Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 1 1 Prof. Eng. Luiz Gustavo Laval MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II CONCRETO PROPRIEDADES DO CONCRETO ENDURECIDO luiz.gustavo@imed.edu.br CONCRETO ENDURECIDO INTRODUÇÃO: O concreto é considerado como um sólido a partir da pega – é um material em perpétua evolução – é sensível às modificações das condições: � ambientais; � físicas; � químicas; � mecânicas. O conjunto destas características e propriedades qualificam o concreto. A durabilidade do concreto pode ser perfeitamente aceitável quando a estrutura se encontra devidamente protegida da ação destes elementos e ser inteiramente inadequada se exposta diretamente à ação de agentes desintegradores. Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 2 CONCRETO ENDURECIDO INTRODUÇÃO: Estrutura hidráulica – impermeabilidade é essencial; Estrutura de Edifícios – características mecânicas de resistência e rigidez são essenciais; O conhecimento das propriedades, suas possibilidades e limitações, e dos fatores que as condicionam é o elemento que permite ao engenheiro escolher o material adequado para o trabalho em suas obras. NANOESTRUTURA DO CONCRETO ENDURECIDO: O concreto como material composto possui 3 fases principais: � Silicato de cálcio hidratado (C-S-H): fase compõe de 50% a 60% o volume de sólidos em uma pasta de cimento completamente hidratada e é, portanto, a fase mais importante e determinante das suas propriedades; � Hidróxido de cálcio (CH): Também chamados de portlandita, estes cristais constituem 20% a 25% do volume de sólidos na pasta de cimento hidratada (geralmente na forma de grandes cristais prismáticos hexagonais), formando cristais afetadas pela disponibilidade de espaço, pela temperatura de hidratação e pelas impurezas no sistema - contribuem pouco na resistência do concreto, devido a sua área superficial ser consideravelmente baixa; CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 3 NANOESTRUTURA DO CONCRETO ENDURECIDO: O concreto como material composto possui 3 fases principais: � Sulfoaluminatos de cálcio: ocupam de 15% a 20% do volume de sólido da pasta de cimento hidratada e possuem apenas um papel secundário nas relações microestrutura-propriedades. Durante os estágios iniciais da hidratação, a relação sulfato/alumina geralmente favorece a formação do trissulfato hidratado (AFt ou etringita), podendo eventualmente transformar-se, em maiores idades, em monossulfoaluminato hidratado (AFm), deixando o concreto vulnerável ao ataque por sulfatos; CONCRETO ENDURECIDO DENSIDADE: Varia segundo o processo de adensamento utilizado na sua fabricação: � Concreto não adensado – 2,1 t/m³; � Concreto comprimido – 2,2 t/m³; � Concreto socado – 2,25 t/m³; � Concreto vibrado – 2,3 à 2,4 t/m³; � Concreto Armado – 2,45 à 2,5 t/m³ - depende da densidade de armaduras; � Concreto de agregado leve (ex. argila expandida, escória expandida, etc.) – 0,3 à 1,8 t/m³; � Concreto de agregado pesado (ex. barita, magnetita, etc.) – 3,5 à 5,5 t/m³; Variam também (em menor proporção) quanto a quantidade de água retida nos poros e o meio ambiente onde está inserido. CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 4 RESISTÊNCIA MECÂNICA: Historicamente a resistência mecânica do concreto é o parâmetro mais empregado para se avaliar a qualidade do material – conceito moderno: contempla não apenas a resistência mecânica do concreto, mas também outras propriedades que possuem influência em propriedades de interesse na Engenharia, como os mecanismos de transporte, a dureza, a resistência ao impacto, a deformabilidade, a energia de fratura, etc. De extrema importância, pois nos elementos estruturais o concreto pode ser solicitado à compressão, à tração, ao cisalhamento ou a uma combinação dos três tipos de tensão em várias direções, dependendo das características dos esforços solicitantes atuantes no elemento estrutural. CONCRETO ENDURECIDO RESISTÊNCIA MECÂNICA: Os agregados e a pasta de cimento apresentam um comportamento tensão-deformação diferenciado se comparado ao concreto, conforme ilustrado na Figura 1. CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 5 RESISTÊNCIA MECÂNICA: Segundo Mehta & Monteiro (2008): � ATÉ APROX. 50% DA CARGA DE RUPTURA: a fissuração na pasta não chega a ser significativa; � ENTRE 50% E 75% DA CARGA DE RUPTURA: a fissuração torna-se evidente; � 75% DA CARGA DE RUPTURA: ocorre um aumento considerável da fissuração na matriz e na zona de transição; � ENTRE 75% E 80% DA CARGA MÁXIMA: pode ocorrer a ruptura do concreto, quando submetido a um carregamento constante; O comportamento tensão-deformação do concreto não é linear, devido à propagação de microfissuras e depende da velocidade de carregamento. CONCRETO ENDURECIDO FATORES QUE INFLUENCIAM NA RESISTÊNCIA MECÂNICA: � Propriedades dos componentes (cimento, agregados, aditivos e adições minerais); � Proporcionamento dos componentes (relação água/cimento e relação agregado/cimento); � Condições de cura e idade dos corpos-de-prova. CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 6 FATORES QUE INFLUENCIAM NA RESISTÊNCIA MECÂNICA: RELAÇÃO ÁGUA CIMENTO: A influência da relação água/cimento (a/c) na resistência é um fator importante no proporcionamento dos materiais constituintes do concreto. O conceito de relação a/c tem sido o pilar da tecnologia do concreto por quase um século, sendo considerado conveniente e simples desde que o concreto não possua nenhum material cimentício além do cimento Portland. Contudo, com o emprego crescente das adições minerais nos concretos, o termo relação água/aglomerante (a/agl) também é bastante empregado na moderna tecnologia do concreto. CONCRETO ENDURECIDO FATORES QUE INFLUENCIAM NA RESISTÊNCIAMECÂNICA : TIPO DE CIMENTO: Um fator que influencia significativamente na resistência do concreto é o tipo de cimento adotado. Várias propriedades influenciam a resistência do concreto para uma dada idade: • físicas (finura, superfície específica); • químicas (teores de aluminatos e silicatos de cálcio). CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 7 FATORES QUE INFLUENCIAM NA RESISTÊNCIA MECÂNICA: IDADE: A resistência do concreto é tradicionalmente caracterizada pelo valor aos 28 dias, sendo essa idade referência para outras propriedades do concreto. Aparentemente não existe um significado científico para a adoção dos 28 dias como idade de referência (apenas o fator de ser um múltiplo de uma semana e ao fato da obrigatoriedade do ensaio ser realizado no mesmo dia útil da concretagem. AGREGADOS: Em concreto com resistências convencional, a ruptura ocorre ou na pasta ou na interface agregado/pasta. Com o surgimento de concretos de maiores resistências, verificou-se que algumas formas de ruptura poderiam ocorrer nos agregados. Dessa forma, o estudo da influência das propriedades do agregado na resistência do concreto é de extrema relevância. CONCRETO ENDURECIDO FATORES QUE INFLUENCIAM NA RESISTÊNCIA MECÂNICA: ADITIVOS MINERAIS E QUÍMICOS: Na nova tecnologia do concreto, o emprego tanto de adições minerais quanto dos aditivos vem ganhando espaço nos últimos anos, em função das melhorias obtidas em propriedades do concreto, tanto no estado fresco quanto no estado endurecido. Estudaremos os efeitos das adições e dos aditivos em conteúdo específicomais adiante na disciplina. CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 8 FATORES QUE INFLUENCIAM NA RESISTÊNCIA MECÂNICA : PARAMETROS DE MOLDAGEM DOS ENSAIOS: � ensaio de resistência à compressão devem ser padronizado, a fim de que não ocorram diferenças oriundas de procedimentos inadequados de preparação e execução; � tamanho dos corpos-de-prova e dimensão máxima característica do agregado graúdo; � condições de cura (umidade e temperatura – cura deve ser realizada em água saturada com cal ou em câmara úmida com uma umidade relativa de, no mínimo, 95%); � condições de regularização dos corpos-de-prova (superfícies dos corpos-de-prova que ficarão em direto contato com a prensa – base e topo – e que podem ser responsáveis por uma grande variação nos resultados de resistência; � velocidade e duração da aplicação da carga (entre 0,3 e 0,8 MPa/s, aplicada continuamente e sem choques - NBR 5739:2007) CONCRETO ENDURECIDO ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA MECÂNICA DO CONCRETO: Para se determinar a resistência do concreto, podem ser empregados dois métodos: � ensaios destrutivos – são empregados em maior escala para a verificação de tal propriedade, em função da praticidade, da rapidez dos resultados obtidos e dos baixos custos envolvidos. � ensaios não destrutivos – aplicados na área de investigação de estruturas acabadas (com sinais de comprometimento de elementos estruturais em função da resistência inadequada do concreto) – ensaios mais complexos, que exigem equipamentos sofisticados e mão-de-obra qualificada para a sua operação e interpretação dos resultados. CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 9 ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA MECÂNICA DO CONCRETO: RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO: A resistência à compressão axial é uma propriedade bastante estudada pelos pesquisadores – pode ser associada (direta ou indiretamente) com outras propriedades do concreto no estado endurecido, principalmente às relacionadas a durabilidade. A resistência à compressão do concreto é calculada através da Equação: CONCRETO ENDURECIDO ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA MECÂNICA DO CONCRETO: RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO: A NBR 8953:2009 estabelece que os concretos estruturais devem ser classificados em dois grupos, no que diz respeito à resistência à compressão: CONCRETO ENDURECIDO https://www.youtube.com/watch?v=G9asyHIBQLU Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 10 ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA MECÂNICA DO CONCRETO: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO: Existem três formas de determinar a resistência à tração do concreto: a. por tração direta – raramente executada – os dispositivos de fixação dos corpos de prova induzem o surgimento de tensões secundárias que influenciam significativamente nos resultados ; b. tração na flexão – NBR 12142:2010; CONCRETO ENDURECIDO ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA MECÂNICA DO CONCRETO: RESISTÊNCIA À TRAÇÃO: c. tração por compressão diametral – NBR 7222:2010. CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 11 ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA MECÂNICA DO CONCRETO: ENSAIOS NÃO DESTRUTIVEIS: As propriedades do concreto que podem ser avaliadas por meio de ensaios não destrutivos: • massa específica; • módulo de elasticidade e resistência; • dureza superficial; • absorção e permeabilidade; • condições de umidade; • localização das armaduras; • existência de vazios e fissuração CONCRETO ENDURECIDO RESISTÊNCIA À FADIGA: Importante propriedade para aplicações em pavimentos viários e pisos industriais – carregamentos dinâmicos e cíclicos ao longo da vida útil de serviço, estruturas em alto mar (offshore) e dormentes ferroviários; � Rompimento sob um número repetido de solicitações – todas elas menores que a resistência; � A cada carregamento e descarregamento, surgem deformações residuais na estrutura � Ruptura ocorre apenas no limite de fadiga. Esta propriedade é dependente da resistência à tração na flexão do concreto e a tensão de tração à flexão máxima para cada carga considerada. CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 12 CISALHAMENTO: Para fins de cálculo estrutural, a base para dimensionamento ao cisalhamento na flexão de peças de concreto armado é o modelo proposto por Mörsch: � o mecanismo resistente de uma viga fissurada pode ser associado ao de uma treliça, com o concreto e aço equilibrando, conjuntamente, o esforço cortante – neste modelo, a viga tem o funcionamento análogo a uma treliça, com o banzo superior constituído pelo concreto comprimido na flexão, o banzo inferior pela armadura longitudinal de tração, as diagonais tracionadas pela armadura transversal e as diagonais comprimidas por bielas de concreto inclinadas. Dificuldade para determinar a resistência ao cisalhamento, pois em virtude da baixa resistência à tração do concreto, ocorrerá a fissuração diagonal nos planos de atuação das tensões principais de tração. CONCRETO ENDURECIDO RESISTÊNCIA EM ESTADOS MULTIPLOS DE TENSÃO: Quando se rompem os corpos-de-prova de concreto por compressão simples em uma prensa de laboratório, surgem interferências do ensaio no valor da resistência final e na forma de ruptura, devido ao atrito dos topos do CP com os pratos da prensa; Porém, quando se elimina o atrito entre os topos do CP e os pratos da prensa, consegue-se determinar a resistência real daquele concreto, bem como definir sua forma de ruptura, aproximando-se da realidade; CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 13 RETRAÇÃO: Está associada a deformações em pastas de cimento (principalmente, devido a sua perda de água), argamassas e concretos, sem que haja qualquer tipo de carregamento, reações químicas deletérias e expansivas ou variações térmicas. Tipos de retração: � Retração plástica (plastic shrinkage); � Retração devida à contração química ou deformação autógena (autogenous); � Retração por secagem ou hidráulica (hydraulic shrinkage); � Retração por carbonatação (carbonation shrinkage). Ensaios de retração do concreto - consiste em medir a variação de comprimento dos corpos-de-prova ao longo do tempo - ABNT NBR 12650:2012. CONCRETO ENDURECIDO FLUÊNCIA: Um material apresenta fluência (creep) se, sob tensão, constante, sua deformação aumenta no tempo. Os principais fatores que influem na fluência: � Idade de Carregamento � Relação Tensão-Resistência � Geometria da peça � Efeito da Umidade e da Temperatura � Efeito do Cimento � Influência dos Agregados � Efeito dos Aditivos � Efeito das Adições Minerais CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 14 FLUÊNCIA: A redução do efeito da fluência do ponto de vista dos materiais, passa pelo controle de fatores: � fluência ocorre na pasta de cimento e está relacionada com os movimentos internos da água adsorvida; � fluência é um fenômeno elásto-plástico (partes reversível e irreversível); � o processo de secagem tem efeito direto sobre a fluência; � a fluência cresce com o aumento da temperatura; � a fluência diminui com o aumento das dimensões da peça; � em média, 25% da fluência total ocorre após 2 semanas, 55% após 3 meses e 75% após 1 ano; � a fluência é inversamente proporcional à resistência do concreto no instante de aplicação da carga; � a relação tensão/resistência atinge valor acima de 0,4 surgemmicrofissuras no concreto – aumentam significativamente a fluência; CONCRETO ENDURECIDO PROPRIEDADES TÉRMICAS: � EXTERNA: Condições climáticas (frio e o calor), aliados à baixa umidade do ar e à ação do vento, são os fatores que geram ou potencializam problemas no concreto (variações de volume, etc.); � INTERNA: Calor proveniente da hidratação do aglomerante, quando o concreto ainda encontra-se no estado fresco provoca variações volumétricas na estrutura. A temperatura pode interferir no comportamento do concreto desde o estágio inicial de cura até em idades avançadas, quando ocorre o equilíbrio térmico com o ambiente. CONDUTIBILIDADE: É relativamente inferior a outros materiais (ex.: ligas metálicas, asfalto) o que confere ao concreto capacidade de reter grande quantidade de calor e dissipá-lo