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15 Resumo Processo Civil - Aula 15 (10.08.2011) - Leitura

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Processo Civil 
Data: 10/08/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 
www.enfasepraetorium.com.br 
 
 
Assuntos tratados: 
1º Horário. 
� Fase Ordinatória / Saneamento / Possibilidades Conciliatórias com o Poder 
Público / Teoria geral da prova / Conceito de Prova / Conceito de Meio, Fonte, 
Objeto e Ônus da Prova / Iniciativa Probatória do Magistrado / Natureza 
Jurídica da Prova / Objeto da Prova / Fatos Notórios 
2º Horário. 
� Prova do Direito / Ônus da Prova / Inversão do Ônus da Prova / Inversão 
Convencional / Inversão Decorrente das Presunções Relativas / Inversão 
Judicial / A Presunção e a Prova 
 
1º Horário 
 
FASE ORDINATÓRIA 
 
1. Saneamento 
Vimos que o despacho saneador representa a concentração de toda a atividade 
saneatória do magistrado, a qual se desenvolve no curso de todo o processo. 
Deve-se perceber que o despacho saneador não gera preclusão ao magistrado, 
o qual pode reconhecer nulidades absolutas mesmo que não as tenha verificado num 
primeiro momento. Ocorre que, STF e STJ não entendem mais assim, dizendo que o 
despacho saneador transita em julgado. Porém, isso é equivocado, pois é apenas o 
trânsito em julgado que convalida as irregularidades no processo civil, devendo-se 
ressaltar ainda o cabimento da rescisória. 
O “despacho” saneador, que na verdade é uma decisão interlocutória, só 
existirá se não houver a audiência preliminar. Se houver audiência, o despacho será 
proferido em decisão na própria audiência. 
A audiência deve-se chamar preliminar e não de conciliação, porque não se 
busca apenas a conciliação das partes, mas também a tomada das providencias que 
constam no despacho saneador: fixar os pontos controvertidos, fixar as provas a serem 
produzidas e declarar saneado o feito. 
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 Processo Civil 
Data: 10/08/2011 
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Cabe observar que não haverá audiência de conciliação quando de antemão o 
juiz souber ser inviável a conciliação, como no caso de direitos indisponíveis. Mas, não 
há impossibilidade de conciliação quando o Poder Público seja parte no processo. 
 
