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DESIGN PARAMETRICO APLICADO AO PROJETO DE ESTRUTURA DO BAMBU

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XII INTERNATIONAL CONFERENCE ON GRAPHICS 
ENGINEERING FOR ARTS AND DESIGN 
 
 26 a 28 de outubro de 2017 
 
DESIGN PARAMÉTRICO APLICADO AO PROJETO DE 
ESTRUTURA DE BAMBU 
SILVA, Carolina Reghim 1 email: rs9carol@gmail.com; BIANCHI, Gislaine 2 
email:gbianchi.arq@gmail.com; DAVID, Priscilla3 
email:pridavid@gmail.com 
1Instituição – Universidade Paulista Unip 
2 Instituição – Universidade Paulista Unip 
3 Instituição – Universidade Paulista Unip 
 
Resumo 
O popular bambu é um material com alto potencial construtivo e empregado com 
versatilidade na construção civil. A execução de projetos de estruturas de bambu exige 
formas arquitetônicas complexas e não convencionais, para permitir o aproveitamento 
adequado da curvatura natural dos colmos. No entanto, o sistema de design 
convencional inviabiliza a criação e execução de formas arquitetônicas compatíveis, 
devido às complexas geometrias utilizadas. A técnica de design paramétrico, que 
utiliza sistemas de software para a obtenção de geometrias a partir de parâmetros, 
tem sido empregada como auxiliar na manifestação estética arquitetônica. Neste 
artigo, demonstra-se a tecnologia do design paramétrico como um facilitador na 
execução de projetos com estruturas de bambu. 
 
Palavras-chave: bambu, design paramétrico, Simón Vélez. 
Abstract / resumen / resumée 
The popular bamboo is a material with high constructive potential and employed with 
versatility in construction. Execution of projects with bamboo structures requires forms 
that are architecturally complex and unconventional, in order to allow adequate use of 
the natural curvature of the stems. However, conventional design system makes the 
creation and execution of compatible architectural forms impractical, due to the 
complex geometries used. The parametric design technique, which uses software 
systems to obtain geometries from parameters, has been used as an auxiliary in the 
architectural aesthetic manifestation. In this paper, the technology of parametric design 
is demonstrated as a facilitator in the execution of projects with bamboo structures. 
 
Keywords: bamboo, Parametric design, Simón Vélez. 
 
Graphica’2017: XII International Conference on Graphics Engineering for Arts and Design 
 