gradativamente – maiores quanto mais próximas as superfícies de contato CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 15 PROPRIEDADES TÉRMICAS: CONVECÇÃO TÉRMICA: É a troca de energia térmica de um fluido em contato com uma superfície sólida - um dos principais fenômenos de troca de calor, principalmente em estruturas mais esbeltas onde a área exposta ao ambiente é significativa em relação ao seu volume e proporciona maiores riscos do problema térmico (ex. radiers, grandes lajes, viga-parede, etc.) RADIAÇÃO TÉRMICA: O calor é transmitido de um corpo de maior temperatura para outro de temperatura mais baixa – estruturas com grandes superfícies expostas (lajes de concreto), a radiação solar pode ser uma grande fonte provocadora de deformações causadoras de fissuras – estruturas em contato com fornos e caldeiras na área industrial. CONCRETO ENDURECIDO PROPRIEDADES TÉRMICAS: HIDRATAÇÃO DO CIMENTO: � grande fonte geradora de calor nas primeiras idades pós-lançamento do concreto; � maior influência quanto maior for o consumo na dosagem de concreto e o tipo de aglomerante; � adição de escória de alto forno moída ou pozolanas (cimento CPIII ou CPIV) resulta em menor calor de hidratação - reação de hidratação lenta; � Cimentos CPI, CPII-F e CPV – possuem maiores teores de alita e celita – maior calor de hidratação; CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 16 PROPRIEDADES TÉRMICAS: VARIAÇÕES DE TEMPERATURA: � AÇÃO DO FRIO: � provocam grande retração capaz de fissurar o concreto; � partem da superfície para o núcleo (macrofissuras); � estruturas mais esbeltas e/ou com pequena espessura estão mais propensas a esse problema; � congelamento da água a baixas temperaturas que pode gerar microfissuras - evitar a saturação com água do concreto, tornando-o � menos poroso (baixa relação a/c e estrutura com boa cura); � menos poroso (baixa relação a/c e estrutura com boa cura); CONCRETO ENDURECIDO PROPRIEDADES TÉRMICAS: VARIAÇÕES DE TEMPERATURA: � AÇÃO DO CALOR: � A execução de concretos em tempo quente significa submeter as estruturas a elevações de temperatura acima daquelas que seriam suportáveis – consequência: fissuração do concreto (principalmente na fase de queda de temperatura); � Problema mais recorrentes nas estruturas de concreto massa; � Estruturas com espessura com mais 1,0m (na menor dimensão) e consumo de aglomerante superior a 400kg/m3 podem acumular calor suficiente para que o problema térmico possa ser também significativo. � Pré-refrigeração (ex. gelo em escama na mistura do concreto); � Pós-refrigeração (utilização de uma rede de tubos no interior do concreto com circulação de água até que a temperatura do concreto atinja o desejável; CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 17 RETRAÇÃO TÉRMICA: Alguns fatores que influenciam a retração térmica: � Condições climáticas (vento, radiação solar, etc.); � Variações sazonais da temperatura ambiente; � Temperaturas de lançamento e de estabilização do concreto; � Consumo de material aglomerante (cimento+adições); � Água empregada (natural, gelada ou na forma de gelo em escamas); � Propriedades do concreto endurecido; � Dimensões e forma da estrutura; � Tipos e tempo de permanência das formas; � Altura e intervalos de lançamento de camadas; � Tipo e tempo de cura; etc. CONCRETO ENDURECIDO FISSURAÇÃO: A principal manifestação patológica relacionada com a retração térmica é a fissuração do concreto, seja em escala macroscópica (observável a olho nu), conforme apresentado na ou microscópica (microfissuras na matriz cimentícia). CONCRETO ENDURECIDO As fissuras de retração térmica se interceptam segundo ângulos aproximadamente retos, com profundidade que pode ser elevada (100 vezes a profundidade da fissura de retração hidráulica), chegando a seccionar toda a estrutura. Sua propagação é relativamente rápida e, após 28 dias, sua abertura pode chegar a décimos de milímetro, sua profundidade a dezenas de centímetros e o espaçamento entre as fissuras é da ordem de metros. Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 18 RETRAÇÃO TÉRMICA: Medidas Preventivas e Corretivas da Retração Térmica: � Escolher cimento com baixo calor de hidratação e com finura adequada; � uso de materiais pozolânicos – reduzir o calor de hidratação; � uso de agregados adequados, que resultem em dosagens com menor consumo de cimento/m³ - menor módulo de elasticidade; � grandes estruturas - priorizar a escolha de concretos adequados (CCR em substituição ao concreto massa convencional); � Uso de aditivos redutores água – redução no consumo de cimento; � Realização de estudos de dosagens bem fundamentados; � Realização de medidas preventivas adicionais como a pré- refrigeração e/ou pós-refrigeração do concreto; � Estudar alturas de camadas de concretagem máximas possíveis – principalmente aquelas próximas à fundação - de modo que se tenha minimizada a elevação da temperatura no interior do concreto; CONCRETO ENDURECIDO RETRAÇÃO TÉRMICA: Medidas Preventivas e Corretivas da Retração Térmica: � Lançamento do concreto no período noturno ou em épocas do ano mais favoráveis, em que não só a temperatura ambiente, mas também a temperatura dos materiais é mais