2. Possibilidades Conciliatórias com o Poder Público 
a. A lei autoriza todas as possibilidades conciliatórias em processos de 
competência dos Juizados Especiais Federais, conforme Lei 10.259, art. 10, parágrafo 
único. 
Lei 10.259/01, Art. 10, Parágrafo único. Os representantes judiciais da União, 
autarquias, fundações e empresas públicas federais, bem como os indicados na 
forma do caput, ficam autorizados a conciliar, transigir ou desistir, nos processos 
da competência dos Juizados Especiais Federais. 
b. A lei complementar 73/93, junto com a Lei 9.469/97, arts. 1º e 2º, 
autorizam que o Advogado-Geral da União e os dirigentes máximos de autarquias, 
fundações e empresas públicas autorizem internamente a realização de acordos para 
encerrar litígios de até 500 mil reais. Trata-se de alteração recentemente promovida 
pela Lei 11.941/09, daí sua provável abordagem em prova. 
LC 73/93, Art. 4º - São atribuições do Advogado-Geral da União: 
 VI - desistir, transigir, acordar e firmar compromisso nas ações de interesse da 
União, nos termos da legislação vigente; 
Lei 9.469/97, Art. 1o O Advogado-Geral da União, diretamente ou mediante 
delegação, e os dirigentes máximos das empresas públicas federais poderão 
autorizar a realização de acordos ou transações, em juízo, para terminar o litígio, 
nas causas de valor até R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). (Redação dada pela 
Lei nº 11.941, de 2009) 
 § 1o Quando a causa envolver valores superiores ao limite fixado neste 
artigo, o acordo ou a transação, sob pena de nulidade, dependerá de prévia e 
expressa autorização do Advogado-Geral da União e do Ministro de Estado ou do 
titular da Secretaria da Presidência da República a cuja área de competência 
estiver afeto o assunto, ou ainda do Presidente da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, de Tribunal ou Conselho, ou do 
Procurador-Geral da República, no caso de interesse dos órgãos dos Poderes 
Legislativo e Judiciário, ou do Ministério Público da União, excluídas as empresas 
públicas federais não dependentes, que necessitarão apenas de prévia e expressa 
autorização de seu dirigente máximo. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 § 3o As competências previstas neste artigo podem ser delegadas. (Incluído 
pela Lei nº 11.941, de 2009) 
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 Processo Civil 
Data: 10/08/2011 
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Lei 9.469/97, Art. 2o O Procurador-Geral da União, o Procurador-Geral Federal e 
os dirigentes máximos das empresas públicas federais e do Banco Central do Brasil 
poderão autorizar a realização de acordos, homologáveis pelo Juízo, nos autos do 
processo judicial, para o pagamento de débitos de valores não superiores a R$ 
100.000,00 (cem mil reais), em parcelas mensais e sucessivas até o máximo de 30 
(trinta). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 § 1o O valor de cada prestação mensal, por ocasião do pagamento, será 
acrescido de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de 
Liquidação e de Custódia – SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, 
calculados a partir do mês subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao 
do pagamento, e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que o 
pagamento estiver sendo efetuado. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
§ 2º Inadimplidaqualquer parcela, pelo prazo de trinta dias, instaura-se-á o 
processo de execução ou nele prosseguir-se-á, pelo saldo. 
c. A mesma lei exige autorização específica desses dirigentes para 
encerramento de processo cujo valor supere 500 mil reais. 
d. O Advogado-Geral da União, o Procurador-Geral Federal e o Procurador-
Geral da União, bem como os dirigentes máximos das autarquias podem determinar a 
feitura de acordos para pagamento de dívidas de até 100 mil reais em até 30 parcelas 
mensais. 
Não há violação à ordem cronológica dos precatórios, porque não se trata de 
débito decorrente de condenação judicial e fazendo-se em acordo, não há 
condenação, no máximo homologação judicial. 
e. Os mesmos dirigentes podem determinar internamente a não 
propositura de ações de cobrança ou mesmo a desistência de ação ou recurso de 
valores que não cubram os custos de administração e cobrança da dívida. 
Valo observar que a lei fixava um valor determinado para tanto, que 
correspondia a 1.000 reais, mas hoje não se fala em um valor específico, o que faz 
presumir a necessidade de realização de conta internamente pelo órgão, a fim de 
analisar o custo benefício, podendo-se fixar o valor por ato normativo interno. 
Os juízes, sobretudo os federais, muito comumente, extinguiam de ofício 
execuções fiscais de valores pífios por falta de interesse de agir. Diante disso, o STJ 
editou recentemente a Súmula 452, que impede que o juiz atue de ofício na extinção 
de ações que visam a cobrança de créditos de pequeno valor. 
Súmula 452 do STJ - A extinção das ações de pequeno valor é faculdade da 
Administração Federal, vedada a atuação judicial de ofício. 
 
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 Processo Civil 
Data: 10/08/2011 
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TEORIA GERAL DA PROVA 
 
