Buscar

AULA 5 TUBERCULOSE BOVINA

Prévia do material em texto

TUBERCULOSE BOVINA
Antônio Cândido
• Definição
• Histórico
• Etiologia
• Epidemiologia
• Importância econômica
• Transmissão
• Patogenia
• Diagnóstico
• Controle
• Doença no homem
TEMAS
Enfermidade infecto-contagiosa de evolução crônica, caracterizada 
por lesões de aspecto nodular, principalmente em linfonodos e 
pulmões, que acomete bovinos e bubalinos, podendo afetar o 
homem.
DEFINIÇÃO
1928 - Assis & Dupont (RJ) – Rebanho 80% positivos
1934 - Decreto 24.548 - Regulamento do Serviço de 
Defesa Animal
1938 – Mello (SP) - 40% estábulos positivos
- 10% tuberculose aberta
1939 - Pasteurização obrigatória do leite na cidade de SP
HISTÓRICO - BRASIL
1952 - Decreto 30.691 aprova RISPOA
1970 – Langenneger - Início da produção de PPD 
no Brasil;
1981 - Langenegger - Reações inespecíficas
- Critérios de interpretação
1985 – Início da produção de PPD no LARA/MG
HISTÓRICO - BRASIL
•1993 - I Seminário Nacional sobre Tuberculose Bovina
• EV/UFMG
• 1998 - I Seminário Mineiro sobre Tuberculose Bovina
EV/UFMG
• 1999 - Levantamento oficial em MG - IMA
• - Proposta Buiatria
• 2001 - PNCEBT
HISTÓRICO - BRASIL
• Classificação
- Família - Mycobacteriaceae
- Gênero - Mycobacterium
- Espécie tipo - Mycobacterium bovis
• Micobactérias tuberculosas 
- Complexo M. tuberculosis - M. tuberculosis, M. 
bovis, M. africanum, M. microti
- M. avium (aves)
• Micobacterias não tuberculosas (MOTT)
- M. avium, M. intracellular, M. scrofulaceum
- M. avium paratuberculosis
ETIOLOGIA
• Susceptíveis
- Bovinos e bubalinos
- Suínos, caprinos, ovinos
- Eqüinos, cães e gatos
• Reservatórios
- Mamíferos silvestres
Espécies Susceptíveis
Instalações , fezes, solo e pastagens... 2 anos
Água ....................................................1 ano
Carcaça ..............................................10 meses
Fonte: WHO/VPH/84.4
Resistência do Mycobacterium bovis
Desinfetantes
• Fenol 5%
• Formol 3%
• Hipoclorito de cálcio 5%
• Hipoclorito de sódio 5%
• Exposição por 3 horas 
Calor
• Autoclavagem: 120ºC por 20 min.
• Pasteurização lenta: 65ºC por 30 min.
• Pasteurização rápida: 72 a 74ºC por 15-20 seg.
• Fervura
Fonte: WHO/VPH/84.4
Sensibilidade – Mycobacterium bovis
DISTRIBUIÇÃO:
Mundial
- Maior prevalência em países em
desenvolvimento
- Erradicada ou em erradicação em alguns
países desenvolvidos
Brasil
- Prevalência de rebanhos reagentes - 7,1%
- Prevalência de animais reagentes - 1,3%
Fonte: BRASIL-Ministério da Agricultura e do Abastecimento. 
Boletim de Defesa Sanitária Animal. v. 30, n. 1-4, 1998.
Epidemiologia
Minas Gerais
- Prevalência de rebanhos infectados - 5%
- Prevalência de animais reagentes - 0,85%
- Maior prevalência em rebanhos leiteiros com algum grau de tecnificação da 
produção (15%)
Fonte: BELCHIOR, 2000
EPIDEMIOLOGIA
Tuberculose 
Bubalina - Brasil
Mello (1965).....................SP
Portugal (1971).................SP
Roxo (1996)......................PA 
Mota (2002)......................AM
Ribeiro (2003)...................PA
TUBERCULOSE BUBALINA - BRASIL
TUBERCULINIZAÇÃO EM BÚFALOS
Nas Regiões do Baixo Araguary (AP) e Parintins (AM)
Região
N.º de 
Rebanho
N.º de Rebanhos 
Positivos
N.º de Animais 
Testados
N.º de Animais 
Reagentes
Baixo Araguary 30 17 213 37
Parintins 7 7 1303 266
Mota, 2002/DIAGRO., 2005
• Aquisição de animais
• Participação em eventos
• Contato direto ou indireto com 
rebanho infectado
INTRODUÇÃO DA DOENÇA NO REBANHO
Fontes de infecção
- Animais doentes ou infectados; raramente o homem.
Vias de eliminação
- Gotículas e secreções respiratórias, leite, colostro,
sêmen, fezes e urina.
Vias de transmissão
- Aerossóis, pastagens, água e alimentos contaminados.
Portas de entrada
- Trato respiratório, trato digestivo, mucosas e pele 
