]��REVHUYD�TXH�³R� LQVWUXPHQWR�GH�FRQWUDWR�p�
obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem 
como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam 
compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e 
facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por 
outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho 
GH�GHVSHVD��DXWRUL]DomR�GH�FRPSUD�RX�RUGHP�GH�H[HFXomR�GH�VHUYLoR´�� 
 
A Administração convocará o vencedor da licitação para assinar o 
termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro 
das condições estabelecidas e do prazo definido em edital ± que poderá 
ser prorrogado por uma vez por igual período, sob pena de decair o 
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direito à contratação (art. 64). Vale observar que, se decorridos 60 dias 
da data da entrega das propostas sem convocação para a contratação, 
ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos. 
Caso o convocado não compareça ou não aceite as condições, a 
Administração pode revogar a licitação ou convocar os licitantes 
remanescentes, na ordem de classificação, para ocuparem o lugar do 
vencedor. Entretanto, os convocados devem aceitar as condições 
propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços. 
 
Mas há hipóteses em que o instrumento de contrato formalizado é 
dispensado? 
PRESTE BEM ATENÇÃO NESTE PONTO! 
Sim, apesar das inúmeras regras que demonstram um excessivo 
rigor formal nas contratações realizadas pela Administração, a lei 
flexibiliza no caso de compra com entrega imediata e integral dos 
bens adquiridos, dos quais não resultem quaisquer obrigações 
futuras. Nessa hipótese, independentemente do valor do contrato, é 
dispensável o termo de contrato, podendo a Administração substituí-lo 
por: 
x carta-contrato; 
x nota de empenho de despesa; 
x autorização de compra; ou 
x ordem de execução de serviço (§ 4.º do art. 62). 
x 
Para que nenhum dispositivo desse ponto da Lei nº 8.666/83 passe 
em branco, transcrevemos, ainda, os seguintes artigos para ciência: 
 
 
 
 
 
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1. (FCC - 2007 - Prefeitura de São Paulo - SP - Auditor Fiscal 
do Município - 2007) 
É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, 
a) salvo o de serviços comuns, de pronto pagamento, assim entendidos 
os que atendam a especificações usuais de mercado, de valor não 
superior a R$ 4.000,00. 
b) salvo o decorrente de dispensa de licitação. 
c) salvo o decorrente de inexigibilidade de licitação. 
d) salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim 
entendidas aquelas de valor não superior a R$ 4.000,00, feitas em 
regime de adiantamento. 
e) sem exceções. 
 
 Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do 
contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a 
obtenção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos 
devidos. 
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar 
o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do 
prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, 
sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei. 
§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual 
período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que 
ocorra motivo justificado aceito pela Administração. 
§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo 
de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e 
condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de 
classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas 
pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de 
conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação 
independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei. 
§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem 
convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos 
compromissos assumidos. 
 
Questão de 
concurso 
 
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Letra (A). É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a 
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, 
assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) 
do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei (ou seja, 
R$80.000,00), feitas em regime de adiantamento (art. 60, parágrafo 
único, Lei nº 8.666/93). Logo, está INCORRETA. 
Letra (B). Não existe essa ressalva na lei. Logo, está INCORRETA. 
Letra (C). Não existe essa ressalva na lei. Logo, está INCORRETA. 
Letra (D). É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a 
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, 
assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) 
do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei (ou seja, 
R$80.000,00), feitas em regime de adiantamento (art. 60, parágrafo 
único, Lei nº 8.666/93). 
Letra (E). A lei traz uma exceção, conforme dispõe o art. 60, 
parágrafo único, Lei nº 8.666/93. Logo, está INCORRETA. 
Gabarito: /HWUD�³'´ 
 
 
2.1.2. Contrato de adesão 
Diante da supremacia e da indisponibilidade do interesse público, 
não pode a Administração aceitar alterações no contrato de forma a 
atender ao interesse do particular. 
A Lei Geral de Licitações e Contratos informa, em seu art. 55, as 
cláusulas necessárias em todo contrato administrativo. A inserção 
dessas cláusulas no instrumento do contrato é realizada de forma 
unilateral pela Administração. 
De forma a dar publicidade ao instrumento elaborado, a minuta do 
futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da 
licitação (art. 62, § 1.º). Nesse momento, cabe ao interessado em 
contratar com a Administração verificar as condições do contrato e fazer 
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uma única escolha: concordar ou não com todas as cláusulas que lhe 
serão impostas caso venha a ganhar a licitação. 
2.1.3. Natureza intuitu personae 
Os contratos administrativos são celebrados, em regra, após o 
encerramento de um longo e complexo procedimento licitatório. Nesse 
procedimento, a Administração verifica se o interessado tem condições 
jurídicas, técnicas, econômico-financeiras e regularidade fiscal. Essa 
avaliação tem o propósito de minimizar os riscos da Administração e 
garantir que o bem contratado seja entregue pelo vencedor do certame. 
Depois de promovida essa complexa avaliação, seria uma 
incongruência e até mesmo uma violação ao princípio da isonomia 
admitir a transferência unilateral do objeto pelo contratado a um 
terceiro. 
Por isso, um dos motivos para a rescisão unilateral do 
FRQWUDWR�SHOD�$GPLQLVWUDomR�p�D�³VXEFRQWUDWDomR�WRWDO�RX�SDUFLDO�
do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão 
ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou 
incorporação, não admitidas no edital e no contrato´ (art. 78, VI). 
Mas essa é a regra! Toda regra tem exceção! E qual é a exceção, 
no caso, meus amigos? 
Se você for um leitor atento, percebeu que a parte final desse 
dispositivo prevê que não haverá a rescisão unilateral do contrato 
quando a subcontratação for admitida no edital e no contrato. 
A subcontratação é permitida pelo art. 72 da Lei n.º 8.666/1993, 
que possibilita ao contratado subcontratar partes da obra, serviço ou 
fornecimento, desde que previamente admitido pela Administração. 
É bom observar que a subcontratação ou terceirização é muito 
comum quando o objeto do contrato é uma obra de grande porte. Ao 
empreiteiro contratado é dada a possibilidade de subcontratar empresa 
para a execução da parte hidráulica ou de ar-condicionado, por 
exemplo. 
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A possibilidade de se promover, em certos casos, a subcontratação 
do objeto contratado não retira o caráter intuitu personae do contrato 
administrativo. Por que não? 
(a) porque é vedada a terceirização integral do objeto 
contratado; 
(b) porque é vedada a subcontratação quando se tratar de 
certame em que a qualificação técnica do licitante for fator 
preponderante para a contratação (art. 13, § 3.º, da Lei n.º 
8.666/1993). 
2.1.4. Caracterização do contrato administrativo como título 
executivo 
Essa é uma característica que não decorre da Lei n.º 8.666/1993, 
mas da jurisprudência. O contrato administrativo, complementado por 
outras informações prestadas pela Administração, pode se caracterizar 
como um documento público assinado pelo devedor a ensejar a sua 
caracterização como título executivo, especialmente quando o devedor 
é o poder público. Nesse sentido se manifestou o STJ: 
 
