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Letícia C. Mendonça Veterinária, Msc. TRATAMENTO DA MASTITE CLÍNICA E SUBCLÍNICA PARA O TRATAMENTO DOS CASOS CLÍNICOS Definir mastite clínica!!!!! Tratamento só é efetivo se a detecção é efetiva! O que é grumo? Muito? Pouco? PARA O TRATAMENTO DOS CASOS CLÍNICOS • Utilizar escore de severidade dos casos clínicos: – Grau 1: leite anormal (pus, sangue, coágulos) – Grau 2: leite e glândula anormal (dor, edema, rubor, calor) – Grau 3: leite, glândula e vaca anormal (apatia, desidratação, hipertermia) • Meta: 85% dos casos devem estar entre grau 1 e 2. Se estiver ao contrário, avaliar a detecção, pois não deve estar sendo realizada corretamente. MASTITE GRAU 3 – TERAPIA SUPORTE 1- Ordenha do quarto afetado a cada 2 ou 3 horas- Ocitocina pode ser usada; 2- Administração de grandes volumes de soluções balanceadas de eletrólitos via intravenosa; 3- Aplicação de flunixine meglumine por via intravenosa. MONITORAR ESTADO DE SAÚDE DAS VACAS • Comportamento • Hidratação • Temperatura • Casos recorrentes de mastite não são propensos a responder a tratamentos adicionais; • Vacas com várias glândulas infectadas têm menor probabilidade de cura. PARA O TRATAMENTO DOS CASOS CLÍNICOS ESCOLHA DO ANTIBIÓTICO Uso de testes de sensibilidade para avaliar cura clínica • Sensibilidade in vitro x Tratamento de casos clínicos Microrganismos sensíveis Microrganismos resistentes Cura bacteriológica 21 dias após tratamento 49% 47% Hoe e Ruegg, 2005 ESCOLHA DO ANTIBIÓTICO • Histórico de uso de antibióticos da propriedade: - Taxa de cura; - Taxa de recidiva; • Tipo de bactéria (espectro) USO DE PROTOCOLOS DE TRATAMENTO BASEADOS EM CULTURA AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA CLÍNICA • Cura clínica; • Cura bacteriológica; • Controle da CCS. PARÂMETROS A SEREM ACOMPANHADOS Importante calcular e avaliar: • Média de dias de descarte de leite – Total dias descarte num período/número total de casos naquele período. – Em WI, a média de dias de descarte de leite é de 4 a 6 dias. • Número de quartos/caso – Número quartos afetados durante período/número casos clínicos. • Duração média por caso – Número de dias de tratamento por vaca durante um período/ número casos naquele período. • Outra avaliação importante: número de vacas descartadas (ou mortas) 60 dias após o caso clínico. OTIMIZANDO A SAÚDE ANIMAL… Monitorar Anotar Marcar Tratar TRATAMENTO DA MASTITE SUBCLÍNICA • Geralmente é feito na secagem • Durante a lactação, taxas de cura muito baixas: – Infecção crônica – Baixa concentração (tempo e quantidade) do antibiótico no local da infecção • Tratamento diferenciado para S. agalactiae e S. aureus TERAPIA DE VACA SECA • Previne novas infecções no período seco • Trata as infecções adquiridas durante a lactação (mastite subclínica) Taxa de cura: 70-90% PONTOS A SEREM CONSIDERADOS PARA EVITAR NOVAS INFECÇÕES • Alta CCS em vacas adultas no início da lactação pode indicar problemas de manejo do período seco • Mais de 20% de vacas no início da lactação com CCS ≥ 200.000/ml: re-avaliar a terapia da vaca seca e o ambiente das vacas secas TRATAMENTO DA MASTITE SUBCLÍNICA • Geralmente é feito na secagem • Durante a lactação, taxas de cura muito baixas: – Infecção crônica – Baixa concentração (tempo e quantidade) do antibiótico no local da infecção • Tratamento diferenciado para S. agalactiae e S. aureus TRATAMENTO DA MASTITE SUBCLÍNICA – S. agalactiae • Objetivos: – Eliminação