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Processo Civil Data: 25/07/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Assuntos tratados: 1º Horário. Rito Ordinário / Petição Inicial / Pedido / Sentenças Citra, Extra e Ultra Petita / Pedido Mediato e Imediato / Pedido Cominatório / Pedidos Cumulados 2º Horário. Requisitos para a Cumulação dos pedidos / Indeferimento da petição Inicial / Art. 285-A do CPC / Citação / Classificação da Citação / Quanto ao destinatário / Quanto à Forma em que vai ser realizada / Postal / Por oficial de justiça ou por mandado / Por Edital 1º Horário RITO ORDINÁRIO 1. Petição Inicial Trata-se de pressuposto de validade. Para que a petição seja apta, ela deve preencher os requisitos constantes em dois dispositivos: dos arts. 282 e 283 do CPC. O primeiro, que trata dos requisitos intrínsecos, aqueles elementos importantes na elaboração da petição inicial; o segundo diz respeito aos requisitos extrínsecos, documentos essenciais que devem necessariamente vir com a petição inicial, sob pena de o juiz a indeferir. Art. 282. A petição inicial indicará: II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; A petição inicial deve qualificar as partes. Porém, é possível ajuizar ação em face de réu desconhecido, incerto, pois nem sempre se tem condições de qualificá-lo, devendo-se fazer a qualificação dos elementos disponíveis. Ex: Ação de reintegração de posse contra invasores de terra, caso em que se propõe a ação em face de um grupo de pessoas. O art. 282 ainda fala no endereçamento do juízo ou tribunal competente. Havendo erro no endereçamento, sendo o juízo incompetente, deve-se redirecionar a petição inicial para o órgão competente, o juiz não deve se limitar a extinguir o feito. Processo Civil Data: 25/07/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 2 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Ex: Petição endereçada para o JEF quando a competência é da Justiça Estadual deve ser redirecionada à última. Art. 282. A petição inicial indicará: I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; Ao determinar que a petição inicial indique fatos e fundamentos jurídicos do pedido, exige-se a descrição da causa de pedir (causa petendi). Descrever fundamentos jurídicos é delinear a posição jurídica ocupada pelo autor perante o réu (descrição da existência de um crédito em razão de uma compra e venda ou de um empréstimo, por exemplo). Os fundamentos de fato são a descrição do fato violador do direito do autor (por exemplo, a descrição do inadimplemento da obrigação). Aquela é conhecida como aspecto ativo da causa de pedir e esta como aspecto passivo, aproximando o autor do Poder Judiciário. Na doutrina, majoritariamente, são, respectivamente, causa de pedir remota e causa de pedir próxima. Ao impor com a descrição da causa de pedir próxima e remota, o Código adota a Teoria da Substanciação, que substituiu há muito tempo a Teoria da Individuação, que só se importava com a indicação dos fundamentos jurídicos. Ambas surgiram na Alemanha. O juiz pode alterar a qualificação jurídica, mas nunca os fatos e os fundamentos jurídicos narrados pelo autor. Por exemplo, se digo que o réu agiu om negligência, nada impede que diante dos fatos o juiz qualifique aquilo que narrei como negligencia como sendo, na verdade, imprudência ou imperícia. O autor só pode alterar a causa de pedir até a citação do réu; após a citação, só com a concordância do réu; após o saneamento, tal não pode mais ser alterado. 1.1. Valor da Causa Os arts. 259 e 260 trazem os critérios de fixação da causa de pedir. Tendo em vista as relevantes funções que o valor da causa tem como parâmetro processual de indicação de competência, procedimentos, custas e honorários, sempre que o critério de fixação estiver estabelecido na lei1 e for desrespeitado, o juiz poderá de ofício impor ao autor que emende a petição inicial para corrigir o valor dado à causa. 1 Porque o valor da causa também podem estar previsto também no regimento interno do tribunal. Processo Civil Data: 25/07/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 3 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Art. 259. O valor da causa constará sempre da petição inicial e será: I - na ação de cobrança de dívida, a soma do principal, da pena e dos juros vencidos até a propositura da ação; II - havendo cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles; III - sendo alternativos os pedidos, o de maior valor; IV - se houver também pedido subsidiário, o valor do pedido principal; V - quando o litígio tiver por objeto a existência, validade, cumprimento, modificação ou rescisão de negócio jurídico, o valor do contrato; VI - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais, pedidas pelo autor; VII - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, a estimativa oficial para lançamento do imposto. Art. 260. Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, tomar-se-á em consideração o valor de umas e outras. O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado, ou por tempo superior a 1 (um) ano; se, por tempo inferior, será igual à soma das prestações. Devem-se ler todos os itens indicativos do valor da causa supracitados nos dispositivos. Vale tecer comentários sobre o valor da causa da ação rescisória, que deve equivaler ao benefício patrimonial pretendido com a rescisão do julgado, o que não é necessariamente igual ao valor da causa do processo que originou a sentença rescindenda. Por exemplo, nem sempre se quer rescindir tudo que foi decidido anteriormente no processo, como no caso em que só se quer rescindir um dos três pedidos existentes. Às vezes, mesmo se indicando corretamente o valor da causa, ele será inferior ao valor do pedido. No caso de dívidas que se vencerem, o valor da causa é o valor das 12 parcelas anteriores, e o pedido será de todas as parcelas vencidas e vincendas. O que deve ficar claro é que o que limita o juiz não é o valor da causa, mas o valor do pedido. Outro exemploé do autor que erra sobre o valor da causa, o réu não impugna e o juiz não percebe. Não quer dizer que o juiz está limitado ao valor da causa, mas sim ao valor do pedido. O valor da causa é referência para muitas outras coisas, mas não limita a decisão do juiz ao mérito do processo. Processo Civil Data: 25/07/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 4 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Os requisitos extrínsecos tratam-se dos elementos essenciais para o julgamento da causa. Alguns desses documentos são essenciais em qualquer tipo de processo. É o caso da procuração para o advogado, sem a qual não haverá capacidade postulatória, a menos que a parte advogue em causa própria, de modo que os atos processuais serão tidos como inexistentes, conforme art. 37 do CPC. Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo. Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição, bem como intervir, no processo, para praticar atos reputados urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável até outros 15 (quinze), por despacho do juiz. Parágrafo único. Os atos, não ratificados no prazo, serão havidos por inexistentes, respondendo o advogado por despesas e perdas e danos. Obs: O advogado pode praticar os atos urgentes sem procuração, desde que a junte no prazo devido. A princípio não se verifica os poderes daquele que concedeu a procuração em nome da pessoa jurídica. Se a parte contrária não impugnar isso, não cabe ao juiz interferir, devendo mandar a outra parte se manifestar a respeito. Outro documento essencial de um modo geral é o comprovante de recolhimento das custas, desde que não se tenha gratuidade de justiça. Todo documento sem o qual o juiz não consegue julgar a lide, é considerado essencial e sua ausência pode ocasionar o indeferimento da petição inicial. Ex: Ação de anulação de contrato necessita da apresentação do contrato. 1.2. Pedido Os arts. 286 a 294 tratam da matéria. Trata-se de requisito intrínseco. O ato de pedir é o ato de demandar em juízo. Sem pedido não há demanda e sem demanda não há processo, porque demanda é pressuposto processual de existência. O pedido deve ser certo e determinado, o que não é uma expressão pleonástica. A certeza é a correta individualização do pedido (ex: entregar sacas de café) e determinador é quantidade do que é pedido (ex: 100 sacas de café). O pedido genérico admitido pela lei expressamente no art. 286, diz respeito à quantidade, à impossibilidade de sua definição quando do ajuizamento da ação. Processo Civil Data: 25/07/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 5 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Exemplos: ações universais como petição de herança; ações de responsabilidade civil quando as consequências do ato ilícito ainda não estiverem consolidadas. Art. 286. O pedido deve ser certo ou determinado. É lícito, porém, formular pedido genérico: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) I - nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) II - quando não for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do fato ilícito; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) III - quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. Com base nesse raciocínio, a jurisprudência admite pedido genérico de condenação no pagamento de danos morais. Fixado tal valor a prudente arbítrio do magistrado, o STJ admite que o autor apele para majorá-los, tendo em vista evidente desproporção entre a extensão