 
 
 
 
2.1.5. Equilíbrio econômico e financeiro do contrato 
MUITA ATENÇÃO, MEUS AMIGOS, NÃO SE ESQUEÇAM NUNCA 
DESSA CARACTERÍSTICA!!! 
Caso haja a alteração do contrato administrativo, seja em razão de 
risco decorrente do negócio ou por vontade unilateral da Administração, 
o contratado terá direito ao restabelecimento do equilíbrio econômico e 
financeiro do contrato (art. 58, §§ 1.º e 2.º, e 65, § 6.º, da Lei n.º 
8.666/1993). 
³1mR�Ki�G~YLGDV�TXH��HP�WHVH��R�FRQWUDWR�DGPLQLVWUDWLYR�H�D�FHUWLGmR�IRUQHFLGD�
por agente público, por traduzirem atos do Poder Público, podem ser 
considerados como títulos executivos extrajudiciais e, consequentemente, 
aparelharem uma ação executiva, a tHRU�GR�SUHFHLWXDGR�QR�DUW�������,,��GR�&3&´�
(REsp 1.099.127). 
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A partir dessa análise, Di Pietro (2009, p. 275-278), com razão, 
informa que um dos traços característicos do contrato administrativo é 
a mutabilidade. Os interesses da Administração e os riscos 
relacionados ao objeto contratado são circunstâncias que podem variar 
no tempo. Nessas hipóteses, ainda que haja modificação no contrato, 
deve ser mantido o seu equilíbrio econômico e financeiro estabelecido 
inicialmente. Por isso, diz-se que o contrato administrativo é um 
instituto dinâmico. 
Para você ter uma noção, vale mencionar aqui os tipos de riscos 
que o particular enfrenta quando contrata com a Administração: 
(a) força maior; 
(b) álea ordinária ou empresarial; 
(c) álea administrativa, que se subdivide em poder de alteração 
unilateral do contrato, fato do príncipe e fato da 
Administração; e 
(d) álea econômica. 
Em todos esses casos, a Administração responde sozinha pela 
recomposição do equilíbrio econômico-financeiro. 
Com relação a esse tema, vale destacar as distinções 
conceituais entre revisão, reajuste e repactuação. 
Para o restabelecimento do equilíbrio econômico financeiro do 
contrato, a Administração deve promover a revisão do valor 
contratado. Ela ocorre quandoa administração procede à alteração 
XQLODWHUDO�GDV�FOiXVXODV�GH�H[HFXomR�³RX�TXDQGR�DOJXP�HYHQWR��PHVPR�
que externo ao contrato, modifica extraordinariamente os custos de 
VXD�H[HFXomR´��$/(;$1'5,12�H�3$8/2��������S�����-504). 
Já o reajuste é promovido por imposição legal do art. 55, III, da 
Lei n.º 8.666/1993, e corresponde à modificação periódica de preços e 
WDULIDV�HP�GHFRUUrQFLD�GD�³inflação ordinária ou da perda ordinária 
de poder aquisitivo da moeda, seguindo índices determinados, tudo 
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FRQIRUPH� SUHYLDPHQWH� HVWDEHOHFLGR� QR� SUySULR� FRQWUDWR´�
(ALEXANDRINO e PAULO, 2010, p. 503-504). 
A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços 
previsto no próprio contrato não é considerado alteração contratual. Por 
isso, pode ser realizado por simples apostila, dispensando a celebração 
de aditamento (art. 65, § 8.º). 
A revisão e o reajuste também não se confundem com a 
repactuação ou recomposição de preços (BANDEIRA DE MELLO, 
2010, p. 637). Esta, na lição de Marçal Justen Filho1, é uma modificação 
de preços que ocorre nos contratos de execução continuada em que se 
analisa a efetiva variação dos custos da prestação desde a 
apresentação das propostas até o momento de sua prorrogação. Caso 
haja a amortização de determinados custos durante a execução do 
contrato, o valor a ser pago pela Administração poderá ser reduzido 
quando da prorrogação da avença. Caso haja o aumento dos custos, o 
valor do contrato será majorado. 
revisão reajuste repactuação 
Alteração unilateral ± 
modificação 
extraordinária dos 
custos de execução. 
Imposição legal e 
previsão no contrato: 
decorre da inflação ou 
perda ordinária de 
poder aquisitivo da 
moeda. 
Efetiva variação dos 
custos da prestação, 
nos contratos de 
execução continuada. 
2.1.6. Presença das cláusulas exorbitantes 
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2010, p. 500) assim 
FDUDFWHUL]DP� H� GHILQHP� DV� FOiXVXODV� H[RUELWDQWHV�� ³$V� DVVLP�
denominadas cláusulas exorbitantes caracterizam os contratos 
administrativos, são a nota de direito público desses contratos, as 
regras que os diferenciam dos ajustes de direito privado. São chamadas 
 