1. Conceito de Prova 
O conceito de prova não é algo fácil de se fixar. 
A prova pode ser tida como a atividade de demostrar, o que se confundiria com 
os meios de prova. Prova também pode ser lida como resultado de uma atividade. 
Chiovenda diz que a lei traz uma vontade abstrata e a sentença concretiza essa 
vontade da lei, além disso todo processo tem um termo inicial (demanda – petição 
inicial) e um termo final (sentença – concessão da tutela). Entre esses dois extremos, 
se desenvolvem diversas atividades processuais que visam a aplicação da vontade 
concreta da lei pelo juiz. A prova tem a mesma finalidade de todos os demais 
argumentos retóricos que visam convencer o juiz de quem tem a razão no processo, 
para que ele aplique a vontade concreta da lei. 
Surge aqui o problema da busca da verdade no processo, o que vem sendo 
revisto pelos nossos melhores doutrinadores. 
Não há mais sentido na diferenciação entre verdade formal e verdade material. 
Costumava-se falar que o processo civil contenta-se com a verdade formal e o 
processo penal busca a verdade material, o que já é ultrapassado. 
Para se dizer o verdadeiro destino dessa busca, deve-se fazer uma análise 
histórica. 
A busca da verdade no processo não segue o paradigma do objeto vigente na 
filosofia aristotélica e que de há muito foi substituído pelo paradigma do observador, 
segundo o qual o observador participa da construção da realidade. Os avanços 
científicos comprovaram as novas correntes filosóficas, principalmente através da 
Teoria da Relatividade de Einstein e da Física Quântica, culminando com a elaboração 
do Princípio da Incerteza de Heizemberg. 
Os principais cientistas do mundo concordam com Miguel Nicolelis ao dizer que 
o nosso cérebro cria simulações, não se vivendo a realidade. Vamos testando modelos, 
sendo que o modelo de uma pessoa será sempre distinto de outra. Nesse sentido, 
percebe-se que toda verdade é formal, sendo muita pretensão pretender se alcançar a 
verdade material. 
A verdade resultaria sim de um consenso discursivo e a prova no processo seria 
mais um argumento retórico tendente ao convencimento do magistrado na formação 
desse consenso. 
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 Processo Civil 
Data: 10/08/2011 
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Por isso, Miguel Reale falava em quase verdade. Pode-se falar em verdade 
processualmente válida, que é aquela que resulta de um processo que respeita as 
normas legais e processuais (devido processo legal). 
Com tudo isso, percebe-se que o devido processo legal confere às partes um 
direito à prova, afinal se tem normas constitucionais que conferem às partes ampla 
defesa e contraditório e normas infraconstitucionais que permitem a produção de 
provas que sequer estejam tipificadas em lei. 
 
2. Conceito de Meio, Fonte, Objeto e Ônus da Prova 
2.1. Meios de Prova 
É a técnica destinada a atuar sobre as fontes da prova para delas extrair o 
conhecimento de fatos relevantes para a causa. Ex: Inquirição de testemunhas, perícia, 
feitura de inspeção judicial, etc. 
 
2.2. Fonte 
Fonte de prova é elemento externo ao processo, são pessoas ou coisas que se 
submetem aos meios de prova. Ex: A pessoa que vai depor como testemunha. 
 
2.3. Objeto 
Objeto da prova são afirmações de fatos relevantes para o julgamento da 
causa. 
 
2.4. Ônus da prova 
Ônus da prova é a distribuição do encargo da atividade probatória e o 
estabelecimento de consequências para o mau desempenho desse encargo ou para a 
falta de prova suficiente. 
 
3. Iniciativa Probatória do Magistrado 
A regra clássica, baseada em uma visão privatista do processo, e que tem por 
pano de fundo a garantia da imparcialidade do magistrado, é a de que a atividade 
probatória cabe exclusivamente às partes, cabendo ao juiz apenas apreciar as provas 
produzidas. 
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 Processo Civil 
Data: 10/08/2011 
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Mas, o processo é forma de exercício da jurisdição, função fundamental do 
Estado, cujo objetivo fundamental é o atingimento do bem comum. Para tanto, o juiz 
deve preocupar-se em julgar bem, suprir a hipossuficiência e a desigualdade das partes 
e tutelar direitos indisponíveis. Assim, a fórmula ideal do ativismo judicial dessa visão 
publicista do processo é a seguinte: 
A atividade probatória cabe inicialmente às partes, mas o juiz pode determinar 
a produção de provas de ofício (art. 130 do CPC) para complementar tal atividade, 
sempre que o processo trate de direitos indisponíveis ou quando se perceba a 
hipossuficiência de uma das partes no processo ou ainda quando exaurida atividade 
probatória das partes o juiz verificar a necessidade de produção de prova específica 
considerada fundamental para o seu esclarecimento, além de todas as hipóteses 
expressamente previstas na lei, que são: 
Art. 130. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as 
provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou 
meramente protelatórias. 
a. Depoimento pessoal das partes. 
Art. 342. O juiz pode, de ofício, em qualquer estado do processo, determinar o 
comparecimento pessoal das partes, a fim de interrogá-las sobre os fatos da 
causa. 
b. Inquirição de testemunhas referidas. 
Art. 418. O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte: 
I - a inquirição de testemunhas referidas nas declarações da parte ou das 
testemunhas; 
c. Determinação de nova perícia quando insatisfatória a perícia anterior. 
Art. 437. O juiz poderá determinar, de ofício ou a requerimento da parte, a 
realização de nova perícia, quando a matéria não Ihe parecer suficientemente 
esclarecida. 
d. Inspeções judiciais. 
Art. 440. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do 
processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato, que 
interesse à decisão da causa. 
 