baixa; � Estudo de juntas de contração ou de dilatação adequadas para as estruturas de concreto de modo que estas possam absorver as deformações de origem térmica, etc. CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 19 AÇÕES DO MEIO AMBIENTE SOBRE AS ESTRUTURAS DE CONCRETO: • Dimensões do clima nos estudos de durabilidade • Considerações sobre o clima brasileiro • Parâmetros meteoro-químicos � Temperatura � Amplitude térmica � Chuva, umidade relativa e tempo de superfície úmida � Chuva ácida � Vento � Chuva dirigida � Poluentes � Insolação ATIVIDADE ACADÊMICA EFETIVA: Fazer a leitura do CAPÍTULO 21 – Ações do Meio Ambiente sobre as Estruturas de Concreto – livro: Concreto: Ciência e Tecnologia, Editor: Geraldo C. Isaia, – Disponível no portal CONCRETO ENDURECIDO DURABILIDADE/VIDA ÚTIL DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO: Durabilidade é o resultado da interação entre a estrutura de concreto, o ambiente e as condições de uso, de operação e de manutenção. A questão da vida útil deve ser tratada sob os seguintes aspectos: � Métodos de Introdução ou Verificação da Vida Útil no Projeto; � Procedimentos de Execução e Controle de Qualidade; � Procedimentos de Uso, Operação e Manutenção. O conhecimento da durabilidade das estruturas de concreto são fundamentais para: � auxiliar na previsão do comportamento do concreto em longo prazo; � prevenir manifestações patológicas precoces nas estruturas – esseconhecimento é fundamental para reduzir riscos de fissuras, corrosão, expansões e outros problemas; � contribuir para a economia, sustentabilidade e durabilidade das estruturas. CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 20 DURABILIDADE/VIDA ÚTIL DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO: No Brasil há uma proposta de definição clara de Vida Útil de projeto desde o início da década de 90, limitada aos fenômenos de corrosão das armaduras, que pode ser esquematizado conforme mostrado nas figuras a seguir. Para os demais fenômenos de deterioração ainda não há propostas brasileiras nem internacionais. CONCRETO ENDURECIDO DURABILIDADE/VIDA ÚTIL DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO: VIDA ÚTIL DE PROJETO: Período de tempo que vai até a despassivação da armadura, normalmente denominado de período de iniciação. Corresponde ao período de tempo necessário para que a frente de carbonatação ou a frente de cloretos atinja a armadura. VIDA ÚTIL DE SERVIÇO: Período de tempo que vai até o momento em que aparecem manchas na superfície do concreto, ou ocorrem fissuras no concreto de cobrimento, ou ainda quando há o destacamento do concreto de cobrimento. VIDA ÚTIL ÚLTIMA OU TOTAL: Período de tempo que vai até a ruptura ou colapso parcial ou total da estrutura. VIDA ÚTIL RESIDUAL: Corresponde ao período de tempo em que a estrutura ainda será capaz de desempenhar suas funções, contado nesse caso a partir de uma data qualquer, correspondente a uma vistoria. Essa vistoria e diagnóstico podem ser efetuados a qualquer instante da vida em uso da estrutura. CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 21 DURABILIDADE/VIDA ÚTIL DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO: CONCRETO ENDURECIDO DURABILIDADE/VIDA ÚTIL DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO: Os mecanismos mais importantes e frequentes de envelhecimento e de deterioração das estruturas de concreto estão descritos nas NBR 6118:2007 e NBR 12655:2006: � Mecanismos preponderantes de deterioração relativos ao concreto: � lixiviação (águas puras e ácidas); � expansão (sulfatos, magnésio); � expansão (reação álcali-agregado); � reações deletérias (superficiais tipo eflorescências). � Mecanismos preponderantes de deterioração relativos à armadura: � corrosão devida à carbonatação; � corrosão por elevado teor de íon cloro (cloreto). CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 22 DURABILIDADE/VIDA ÚTIL DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO: Os mecanismos mais importantes e frequentes de envelhecimento e de deterioração das estruturas de concreto estão descritos nas NBR 6118:2007 e NBR 12655:2006: � Mecanismos de deterioração da estrutura propriamente dita: � ações mecânicas, movimentações de origem térmica, impactos, ações cíclicas (fadiga), deformação lenta (fluência), relaxação, e outros considerados em qualquer norma ou código regional, nacional ou internacional, mas que não fazem parte de uma análise de vida útil e durabilidade tradicional CONCRETO ENDURECIDO DURABILIDADE/VIDA ÚTIL DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO: Uma diretriz geral, encontrada na literatura técnica, ressalta que a durabilidade da estrutura de concreto é determinada por quatro fatores identificados como regra dos 4C: � Composição ou traço do concreto; � Compactação ou adensamento efetivo do concreto na estrutura; � Cura efetiva do concreto na estrutura; � Cobrimento das armaduras. CONCRETO ENDURECIDO Classes adotadas pela NBR 6118:2007 e NBR 12655:2006 Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 23 DURABILIDADE/VIDA ÚTIL DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO: No Brasil a primeira norma sobre estruturas de concreto, publicada