1
 Conceito retirado do artigo publicado em <http://justenfilho.com.br/wp-content/uploads/2008/12/81.pdf>, 
acessado em 02.05.2010. 
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exorbitantes justamente porque exorbitam, extrapolam as cláusulas 
FRPXQV�GR�GLUHLWR�SULYDGR�H�QmR�VHULDP�QHVWH�DGPLVVtYHLV´� 
As cláusulas exorbitantes são: alteração e rescisão unilaterais, 
equilíbrio econômico e financeiro do contrato, reajustamento de preços 
e tarifas, exceção do contrato não cumprido, controle do contrato, 
aplicação de penalidades, ocupação provisória de bens e serviços 
essenciais. 
2.1.6.1. Alteração unilateral 
Nos termos do art. 65, I, da Lei n.º 8.666/1993, os contratos 
administrativos podem ser alterados unilateralmente pela 
Administração, sempre mediante justificativa, quando houver 
modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação 
técnica aos seus objetivos (alteração qualitativa); ou quando necessária 
a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou 
diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos pela lei 
(alteração quantitativa). 
Importantíssimo você ter em mente os §§ 1º, 2º, 3º e 4º do art. 
65 da Lei nº 8.666/93: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições 
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, 
serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial 
atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de 
equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus 
acréscimos. 
§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites 
estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: 
I ± VETADO 
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. 
§ 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para 
obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, 
respeitados os limites estabelecidos no § 1o deste artigo. 
§ 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já 
houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão 
ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente 
comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por 
outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que 
regularmente comprovados. 
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O TCU (Decisão n.º 215/99, Plenário) consignou o entendimento de 
TXH� ³WDQWR� DV� DOWHUDo}HV� FRQWUDWXDLV� TXDQWLWDWLYDV� ± que modificam a 
dimensão do objeto ± quanto as unilaterais qualitativas ± que mantêm 
intangível o objeto, em natureza e em dimensão, estão sujeitas aos 
limites preestabelecidos nos §§ 1.º e 2.º do art. 65 da Lei n.º 8.666/93, 
em face do respeito aos direitos do contratado, prescrito no art. 58, I, 
da mesma Lei, do princípio da proporcionalidade e da necessidade de 
HVVHV�OLPLWHV�VHUHP�REULJDWRULDPHQWH�IL[DGRV�HP�OHL´� 
Em hipóteses excepcionalíssimas, o TCU já admitiu superar os 
limites de 25% e 50% de modificação do valor original do contrato. 
Essas hipóteses são conhecidas como agravações ou sujeições 
imprevisíveis (GASPARINI, 2008, p. 755). 
Importante observar que o princípio do contraditório e da ampla 
defesa também se aplica nas hipóteses de alteração unilateral do 
contrato administrativo. O STJ entende que a Administração deve 
consultar o contratado, previamente, quando a modificação acarrete 
prejuízo ao particular (STJ, RMS 14.924). 
Por último, conforme vimos acima, caso a alteração unilateral do 
contrato provoque o desequilíbrio econômico-financeiro, a 
Administração deve restabelecê-lo (art. 58, § 2.º, e 65, § 6.º, da Lei n.º 
8.666/1993). 
 
2.1.6.2. Rescisão unilateral 
A Administração pode rescindir unilateralmente o contrato nos 
casos previstos nos incisos I a XII e XVII do art. 78 da Lei n.º 
8.666/1993. 
Para que fique mais claro, adotamos a divisão de Di Pietro (2009, 
p. 270-272) dessas hipóteses em: 
(a) casos de inadimplemento com culpa (incisos I a VIII e XVII 
do art. 78), abrangendo hipóteses como não cumprimento, 
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cumprimento irregular ou lentidão no cumprimento das 
cláusulas contratuais, atraso injustificado, paralisação sem 
justa causa, subcontratação irregular, faltas reiteradas na 
execução, caso fortuito ou força maior impeditiva da 
execução do contrato; 
(b) inadimplemento com culpa (incisos IX a XI), que abrangem a 
insolvência, a dissolução ou alteração da estrutura da 
sociedade; 
(c) razões de interesse público (inciso XII); e 
(d) caso fortuito ou força maior (inciso XVII). 
A jurisprudência se consolidou no sentido de que a rescisão será 
sempre motivada, conferindo-se ao contratado a ampla defesa e o 
contraditório (STJ, RMS 20.385-PR). 
Nas hipóteses de rescisão unilateral por culpa do contratado, 
ocorrerá a assunção imediata do objeto do contrato (opcional), a 
ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e 
pessoal pela Administração de forma a dar continuidade à execução do 
contrato (opcional), execução da garantia contratual caso o contratado 
deva multas e indenizações à Administração, retenção dos créditos do 
contratado até o limite dos prejuízos do poder público e aplicação das 
sanções administrativas cabíveis (art. 80). 
Caso não haja culpa do contratado, as mesmas consequências 
são verificadas, uma vez que a lei não distingue as hipóteses de 
rescisão com culpa das hipóteses em que há culpa do contratado. O art. 
79, § 2.º, contudo, informa que a rescisão levada a cabo pela 
Administração, sem qualquer interferência do contratado gera o direito 
deste de ser indenizado pelos prejuízos que houver sofrido (danos 
emergentes) e pelo custo da desmobilização, de ver devolvida a 
garantia prestada e de receber o pagamento pelo que executou até o 
momento da rescisão. 
 
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2. (FCC - 2012 - TCE-AP - Analista de Controle Externo) Os 
limites estabelecidos pela Lei no 8.666, de 1993 e alterações 
posteriores, para celebração de aditivos de obras novas, são 
a) acréscimo de até 25% do valor inicial. 
b) supressão de até 35% do valor inicial, não podendo exceder o 
limite ainda que haja acordo entre as partes. 
c) acréscimo de até 35% e supressão de 55% do valor inicial. 
d) acréscimo de até 50% do valor inicial. 
e) supressão de até 50% do valor inicial, podendo exceder o limite 
caso haja acordo entre as partes. 
 
Letra (A). O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas 
condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas 
obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor 
inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de 
edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) 
para os seus acréscimos (art. 65, §1º, Lei nº 8.666/93). Logo, está 
CORRETA. 
Letra (B). No caso de obras novas, a supressão é de até 25% e não 
35%. Além disso, as supressões resultantes de acordo celebrado entre 
os contratantes podem superar os limites previstos (art. 65, §2º, inciso 
II, Lei nº 8.666/93). Logo, está INCORRETA. 
Letra (C). No caso de obras novas, tanto o acréscimo como a 
supressão são de até 25%. Logo, está INCORRETA. 
Letra (D). O acréscimo pode ser de até 25% nesse caso. Logo, está 
INCORRETA. 
Questão de 
concurso 
 
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Letra (E). A supressão pode ser até 25% nesse caso. Logo, está 
INCORRETA. 
 