do dano e o valor indicado. Tem-se criticado isso, pois se trata de uma injustiça com o réu, porque é difícil se determinar de quem é a sucumbência. Diante disso, Dinamarco observa que se deve parar de utilizar a concepção de processo civil do autor, pois não é este quem sempre tem razão. Os pedidos têm que ser interpretados restritivamente, mas a lei e a jurisprudência excepcionam os chamados pedidos implícitos. São pedidos implícitos: a. A condenação no pagamento dos juros legais (art. 293 do CPC); Art. 293. Os pedidos são interpretados restritivamente, compreendendo-se, entretanto, no principal os juros legais. b. A condenação na correção monetária e nos juros de mora; Súmula 254 do STF - Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido inicial ou a condenação. c. A condenação nas verbas sucumbenciais, pois elas decorrem do princípio da causalidade. Diante disso, quem deu causa ao ajuizamento da ação deve arcar com o seu custo. Súmula 256 do STF - É dispensável pedido expresso para condenação do réu em honorários, com fundamento nos arts. 63 ou 64 do Código de Processo Civil. d. Nas dívidas que vencem prestações periódicas, o juiz deve incluir na condenação o valor das prestações que se vencerem no curso do processo, até a sentença e independentemente de pedido, tratando-se, portanto, de pedido implícito. Processo Civil Data: 25/07/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 6 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br e. Na fase de cumprimento de sentença, pode-se incluir na execução o valor das prestações vencidas e não pagas depois da sentença, sem que haja violação da coisa julgada. 1.2.1. Sentenças Citra, Extra e Ultra Petita a. Citra Petita: ocorre quando o juiz aprecia menos do que foi pedido, o que não se confunde com a improcedência parcial caso em que há apreciação. Tal se mostra solucionável pela interposição de embargos de declaração. Mas, não havendo a interposição, o tribunal não anulará a sentença. O autor pode inclusive ajuizar outra ação para julgar o que não foi analisado, pois não há coisa julgada em face dele. b. Ultra Petita: defere-se em condenação superior ao que foi pedido, é erro sobre a quantidade. Ex: pediu-se 10 sacas, mas o juiz concedeu 15. c. Extra Petita: é a que contém o erro mais grave, em que o juiz julga algo que nunca foi pedido. Ex: Pede-sea rescisão do contrato, mas a sentença condena o réu ao pagamento de indenização. No caso, pediu-se uma tutela desconstitutiva e se teve uma condenatória. A sentença citra petita não transita em julgado naquilo em que foi omissa e, portanto, o pedido pode ser repetido em uma nova ação, independentemente do ajuizamento de uma ação rescisória. As sentenças ultra petita e extra petita, para o STJ, são nulas e, eventualmente transitando em julgado, sujeitam-se à ação rescisória. Para parte da doutrina (Teresa Arruda Alvim), a sentença extra petita é inexistente, pois, ao julgar fora do pedido, julga na ausência de demanda, sendo que demanda é pressuposto processual de existência. Por isso, não ensejaria ajuizamento de rescisória, bastando a ajuizamento de ação anulatória. Porém, o STJ não concorda com isso. Nesse sentido, tem-se a criticada Súmula 453 do STJ. Faz-se transitar em julgado parte de sentença que sequer existiu. Não há justificativa para que não se permita cobrar os honorários em ação própria. Súmula 453 do STJ - Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria. Processo Civil Data: 25/07/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 7 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br 1.2.2. Pedido Mediato e Imediato O pedido imediato é a tutela pleiteada (condenação, declaração e constituição) e pedido mediato é o bem da vida que ela traz a reboque (ex: pagamento de dívida, entrega de coisa). 1.2.3. Pedido Cominatório Equivaleria, hoje, ao pedido de imposição de astreintes, na linha do art. 461 e 461-A do CPC. Já restou estudado que a cominação de multa pode ser aplicada de ofício pelo juiz. Vale lembrar que o antigo CPC/39 não só falava em pedido cominatório, como também em ação cominatória. Percebe-se que evoluímos bastante, pois, hoje, o juiz pode fazê-lo de ofício. Art. 462, § 4o O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994) 1.2.4. Pedidos Cumulados Em tese, qualquer um dos pedidos cumulados poderia embasar ação própria. Ex: Ação em que se pede: condenação a honorários, indenização por danos morais e por danos materiais. Sempre que se vir um processo com vários pedidos, deve-se enxergar a presença de várias ações. Várias ações ficam enfeixadas em um processo único, tendo- se aqui a ideia de economia processual. Os pedidos são relacionados entre si, então, a segunda vantagem é a harmonização dos julgados. As