4. Natureza Jurídica da Prova 
Resta saber se a prova tem natureza processual ou material. A prova não é 
instituto de direito material, pois a prova se faz no curso processo. Mas, a fonte de 
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prova e o ônus da prova são instituto de natureza bifronte, pois bebem tanto no 
direito material como no direito processual. 
Quando se fala que prova é instituto bifronte, estar-se-á entendendo prova 
num sentido amplo. 
 
5. Objeto da Prova 
O objeto da prova é o conjunto das alegações fáticas controvertidas relevantes 
para a causa, que não sejam sobre fatos notórios ou presumidos. 
Para se saber se um fato é relevante ou não para o processo, deve-se analisar a 
petição inicial, a fundamentação e o pedido do mesmo. 
Porém, algumas alegações fáticas relevantes, ainda que não controvertidas, 
serão objeto de prova, enquanto que algumas alegações fáticas relevantes e 
controvertidas não serão objeto de prova. 
As alegações controvertidas que não precisam ser provadas são as que dizem 
sobre fatos notórios e presumidos. 
As alegações que apesar de não controvertidas continuam sendo objeto de 
prova no processo são as que não admitem confissão, aquelas para as quais a lei exija 
instrumento público como prova do ato (ex: certidão de registro de bem imóvel e ação 
de estado) e os fatos não verossímeis. Nesses casos, ainda que não sejam 
controvertidos, o juiz não precisa aceitá-los como verdadeiros, devendo de ofício 
determinar a atividade probatória, ainda que o réu se mostre revel, por exemplo. 
As presunções são tema de grande relevância em provas e serão abordadas 
mais adiante. 
 
