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Teorias da Personalidade ArqI

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Personalidade, Valores e Atitudes
Centro Universitário Joaquim Nabuco
Desenvolvimento Pessoal e Trabalhabilidade
Arquivo I
2019.1
Os níveis de Consciência
Níveis de Consciência
Os três níveis de Consciência
Consciente – é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informações do mundo exterior e as do mundo interior. Na consciência destaca-se o fenômeno da percepção, principalmente a percepção do mundo exterior, a atenção, o raciocínio, dos sentimentos, pensamentos, lembranças e fantasias do momento.
Os três níveis de Consciência
Pré-consciente – refere-se ao sistema em que permanecem os conteúdos acessíveis à consciência. É aquilo que não está na consciência nesse momento, mas no momento seguinte pode estar.
 conteúdos que podem facilmente chegar à consciência. 
Os três níveis de Consciência
Inconsciente – exprime o conjunto de conteúdos não presentes no campo atual da consciência. É constituído por conteúdos reprimidos, que não têm acesso aos sistemas pré-consciente/consciente, pela ação de censuras internas. Esses conteúdos podem ter sido conscientes em algum momento, ou serem genuinamente inconscientes.
A força do Inconsciente
O termo Inconsciente incorporou-se de tal forma à linguagem corrente, que se torna até difícil imaginar o pensamento e o comportamento sem aceitar sua existência.
Atualmente, atribui-se, com naturalidade, a responsabilidade por determinados atos ao inconsciente.
Modelo estrutural de Personalidade
Entre 1920 e 1923, Freud remodela a teoria do aparelho psíquico e introduz os conceitos de id, ego e superego para referir-se aos três sistemas da personalidade.
 
 
 
Carga Genética
Ambiente
Experiência
Personalidade
Comportamento
 Caráter
Principais aspectos que determinam o comportamento individual
EGO
EGO (palavra latina que significa “eu”): responsável pelo contato do psiquismo com a realidade externa; contém elementos conscientes e inconscientes (Freud, 1974:37).
O ego atua de acordo com o princípio da realidade (Freud, 1974:39). Ele procura unir e conciliar as reivindicações do id e do superego com as do mundo externo, harmonizando seus reclamos e exigências – frequentemente incompatíveis (Freud, 1974:99).
ID
ID – A parte mais primitiva e menos acessível da personalidade, constituída de conteúdos inconscientes, inatos ou adquiridos, que buscam a contínua gratificação
O Id não conhece juízo de valor (bem,moral), busca sempre a satisfação imediata – diz-se que ele atua de acordo com o princípio do prazer (Freud, 1934:39) – e a ele não se aplicam as leis lógicas do pensamento.
 Nele podem habitar conteúdos contrários sem que um anule ou diminua o outro (Fadiman e Frager, 1986:11).
 
SUPEREGO
Superego: atua como um censor do ego. Representa, em geral, as exigências da moralidade. Tem a função de formar os ideais, a auto-observação etc. (Freud, 1974:70-71). O superego constitui “ a força moral da personalidade. Ele representa o ideal mais do que o real e busca a perfeição mais do que o prazer” (Hall, Lindzey e Campbell, 2000:55).
Esse componente do psiquismo recompensa o ego por comportamentos aceitáveis e cria sentimentos de culpa para castigá-lo por ações ou pensamentos contrários a princípios morais (Davidoff, 1983:521).
TEORIA DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL
A Teoria de Freud enfatiza uma seqüência de estágios no desenvolvimento da libido
Os processos psicológicos parecem estar sempre paralelamente aos processos fisiológicos básicos
Dizemos que as teorias psicológicas são anaclíticas (suportadas) ao biológico
Freud fala basicamente em dois processos maturacionais: 
 - O desenvolvimento psicossexual (LIBIDO) - fonte de gratificação sexual em diferentes zonas 
 - Maturação do ego - ego se diferencia da personalidade global do recém–nascido, aumento do princípio da realidade e dos processos secundários, aparecimento dos mecanismos de defesa e compreensão das relações interpessoais.
O desenvolvimento do ego representa maturação cognitiva (Piaget), o desenvolvimento psicossexual representa maturação afetiva
Libido é a energia afetiva original que mobiliza o organismo na perseguição de seus objetivos e que sofrerá progressivas organizações durante o desenvolvimento, cada uma das quais suportada por uma organização biológica emergente no período
A libido é uma energia voltada para a obtenção de prazer 
É definida como uma energia sexual, num sentido amplo, caracterizando cada etapa de desenvolvimento numa fase Psicossexual do Desenvolvimento
O conceito de fase pressupõe a organização da libido em torno de zonas erógenas definidas, dando uma modalidade de relação ao objeto
As fases do desenvolvimento psicossexual organizadas pela libido são: fase oral, fase anal, fase fálica, período de latência e fase genital 
Tendência natural para o desenvolvimento sucessivo das fases, mas se num dado momento a angústia é muito forte, o Ego é obrigado a mobilizar mecanismos para enfrentá-la
Isto cria um Ponto de Fixação, um momento no processo evolutivo no qual paramos, por não poder satisfazer um desejo, e onde também paramos porque aí deixamos energia imobilizada
Na fase adulta isso aparecerá como um processo chamado Regressão – voltar ao desejo que não foi satisfeito (fantasia infantil)
 