regras básicas estão no art. 292 do CPC. Art. 292. É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. § 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação: I - que os pedidos sejam compatíveis entre si; II - que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. § 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, admitir-se-á a cumulação, se o autor empregar o procedimento ordinário. Processo Civil Data: 25/07/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 8 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br As duas primeiras (simples e sucessivas) são chamadas de cumulações próprias e as duas últimas (alternativas e eventuais), pode-se chamar de cumulação imprópria. O que as diferencia é que na cumulação própria, o autor faz vários pedidos e quer o deferimento de todos. Na imprópria, ele faz vários pedidos e contenta-se com o deferimento de apenas um deles. Cumulação Própria: a. Simples: há vários pedidos, sem que haja entre eles relação de prejudicialidade. Pode o juiz deferir o primeiro e indeferir o segundo, por exemplo, porque não há conexão necessária entre eles. b. Sucessiva: fazem-se diversos pedidos, sendo que os pedidos posteriores pressupõem a procedência dos primeiros. Ex: Se o juiz entender que não se deve rescindir o contrato porque entende que o réu não é inadimplente, não vai analisar o pedido subsequente. Cumulação Imprópria: a. Alternativa: o autor faz vários pedidos, mas se contenta com qualquer deles sem ordem de preferência. b. Eventual ou Subsidiária: os pedidos subsequentes são feitos pela eventualidade do primeiro ter sido julgado improcedente. Na cumulação alternativa, deferido qualquer dos pedidos, não haverá interesse recursal nenhum para o autor. Mas, se cumulação for eventual, deferido o pedido subsidiário, o autor ainda poderá recorrer para buscar o deferimento do pedido principal. Esse interesse decorre da chamada sucumbência material, pois se percebe que, apesar de no processo ter sido deferido o pedido do autor, não lhe conferiu o bem da vida conforme a sua preferência. Parte da doutrina entende que, nesse caso, formalmente a sucumbência é só do réu, devendo ele arcar como todos os ônus, apesar de o autor poder recorrer também. No STJ, a questão é controvertida. Na cumulação sucessiva, prejudicado o segundo pedido pelo indeferimento do primeiro, o autor apela; procedente a apelação para reformar a sentença, o tribunal poderá avançar para julgar também o pedido sucessivo, que deixa de ficar prejudicado, exigindo-se para tanto que o apelante tenha assim solicitado e que a causa esteja madura, em analogia vantajosa com o disposto no §3º do art. 515 do CPC. § 3o Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) Processo Civil Data: 25/07/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 9 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br 2º Horário No art. 289, fala-se na cumulação eventual ou subsidiária (imprópria), em que há ordem de preferência. O pedido subsidiário é chamado erroneamente pela lei de sucessivo. Tal não deve ser confundido coma cumulação sucessiva. 1.2.4.1. Requisitos para a Cumulação dos pedidos a. Compatibilidade dos pedidos entre si. Porém, a conexão só é necessária para a cumulação sucessiva. b. Competência do juízo para julgar todos os pedidos. Caso o juiz só tenha competência para um dos pedidos, ele indefere parcialmente a petição inicial. c. Mesmo procedimento ou procedimento compatível. É possível a cumulação de pedidos que tramitem pelo rito ordinário e sumário se o autor empregar para ambos o rito ordinário, conforme art. 292 §2º. Art. 292, § 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, admitir-se-á a cumulação, se o autor empregar o procedimento ordinário. Alguns ritos especiais só são especiais numa parte inicial do processo, como no caso das ações possessórias; outros se ordinarizam com a contestação. Na verdade, os procedimentos não precisam ser idênticos, mas compatíveis. 1.3. Indeferimento da petição Inicial Art. 295. A petição inicial será indeferida: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) I - quando for inepta; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) II - quando a parte for manifestamente ilegítima; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) III - quando o autor carecer de interesse processual; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) IV - quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (art. 219, § 5o); (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) V - quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se Processo Civil Data: 25/07/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 10 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) Vl - quando não atendidas as prescrições dos arts. 39, parágrafo único, primeira parte, e 284. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) Parágrafo único. Considera-se inepta a petição inicial quando: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) I - Ihe faltar pedido ou causa de pedir; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) II - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) III - o pedido for juridicamente impossível; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) Ocorre o indeferimento da petição inicial quando não se cumpre como os requisitos dos arts. 282 e 283. O juiz não pode indeferir a petição inicial sem antes abrir prazo para o autor emendá-la, isso em homenagem ao princípio do contraditório. Em algumas hipóteses do indeferimento, decorrerá sentença de mérito (reconhecimento da decadência, da prescrição e aplicação do art. 285-A). O art. 296 do CPC impõe que a apelação da sentença que indeferiu a petição inicial é dotada de juízo regressivo, ou seja, permite a retratação do magistrado em 48h, em franca exceção à chamada preclusão pro judicato. Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente encaminhados ao tribunal competente. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) O réu não participa do recurso, que sobe sem contrarrazões, salvo quando o indeferimento se der com base na aplicação do art. 285-A, quando então o réu é citado para contrarrazoar o recurso. Sem o “cite-se” não há interrupção da prescrição, então, se a petição inicial for indeferida, não haverá essa interrupção. Em regra, indeferida a inicial, não pode o tribunal, ao julgar a apelação, decidir o mérito. Pode-se, porém, pensar no caso de petição inicial indeferida, mas em que o tribunal verifica que a pretensão do autor já prescreveu. Isso porque o princípio da Processo Civil Data: 25/07/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 11 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br vedação da reformatio in pejus não se aplica quando o tribunal ou juiz puder reconhecer algo de ofício, por se tratar de questão de ordem pública. 1.4. Art. 285-A do CPC Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada. (Incluído pela Lei nº 11.277, de 2006) § 1o Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação. (Incluído pela Lei nº 11.277, de 2006) § 2o Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para responder ao recurso. (Incluído pela Lei nº 11.277, de 2006) O art. 285-A estabelece a possibilidade de aceleração do procedimento, encurtando-o com base em julgamento a partir da aplicação de precedentes. Para tanto, a lei exige que o caso seja idêntico a outro ou a outros para os quais haja sentença de total improcedência no mesmo juízo, desde que a questão seja exclusivamente de direito. Por caso idêntico, entenda-se repetição de tese. Não se pode falar em caso exatamente idêntico, senão se estaria diante de litispendência. Além disso, a questão não deve ser exclusivamente de direito, como faz parecer a lei. Isso porque só se utiliza da ação porque se tem alguma matéria fática envolvida, quanto a qual se busca a tutela jurisdicional. O que existe é um processo em que as questões fáticas já estão sedimentadas de plano, não sendo necessária a dilação probatória. Pode-se apenas falar em questão predominantemente de direito e não exclusivamente. O dispositivo fez prevalecer o julgamento com base em precedentes, característica do common law. Por sentença de total improcedência, entenda-se total rejeição da tese, havendo tendência jurisprudencial de se exigir que a rejeição paradigma advenha dos tribunais superiores (STF ou STJ), pois assim o precedente será mais estável e duradouro. Caso de grande incidência do dispositivo na Justiça Federal é o dos planos econômicos. No Plano Collor, houve o congelamento dos valores de correção monetária dos investimentos, o que não acompanhava a inflação galopante da época. Por isso, em alguns meses, o governo trouxe prejuízos à população. Havendo oProcesso Civil Data: 25/07/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 12 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br ajuizamento pleiteando a correção monetária correta, o juiz pode indeferir o pedido com base no art. 285-A, pois a tese do caso já foi absolutamente rejeitada. Por fim, vale salientar que o réu participa do recurso de apelação, devendo ser citado para contrarrazoar. O processo já sobe com o contraditório pré-estabelecido, já se podendo considerar as contrarrazões como verdadeira contestação, assim, diante de causa madura, o tribunal poderia julgar o mérito, não sendo necessário que se retorne o processo ao primeiro grau. No projeto do novo CPC, infelizmente, há vedação para tal, determinando-se que se baixe para a primeira instância. 