2.1.6.3. Restrição à exceção do contrato não cumprido 
ABRA O OLHO! ESSE PONTO É MUITO IMPORTANTE! 
Prescreve o art. 47��GR�&yGLJR�&LYLO� GH� ����� TXH� ³QRV� FRQWUDWRV�
bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida sua obrigação, 
SRGH�H[LJLU�R�LPSOHPHQWR�GD�GR�RXWUR´��$VVLP��QRV�FRQWUDWRV�GH�GLUHLWR�
privado, se uma das partes deixa de cumprir a sua obrigação, não pode 
essa mesma parte exigir que a outra execute o que previsto no 
contrato. Esse é o instituto da exceção do contrato não cumprido ou 
exceptio non adimpleti contractus. 
Na Lei n.º 8.666/1993, a exceção do contrato não cumprido pode 
ser oposta contra a Administração quando o atraso no pagamento de 
obra ou serviço já executado for superior a noventa dias. Nesse caso, 
pode o contratado escolher entre a suspensão da execução do contrato 
ou a sua rescisão judicial ou amigável. Se optar pela rescisão, terá 
direito às parcelas descritas no art. 79, § 2.º, acima mencionado. 
Veja a redação do art. 78, XV: 
 
 
 
A exceptio non adimpleti contractus só é afastada integralmente 
± após os noventa dias ± nos contratos administrativos quando o não 
pagamento pela Administração ocorre em caso de (a) calamidade 
pública, (b) grave perturbação da ordem interna ou (c) guerra. 
Sob o aspecto inverso, no caso da Administração se ver 
prejudicada ± caso o particular deixe de executar o seu dever contratual 
± o ente público pode, imediatamente, opor a exceção do contrato não 
cumprido e suspender os pagamentos devidos ao contratado, sem 
³&RQVWLWXL�PRWLYR�SDUD�UHVFLVmR�GR�FRQWUDWR�R�DWUDVR�VXSHULRU�D�����QRYHQWD��Gias 
dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou 
IRUQHFLPHQWR��RX�SDUFHODV�GHVWHV��Mi�UHFHELGRV�RX�H[HFXWDGRV´� 
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prejuízo das demais sanções legais (ALEXANDRINO e PAULO, 2010, p. 
512). 
2.1.6.4. Fiscalização do contrato 
³2�FRQWUROH�GR�FRQWUDWR�DGPLQLVWUDWLYR�p�XP�GRV�SRGHUHV�LQHUHntes 
à Administração e, por isso mesmo, implícito em toda contratação 
S~EOLFD�� GLVSHQVDQGR� FOiXVXOD� H[SUHVVD´� �0(,5(//(6�� ������ S�� ������
Decorre desse poder a prerrogativa de fiscalizar a execução dos 
contratos, conforme prevê o art. 58, III, e o art. 67, ambos da Lei 
Geral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apurada a existência de vício na execução do objeto, o contratado 
é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às 
suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se 
verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou 
de materiais empregados (art. 69). 
Por fim, destaca-se que a atividade de fiscalização da 
Administração não faz com que a responsabilidade do contratado por 
dano decorrente da culpa ou dolo seja reduzida ou transferida ao poder 
público (art. 70). Não há que se falar aqui em culpa in vigilando do 
Estado. 
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei 
confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: 
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de 
interesse público, respeitados os direitos do contratado; 
II - rescindi-los,unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 
desta Lei; 
III - fiscalizar-lhes a execução; 
 