pela Associação Brasileira de Concreto (ABC), data de julho de 1931 e especifica: � consumo de cimento ≥ 240 kg/m3, SEMPRE; � consumo de cimento ≥ 270 kg/m3, PARTES EXPOSTAS; � consumo de cimento ≥ 300 kg/m3, PARA PONTES; � água de amassamento não deve conter cloretos, sulfatos e nem matéria orgânica; � cobrimento ≥ 1,0cm para LAJES INTERIORES; � cobrimento ≥ 1,5cm para LAJES EXTERIORES; � cobrimento ≥ 1,5cm para PILARES E VIGAS INTERIORES; � cobrimento ≥ 2,0cm para PILARES E VIGAS EXTERIORES; CONCRETO ENDURECIDO AÇÃO DA CARBONATAÇÃO NO CONCRETO: A carbonatação transforma íons alcalinos como: cátions de sódio, potássio e cálcio, em sais de carbonatos desses elementos, pela ação ácida do CO2 presente no ar. � Representa um dos fatores iniciadores mais importantes da corrosão das armaduras; � Ocorre a uma velocidade lenta; � Atenua-se com o tempo. Acontece através: � Dissolução do dióxido de carbono (CO2) – Mais Relevante; � Decomposição do silicato de cálcio hidratado (C-S-H) e das fases aluminato. CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 24 AÇÃO DA CARBONATAÇÃO NO CONCRETO: CONCRETO ENDURECIDO AÇÃO DA CARBONATAÇÃO NO CONCRETO: Controle e Mitigação da Carbonatação no Concreto: � Aumento do cobrimento com um revestimento adicional de argamassa e concreto: � Evita que a frente de carbonatação atinja a armadura, podem ser utilizados produtos de películas superficiais (tintas e vernizes) e argamassas cimentícias modificadas. � Se já houve a carbonatação as películas não são mais adequadas � Realcalinização: � Eleva o pH da pasta cimentícia por meio de substâncias alcalinas que são introduzidas no concreto através dos seus poros – acontece por difusão ou migração iônica (realcalinização eletroquímica). CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 25 AÇÃO DA CARBONATAÇÃO NO CONCRETO: Controle e Mitigação da Carbonatação no Concreto: � Realcalinização por difusão (ou passiva): � Aplicação de um revestimento muito alcalino sobre a superfície carbonatada; � A realcalinização é alcançada pela lenta difusão dos álcalis através da zona carbonatada. � Inconveniente: Processo demorado e muito difícil de controlar a correta distribuição do material de revestimento. CONCRETO ENDURECIDO AÇÃO DA CARBONATAÇÃO NO CONCRETO: Controle e Mitigação da Carbonatação no Concreto: � Realcalinização eletroquímica do concreto: � Aplica-se temporariamente uma corrente entre um ânodo (tela fixada no exterior do concreto) e um cátodo interno (armadura). � Movimentação dos íons positivos no eletrólito (uma solução alcalina, geralmente carbonato de sódio) em direção à armadura, enquanto os íons hidroxila são produzidos na armadura de aço devido à redução da água. CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 26 CORROSÃO DAS ARMADURAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO: Efeito da umidade, resistividade e acesso de oxigênio: � O concreto seco possui uma alta resistividade - nessa condição, não permite a mobilidade dos íons; � Com o aumento da unidade interna do concreto resistência ôhmica vai diminuindo e o processo de corrosão pode se desenvolver; � Quando os poros do concreto estão saturados de água, a resistividade é a menor possível e o oxigênio encontra maior dificuldade para chegar até a armadura – o processo de corrosão está controlado � A velocidade de corrosão máximas se dão em concretos com altos teores, porém sem saturar os poros. CONCRETO ENDURECIDO CORROSÃO DAS ARMADURAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO: Efeito da temperatura: � O aumento da temperatura estimula a mobilidade das moléculas, favorecendo seu transporte através da microestrutura do concreto . � A corrosão aumenta duas vezes a cada aumento de 20ºC – os efeitos da temperatura a -20ºC apresentamvelocidade de corrosão reduzida 10 vezes a cada redução de temperatura de 20ºC abaixo de 0ºC. Formação de macrocélulas de corrosão: � Por diferença de concentração de sais (íons cloreto). � Por diferença de pH. � Pela presença de fissuras. � Por aeração diferencial. � Pela formação de pilhas galvânicas. CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 27 CORROSÃO DAS ARMADURAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO: Métodos para proteção contra a corrosão: � Proteção por barreira. � Repassivação. � Proteção catódica. � Proteção por inibição. CONCRETO ENDURECIDO CORROSÃO DAS ARMADURAS DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO: Estratégia para diagnóstico da corrosão Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 28 REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO NO CONCRETO: A RAA é um termo geral utilizado para descrever reações químicas que podem ocorrer internamente no concreto entre alguns componentes mineralógicos presentes em rochas e agregados reativos e álcalis da solução dos poros. Como resultado da reação, são formados produtos que, na presença de umidade e na sua maioria, são capazes de expandir e causar tensões internas, fissurações e deslocamentos, afetando a durabilidade das estruturas de concreto. CONCRETO ENDURECIDO REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO NO CONCRETO: Tipos: � REAÇÃO ÁLCALI SILICATO – é um tipo específico