lesada.
Suscetíveis
- Animais domésticos, silvestres e o homem.
CADEIA DE TRANSMISSÃO
• 90% das infecções ocorrem por via respiratória
• Invasão dos alvéolos pelos bacilos
• Multiplicação M. bovis dentro dos macrófagos
• Formação de granuloma no foco inicial
• Desenvolvimento da resposta imune e de 
hipersensibilidade retardada
• Destruição de tecidos pelo próprio hospedeiro
• Propagação do bacilo para o linfonodo satélite
(complexo primário)
PATOGENIA
Evolução do Processo
• Desaparecimento ou calcificação das lesões 
• Estabilização do processo (quiescência) 
• Progressão da doença para a forma miliar ou 
protraída.
PATOGENIA
• Animais infectados assintomáticos
• Animais doentes
- Emagrecimento
- Hipertrofia ganglionar
- Dispnéia
-Tosse seca
SINAIS CLÍNICOS
TUBERCULOSE BOVINA 
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
• Diretos
-Presença do agente etiológico – Isolamento em meio de Stonebrink e 
identificação bioquímica;
-Métodos moleculares (reação da polimerase em
cadeia (PCR).
• Indiretos
- Resposta do animal ao agente etiológico -
Tuberculinização, interferon-gama e ELISA
TESTE ALÉRGICO - TUBERCULINIZAÇÃO
• Vantagens
- Alta eficiência dos testes padronizados
- Capacidade de detectar infecções recentes
- Simplicidade de execução dos testes
- Reagentes produzidos no Brasil
• Desvantagens
- Possibilidade de reações inespecíficas
-Animais em fase pré-alérgica
- Ocorrência de animais anérgicos
- Exigência de intervalo mínimo entre os testes
- Exigência de duas visitas à propriedade
Composição
-Tubérculo-proteína oriunda do cultivo 
de M. bovis AN5 ou M. avium D4
Concentração
- PPD bovina: 1,0 mg/mL (32.500UI/mL)
- PPD aviária: 0,5 mg/mL (25.000UI/mL)
Apresentação
- PPD bovina: líquido incolor
- PPD aviária: líquido avermelhado
Conservação
- Manter sob temperatura de 2 a 8ºC
- Validade – Um ano
- Não congelar
TUBERCULINA
• Aparelho para tricotomia 
• Cutímetro com mola 
• Seringas automáticas para inoculação 
I.D. de 0,1 mL
• Tuberculina PPD
MATERIAIS
Simples
- Teste da Prega Caudal (TPC) - Teste de
triagem em gado de corte
- Teste Cervical Simples (TCS) - Teste de
rotina em gado de leite 
Comparativo
- Teste Cervical Comparativo (TCC) – Teste 
de rotina em propriedades com histórico de 
reações inespecíficas
Tipos de Tuberculinização
OIE – Organização Mundial de Saúde Animal
Teste de triagem permitido apenas em estabelecimento de pecuária de corte
Local de inoculação
• Prega da cauda, 6 a 10 cm base da cauda na junção das
áreas pilosa e glabra
• Dosagem: 0,1 mL de PPD Bovina, via I.D.
• Leitura: 72  6 horas
• Interpretação: avaliação visual e palpação:
• Animal reagente: qualquer aumento na prega 
inoculada
• Não reagente: ausência de qualquer reação no local da 
aplicação
Teste Simples – Teste na Prega Ano-Caudal
• Teste permitido em estabelecimento de pecuária 
de leite ou corte
• Local de inoculação
- No terço médio da tábua do pescoço
- Na região da espinha da escápula
• Dosagem : 0,1 mL de PPD bovino, via I.D.
• Leitura: antes da aplicação e após 72  6 horas
TESTE CERVICAL SIMPLES (TCS)
TESTE CERVICAL SIMPLES - INTERPRETAÇÃO
B (mm)
CARACTERÍSTICAS DA REAÇÃO
Interpretação
sensibilidade consistência outras alterações
0 a 1.9 - - - negativo
2.0 a 3.9 pouca dor endurecida delimitada inconclusivo
2.0 a 3.9 muita dor macia exsudato necrose positivo
 4.0 - - - positivo
PNCEBT
REBANHOS POSITIVOS
TESTE CERVICAL/ESCAPULAR SIMPLES
Identificação 
do animal 
Tuberculina bovina (mm) 
B0 B72h B 
1 6.2 8.2 2.0 
2 6.1 9.6 3.5 
3 6.5 11.0 4.5 
4 6.2 14.0 7.8 
5 5.5 11.1 5.6 
6 6.3 32.0 25.7 
7 6.0 9.2 3.2 
8 7.8 12.8 5.09 5.7 28.0 22.3 
10 5.7 12.3 6.6 
11 6.0 17.8 11.8 
12 6.0 13.0 7.0 
13 7.2 19.5 12.3 
14 5.1 11.5 6.4 
15 7.5 15.5 8.0 
16 5.0 8.9 3.9 
LARA/MG 
 