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um 
representante da Administração especialmente designado, permitida a 
contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações 
pertinentes a essa atribuição. 
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2.1.6.5. Aplicação de penalidades 
Curioso, não é? Num contrato, uma parte pode impor uma multa a 
outra parte! É, meus caros, isso ocorre quando alguém contrata com 
administração e descumpre o que acordado. 
A administração pode se valer do atributo da imperatividade dos 
atos administrativos para impor ao particular contratado as sanções 
pelo descumprimento das cláusulas firmadas no ajuste, seja pela 
inexecução total ou pela parcial. Essa é uma das prerrogativas do poder 
público. 
As sanções administrativas são definidas taxativamente nos arts. 
86 e 87 da Lei em comento. São elas: (a) advertência; (b) multa; (c) 
suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de 
contratar com a Administração, por prazo não superior a dois anos; (d) 
declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a 
Administração Pública. 
Os dispositivos que regulam a aplicação de sanções devem ser 
interpretados restritivamente, uma vez que representam limitações aos 
direitos dos contratados. Por isso, em razão da autorização expressa no 
§ 2.º do art. 87 da Lei n.º 8.666/1993, somente a pena de multa pode 
ser aplicada conjuntamente com qualquer outra penalidade 
(ALEXANDRINO e PAULO, 2010, p. 507, e DI PIETRO, 2009, p. 272). 
No aspecto procedimental, esse postulado determina que seja 
conferido o contraditório e a ampla defesa ao contratado. O art. 87, §§ 
2.º e 3.º, da Lei Geral, em atenção a essa imposição constitucional, 
dispõe que o contratado tem dez dias para apresentar defesa contra a 
imposição da sanção de declaração de inidoneidade e de cinco dias úteis 
para as demais penalidades (TCU, Acórdão n.º 611/2008-TCU-1.ª 
Câmara). Além disso, a lei prevê o recurso, no prazo de cinco dias úteis, 
contra a decisão que aplicou as penas de advertência, suspensão 
temporária ou de multa e o pedido de reconsideração, no prazo de dez 
dias úteis, da decisão que declara a inidoneidade. 
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A multa pode ser aplicada pelo atraso na execução do contrato 
(multa de mora, prevista no art. 86) ou em razão da inexecução 
parcial ou total do contrato. Essa sanção, como bem lembram 
Alexandrino e Paulo (2010, p. 507), pode ser diretamente descontada 
da garantia prestada pelo contratado. Nos termos do art. 86, § 3.º, se a 
multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da 
perda desta, responderá o contratado pela sua diferença a qual será 
descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração 
(atributo da autoexecutoriedade) ou cobrada judicialmente (se não há 
valor a ser repassado pelo poder público ou se a garantia for 
insuficiente, a Administração só poderá alcançar o patrimônio da 
contratada em demanda proposta perante o Poder Judiciário). 
A suspensão temporária de participação em licitação e 
impedimento de contratar com a Administração em até dois 
anos só vale no âmbito do órgão que aplicou a penalidade (TCU, 
Acórdão 842/2005-Plenário e Acórdão 538/2009-1.ª Câmara), ou seja, 
não pode um órgão vedar a participação de determinada interessada na 
licitação se essa empresa tem em seus dados cadastrais uma 
penalidade de suspensão imposta por outro órgão, entidade ou unidade 
administrativa. Apesar dessa firme orientação do TCU, o STJ já chegou 
a afirmar que a suspensão do direito de participar de licitação não fica 
adstrita a um único órgão (RESP 151567). 
A declaração de inidoneidade é mais grave que a suspensão 
temporária para contratar. Ela ocorre quando a Administração verifica a 
prática de fraude, crime ou a prática de fato grave por parte da 
empresa contratada ou da interessada em contratar com o poder 
público (é admitida a imposição dessa penalidade a empresa não 
contratada: RESP 15.999). 
A declaração de inidoneidade vale para todo e qualquer órgão 
da Administração de qualquer esfera (No STJ: RESP 520553 e RESP 
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151567. No TCU: Decisão n.º 52/99-Plenário e Acórdão n.º 538/2009-
1.ª Câmara). 
A Lei n.º 8.443/1992 define que a penalidade em foco pode ser 
fixada por até cinco anos. Esse período pode ser maior se perdurarem 
os motivos determinantes da punição (art. 87, IV, da Lei n.º 
8.666/1993). Por outro lado, o prazo mínimo da declaração de 
inidoneidade é de dois anos, nos termos da parte final do mesmo 
dispositivo da Lei n.º 8.666/1993. 
A declaração de inidoneidade só pode ser aplicada por Ministro 
de Estado ou autoridade equivalente nas entidades federadas. 
O efeito dessa declaração, segundo recente orientação da Primeira 
Seção do STJ (MS 14002 e MS 13101), é ex nunc, ou seja, não interfere 
nos contratos preexistentes ou nos que estejam em andamento. 
Entretanto, a Administração pode promover medidas no sentido de 
rescindir esses contratos, nos moldes do art. 79 da Lei n.º 8.666/1993. 
Essas são as sanções administrativas a que se sujeitam os 
interessados em contratar com a Administração Pública. 
2.1.6.6. Ocupação provisória de bens e serviços essenciais 
Como bem observam Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2010, 
p. 509), há duas situações distintas em que se admite a ocupação 
temporária ou provisória: como medida acautelatória durante a 
execução do contrato em razão da irregularidade na sua execução (art. 
58, V, da Lei Geral) e como medida a assegurar a continuidade na 
prestação do serviço público após a rescisão contratual (art. 80, II, da 
mesma lei). 
Em ambos os casos, a Administração pode ocupar provisoriamente 
o local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na 
execução do contrato. 
E o que acontece com o pessoal que tinha vínculo trabalhista com a 
empresa contratada? 
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Se houver a ocupação e a utilização do pessoal para a continuidade 
da obra ou serviço, os trabalhadores terão vínculo empregatício 
diretamente com o poder público. Também por isso, a ocupação deve 
ser promovidasomente em caso de excepcional interesse público. 
2.1.6.7. Garantia 
A Administração pode ou não exigir garantia nas contratações de 
obras, serviços e compras. Quando essa garantia for exigida, ela será 
cláusula necessária no contrato administrativo (art. 55, VI, da Lei n.º 
8.666/1993). 
O contratado pode optar pelas seguintes modalidades: 
x caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública; 
x seguro garantia; ou 
x fiança bancária. 
A exigência deve ser limitada a cinco por cento para os contratos 
em geral e a dez por cento para obras, serviços e fornecimentos de 
grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros 
consideráveis (art. 56, §§ 2.º e 3.º, da Lei n.º 8.666/1993). 
Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela 
Administração, dos quais o contratado ficará depositário, será exigida 
garantia adicional no valor desses bens (§ 5.º). 
Toda garantia prestada pelo contratado será liberada após a 
execução do contrato. Se foi oferecida garantia em dinheiro, o valor 
será devolvido com atualização monetária (§ 4.º). 
 
 
 
3. (FCC - 2013 - AL-PB - Procurador) A Lei Federal 
no 8.666/93 agasalha a presença de diversas cláusulas exorbitantes que 
caracterizam o regime jurídico dos contratos administrativos e 
excepcionam o regime contratual comum. NÃO merece a qualificação de 
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cláusula exorbitante a) o poder de rescisão unilateral do contrato, nos 
casos especificados na lei. 
 
a) o poder de rescisão unilateral do contrato, nos casos 
especificados na lei. 
b) o poder de modificação do contrato, independente da vontade 
do contratado, para melhor adequação às finalidades de interesse 
público, respeitados os direitos do contratado e os limites 
estabelecidos na lei. 
c) a chamada exceptio non adimpleti contractus (exceção do 
contrato não cumprido). 
d) a possibilidade de aplicar sanções ao contratado, de forma 
unilateral, pela inexecução parcial ou total do ajuste. 
e) a prerrogativa de, nos casos de serviços essenciais, ocupar 
provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços 
vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de 
acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo 
contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato 
administrativo. 
 
Pessoal, a única que não é uma cláusula exorbitante é a exceção 
do contrato não cumprido, porque ela é uma alegação de defesa que 
pode ser usada não discussão sobre o adimplemento de todo e qualquer 
contrato. Ou seja, não é uma cláusula específica de contratos da 
administração, mas da teoria dos contratos, inclusive os privados. 
5HVSRVWD��OHWUD�³F´� 
 
4. (FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário - 
Área Administrativa) De acordo com o que dispõe a Lei no 8.666/93, a 
inexecução total ou parcial do contrato poderá sujeitar o contratado, 
entre outras, à penalidade de 
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a) multa, que não poderá ser cumulada com outras sanções e 
limita-se ao valor da garantia contratual. 
b) inabilitação para contratar com a Administração, podendo ser 
requerida a reabilitação após cinco anos de sua aplicação. 
c) suspensão temporária de participação em licitação e 
impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior 
a dois anos. 
d) suspensão para licitar ou contratar com a Administração, que 
pode ser substituída por multa limitada ao valor da garantia contratual. 
e) declaração de inidoneidade para participar de licitação ou 
contratar com a Administração, vedada a reabilitação. 
 
Letra (A). A multa poderá sim ser cumulada com outras sanções. 
Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da 
perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será 
descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração 
ou cobrada judicialmente (art. 87, §1º, da Lei nº 8.666/93). Logo, está 
INCORRETA. 
Letra (B). A reabilitação pode ser requerida após dois anos e não 
cinco anos. Logo, está INCORRETA. 
Letra (C). Está de acordo com o art. 87, incisos III e IV, da Lei nº 
8.666/93. Logo, está CORRETA. 
Letra (D). Não é possível a substituição pela multa. Logo, está 
INCORRETA. 
Letra (E). A reabilitação é permitida (art. 87, inciso IV, da Lei nº 
8.666/93). Logo, está INCORRETA. 
 