5.1. Fatos Notórios 
Fato notório não é mero boato, mas fato de conhecimento geral. O fato 
notório é de conhecimento geral que pode ser setorizado e o juiz pode exigir a prova 
da notoriedade. 
Doutrina majoritária entende que a notoriedade tem que ser contemporânea 
ao julgamento da causa, não podendo se referir a um período da história. Da mesma 
maneira que o juiz pode exigir a prova da notoriedade por a questão se referir a grupo 
específico, pode o juiz pedir prova de notoriedade própria de uma época específica. 
Porém, outra parte da doutrina entende que a contemporaneidade não é exigida. 
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 Processo Civil 
Data: 10/08/2011 
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O STJ tem receio em declarar alguns fatos como notórios, tendo em vista as 
possíveis consequências maléficas que isso pode gerar para a parte: 
2. O horário de funcionamento das agências lotéricas no Estado de Minas 
Gerais e a possibilidade de recebimento de guias expedidas pelo Poder 
Judiciário mineiro por essas mesmas agências não podem ser considerados 
fatos notórios, na medida em que não são fatos públicos, amplamente 
divulgados, e que, por isso, não devem ser conhecidos. (AgRg no REsp 865452 / 
MG DJ 26/03/2007 p. 241) 
O STJ já reconheceu que a notoriedade pode ser setorizada, podendo não ser 
conhecida paraum cidadão humilde, mas conhecida para um especialista. 
CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO DE EXECUÇÃO. EMBARGOS DO DEVEDOR. COMPRA E 
VENDA EM MOEDA ESTRANGEIRA DE APARELHO DE ULTRASSONOGRAFIA 
IMPORTADO. NOTAS PROMISSÓRIAS. RECURSO ESPECIAL. 
PREQUESTIONAMENTO INSUFICIENTE. COBRANÇA COM VALOR ATRELADO AO 
DÓLAR NORTE-AMERICANO. CONVERSÃO PARA REAIS. POSSIBILIDADE. 
MATÉRIA DE FATO. INTERPRETAÇÃO DE CONTRATO. ONEROSIDADE EXCESSIVA 
PARCIALMENTE RECONHECIDA. DECRETO-LEI N. 857/1969; LEI N. 9.065/1995; 
CDC, ART. 6º, V. SÚMULAS N. 282 E 356-STF, 5 E 7-STJ. 
I. A insuficiência de prequestionamento impede o exame do recurso especial 
em toda a extensão pretendida pela parte. 
II. Possível o ajuizamento concomitante da execução de notas promissórias 
contra a devedora principal e seus avalistas, não se configurando, à falta de 
manifestação expressa da credora, renúncia de direitos em relação aos garantes. 
III. "A simples interpretação de cláusula contratual não enseja recurso 
especial" (Súmula 5/STJ). 
IV. "A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial" 
(Súmula 7/STJ). 
V. Constitui fato notório a variação diária da cotação da moeda norte-americana. 
VI. Possível o atrelamento à variação cambial de operação de compra e 
venda de equipamento médico importado. 
VII. Onerosidade excessiva parcialmente configurada ante a expressiva e 
repentina valorização do dólar ocorrida a partir de 19 de janeiro de 1999, ante a 
mudança de critérios adotada pelo Banco Central do Brasil, a determinar a 
redução, à metade, do índice de reajuste, no caso dos autos, até a data de 
ajuizamento da ação de execução, mantida, todavia, a higidez da cláusula, 
cuja aplicação fica mitigada, ante os ditâmes do art. 6º, inciso V, do CDC. VIII. 
Recurso especial conhecido em parte e, nessa parte, parcialmente provido. 
(RESP - RECURSO ESPECIAL – 598342 DJE DATA:15/03/2010) 
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 Processo Civil 
Data: 10/08/2011 
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2º Horário 
 
5.2. Prova do Direito 
Em um nível básico, não são somente os fatos que são objetos de provas no 
processo, pode o juiz pedir a prova do direito nos casos do art. 337. 
Art. 337. A parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou 
consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o determinar o juiz. 
Porém, a melhor doutrina entende que o juiz não pode pedir a prova do direito 
do município ou do seu estado em que atua. 
A prova do direito municipal ou estadual se dá por cópia da norma publicada no 
Diário Oficial, conforme a lei, mas hoje se admite a mera indicação do site. 
A prova do direito estrangeiro se dá por doutrina autorizada, publicação oficial 
ou parecer de jurisconsulto de renome. O direito consuetudinário é o direito dos 
costumes, provando-se por acentos que dele se fazem nos órgãos de Registro de 
Comércio (Junta Comercial). 
Nos termos da lei, contratos de valores superiores a 10 salários mínimos só se 
provam por escritos. Porém, em determinadas regiões tem-se o costume de firmá-lo 
oralmente. Há acórdão da Min. Nancy Andrighi no sentido de que nem sempre pelo 
acento se prova o direito consuetudinário, tendo o STJ admitindo inclusive a prova 
testemunhal como apta a provar os costumes. 
 