2. Citação Em 2007, na prova da PFN, houve três questões apenas sobre citação. Citação é pressuposto processual de existência, sem a qual não há processo, cabendo querela nullitatis insanabilis. Citação é o ato pelo qual se dá ciência ao réu ou interessado da existência do processo, concedendo-lhe possibilidade de se defender. Nesse sentido, a citação deve ser feita em qualquer processo, até naqueles de procedimento voluntário. 2.1. Classificação da Citação A doutrina acaba classificando a citação com base em alguns critérios: 2.1.1. Quanto ao destinatário a. Pessoal ou Direta feita na pessoa do réu ou do seu representante legal. b. Não Pessoal ou Indireta feita na pessoa do procurador habilitado pela lei ou pelo contrato. Ex: Quando o proprietário locador estiver ausente, a sua citação poderá acontecer perante o administrador que tem poderes para receber os alugueres. O mesmo em relação ao administrador que causa dano a alguém, ele será citado na sua pessoa, ainda que a responsabilidade seja do proprietário. Não precisa haver contrato com cláusula especial em contrato, pois é a lei que determina isso. Citação Bifronte Processo Civil Data: 25/07/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 13 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br É a citação do relativamente incapaz. Quando o sujeito é absolutamente incapaz, a citação só é feita na pessoa do seu representante. Mas, quando ele é relativamente incapaz, deve haver uma dupla citação, ou seja, deve-se citar o menor e o representante. Se no processo houver conflito de interesses entre o menor e o representante, deve-se nomear curador especial, sendo que a citação será feita na pessoa deste. 2.1.2. Quanto à Forma em que vai ser realizada A diferença é que na citação real, tem-se certeza de que o réu tomou conhecimento do processo, o que não há no caso de citação ficta. Na citação ficta, o juiz deve sempre esperar o prazo de resposta e, não havendo, deve-se nomear curador especial para contestar. O curador especial pode negar por negativa geral, o que evita a revelia do réu. 2.1.2.1. Postal A citação por via posta é a regra geral das citações. Para alguns casos a lei a impede, exigindo citação por oficial de justiça. É necessário que se entregue ao réu cópia da inicial e se alerte quanto aos efeitos da revelia. Se não houver tal advertência, a citação será nula. Também é essencial que haja documento comprovando que o réu recebeu. No caso da citação postal de pessoa física, a própria pessoa deve assinar o AR, não pode fazê-lo parente ou porteiro. Porém, para a jurisprudência pacífica, sendo de pessoa jurídica, sua citação será válida se o AR estiver sido assinado por qualquer funcionário da empresa. Em julgado recente, o STJ disse que é válida a citação pelo correio via caixa postal quando esse for o único endereço divulgado ao consumidor, tratando-se de relação de consumo. Vide REsp 981.887. Processo civil e direito do consumidor. Citação pela via postal. Correspondência remetida para a caixa postal da ré. Hipótese em que esse era o único endereço por ela fornecido a seus consumidores, nas faturas de cobrança enviadas. Validade. - Consoante a jurisprudência pacificada desta Corte, é possível a citação da pessoa jurídica pelo correio, desde que entregue no domicílio da ré e recebida por funcionário, ainda que sem poderes expressos para isso. - Em hipóteses nas quais a empresa só fornece, nos documentos e correspondências enviados aos seus consumidores, o endereço de uma caixa Processo Civil Data: 25/07/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 14 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br postal, dificultando-lhes a sua localização, é válida a citação judicial enviada, por correio, para o endereço dessa caixa postal, notadamente tendo em vista a afirmação, contida no acórdão recorrido, de que esse expediente é utilizado para que a empresa se furte do ato processual. - O dever de informação e de boa-fé devem ser sempre colocados em primeiro plano, tanto no desenvolvimento da relação de consumo, como no posterior julgamento de processos relacionados à matéria. - Se a caixa postal é apresentada como único endereço para o qual o consumidor possa se dirigir para expor as questões que de seu interesse, é incoerente pensar que tal endereço não sirva, em contrapartida, para alcançar a empresa nas hipóteses em que é o interesse dela que está em jogo. - A revelia da empresa citada na caixa postal é apenas mais um indício do descaso com que trata as correpondências que recebe nesse endereço. Recurso especial conhecido e improvido. 