5. (FCC - 2012 - MPE-AL - Promotor de Justiça) Acerca dos 
contratos administrativos, é correto afirmar que 
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a) a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada 
por um representante da Administração especialmente designado, 
permitida a delegação dessa atribuição a terceiros contratados. 
b) o contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir 
ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do 
contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções 
resultantes da execução ou de materiais empregados, salvo se 
decorrentes de subcontratação. 
c) o contratado e a Administração são solidariamente responsáveis 
pelos danos causados a terceiros, decorrentes de culpa ou dolo na 
execução do contrato; porém, caso a Administração tenha sido omissa 
na fiscalização da execução, esta responderá de forma principal, 
remanescendo a responsabilidade subsidiária do contratado. 
d) a Administração Pública sempre responde solidariamente com o 
contratado pelos encargos trabalhistas resultantes da execução do 
contrato. 
e) em caso de contratação direta, se comprovado 
superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à 
Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente 
público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. 
Essa questão aborda alguns tópicos que foram comentados na aula 
e outros que ainda não. Por isso atenção! 
2�LWHP�³D´�YLPRV�QD�SDUWH�GH�ILVFDOL]DomR�GH�FRQWUDWRV��QR�VHJXLQWH�
artigo: 
 
 
 
 
Veja que não é permitida a delegação a terceiros! Item errado. 
Vimos ainda que, apurada a existência de vício na execução do 
objeto, o contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir 
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um 
representante da Administração especialmente designado, permitida a 
contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes 
a essa atribuição. 
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ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do 
contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções 
resultantes da execução ou de materiais empregados (art. 69). Percebe 
TXH� QmR� H[LVWH� D� UHVVDOYD� IHLWD� SHOR� H[DPLQDGRU"� 3RU� LVVR� R� LWHP� ³E´�
está errado. 
 Acabamos de ver que o contratado é responsável pelos danos 
causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de 
sua culpa ou dolo na execução do contrato. Vale lembrar que a 
fiscalização exercida pelo órgão contratante não exclui ou reduz essa 
responsabilidade (art. 70 da Lei n.º 8.666/1993). Dessa forma a 
DOWHUQDWLYD�³F´�HVWi�HUUDGD� 
O contratado também é responsável pelos encargos trabalhistas, 
previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do 
contrato, conforme disposto no art. 71, caput, da Lei 8.666/1993. A lei 
8.666/93 nos diz ainda: 
 
 
 
 
3RU�LVVR�D�DOWHUQDWLYD�³G´�HVWi�HUUDGD� 
$�OHWUD�³H´�p�FySLD�GD�OHL��FRQILUD� 
 
 
 
 
 
*DEDULWR��/HWUD�³H´� 
 
6. (FCC - 2007 - Prefeitura de São Paulo - SP - Auditor Fiscal 
do Município) 
§ 1
o
 A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e 
comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, 
nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e 
edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. 
§ 1
o
 Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no 
campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, 
publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos 
relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e 
indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato. 
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NÃO constitui motivo para a rescisão unilateral de um contrato 
administrativo pela Administração 
a) o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, 
projetos ou prazos, pela empresa contratada. 
b) a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a 
comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do 
fornecimento, nos prazos estipulados. 
c) a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa 
causa e prévia comunicação à Administração. 
d) a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura 
da empresa contratada, que prejudique a execução do contrato. 
e) a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou 
compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do 
limite legalmente permitido. 
 
Depois de estudar fica fácil. Na primeira questão, é óbvio que o 
equilíbrio financeiro não pode ser excluído de um contrato 
administrativo, sob pena de onerar demasiadamento o contratado. Se 
isso ocorresse, ninguém contrataria com a Administração. Por isso, o 
gabarito é a letra A. No mesmo sentido, na segunda questão, o item 
correto é a letra D. 
Na terceira questão, é evidente que o item D está correto. 
Na última, o item E é o gabarito da questão, pois a supressão 
unilateral do objeto do contrato por parte da Administração não é 
motivo para rescisão unilateral do contrato. 
 
7. (FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário) No 
tocante à formalização de todos os contratos administrativos, são 
cláusulas necessárias, dentre outras, as que estabeleçam: 
I. o objeto e seus elementos característicos. 
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II. o regime de execução, a modalidade de garantia a ser 
ofertada pelo contratado e a forma de fornecimento. 
III. o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da 
classificação funcional programática e da categoria econômica. 
IV. a obrigatoriedade da exigência de garantias, em qualquer 
hipótese, para assegurar sua plena execução. 
Nesses casos, está correto o que consta APENAS em 
a) I e II. 
b) I, III e IV. 
c) II e III. 
d) I, II e IV. 
e) I e III. 
 
Item I. São cláusulas necessárias em todo contrato as que 
estabeleçam o objeto e seus elementos característicos (art. 55, inciso I, 
Lei nº 8.666/93). Logo, está CORRETO. 
Item II. São cláusulas necessárias em todo contrato as que 
estabeleçam o regime de execução ou a forma de fornecimento (art. 
55, inciso II, Lei nº 8.666/93). Não é necessário estabelecer a 
modalidade de garantia a ser ofertada pelo contratado. Logo, está 
INCORRETO. 
Item III. São cláusulas necessárias em todo contrato as que 
estabeleçam o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da 
classificação funcional programática e da categoria econômica (art. 55, 
inciso V, Lei nº 8.666/93). Logo, está CORRETO. 
Item IV. São cláusulas necessárias em todo contrato as que 
estabeleçam as garantias oferecidas para assegurar sua plena 
execução, quando exigidas (art. 55, inciso VI, Lei nº 8.666/93). Há uma 
discricionariedade na exigência de garantia por parte da Administração. 
Logo, está INCORRETO. 
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Portanto, é correto o que se afirma APENAS em I e III (letra 
³(´�� 
 
8. (FCC - 2013 - TRT - 18ª Região (GO) - Analista Judiciário - 
Área Administrativa) De acordo com o previsto na Lei no 8.666/93, a 
inadequada execução do contrato administrativo dá lugar à imposição 
de sanções, dentre elas, a 
a) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a 
Administração, penalidade que, dada a gravidade de sua natureza, 
absorve as demais sanções, excluindo a possibilidade de cumulação. 
b) suspensão temporária de participar de licitação, que deve se 
limitar a prazo não superior a 3 (três) anos, sob pena de ser obrigatória 
a imposição da penalidade de declaração de inidoneidade para licitar. 
c) multa pecuniária, que se presta a converter em pecúnia todos os 
prejuízos apurados pela Administração pública, não podendo, portanto, 
ser cumulada com outras sanções, com exceção da declaração de 
inidoneidade para contratar. 
d) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a 
Administração, que poderá cessar, mediante reabilitação, no caso de 
ressarcimento pelo contratado pelos prejuízos resultantes da 
inadequada execução. 
e) advertência, que se impõe no caso de infrações leves e não 
gravosas, e, portanto, dispensa prévia observância do direito de defesa 
do contratado. 
 