1 Introdução 
A Arquitetura sendo uma arte, uma técnica para organizar espaços e criar ambientes, 
caminha lado a lado com a evolução tecnológica. Com o advento dos softwares com 
plataforma BIM (Building Information Modeling – Modelagem de Informações da 
Construção) possibilitou aos profissionais da área “construir virtualmente”, de forma 
precisa e realista. Tornando possível a criação e execução de geometrias/formas 
arquitetônicas complexas, agregando maior eficiência ao projeto, o que no sistema de 
design convencional seria inviável. 
O bambu conhecido por sua flexibilidade. É um excelente material para a 
realização de projetos arquitetônicos com formas complexas com devido 
aproveitamento da curvatura natural de seus colmos. Para isso há necessidade de 
aplicar conhecimentos específicos de sua cadeia produtiva. Segundo Ghavami e 
Marinho (2003) deve-se analisar os processos de plantação, colheita, cura, tratamento 
e pós – tratamento. 
2 Objetivos 
A presente pesquisa tem como objetivo verificar e analisar o uso do design 
paramétrico para auxílio no projeto e execução de estruturas em bambu. 
3 Metodologia 
A metodologia de pesquisa basear-se-á na revisão bibliográfica de material publicado, 
tais como: artigos, livros, dissertações e teses. De acordo com Cervo et al. (2007), 
esta pesquisa se classifica como descritiva, pois a mesma analisa e descreve a 
utilização do design paramétrico para a representação gráfica de projetos com bambu. 
Busca-se nas referências bibliográficas dados que comprovem a eficiência da 
representação gráfica em detalhes técnicos do projeto. Facilitando o projetista 
representar suas ideias, mesmo aquelas que tenham formas mais complexas. 
A mesma divide-se em três etapas: 
 Na primeira parte verifica-se conceitos e definições sobre design 
paramétrico, história e função. 
 A segunda parte é um relato da experiência do Arquiteto Colombiano 
Simón Vélez com as estruturas em bambu, bem como o conceito dessas 
estruturas, uso do bambu na construção civil ao longo da história e sua 
relação com o tema sustentabilidade. 
 Na terceira parte, discute-se a melhoria sistêmica no processo de projeto 
ao utilizar softwares capazes de criar formas parametrizadas, afim de 
demonstrar a complexidade e eficiência. 
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3.1 Design Paramétrico 
O design paramétrico em Arquitetura é uma renovação no modo de projetar e 
construir. Um salto evolutivo no processo de execução de um projeto arquitetônico, 
utiliza-se da tecnologia de softwares que transformam dados e parâmetros em formas 
geométricas (FLORIO, 2009). 
Essas interfaces gráficas possibilitam ao profissional visualizar, no decorrer do 
processo de execução do projeto: interferências, pontos de desgaste do material e a 
lista completa de materiais utilizados, otimizando o tempo de execução e o desperdício 
no canteiro de obras (FLORIO, 2009). 
Ressaltando a importância de visualizar o que se projeta temos os autores Schön 
e Wiggins (1992) afirmando que projeto é uma interação de fazer e ver, fazer e 
descobrir. [...] os conceitos dos arquitetos mudam de acordo com aquilo que eles 
estão vendo. (SCHÖN; WIGGINS, 1992). 
Por conseguinte temos a modelagem paramétrica como uma ferramenta de 
fundamental importância para o projeto arquitetônico. 
Florio (2009) complementa dizendo que a modelagem paramétrica torna-se uma 
poderosa ferramenta digital, para explorar diferentes configurações geométricas em 
projetos. 
Entretanto, a obtenção de combinações e de variações por meio da modelagem 
paramétrica exige um pensamento lógico, associativo e explícito sobre processos 
interativos (HARDY, 2011). O autor informa que existe a possibilidade de integração 
entre produção analógica e digital. Ressalta que a linguagem e a estrutura de um 
software para modelagem paramétrica requer do projetista um pensamento claro e 
objetivo, especificando as relações e interdependências entre os diversos elementos 
do modelo. 
O design paramétrico é uma metodologia recente, difundida nos anos 2000, veio 
como aliada auxiliando na manifestação estética arquitetônica. 
Pesquisas publicadas no Congresso SIGRADI-Congresso Iberoamericano de 
Gráfica Digital, entre os anos de 2004 a 2016, evidenciam a importância do design 
paramétrico no processo de projeto de arquitetura. 
Intensificando o uso do design paramétrico temos Rogers (2001) afirmando: 
curvas e superfícies são representadas matematicamente, ou explicitamente, ou 
implicitamente, ou ainda parametricamente. 
Arquitetos internacionais como Jürgen Mayer H. (Metropol Parasol – Fig. 02), 
Zaha Hadad (Baku Cultural Center – Fig. 01), BIG (Serpentine Pavilion), Herzog & de 
Meuron (Birds Nest – Fig. 03), Norman Foster (The Gherkin), Santiago Calatrava 
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(Turning Torso), entre outros, utilizam desta tecnologia para a execução do projeto 
arquitetônico (FLORIO, 2009). Nas figuras 01, 02 e 03 pode-se observar o design 
inovador e formas arquitetônicas complexas. 
Fig.01 Baku Cultural Center – Zaha Hadid Fig.02 Metropol Parasol – Jürgen Mayer H. 
 
Fonte: Penalva, 2017 Fonte: Penalva, 2017 
Fig.03 Birds Nest – Herzog & de Meuron 
 