6. Ônus da Prova 
Já vimos o conceito básico de ônus da prova, que é a distribuição do encargo 
probatório. 
Marinoni observa que mais que o ônus de provar, as partes têm o ônus de 
afirmar os fatos, sendo isso por vezes mais relevante, como no caso do fato notório. 
Ônus significa peso, um encargo. 
A regra básica de distribuição do ônus da prova está no art. 333 do CPC. 
Art. 333. O ônus da prova incumbe: 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do 
direito do autor. 
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 Processo Civil 
Data: 10/08/2011 
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Parágrafo único. É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da 
prova quando: 
I - recair sobre direito indisponível da parte; 
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
Chiovenda salienta que a regra básica é a regra do interesse, pois cada parte 
prova os fatos que tiver interesse de provar, sendo isso demonstrado no dispositivo 
supra. Cabe observar que não só as partes, mas também terceiros intervenientes tem 
o ônus probatório, como no caso do assistente e do denunciado à lide. 
A lei traz outras regras específicas de distribuição do ônus da prova. O CC tem 
uma série de dispositivos interessantes sobre o assunto. 
Por exemplo, quando alguém alega a falsidade da assinatura do documento, 
quem deve provar a veracidade é quem assinou. 
CC, Art. 389. Incumbe o ônus da prova quando: 
I - se tratar de falsidade de documento, à parte que a argüir; 
II - se tratar de contestação de assinatura, à parte que produziu o documento. 
Outro caso é aquele em que, diante de credor incapaz, tem-se o chamado ônus 
probatório robustecido, devendo-se provar que o incapaz usufruiu do benefício. 
CC, Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a 
um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga. 
Mais um exemplo é da obrigação de entregar coisa certa, em que, havendo 
perecimento da coisa, o réu deve demonstrar para escapar da condenação que a coisa 
pereceu por caso fortuito ou força maior e que o perecimento teria ocorrido de 
qualquer maneira, pelo que se vê que o ônus é do réu. 
CC, Art. 642. O depositário não responde pelos casos de força maior; mas, para 
que lhe valha a escusa, terá de prová-los. 
Cabe salientar que tais não são casos de inversão do ônus da prova, mas regrasdistintas daquela do art. 333 do CPC. 
 
6.1. Inversão do Ônus da Prova 
De acordo com a doutrina, existem três formas de inversão do ônus da prova. 
 
6.1.1. Inversão Convencional 
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 Processo Civil 
Data: 10/08/2011 
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O art. 333 do CPC admite a inversão convencional, aquela realizada pelas 
partes. Tal pode ocorrer no curso do processo ou fora dele, por instrumento público ou 
particular. 
O juiz deve controlar seus limites, não devendo admitir a inversão em 
processos que tratem de direitos indisponíveis. O juiz também deve controlar possíveis 
vícios de vontade no acordo de inversão. 
Além disso, o juiz não irá admitir a inversão se concluir que dela resultou 
grande dificuldade probatória para uma das partes, tratando-se da chamada prova 
diabólica. 
 
6.1.2. Inversão Decorrente das Presunções Relativas 
Havendo um fato relevante ao julgamento da causa que precisa ser provado, 
havendo um indício, a própria lei autoriza a inversão por conta dos indícios. O fato 
indiciário em si não resolveria o processo em si, mas autoriza uma ponte de raciocínio 
para o fato relevante. Como já se tem indício, não se precisa provar nada. 
Como a presunção é relativa, admite prova em contrário, podendo o réu provar 
o contrário. 
 