Essa questão pode ser respondida pela leitura do art. 87, da Lei 
8.666/93. Vejamos:21111228310
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Portanto, a única alternativa de acordo com o referido dispositivo é 
a de letra ³d´. 
 
9. (FCC - 2013 - PGE-BA - Analista de Procuradoria - Área de 
Apoio Administrativo) NÃO constitui aspecto fundamental do regime 
jurídico dos contratos administrativos clássicos: 
a) a adoção das chamadas cláusulas exorbitantes. 
b) o exercício de prerrogativas pela Administração pública, 
enquanto parte. 
c) a garantia de equilíbrio econômico-financeiro ao particular 
contratado. 
d) direito do contratado de invocar a exceção do contrato não 
cumprido quando houver qualquer inadimplência da administração. 
e) a ocupação provisória de bens e serviços vinculados ao objeto 
do contrato, a título de cautela para apuração administrativa de faltas 
contratuais nos casos de serviços essenciais. 
 
 
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, 
garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: 
 
I - advertência; 
 
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de 
contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos; 
 
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração 
Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até 
que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a 
penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a 
Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção 
aplicada com base no inciso anterior. 
 
§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser 
aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do 
interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis. 
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Como vimos, a Administração Pública possui algumas prerrogativas 
sobre o particular quando se trata de contrato administrativo. O 
particular não pode invocar a exceção do contrato não quando houver 
qualquer inadimplência da administração. Essa é a regra. Porém 
sabemos que há uma exceção. Na Lei n.º 8.666/1993, a exceção do 
contrato não cumprido pode ser oposta contra a Administração quando 
o atraso no pagamento de obra ou serviço já executado for superior a 
noventa dias. 
Gabarito: Letra ³d´. 
 
2.2. Da Execução do Contrato Administrativo 
A execução do contrato administrativo é a fase de efetivação das 
cláusulas nele entabuladas. A execução deve ser promovida 
observando-se fielmente o que dispõem as obrigações assumidas e a 
legislação de regência. Nessa fase, tanto a administração como o 
contratado devem observar o que está escrito no instrumento (pacta 
sunt servanda). Também nessa etapa devem ser observados os 
princípios da boa-fé objetiva e da probidade. 
Algumas normas específicas são aplicáveis à execução dos 
contratos. 
OLHO ABERTO, O PRINCIPAL ASPECTO DA EXECUÇÃO DOS 
CONTRATOS É A RESPONSABILIDADE. 
Como já observado acima, o contratado é responsável pelos 
danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, 
decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato. Vale lembrar 
que a fiscalização exercida pelo órgão contratante não exclui ou reduz 
essa responsabilidade (art. 70 da Lei n.º 8.666/1993). 
O contratado também é responsável pelos encargos trabalhistas, 
previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do 
contrato, conforme disposto no art. 71, caput, da Lei 8.666/1993. 
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Na ADC n.º 16, o STF entendeu que a responsabilidade da 
Administração pelo pagamento das verbas trabalhistas das empresas 
contratadas não pode ser automática, como vinha entendendo o TST. A 
culpa da Administração na fiscalização do contrato deve ser 
comprovada nos autos. 
Após a decisão na ADC nº 16, o TST passou a entender que: 
 
 
 
 
 
 
A Lei n.º 8.666/1993, por outro lado, prevê como solidária a 
responsabilidade da Administração e do contratado pelos encargos 
previdenciários resultantes da execução do contrato (art. 71, § 2.º, 
da Lei 8.666/1993). 
Quando o objeto do contrato é a compra de bens, uma importante 
faculdade que tem o poder público é a de receber amostras ou fazer 
testes no objeto contratado para avaliar a qualidade do produto e 
verificar se ele será recebido pela Administração (art. 75). 
2.2.1. Inexecução sem culpa (teoria da imprevisão) 
A teoria da imprevisão decorre da cláusula rebus sic stantibus, 
segundo a qual as obrigações contratuais hão de ser entendidas em 
correlação com o estado das coisas ao tempo em que se contratou. Se 
houver alteração no estado das coisas, devem ser alteradas disposições 
do contrato de forma a reequilibrar as prestações. 
Caso ocorram eventos: 
(a) extraordinários; 
(b) imprevisíveis ± ou previsíveis, mas de consequências 
incalculáveis; 
(c) inevitáveis; 
³2V� HQWHV� LQWHJUDQWHV� GD� DGPLQLVWUDomR� S~EOLFD� GLUHWD� H� LQGLUHWD� UHVSRQGHP�
subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a 
sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n. 8.666/93, 
especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e 
legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade 
não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas 
SHOD� HPSUHVD� UHJXODUPHQWH� FRQWUDWDGD´� �QRYD� UHGDomR� GR� LWHP� 9 da Súmula 
331/TST). 
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(d) deflagrados sem qualquer culpa do contratado; e 
(e) que causem prejuízos a ele, desequilibrando o contrato, 
deve-se promover a mudança do que originariamente 
contratado. 
Mas o que esses requisitos têm em comum, professor? Eu quero 
uma dica de memorização! 
Calma amigo, perceba que todos esses requisitos decorrem da 
noção de álea econômica TXH� ³p� WRGR� DFRQWHFLPHQWR� H[WHUQR� DR�
contrato, estranho à vontade das partes, imprevisível e inevitável, que 
causa um desequilíbrio muito grande, tornando a execução do contrato 
H[FHVVLYDPHQWH�RQHURVD�SDUD�R�FRQWUDWDGR´��',�3,(752��������S������� 
O contrato deve ser cumprido na medida em que mantidas as 
condições iniciais da celebração. 
A teoria da imprevisão também justifica a inexecução do contratoadministrativo sem culpa do contratado. Nessa hipótese, o art. 79, § 
2.º, da Lei n.º 8.666/1993, prevê que ele será ressarcido dos prejuízos 
que houver sofrido e terá direito à devolução da garantia, aos 
pagamentos devidos pela Administração até a data da rescisão e ao 
valor relativo ao custo de desmobilização. 
Vale observar que essa regra deve ser aplicada em situações 
excepcionais de imprevisibilidade e inevitabilidade. 
Dentre as áleas extraordinárias, que ensejam a inexecução sem 
culpa do contrato administrativo ou o restabelecimento do seu equilíbrio 
econômico financeiro, se possível, estão: 
x Caso fortuito e força maior: a prestação não pode ser 
cumprida porque ocorre circunstância inevitável, seja de 
forma imprevisível ou de forma irresistível. Nessas hipóteses, 
há um desequilíbrio e uma das partes passa a sofrer um 
encargo extremamente oneroso. Geralmente se define caso 
fortuito como o evento decorrente da força da natureza 
(terremotos, tempestades etc.) e força maior como um fato 
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causado pela vontade humana (arrastão, greve etc.). Esse 
conceito, contudo, não é unânime. 
x Fato do príncipe: é a determinação geral imposta pelo 
Estado que influi diretamente na execução do contrato, 
onerando-o. Assim como todo elemento que enseja a 
aplicação da teoria da imprevisão, essa determinação deve 
ser inevitável e imprevisível (Ex: uma lei geral que altera o 
equilíbrio do contrato). 
x Fato da administração: ação ou omissão da Administração 
que incida direta e especificamente sobre o contrato, 
provocando desequilíbrio econômico ou inviabilizando sua 
execução. Se o contratante não libera o local da obra no 
prazo determinado, por exemplo, está-se diante de um fato 
da administração. 
Para resumir, apresentamos o seguinte quadro: 
fato do príncipe fato da 
administração 
Caso fortuito e força 
maior 
Ato geral da 
Administração 
Fato concreto da 
Administração 
Circunstância natural 
ou humana imprevista 
 