Fonte: Penalva, 2017. 
No Brasil, alguns escritórios de arquitetura fazem uso dessa plataforma de 
trabalho, como exemplo,pode-se citar Aflalo & Gasparini Arquitetos de São Paulo que 
iniciou o processo de migração para o BIM em 2005, Estúdio 41 Arquitetura de 
Curitiba/PR, ADDOR & ASSOCIADO de São Paulo, entre outros. 
Desta forma, compreende-se que o design paramétrico dentro do processo 
projetual arquitetônico pode ser utilizado tanto para formas simples ou complexas. A 
rastreabilidade do processo torna-se eficaz pois todo o histórico encontra-se na 
mesma plataforma de trabalho, o processo de execução é mais detalhado, otimizando 
tempo de execução da obra. 
3.2 Estruturas de Bambu 
O bambu é uma gramínea lenhosa ou arborescente do gênero Bambusa, Arundinária, 
Dendrocálamo e relacionado, largamente distribuídas por todo o globo terrestre, 
principalmente nas regiões tropicais e subtropicais dos dois hemisférios (PEREIRA; 
BERALDO, 2008). Com esta citação os autores demonstram a qual família de plantas 
o bambu pertence e principais regiões onde o encontramos. Nota-se que o bambu 
pode ser encontrado com facilidade. 
Encontrado abundantemente no mundo inteiro, o popular bambu torna-se um 
material com alto potencial construtivo. É de fácil manejo (pouco investimento no solo 
e adaptabilidade ao clima), crescimento rápido, apresenta elevada resistência 
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mecânica, peso específico muito baixo, extraordinária capacidade de vencer grandes 
vãos. 
Como qualquer produto de origem vegetal está suscetível ao ataque de insetos, 
problema que pode ser resolvido no processo de cura e tratamento. Apresenta certa 
variação de acordo com a umidade e problemas com a padronização e conicidade dos 
colmos. Constantemente pesquisadores procuram melhorar a tecnologia do bambu 
para facilitar e difundir seu uso em estruturas. 
Do ponto de vista da sustentabilidade na construção civil as vantagens do bambu 
são muitas: sequestra altas taxas de carbono, não necessita de replantio, cresce 
rápido, substitui a madeira, o plástico e metais. 
Para garantir total sustentabilidade é necessário cuidados no momento do plantio, 
extração na mata, com o processo de tratamento do bambu que utiliza elementos 
químicos para aumentar sua durabilidade. 
O bambu pode ser a madeira do século 21, pois contribui para uma arquitetura 
sustentável e sua durabilidade é superior a 40 anos (PEREIRA; BERALDO, 2008). 
Prosseguindo com o contexto da substituição da madeira outros dois autores 
fazem referência ao tema. 
Segundo Morado (1994), o bambu é uma excelente opção para substituir a 
madeira. É uma planta com rápido crescimento, ao contrário da madeira, chegando 
apresentar 25 centímetros por dia, sendo possível em 40 dias ter o seu crescimento 
completo e em 3 anos estar com o processo de “lignificação” e “silidificação” iniciado. 
Ao analisar a cadeia produtiva da madeira, considerando o tempo necessário para 
seu cultivo, à mão-de-obra necessária e os custos gerados, o uso do bambu torna-se 
mais interessante (RUBIO LUNA, 2007). 
Desta forma, pode-se afirmar que o bambu apresenta características importantes 
que o tornam um bom elemento estrutural para a construção civil. 
Os asiáticos, tradicionalmente, fazem uso do bambu na arquitetura. Na Índia, 
temos um referencial na arquitetura que é o palácio Taj Mahal, com sua cúpula em 