FASE ORAL
	
No recém-nascido, a estrutura biológica sensorial mais desenvolvida é a boca
Libido concentra-se na boca e áreas próximas
É pela boca que começará a conhecer o mundo
É pela boca que fará sua primeira e mais importante descoberta afetiva: o seio
Que é o seu primeiro objeto de ligação, depositário de seus amores e ódios
O seio já existe para a criança quando ainda não consegue reconhecer o objeto total: a mãe
A relação da criança com a mãe está relacionada com a relação estabelecida com o seio
A redução da tensão é alcançada pela amamentação, provocando prazer de natureza sexual
Narcisismo primário: não há relação com objetos externos, o mais importante nessa fase é a redução das necessidades do organismo
Incorporação: primeira forma de conhecer o mundo
Primeiro subestágio: oral passivo ou etapa oral de sucção, incorpora o que é dado e visa aprender o mundo (mãe, seio)
Segundo subestágio: oral ativo ou agressivo, ou oral sádico-canibal, coincide com o início da dentição. Posição ambivalente: amar- incorporação, mastigar-destruição.
Fixação na Fase Oral
Problemas de dependência, apego e “ingestão de substâncias;
Morder, chupar, mastigar balas duras;
Tragar cigarro
Ingestão, distúrbios alimentares
FASE ANAL
Início aos dois anos, mais ou menos, a libido passa da área oral para a anal
Maturação psicomotora, andar, falar e o controle dos esfíncteres, movimento de pinça com as mãos
Libido organiza-se sobre a zona erógena anal
Dois processos básicos estão se organizando na evolução psicológica:
Fantasias da criança sobre seus primeiros produtos
E como se relaciona com o mundo através desses produtos (andar, falar e fezes)
Duas modalidades de relação serão estabelecidas: projeção e controle
Os produtos anais são objetos que vêm de dentro do próprio corpo, são de certa forma parte da criança, geram prazer ao serem produzidos
Muitas vezes durante o treino dos esfíncteres, as fezes são dadas como presente aos pais
Quando o desenvolvimento é normal, quando a criança ama e sente que é amada pelos pais, cada elemento que ela produz é sentido como bom e valorizado
O sentimento básico que fica estabelecido e levará para as etapas posteriores é a de que seus produtos são bons, ou seja, um sentimento geral de adequação
Etapas anais:
Anal expulsivo: etapa inicial é biologicamente caracterizada pelo domínio da expulsão das fezes, relacionado com os mecanismos psicológicos da projeção
Anal retentivo: ligado ao controle dos esfíncteres, relacionado aos mecanismos psicológicos de controle
Fixação na fase anal
Apreciar piadas de banheiro;
Gostarde provocar desordem;
Extremamente preocupadas com asseio;
Parcimônia e organização;
Obstinação na fase adulta;
Distúrbios obsessivos-compulsivos;
Mesquinhez;
Passivo-agressividade.
Fase Fálica
Por volta dos três anos
Libido passa a se localizar na região genital, crianças se interessam pelos genitais e costumam se masturbar neste período
Aparece a preocupação com as diferenças sexuais, mas as pessoas dividem-se em possuidoras ou não do FALO
Fantasia masculina é no pênis, a feminina é no clitóris, imaginando que este é um pênis pequeno, que ainda vai se desenvolver
Logo a realidade irá mostrar que apenas o homem é possuidor do pênis, ficando a mulher na condição de castrada
Esta configuração primitiva do pensamento sexual infantil fornecerá as bases diferenciais das organizações psicológicas masculina e feminina 
O menino passa pela ansiedade da castração, medo de perder o pênis (falo, poder)
A menina experimenta a inveja do falo. Culturalmente constitutivo de poder.
Acontece o Complexo de Édipo
O desejo deve ser satisfeito pelo sexo oposto. A criança ama o genitor do sexo oposto, sente que isso é proibido e se sente ameaçada
Para resolver o conflito e aliviar a ansiedade, a criança se identifica com o genitor do mesmo sexo, introjetando suas características, o papel social e os valores morais.
Período de Latência
Repressão da energia sexual posterior a resolução do Complexo de Édipo
Início da repressão sexual, mas não pode ser totalmente reprimida ou eliminada porque é constantemente gerada
A energia sexual é canalizada para outros fins (sublimação), como o desenvolvimento intelectual e social de criança (freqüentar a escola)
Período de entrada da criança na escola, o ego concentra-se em atividades intelectuais
Este período não é considerado uma fase porque não há organização em nenhuma zona erógena, não há nova organização de fantasias e nem modalidades de relações objetais
Período intermediário entre genitalidade infantil e adulta
Fase Genital
Início da adolescência
A libido concentra-se em objetos não-incestuosos.