2.3. Das espécies de contratos administrativos 
Esse ponto foi previsto expressamente no edital, por isso, tem 
muitas chances de cair em seu concurso. 
Por isso, MUITA ATENÇÃO! 
2.3.1. Contratos de obras 
São aqueles cujo objeto é a realização de uma obra. O art. 6.º, I, 
da Lei n.º 8.666/1993, define obra como toda construção, reforma, 
fabricação, recuperação ou ampliação de determinado bem público, 
realizada por execução direta ou indireta. 
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Nos termos do art. 6.º, VII e VIII, há dois regimes de execução de 
obras: 
(a) direta, em que a execução é promovida pelos agentes da 
própria Administração; 
(b) indireta, em que a Administração contrata terceiros para a 
realização do objeto. Esta última modalidade de execução se subdivide 
em: 
x empreitada por preço global, em que o preço ajustado leva 
em consideração a obra como um todo; 
x empreitada por preço unitário, quando o preço leva em conta 
unidades determinadas da obra a ser realizada; 
x empreitada integral, quando a obra é contratada na sua 
integralidade, compreendendo todas as suas etapas, 
incluindo serviços e obras; e 
x tarefa, quando se ajusta mão de obra para pequenos 
trabalhos, por preço certo, com ou sem fornecimento de 
PDWHULDLV� �DUW����ž��9,,,�� ³G´��� LQGHSHQGHQWHPHQWH�GH�SUpYLD�
licitação. 
Só tem sentido se falar em contrato de obras públicas no regime 
de execução indireta. 
 
2.3.2. Contratos de serviços 
Serviço é conceituado pela lei em análise no art. 6.º, II, como toda 
atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a 
Administração. Melhor explicando, com fundamento em conceitos de 
direito civil, o serviço é uma obrigação que consiste num fazer. 
A lei distingue os serviços comuns, os quais não precisam ser 
executados por pessoas com habilitação específica, dos técnicos 
profissionais (art. 13), que exigem habilitação legal, seja através de 
curso superior específico ou de registro nos órgãos legalmente 
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determinados (estudos técnicos, perícias, pareceres, assessorias, 
fiscalização, gerenciamento etc.). 
2.3.3. Serviços contínuos (duração e prorrogação dos 
contratos) 
Serviços contínuos são aqueles que atendem necessidades 
permanentes da Administração (JUSTEN FILHO, 2008, p. 669). Por 
essa razão, esses serviços não podem sofrer solução de continuidade, 
ou seja, não podem ser interrompidos (GASPARINI, 2008, p. 704). 
Para ilustrar esse conceito, vale a transcrição do seguinte trecho do 
Acórdão 1382/2003 ± ���&kPDUD�GR�7&8��³'H�QDWXUH]D�FRQWLQXDGD�VmR�
os serviços que não podem ser interrompidos, por imprescindíveis ao 
funcionamento da entidade pública que deles se vale. Enquadram-se 
nessa categoria os serviços de limpeza e de vigilância, o fornecimento 
de água e de energia HOpWULFD��D�PDQXWHQomR�GH�HOHYDGRUHV´� 
A Lei n.º 8.666/1993 faz menção aos serviços contínuos quando 
trata da duração dos contratos administrativos. Via de regra, a 
duração desses contratos fica adstrita à vigência dos respectivos 
créditos orçamentários (art. 57, caput). 
As exceções a essa regra geral são: 
x os projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas 
estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser 
prorrogados se houver interesse da Administração e desde 
que isso tenha sido previsto no ato convocatório; 
x a prestação de serviços a serem executados de forma 
contínua; 
x o aluguel de equipamentos e a utilização de programas de 
informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de 
até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do 
contrato; 
x as hipóteses previstas nos incisos IX (comprometimento da 
segurança nacional), XIX (compra de material de uso das 
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Forças Armadas), XXVIII (produção de bens e serviços no 
País que envolvam alta complexidade tecnológica e defesa 
nacional) e XXXI (contratações visando à criação de 
ambientes especializados e cooperativos de inovação e de 
pesquisa e desenvolvimento para solução de problema 
técnico) do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por 
até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da 
administração (redação dada pela Lei n.º 12.349/2010). 
Assim, a duração dos

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