forma de bulbo de flor de lótus, construída originalmente em estrutura de bambu, 
curvado com a tecnologia herdada dos arcos da civilização Veda. Em uma de suas 
reformas teve parte da sua estrutura milenar de bambu substituída por aço (PEREIRA; 
BERALDO, 2008). 
A aplicação do bambu no continente asiático é diversificada, encontram-se em 
construções de casas, na confecção de utensílios domésticos, implementos agrícolas, 
na alimentação humana, medicamentos, entre outros (RECHT; WETTERWALD, 
1994). Os autores evidenciam que o uso do bambu é milenar e empregada nos dias 
atuais. Pontuam diferentes usos em diversas áreas. 
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No Brasil, o uso do bambu é conhecido na fabricação de móveis e cercas. Na 
América Latina, existem alguns países que utilizam o bambu como elemento estrutural 
na construção de edificações como Peru, Equador, Costa Rica e Colômbia. A Costa 
Rica vem se destacando com construções de baixo custo. Na Colômbia, temos Simón 
Velez com um uso amplo desse material (PEREIRA; BERALDO, 2008). Segundo o 
autor, no continente americano o bambu é pouco difundido, muitas vezes subutilizado. 
Seu uso está alcançando prestígio com as obras arquitetônicas do arquitetos 
colombiano Simón Velez. 
Nascido em Manizales, uma cidade no centro-oeste da Colômbia em 1949. Filho e 
neto de arquitetos, em 1975 começou a estudar a mesma disciplina na Universidade 
dos Andes, em Bogotá, concluindo o curso em 1980 (POSADA, 2014). 
Após a universidade começou a investigar elementos de construção, manifestando 
grande interesse pelo bambu. Começou a construir casas, prédios e igrejas, não só na 
Colômbia como também no mundo todo. A espécime de bambu usada em suas 
construções é da espécie Guadua agustifólia, cresce em grande quantidade na região 
andina da Colômbia (POSADA, 2014). 
Seu estilo, não convencional, longe das estruturas modernas, segue a influência 
do seu avô e inspira-se na parte da estrutura de bambu do biplano 14bis projetado por 
Albert Santos Dumont em 1906 (POSADA, 2014). 
Simón executou edificações em bambu na Alemanha, França, EUA, Brasil, 
México, China, Jamaica, Colômbia, Panamá, Equador e Índia. Em 2006 recebeu um 
prêmio honorário de Análise e Planejamento pela Sociedade Americana de Arquitetos 
Paisagistas. 
Para Simón, o bambu é um material arquitetonicamente mais “inteligente” do que 
a madeira, pois não concentra sua estrutura em seu eixo, já que é um elemento oco. 
Segundo o arquiteto, o bambu não leva vantagem apenas sobre a madeira, mas 
também sobre o aço na relação peso/resistência (POSADA, 2014). 
Em parceria com o também arquiteto Marcelo Villegas desenvolveram novos 
métodos, técnicas e sistemas de apoio estrutural aperfeiçoando o uso do bambu, 
transformando o material vegetal num produto competitivo para o mercado da 
construção civil. 
Velez pesquisou a arquitetura vernacular da Indonésia com seus enormes 
telhados para aplicá-la em seus projetos. Como em seu país chove muito, inicia o 
projeto pelas coberturas depois pensa no demais. 
Não faz muito uso de concreto em suas obras, prefere trabalhar com a 
bioconstrução. 
Fig.04 – Croqui Ponte Jenny Garzón construída na Fig.05 – Croqui Tolhuistuin Bamboo 
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cidade de Santa Fé de Bogotá Podium, Amsterdam, Holanda. 
 