de reação em que participam alguns tipos de silicatos presentes em certas rochas – silicatos reativos mais comuns são o quartzo tensionado por processos tectônicos e os minerais da classe dos filossilicatos presentes em ardósias, filitos, xistos, gnaisses, granulitos, quartzitos, entre outros – esta reação é mais lenta; � REAÇÃO ÁLCALI-CARBONATO – é o tipo de reação em que participam os agregados rochosos carbonáticos. A forma mais conhecida de deterioração do concreto é devida à desdolomitização da rocha dolomita e consequente enfraquecimento da ligação pasta-agregado – não há a formação de gel expansivo CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 29 REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO NO CONCRETO: Evidências visuais mais comuns da RAA: � fissuração em forma de mapa (em concretos sem armadura); � fissuração orientada (em concreto armado); � exsudação de gel na superfície do concreto; � manchas superficiais; � macrofissuras com descoloração visível ao longo de suas bordas; � perda de aderência entre a pasta e o agregado; � expansão visível do concreto. CONCRETO ENDURECIDO REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO NO CONCRETO: Evidências visuais mais comuns da RAA: CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 30 REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO NO CONCRETO: Existem vários fatores que influenciam a velocidade e intensidade da RAA. Dependendo do tipo de parâmetro interveniente, o desencadeamento da RAA pode ser mais rápido ou mais lento e suas expansões e prejuízos podem ser mais ou menos intensos. � características e propriedades dos materiais; � características e propriedades do compósito (argamassa ou concreto); � condições ambientais e tempo de exposição; � Agregado - quanto mais desorganizada e instável é a estrutura do mineral no agregado, mais reativa será a fase; � Cimento – Maiores expansões quanto maior o álcalis do cimento; � Condições ambientais e tempo de exposição – À medida que a umidade aumenta as expansões aumentam � outros fatores. CONCRETO ENDURECIDO REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO NO CONCRETO: Medidas preventivas: � Considerando a potencialidade reativa de um agregado para a RAS, as possibilidades são: � troca do material reativo para um inócuo – solução nem sempre viável técnica e economicamente; � limitação do teor de álcalis do concreto – solução não totalmente confiável; � emprego de adições químicas; � emprego de adições minerais. CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 31 REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO NO CONCRETO: A RAA é um fenômeno complexo, que pode gerar expansões e ser destrutivo, dependendo dos materiais e condições de exposição. É importante avaliar o potencial reativo do agregado em laboratório de forma a adotar a melhor ação preventiva. A definição da ação preventiva também deve levar em conta o tipo de estrutura/elemento e condições de exposição, a partir de uma análise de risco. Forma preventiva mais empregada: adições minerais. Na fase de diagnóstico, a avaliação em campo e laboratório são importantes, incluindo um sistema de instrumentação para alimentar modelos, auxiliar no prognóstico, e definir a melhor forma de intervenção. CONCRETO ENDURECIDO AÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS NO CONCRETO: Agentes físicos e químicos que podem comprometer a durabilidade do concreto: � Físicos: � Abrasão; � Erosão; � Cavitação; � Os sais cristalizados nos poros; � Congelamento e degelo. � Químicos: � Hidrólise dos componentes dos materiais cimentícios; � Troca iônica; � Ações de sulfatos e do ácido carbônico. CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 32 AÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS NO CONCRETO: ABRASÃO: Corresponde ao efeito do atrito causado ao concreto por veículos ou máquinas em movimento – perda gradual e continuada da argamassa superficial do concreto – observável principalmente em pisos e pavimentos rodoviários. Classificadas segundo o DNIT: � DESGASTE LEVE: perda de argamassa superficial em até 6mm de profundidade – exposição do agregado graúdo; � DESGASTE MÉDIO: perda de argamassa superficial de 7 a 12 mm de profundidade – com perda da argamassa entre as partículas do agregado graúdo; � DESGASTE PESADO: perda de argamassa superficial de 13 a 25 mm de profundidade – nítida exposição do agregado graúdo; � DESGASTE SEVERO: perda de argamassa superficial, de agregado graúdo e, da argamassa de envolvimento do agregado graúdo, em profundidades maiores que 25 mm - possível exposição da armadura. CONCRETO ENDURECIDO AÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS NO CONCRETO: EROSÃO: É o efeito do atrito causado por partículas em suspensão e em movimento em meio aquoso, por exemplo: � Pontes; � Túneis; � Canais; � Barragens; � Vertedouros. CAVITAÇÃO: É a formação de bolhas de vapor provocadas pelo rebaixamento de pressão em regiões onde há um aumento elevado na velocidade de escoamento do líquido. A elevação desta velocidade é ocasionada por sobressaltos existentes na superfície de escoamento, havendo queda de repentina de pressão, formando-se as