2.1.2.2. Por oficial de justiça ou por mandado Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto: (Redação dada pela Lei nº 8.710, de 24.9.1993) a) nas ações de estado; (Incluído pela Lei nº 8.710, de 24.9.1993) b) quando for ré pessoa incapaz; (Incluído pela Lei nº 8.710, de 24.9.1993) c) quando for ré pessoa de direito público; (Incluído pela Lei nº 8.710, de 24.9.1993) d) nos processos de execução; (Incluído pela Lei nº 8.710, de 24.9.1993) e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; (Incluído pela Lei nº 8.710, de 24.9.1993) f) quando o autor a requerer de outra forma. (Incluído pela Lei nº 8.710, de 24.9.1993) Cabível nos seguintes casos: No caso de ser o réu pessoa jurídica de direito público,o que não inclui empresa pública nem sociedade de economia mista. Também nas ações de execução, salvo no caso de execução fiscal (Lei 6.830). Réu incapaz; Ações de estado; Processo Civil Data: 25/07/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 15 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Ações monitórias (art. 1.102-B do CPC); Art. 1.102.b - Estando a petição inicial devidamente instruída, o Juiz deferirá de plano a expedição do mandado de pagamento ou de entrega da coisa no prazo de quinze dias. (Incluído pela Lei nº 9.079, de 14.7.1995) Réu não residir em local atendido pelo correio. Aqui também se aplicam as exigências de proceder à informação do réu ao ser citado. A diferença é que aqui se tem o oficial de justiça para colher a assinatura do réu e, diante de sua negativa, o oficial pode atestar a citação. Como o oficial tem fé pública, a citação será ainda assim considerada real e não ficta. Se o réu reside na própria região metropolitana, não há problema, expede-se carta com AR. Mas, se for residir em região distinta, deve-se expedir precatória. Quando o réu se esconde, pode-se fazer a citação por hora certa, que não precisa de decisão judicial. A citação por hora certa é modalidade de citação por oficial de justiça. O primeiro requisito para a citação por hora certa é que o oficial procure o réu por três vezes distintas, não sendo necessário que se dê em três dias distintos; deve ainda haver fundada suspeita de ocultamento do réu. Quando o réu não é encontrado por essa terceira vez, intima-se vizinho ou familiar da hora que acontecerá a citação. Não tendo o réu comparecido no local e hora, deve-se entregar a contrafé para o vizinho ou familiar, sendo tida como ficta, porque não há certeza que o réu tomará conhecimento dela. A lei exige que se espeça uma carta ou um telegrama para o endereço do réu que consta nos autos. Essa carta deve ser expedida, mas não precisa haver AR assinado. Não havendo a expedição, a citação será considerada nula. Se só se tem o endereço de trabalho do réu, é pacífica a jurisprudência que quando a lei falou em vizinho ou parente, fala-se em pessoa próxima, podendo ser colega de trabalho. Se nem o réu nem o vizinho comparecem na hora certa, deve-se comunicar o autor, o qual deve pedir a citação por edital. 2.1.2.3. Por Edital Dá-se a citação por edital quando réu está em local incerto ou não sabido. Também se mostra cabível quando o réu é incerto ou desconhecido, comum em ações de reintegração da posse tendo em vista invasão feita por um grupo extenso. Processo Civil Data: 25/07/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 16 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br É condição de validade da citação por edital que o réu tenha sido procurado em todos os endereços constantes nos autos. Caso se descubra que o autor causou por má-fé a citação por edital, ele pode ser condenado a pagar uma multa de até cinco salários mínimos, conforme art. 233 do CPC. Art. 233. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente os requisitos do art. 231, I e II, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo. Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando. A citação por edital deve cumprir com todos os requisitos da lei. O edital vem com um prazo (“prazo do edital”), que o juiz fixa entre 20 e 60 dias, sendo esse o prazo que o edital fica na praça esperando que alguém leia. A primeira publicação deve acontecer no diário oficial e a segunda em jornais. Pode-se conceder a gratuidade de justiça, havendo só uma publicação no diário oficial. Entre a primeira e a última publicação, deve haver pelo menos 15 dias. O termo inicial do prazo do edital é a primeira publicação. Ex: Primeira publicação no dia 1º deve-se contar de 20 a 60 dias daí; o prazo para o réu contestar começa no término do prazo do edital, que é de 15 dias para contestar. Se o réu não apresentar resposta no prazo, o juiz não decreta revelia, porque a citação é ficta, devendo-se nomear curador especial. 1ª Publicação Prazo Resposta Resposta 60 dias 15 dias 15 dias (+ 2 publicações)
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