6.1.3. Inversão Judicial 
A inversão judicial é a que mais nos interessa. 
A inversão judicial do ônus da prova é aquela que decorre de decisão do 
magistrado a partir de autorização e requisitos legais. 
O art. 6º, VIII do CDC autoriza tal inversão nas ações consumeristas quando 
houver hipossuficiência do consumidor e verossimilhança das alegações (requisitos 
cumulativos, apesar dos termos legais). 
CDC, Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
 VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus 
da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a 
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de 
experiências; 
A hipossuficiência é probatória, pois o consumidor nem sempre tem facilidade 
para provar os fatos, pois não domina as etapas de produção e comercialização do 
produto ou do serviço. 
Discute-se o momento da inversão. 
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 Processo Civil 
Data: 10/08/2011 
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Para uma primeira corrente, o ônus da prova é regra de comportamento 
voltada às partes que não podem ser surpreendidas, de modo que a inversão se dá no 
despacho saneador. 
Para uma segunda corrente (ex: Barbosa Moreira), o ônus da prova é regra de 
julgamento, as partes têm o dever de colaborar com o juiz no julgamento da causa, 
mas, se ao final do processo o seu convencimento não estiver provado, ele não pode 
proferir o non liquet e usará as regras de distribuição do ônus da prova como arma 
final para superar o non liquet, é regra de julgamento e, portanto, se for o caso de 
inversão, ela também se dará no momento da sentença. 
A doutrina austríaca afirma que o ônus da prova é do juiz, utilizando-se da 
expressão “ônus objetivo”. 
No STJ, o tema continua controvertido, vide REsp 1.125.621. 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO DO CONSUMIDOR. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. 
MOMENTO. SENTENÇA. POSSIBILIDADE. REGRA DE JULGAMENTO. OFENSA AO 
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. INEXISTÊNCIA. 
1. A jurisprudência do STJ não se pacificou quanto à possibilidade de o juízo 
inverter o ônus da prova no momento de proferir a sentença numa ação que 
discuta relação de consumo. 
2. O Processo Civil moderno enfatiza, como função primordial das normas de 
distribuição de ônus da prova, a sua atribuição de regular a atividade do juiz ao 
sentenciar o processo (ônus objetivo da prova). Por conduzirem a um julgamento 
por presunção, essas regras devem ser aplicadas apenas de maneira excepcional. 
3. As partes, no Processo Civil, têm o dever de colaborar com a atividade judicial, 
evitando-se um julgamento por presunção. Os poderes instrutórios do juiz lhe 
autorizam se portar de maneira ativa para a solução da controvérsia. As provas 
não pertencem à parte que as produziu, mas ao processo a que se destinam. 
4. O processo não pode consubstanciar um jogo mediante o qual seja possível às 
partes manejar as provas, de modo a conduzir o julgamento a um resultado 
favorável apartado da justiça substancial. A ênfase no ônus subjetivo da prova 
implica privilegiar uma visão individualista, que não é compatível com a teoria 
moderna do processo civil. 
5. Inexiste surpresa na inversão do ônus da prova apenas no julgamento da ação 
consumerista. Essa possibilidade está presente desde o ajuizamento da ação e 
nenhuma das partes pode alegar desconhecimento quanto à sua existência. 
6. A exigência de uma postura ativa de cada uma das partes na instrução do 
processo não implica obrigá-las a produzir prova contra si mesmas. Cada parte 
deve produzir todas as provas favorável de que dispõe, mas não se pode alegar 
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Data: 10/08/2011 
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que há violação de direito algum na hipótese em que, não demonstrado o direito, 
decida o juiz pela inversão do ônus da prova na sentença. 
7. Recurso especial conhecido e improvido. 
Desenvolveu-se na Argentina e ganha corpo no Brasil a Teoria da Carga 
Dinâmica da Prova, segundo a qual o ônus da prova não é estático, regulado por 
regras pré-estabelecidas, mas sim dinâmico, devendo o juiz, na sentença, carreá-lo a 
quem teria maior facilidade de produzir a prova no caso concreto. 
O STJ já aplica a Teoria da Carga Dinâmica da Prova, sendo muito comum a 
aplicação em casos de erro médico, pois é mais fácil ao médico que ao paciente 
demonstrar que se utilizou de todos os meios técnicos necessários para o 
procedimento. Porém, na maioria dos casos ainda se aplica a inversão do ônus da 
prova do CDC, havendo grande discussão sobre o momento em que deveria haver a 
inversão. 
PROCESSUAL CIVIL. PENHORA. DEPÓSITOS EM CONTAS CORRENTES. 
NATUREZA SALARIAL. IMPENHORABILIDADE. ÔNUS DA PROVA QUE CABE AO 
TITULAR. 
1. Sendo direito do exequente a penhora preferencialmente em dinheiro (art. 
655, inciso I, do CPC), a impenhorabilidade dos depósitos em contas correntes, ao 
argumento de tratar-se de verba salarial, consubstancia fato impeditivo do 
direito do autor (art. 333, inciso II, do CPC), recaindo sobre o réu o ônus de 
prová-lo. 
2. Ademais, à luz da teoria da carga dinâmica da prova, não se concebe 
distribuir o ônus probatório de modo a retirar tal incumbência de quem poderia 
fazê-lo mais facilmente e atribuí-la a quem, por impossibilidade lógica e natural, 
não o conseguiria. 
3. Recurso especial conhecido e parcialmente provido. 
(REsp 619148 / MG, T4 - QUARTA TURMA ,DJe 01/06/2010) 
Nas ações declaratórias negativas, grande parte da doutrina advoga a inversão 
do ônus da prova em razão da dificuldade de se provar a ausência de um 
comportamento (Teoria da Carga Dinâmica da Prova). Tal raciocínio não pode 
prevalecer quando o autor fundamenta o pedido de declaração de inexistência na 
extinção da relação jurídica pela prática de algum ato, como, por exemplo, o 
pagamento. 
 