do patógeno – Redução rápida da CCS • Resultados encontrados: taxa de cura entre 90 e 100% (Blackburn, 1956; Smith e Ward, 1975; Goodger et al., 1988; Bar-Moshe et al., 1987; Wilson et al., 1999; Cruz e Molina, 2005, Mendonça, 2007). • Protocolo: 3 a 6 aplicações consecutivas de antibióticos a base de betalactâmicos – Blitz Terapia - • Alguns estudos apontam taxas de cura menores que 100% (Blackburn, 1956; Smith e Ward, 1975; Goodger et al., 1988; Bar-Moshe et al., 1987; Wilson et al., 1999). • Causas dos diferentes resultados: – Diferentes susceptibilidades das cepas às drogas; – Duração das infecções antes da terapia; – Idade do animal, número de partos, fase da lactação; – Número de quartos afetados; – Extensão do tecido mamário que foi comprometido. TRATAMENTO DA MASTITE SUBCLÍNICA – S. agalactiae • Cura espontânea - 20% das infecções; • Revisão de 16 ensaios com tratamento de casos subclínicos com taxa média de cura de 48%, variando entre 17% e 95%. • Tipos de tratamento: –Tratamento sistêmico – 10.000.000 UI de penicilina sistêmica por 5 dias (46,8 % de eficácia) –Tratamento intramamário – baixo poder de penetração –Tratamento combinado – mais eficiente TRATAMENTO DA MASTITE SUBCLÍNICA – S. aureus TAXA DE CURA BACTERIOLÓGICA DE INFECÇÕES CAUSADAS POR Staphylococcus aureus Cura bacteriológica Intramamário Intramamário + Sistêmico Vacas 30,4 % 48,0 % Quartos 25,0 % 51,4 % OWENS et al., 1988. CONDIÇÕES PARA TRATAMENTO DE S. aureus NA LACTAÇÃO • Primípara • Início da lactação • Infecção recente • Somente um quarto afetado Recém infectados Cronicamente infectados Cura bacteriológica 70 % 35 % OWENS et al., 1997 TAXA DE CURA BACTERIOLÓGICA DE INFECÇÕES RECENTES E CRÔNICAS CAUSADAS POR Staphylococcus aureus EM ANIMAIS TRATADOS COM ANTIBIOTICOTERAPIA INTRAMAMÁRIA TAXA DE CURA PARA Staph. aureus Variáveis Taxa de cura Tempo de infecção1 < 2 semanas 70% >4 semanas 35% Número de quartos infectados2 1 quarto 73% 4 quartos 56% Idade2 < ou = 48meses 81% > ou = 96 meses 55% 1Owens et al,1997 2Sol et al,1997 RAZÕES PARA FALHAS NO TRATAMENTO • Tratamentos atrasados; • Inadequada seleção e utilização de drogas; • Interrupção de tratamentos precocemente; • Via de administração inadequada; • Reação inflamatória; RAZÕES PARA FALHAS NO TRATAMENTO • Formação de microabscessos; • Resistência de microrganismos às drogas; • Inativação de antibióticos pelo leite e pelas proteínas tissulares. MASTITE EM NOVILHAS • Tratamento pré-parto com antibióticos de vacas secas; – Reduz a mastite no momento do parto e nos primeiros 60 dias em leite; – 12 semanas antes da data prevista do parto parece ser o protocolo mais eficaz. (Fox, 2006); • Tratamento pré-parto com antibióticos de vacas em lactação: – 7 a 14 dias antes do parto • aumentou a taxa de cura dos quartos infectados • não aumentou produção de leite • não reduziu escore de CCS • não melhorou desempenho reprodutivo (Fox, 2006). MASTITE EM NOVILHAS CONTROLE DA MASTITE EM NOVILHAS • Manutenção das novilhas em ambiente limpo e seco • Redução das infecções por S. aureus do rebanho • Tratamento com antibiótico 10 dias antes do parto OU com antibiótico para o período seco no segundo trimestre da gestação • Controle de moscas CONSIDERAÇÕES FINAIS • Abordagem sistêmica do problema. • Análises microbiológicas do leite (CCS e cultura). • Anotações diárias. • Controle do uso de medicamentos. • Treinamento da mão de obra.
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