bolhas – geralmente observado em sistemas hidráulicos CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 33 AÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS NO CONCRETO: CAVITAÇÃO: As irregularidades abruptas não devem exceder 3 mm e as graduais 6 mm. Adicionalmente, as irregularidades abruptas, normais à direção do fluxo, devem ser aplainadas. A verificação das irregularidades deve ser feita através de gabarito de 1,5 m de comprimento. FISSURAÇÃO POR SAIS CRISTALIZADOS NOS POROS: A utilização de quantidade de água no concreto superior à estritamente necessária, além do aprisionamento ou incorporação intencional de ar na mistura, tornam o concreto um material naturalmente poroso – poros da pasta endurecida de cimento, os poros do agregado e aqueles presentes na interface da pasta com os agregados. Classificação dos concretos segundo a porosidade CONCRETO ENDURECIDO AÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS NO CONCRETO: FISSURAÇÃO POR SAIS CRISTALIZADOS NOS POROS: A cristalização de sais nos poros do concreto pode gerar pressões capazes de fissurá-lo,a extensão do dano depende do local da cristalização do sal, que é determinado por um equilíbrio dinâmico entre a taxa de evaporação da água pela superfície exposta do material e a taxa de fornecimento da solução do sal para este local. CONGELAMENTO E DEGELO: A ação intermitente de temperaturas negativas e positivas nos países de clima frio provoca o congelamento da água nos poros de concreto, cujo aumento de volume pode levar a sua deterioração. Por outro lado, ambientes destinados à armazenagem sob temperaturas negativas, como câmaras frigoríficas, também estão sujeitos a patologias. CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 34 AÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS NO CONCRETO: AÇÃO DE SULFATOS: Na reação com os aluminatos de cálcio hidratados do cimento ou com a alumina reativa do agregado, o íon sulfato é responsável pela formação de um composto expansivo (sulfoaluminato de cálcio) que compromete a estabilidade do concreto endurecido. O ataque por sulfato também pode provocar a diminuição progressiva da resistência e perda de massa em virtude da perda de coesão dos produtos de hidratação do cimento. Manifesta-se nas formas: � de expansão e fissuração do concreto – torna-se mais fácil a penetração da água agressiva no seu interior, acelerando a sua deterioração. CONCRETO ENDURECIDO AÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS NO CONCRETO: AÇÃO DE SULFATOS: Fatores que influenciam o ataque por sulfato são: � quantidade e natureza de sulfato presente; � nível da água e sua variação sazonal; � fluxo de água subterrânea e a porosidade do solo; � forma de construção; � qualidade do concreto, com destaque à baixa permeabilidade do concreto. OUTRAS AÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS NO CONCRETO: � Reações por troca de cátions; � Hidrolise dos componentes dos materiais cimentícios; CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 35 AÇÃO DO FOGO NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO: O concreto endurecido comporta-se como material “homogêneo” em temperatura ambiente. Em altas temperaturas apresentam comportamentos distintos: � Desidratação da pasta; � Pirólise (reações químicas causada pelo calor) de cada componente; � Expansão ou contração diferencial. CONCRETO ENDURECIDO AÇÃO DO FOGO NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO: Efeitos do calor no concreto endurecido: CONCRETO ENDURECIDO Concreto: •material estrutural incombustível; •possui baixa condutividade térmica; •não exala gases tóxicos ao ser aquecido; Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 36 AÇÃO DO FOGO NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO: Alterações na Micro estrutura: Pasta de cimento Portland � Expansão � Contração � Desidratação � Decomposição do C-S-H � Decomposição do carbonato de cálcio (CaCO3) Agregados � Expansão � Transformações mineralógicas: quartzo α > β � Decomposição generalizada Água livre � Evaporação � Aumento da pressão interna de vapor � Fissuração excessiva � Desplacamento (Spalling) CONCRETO ENDURECIDO CONCRETO ENDURECIDO Materiais de Construção II - CONCRETO - Propriedades do Concreto Endurecido Engº Luiz Gustavo Laval 37 AÇÃO DO FOGO NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO: Dilema: reabilitação ou demolição? � Intensidade do incêndio � incêndio acidental; • edifícios projetados cf. legislação vigente; � incêndio intencional (arsoning); • World Trade Center, prisões; � Spalling: fenômeno aleatório; � Uso de agregados termicamente estáveis; � Configuração das de armaduras; � Idade do concreto; � Dimensões do elemento de concreto; • Ensaios em pequena escala não são representativos da situação de incêndio real (influência da amostra); � Adições • Locais sujeitos a situações severas de incêndio • materiais altamente inflamáveis (túneis, aeroportos, etc.) CONCRETO ENDURECIDO BIBLIOGRAFIA: � BAUER, L. A. F. - Materiais de Construção – Volume 1. Editora LTC, 5º Edição; � Editor ISAIA, Geraldo C. – CONCRETO: CIÊNCIA E TECNOLOGIA – Editora IBRACON, Volume 2, 1ª Edição,. CONCRETO ENDURECIDO
Compartilhar