7. A Presunção e a Prova 
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 Processo Civil 
Data: 10/08/2011 
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Presunção é o processo racional do intelecto pelo qual, do conhecimento de 
um fato, infere-se com razoável probabilidade a existência de outro fato ou o estado 
de uma pessoa ou coisa. 
Têm-se dois momentos na presunção: um inicial, em que surge um indício ou 
fato base, o qual deve estar provado; a partir desse indício, tem-se um segundo 
momento, de aceitação de um fato que não está provado, em que se infere que 
quando ocorre o fato A, ocorrerá o fato B. 
A única finalidade das presunções é facilitar a prova e o julgamento. Exemplo é 
o da comoriência do art. 8º do CC, em que se presumem ambos simultaneamente 
mortos, afinal seria de comprovação muito difícil. Porém, presunções não são certezas. 
As presunções legais também são chamadas de presunções legis. Porém, o 
legislador não tem o fim de elencar todos os possíveis casos de indício, deixando uma 
grande margem de atuação para o juiz com base no homem médio. Por exemplo, no 
exemplo acima, em um acidente de carro, quem bate atrás é o primeiro. 
São as chamadas máximas da experiência ou presunções hominis. 
Há presunções absolutas, que são legais, mas que não são matérias de 
processo civil. No caso, o que a lei quer é alterar a estrutura de um direito e impor uma 
determinada consequência, sendo matéria de direito material. Por exemplo, na 
usucapião, a partir de um determinado lapso de ocupação, necessariamente, adquire-
se a propriedade, presumindo a boa-fé. 
Existe ainda a chamada presunção mista, em que se admite prova em 
contrário, mas a lei limita essa prova. No CC/16, os filhos nascidos na constância do 
casamento presumiam-se filhos do casal, sendo que o suposto pai teria que 
demonstrar que no período da concepção estava impossibilitado para tal ou não 
coabitava com a mulher, afinal não existia o exame de DNA. A presunção mista trata-
se de presunção entre a relativa e a absoluta. 
Exemplo de presunção legal é aquela do CC, pela qual o pagamento de última 
parcela faz presumir o pagamento das anteriores. O indício que se tem que provar é a 
última parcela e a presunção é quanto às demais parcelas. Trata-se de presunção 
relativa. 
As chamadas presunções judiciais, hominis ou máximas da experiência, 
decorrem das ilações que o juiz faz a partir da observação do que normalmente 
acontece ou da aplicação de norma técnicas (científicas) de domínio do homem médio 
e que não foram positivadas como presunções legais. Ex: Se a água entrou em ebulição 
é porque atingiu 100o C. 
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Data: 10/08/2011 
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Art. 335. Em falta de normas jurídicas particulares, o juiz aplicará as regras de 
experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente 
acontece e ainda as regras da experiência técnica, ressalvado, quanto a esta, o 
exame pericial. 
As regras de conhecimento mais aprofundadas, para serem verificadas,dependem sempre da realização de perícia, ainda que o juiz detenha o conhecimento 
específico, isso em observância ao princípio do contraditório. 
Concluindo, a presunção não é meio de prova, nem inverte o ônus da prova, 
sendo modo de diminuir o objeto da prova, pois o fato presumido não precisa ser 
provado. Se a parte discordar, ela que deve provar na sua argumentação e com base 
no seu interesse, prevalecendo o que diz Chiovenda quanto à regra do interesse. No 
contexto, não pode ser esquecida a Teoria da Carga Dinâmica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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