 
• Teste confirmatório permitido em gado de leite e de corte
• Teste diagnóstico para rebanhos com ocorrência de reações inespecíficas
• Local de inoculação:
- No terço médio da tábua do pescoço
- Na região da espinha da escápula
• Dosagem 
- 0,1 mL de PPD Bovino e 0,1 mL de PPD Aviário, via I.D.
• Leitura - Antes da aplicação e após 72  6 horas
TESTE CERVICAL COMPARATIVO (TCC)
B – A (mm) Interpretação 
B < 2.0 - Negativo 
B < A < 0 Negativo 
B  A 0.0 a 1.9 Negativo 
B > A 2.0 a 3.9 Inconclusivo 
B > A  4.0 Positivo 
 
PNCEBT 
 
 
Diferença entre Reação para PPD Bovina e Aviária
INTERPRETAÇÃO 
TESTE CERVICAL COMPARATIVO
CL = cauda
QT = Quarto traseiro
CO = Costal
ES = Escapular
CE = Cervical
I = Inferior
M = Médio
S = Superior
MOTA, 2003
 Média
3 - CE 7.13
5 - CE 6.20
1 - CE 6.15
9 - E 5.94
4 - CE 5.67
10 - E 5.60
8 - E 5.54
11 - E 5.52
13 - CO 5.41
6 - CE 5.36
7 - E 5.35
14 - CO 5.25
20 - QT 5.17
19 - QT 5.14
18 - CO 4.95
2 - CE 4.84
15 - CO 4.78
16 - CO 4.73
17 - CO 4.57
12 - E 4.36
21 - QT 4.34
22 - QT 4.24
23 - CL 2.29
Local da 
Inoculação
INOCULAÇÃO ID: REFLUXO DA PPD, AR NA SERINGA
• Reações para PPD aviária iguais ou maiores do que a PPD bovina
• Reação circunscrita
• Consistência firme
• Baixa persistência de sensibilidade
• Média das reações positivas baixas
REAÇÕES INESPECÍFICAS
Identificação do 
animal 
Tuberculina bovina (mm) 
B0 B72h B 
1 3.1 5.3 2.2 
2 7.1 9.5 1.9 
3 6.1 9.5 3.4 
4 7.8 13.7 5.9 
5 5.5 12.5 7.0 
6 6.3 12.6 6.3 
7 8.7 14.3 5.6 
8 6.9 15.5 8.6 
9 6.5 11.3 4.8 
10 5.6 8.9 3.3 
11 6.4 7.3 0.9 
12 5.4 11.6 6.2 
13 6.7 9.6 2.9 
14 5.6 10.2 4.6 
15 6.7 12.6 5.9 
16 6.1 13.0 6.9 
 