Maturidade genital, intelectual e social
Alcançar a fase genital constitui para a psicanálise, atingir o pleno desenvolvimento do adulto normal
Fixação em outra fase leva a comportamentos ou traços de personalidade considerados anormais .
A Teoria Psicossocial de Alfred Adler
Afirma que os problemas de um indivíduo derivam do senso de inferioridade que é conatural à existência humana, fundada sobre a precariedade e devido à tendência do homem a se confrontar com os outros. É favorecido por fatores ambientais como:
1. ATITUDE DOS GENITORES que podem confrontar um filho com o outro; ex.: “Veja como seu irmão é valente!” – fazendo-o, desse modo, sentir-se inferior ao outro.
2. A ORDEM DE NASCIMENTO DOS IRMÃOS, pelo fato de que, geralmente o filho menor tende a se confrontar com o maior, que funciona como modelo.
O complexo de inferioridade pode dar origem a três reações:
Reação normal: a pessoa se confronta apenas sob um aspecto da personalidade, observa o outro e o imita para melhorar a si mesma.
Reação patológica: a pessoa que tem o complexo de inferioridade torna-se arrogante, agressiva, soberba e invejosa em relação aos outros. Uma pessoa com essas características é considerada uma pessoa segura de si, mas, na realidade, tem um grande complexo de inferioridade.
 Outra reação patológica, contrária à precedente: o complexo de inferioridade se transforma em timidez, ansiedade, doenças físicas.
O ego ou eu é o responsável pela identidade e continuidade, e é encarado, do ponto de vista da pessoa, como sendo o centro da personalidade. Também é denominado mente consciente ou consciência e é constituído de percepções, memórias, pensamentos e sentimentos conscientes.
Contrapondo-se à consciência há o inconsciente, que é dividido em duas regiões: o inconsciente individual e o inconsciente coletivo.
O inconsciente individual é uma região adjacente ao ego, e consiste de experiências que foram reprimidas, suprimidas, esquecidas ou ignoradas. Tais conteúdos são acessíveis à consciência, e há muitas trocas de conteúdos entre este e o ego.
Os conteúdos do inconsciente coletivo são arquetípicos, ou seja, são inatos, de natureza universal e são os mesmos em toda a parte e em todos os indivíduos. O termo arquétipo não tem por finalidade denotar uma ideia herdada, mas sim um modo herdado de funcionamento psíquico.
Os arquétipos que se caracterizam mais nitidamente são aqueles que mais frequente e intensamente afetam o eu. São eles: a persona, a sombra, a anima e o animus.
A persona é a máscara usada pelo indivíduo em resposta às solicitações da convenção e da tradição social e às suas próprias necessidades arquetípicas internas. O conceito se refere às máscaras (persona) usadas pelos atores na Antiguidade grega, em peças ritualísticas solenes. Corresponde como imagem representacional do arquétipo de adaptação, pois somente através da persona é que o indivíduo consegue se adaptar ao mundo.
Uma persona mal-formada é tão limitadora quanto uma rígida demais. No último caso, o ego se confunde com a persona, assim sendo, a pessoa em questão se identifica com a posição social que representa e somente com esta.
E no outro oposto, quando a formação do indivíduo é inadequada devido a um treino social insatisfatório ou à rejeição das formas sociais, este não consegue ou se recusa a representar os papéis sociais que lhe são destinados.
Há um relacionamento de oposição entre a persona e a sombra.
“A sombra – escreve Jung, no já citado livro – constitui um problema de ordem moral que desafia a personalidade do eu como um todo”, pois a sombra apresenta “aspectos obscuros da personalidade”.
Portanto, quanto mais clara a persona, mais escura será a sombra. Quanto mais identificação houver entre o que se representa no mundo mais repressão haverá em relação aos elementos que não se coadunam com tal representação.
"Os termos ânimus e ânima vão representar os arquétipos masculino e feminino, respectivamente, que se inserem no indivíduo em formação, dando-lhe as características da sua sexualidade afetiva e não necessariamente a biológica. 
Dessa forma, todos temos aspectos ânimus e ânima em nossa personalidade, havendo uma tendência para os homens serem mais ânimus e para as mulheres mais ânima." — João Carvalho Neto, 
A anima e o animus são arquétipos daquilo que, em cada sexo, é o inteiramente oposto. A anima constitui no homem as qualidades femininas, e o animus, na psique da mulher, as qualidades masculinas.
Howard S. Friedman / Miriam W. Schustack. Teorias da Personalidade: Da Teoria Clássica à Pesquisa Moderna

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