Fonte: Velez, 2015 Fonte: Velez, 2015 
Fig.06 – Igreja em Pereira, na Colômbia 
Fig.07 – Nomadic Museum Zócalo na 
Cidade do México 
 
Fonte: Velez, 2015 Fonte: Velez, 2015 
 
Os croquis relacionados nas figuras 04 e 05 são do arquiteto Simón Velez, nota-se 
a dificuldade de compreensão do projeto representado em um desenho 2D. 
As figuras 06 e 07 são exemplos de projetos construídos com estrutura de bambu 
pelo arquiteto Simón Velez. Observa-se um estilo e uma estética arquitetônica não 
convencionais. 
4 Desenvolvimento e discussão 
Para se construir com bambu é necessário analisar os aspectos que cada espécie 
apresenta e suas propriedades específicas. Segundo Janssen (1995), essas 
propriedades se relacionam com as dimensões: 
 Altura do colmo (que permanecerá a mesma durante toda a vida do bambu); 
 A parte útil do comprimento do colmo (já que o diâmetro da parte inferior da 
planta é diferente da superior, poisbambus são ligeiramente cônicos); 
 A espessura das “paredes”; 
 A altura dos internos; e 
 O diâmetro da parte externa no topo e na parte inferior. 
Continuando com a descrição, salienta observar: a linearidade do colmo, as 
propriedades mecânicas, a durabilidade natural e o tratamento. 
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Conforme Pereira e Beraldo (2008), o colmo não possui raios, o que facilita o corte 
longitudinal e ainda apresenta peculiaridades: curiosamente o bambu carrega algumas 
particularidades únicas, tais como o fato de seus brotos se alongarem continuamente 
de 20 a 100cm por dia, o de sua floração e consequente produção de sementes ser 
um fenômeno raro, o de apresentar colmos com design que alivia leveza, flexibilidade 
e resistência mecânica, entre outros. 
O processo de colheita do bambu deve ser realizado após a observação do 
estágio de amadurecimento do colmo, que tem uma média de duração de três a quatro 
anos. Isso se faz necessário para estabilizar as propriedades mecânicas da planta. 
Deve ser realizado de maneira racional, pensando a que destinação será dada. De 
acordo com Van Leguen (2004), o corte deve ser realizado no período de inverno, 
quando há menos insetos, deve ser feito a uns 20cm do solo para evitar a retenção de 
água, impedindo criações indesejadas. 
O seu uso na construção civil, segundo Van Leguen (2004), pode ser empregado 
de várias maneiras, por exemplo: 
a) Fundação: para uma melhor durabilidade, o bambu não deve ter contato com o 
solo (em razão de umidade) e, portanto, normalmente, são utilizadas fundações em 
pedra, concreto ou tijolo (JASSEN, 1995). 
b) Estrutura: deve-se tomar cuidado especial durante a sua montagem, com as 
junções que geralmente são feitas por pinos, conectores metálicos ou tarugos de 
madeira (PEREIRA; BERALDO, 2008); ou ainda por amarras com cipós ou cordas 
(VAN LEGUEN, 2004); 
c) Vedação: existem diferentes formas de fechamento em bambu, como em 
vedações de bambus dispostos lado-a-lado, tanto vertical como horizontalmente; 
bambus achatados; diferentes tecelagens feitas com tiras de bambu; e em paredes 
bajareque ou bahareque, as quais consistem em associações com barro (JASSEN, 
1995). 
As aplicações citadas são melhor avaliadas através do design paramétrico. 
Como exemplo de softwares que executam o design paramétrico pode-se citar: o 
Revit, ArchiCad, Sketchup e Grasshopper. Os quais se introduzidos na universidade, 
poderão auxiliar alunos de Arquitetura a executarem projetos em bambu com precisão, 
o que muitas vezes é de difícil obtenção por sua alta complexidade e portanto acaba 
não sendo executado. 
É imprescindível que os alunos sejam sensibilizados a preocupar-se com a 
viabilização técnica de suas proposições – que, hoje, ainda se situam no campo da 
novidade – agora auxiliados pela informatização dos processos de design de 
fabricação (DUNN, 2012). Segundo o autor, faz-se necessário incorporar novos 
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conhecimentos no ensino-aprendizagem de arquitetura com reflexão e crítica. 
Conciliar novas tecnologias e processos artesanais enriquece a aquisição de 
conhecimentos. 
5 Conclusão 
O bambu sendo um material flexível, com boa elasticidade, possibilita o 
desenvolvimento e execução de geometrias arquitetônicas complexas. 
Pretende-se com o resultado desta pesquisa demonstrar que a tecnologia do 
design paramétrico é um facilitador na execução de projetos com estruturas de bambu. 
Embora esta pesquisa ainda necessite de maior desenvolvimento, é possível 
demonstrar que a utilização do design paramétrico nas universidades, pode fazer com 
que as técnicas de projeto em bambu tenham maior aceitação, acarretando na maior 
utilização dessa matéria prima sustentável. 
Além dessas características, vale ressaltar o apelo estético e a liberdade de 
criação que o mesmo oferece ao arquiteto ou aluno de arquitetura, diminuindo a 
desistência do uso de formas complexas simplesmente pelo fato de não conseguir 
representá-las. 
As figuras 08, 09 e 10 são exemplos de projetos arquitetônicos executados com 
softwares de design paramétrico. 
Fig.08 – Vertigo, arranha-céu de bambu. 
Singapura 
Fig.09 – Centro Comercial Gastronômico de 
Coatepec Veracruz, México 
 
Fonte: Kasac & Kudasikova, 2014 Fonte: Munhoz, 2016 
Fig.10 – Casa de bambu, Porto Príncipe, Haiti. 
 
Fonte: ASVA (Amat & Saint-Val Architects), 2017. 
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Agradecimentos 
Agradeço a todas as pessoas que colaboraram com este trabalho, entre elas, 
especialmente, as professoras Gislaine Bianchi e Priscilla David pelos momentos de 
orientação e aprendizado. Ao professor Me. Wilson Barbosa Alves pelo empenho na 
realização do evento. 
À direção da Unip pelo incentivo e preocupação constante com seus alunos. 
À minha família que me incentivou em todos os momentos. 
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