 
REBANHO COM REAÇÕES INESPECÍFICAS
Identificação do 
animal 
Tuberculina aviária (mm) Tuberculina bovina (mm) B - A 
Ao A72h A B0 B72h B 
1 3.0 7.0 4.0 3.1 5.3 2.2 -1.8 
2 8.0 12.1 4.1 7.1 9.5 1.9 -2.2 
3 7.5 14.0 6.5 6.1 9.5 3.4 -3.1 
4 5.3 12.5 7.2 7.8 13.7 5.9 -1.3 
5 5.5 9.9 4.4 5.5 12.5 7.0 2.6 
6 5.4 13.5 8.1 6.3 12.6 6.3 -1.8 
7 6.5 14.2 7.7 8.7 14.3 5.6 -2.1 
8 6.0 11.5 5.5 6.9 15.5 8.6 3.1 
9 7.0 12.0 5.0 6.5 11.3 4.8 -0.2 
10 4.6 9.2 4.6 5.6 8.9 3.3 -1.3 
11 5.9 7.9 2.0 6.4 7.3 0.9 -1.1 
12 5.3 11.0 5.7 5.4 11.6 6.2 0.5 
13 6.3 9.9 3.6 6.7 9.6 2.9 -0.7 
14 5.8 9.5 3.7 5.6 10.2 4.6 0.9 
15 6.8 13.2 6.4 6.7 12.6 5.9 -0.5 
16 6.1 14.2 9.1 6.1 13.0 6.9 -2.2 
 
 
 
REBANHO COM REAÇÕES INESPECÍFICAS
Ano 
N.º de 
bovinos 
testados 
N.º de 
reagentes 
% reagentes 
com lesão 
% reagentes 
sem lesão 
visível 
75-76 2 090 428 11 423 67 33 
76-77 1 603 327 5 898 46 54 
77-78 1 601 249 7 057 52 48 
78-79 1 256 235 5 655 81 19 
80-81 1 610 520 5 208 37 63 
81-82 2 088 880 5 107 38 62 
82-83 1 587 824 4 452 33 67 
83-84 2 165 979 5 520 27 73 
84-85 2 353 888 4 896 20 80 
85-86 1 783 762 2 748 13 87 
86-87 1 593 493 4 572 15 85 
87-88 1 534 885 2 541 15 85 
88-89 1 620 376 1 617 24 76 
89-90 1 548 113 2 266 12 88 
 
 
TUBERCULINIZAÇÃO – AUSTRÁLIA 1975-90
Localização %
- Linf. retrofaríngeo medial (direito e esquerdo)......………....29,4
- Linf. mediastínico (anterior e posterior)..……….......…....... 28,2
- Linf. bronquial (direito e esquerdo)..........................…........ 18,0
- Pulmão...................................................................……........ 9,8
- Linf. mesentérico......….............................................…......... 2,9
- Linf. parotideo (direito e esquerdo).............................….......2,4
- Linf. cervical caudal (direito e esquerdo)..........................… 2,4
- Linf. inguinal superficial (direito e esquerdo)......................…1,2
Corner, 1990
LOCALIZAÇÃO MAIS FREQÜENTE DE UMA ÚNICA LESÃO EM 
BOVINOS COM TUBERCULOSE
Lei nº 1283 de 18/12/1950
Decreto nº 30.691 de 29/03/1952
• Art. 116 - Matança em separado
• Art. 196 - Condenação total
- Condenação parcial (esteriliz. pelo calor)
- Comércio internacional
• Art. 485 - Plano controle/Erradicação
- Afastamento produção leiteira
• Art.508 - Pasteurização obrigatória do leite
RIISPOA
Bovinos Múnicípio Bovinos
abatidos de origem com lesão %
1,709,056 76 199 0.1
SIPA/MG
LESÕES SUGESTIVAS DE TBC EM BOVINOS ABATIDOS NO 
ESTADO DE MINAS GERAIS - 01/01/2004 A 02/08/2005
• Diagnóstico histopatológico
– Formaldeído a 10%
• Diagnóstico bacteriológico
– Refrigerado (gelo)
– Congelado
Acondicionar o material em frasco de boca larga com tampa rosqueada, 
fechado e identificado
REMESSA DE MATERIAL PARA O LABORATÓRIO
• Esclarecimento sobre a doença
• Planejamento do combate
• Destino dos animais reagentes
• Isolamento
• Desinfecção de instalações
• Animais não reagentes
• Intervalo entre tuberculinizações
• Exame de saúde do pessoal envolvido
• Outros animais da propriedade
PROCEDIMENTOS PARA REBANHO POSITIVO

Continue navegando