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Aula direito processual civvil (4)

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Aula 03
Direito Processual Civil p/ TJDFT - Técnico Judiciário (Área Administrativa)
Professor: Gabriel Borges
 
 Direito Processual Civil ʹ TJDFT 
 Teoria e Exercícios comentados 
 Prof. Gabriel Borges ʹ Aula 03 
 
 
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TJDFT - TÉCNICO JUDICIÁRIO - 
ÁREA ADMINISTRATIVA 
 
AULA 03: DOS ÓRGÃOS JUDICIÁRIOS, DO JUIZ, DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA. 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Capítulo IV: Dos Órgãos Judiciários, Do Juiz, Dos Auxiliares da 
Justiça. 02 
2. Resumo 44 
3. Questões comentadas 49 
4. Lista das questões apresentadas 78 
5. Gabarito 88 
 
CAPÍTULO IV: DOS ÓRGÃOS JUDICIÁRIOS, DO JUIZ, DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA. 
Onde houver órgão jurisdicional haverá jurisdição, sendo ela limitada pela 
competência. Desse modo, todos os juízes estão investidos de jurisdição, mas não quer 
isso dizer que todos poderão julgar todo tipo de litígio em qualquer lugar. O que define o 
litígio e o lugar em que cada um deles irá atuar é a competência. 
Para saber se o juiz é detentor de determinada competência, deve-se analisar a 
Constituição, as leis processuais e leis de ordem judiciária. A Carta Magna determina a 
estrutura do Poder Judiciário e, de modo geral, distribui as competências ± matéria 
regulada por legislação ordinária. 
No sistema brasileiro, os órgãos judicantes são divididos em singulares e 
coletivos. Nos dois casos, quem exerce o poder jurisdicional, atuando em nome do 
Estado, são os juízes. 
a) No Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, esses juízes 
recebem o nome de Ministros; 
b) Nos Tribunais de Justiça, de Desembargadores; 
 
 Direito Processual Civil ʹ TJDFT 
 Teoria e Exercícios comentados 
 Prof. Gabriel Borges ʹ Aula 03 
 
 
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c) Nos Tribunais Regionais Federais e nos Tribunais de Alçada, de juízes mesmo, 
sendo que o regimento interno de vários tribunais regionais federais fala em 
desembargadores. Uso indevido, que tem sido fortalecido pela prática. 
 
1. ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA 
O sistema constitucional brasileiro divide os órgãos jurisdicionais em: órgão 
federal, com jurisdição nacional, e órgãos estaduais, com jurisdição em cada Estado. 
Em matéria constitucional, são chefiados pelo Supremo Tribunal Federal e em se 
tratando de matéria comum, são liderados pelo Superior Tribunal de Justiça. Tanto o STF 
como o STJ exercem jurisdição em todo o território nacional e têm sede na Capital 
Federal. 
Além da justiça civil, o aparelho federal compreende os órgãos da justiça especial, 
como justiça militar, eleitoral e trabalhista. 
São órgãos do Poder Judiciário: 
1 ± Supremo Tribunal Federal 
2 ± Conselho Nacional de Justiça (órgão administrativo e disciplinar). Importante 
ressaltar que a Emenda Constitucional nº 45/2004 instituiu o Conselho Nacional de 
Justiça ± que não é órgão jurisdicional, mas sim, órgão de caráter administrativo e 
disciplinar. 
 3 ± Superior Tribunal de Justiça 
4 ± Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais 
5 ± Tribunais e Juízes do Trabalho 
6 ± Tribunais e Juízes Eleitorais 
7 ± Tribunais e Juízes Militares 
8 ± Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
- O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais 
Superiores têm sede na Capital Federal. 
 
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 Teoria e Exercícios comentados 
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- O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o 
território nacional. 
Os Órgãos judiciários são representados em uma cadeia hierárquica que tem 
como ápice o STF. Seguindo o STF na escala hierárquica, encontra-se o STJ e na base 
estão os juízes estaduais e federais de 1º grau de jurisdição. 
Assim, a matéria de jurisdição civil é administrada pelos órgãos federais ± 
Tribunais Regionais Federais e juízes federais ± e pelos órgãos estaduais ± Tribunais e 
juízes estaduais. 
Em cada aparelho, federal e estadual, os juízes são situados em dois planos: 1º 
grau de jurisdição e 2º grau de jurisdição. 
a) 1º grau de jurisdição: Juízes de direito e federais. 
b) 2º grau de jurisdição: TRF e Tribunais de Justiça 
Primeiro grau de jurisdição Órgãos judiciários civis: singulares 
ou monocráticos; apenas um juiz. 
Graus superiores ± instâncias 
recursais 
Juízes: coletivos ou colegiados; 
tribunais com vários juízes. 
 
2. TRIBUNAIS 
Os Tribunais são órgãos de competência recursal que se colocam acima dos 
juízes. Entre eles existe uma hierarquia orgânica e funcional, pois os Tribunais exercem 
o poder de reexame e disciplina. Já entre os órgãos federais e estaduais e o STF e STJ 
existe somente hierarquia funcional, pois só é exercido o poder de reexame. 
Além disso, são dotados de autonomia administrativa e funcional, podendo 
elaborar suas propostas orçamentárias. 
Aos Tribunais compete privativamente: 
a) Eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com 
observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo 
 
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sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e 
administrativos; 
b) Organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes 
forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva; 
c) Prover os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; 
d) Propor a criação de novas varas judiciárias; 
e) Prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, os cargos 
necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei; 
f) Conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes 
e servidores que lhes forem imediatamente vinculados. 
Ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de 
Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo compete: 
a) Alteração do número de membros dos tribunais inferiores; 
b) Criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços 
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de 
seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; 
c) Criação ou extinção dos tribunais inferiores; 
d) Alteração da organização e da divisão judiciárias; 
Aos Tribunais de Justiçacompete julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal 
e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de 
responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. 
 
3. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
Consiste no reexame da decisão da causa, ou seja, é a possibilidade de revisão 
da solução da causa. 
 
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É imprescindível a diferença hierárquica entre os órgãos jurisdicionais que, 
respectivamente, profere a primeira decisão e que reexamina para que ocorra o duplo 
grau de jurisdição. 
Vejamos as vantagens e desvantagens em relação ao princípio do duplo grau de 
jurisdição. 
A ± Vantagens: 
a) O ser humano, não satisfeito com a decisão, poderá ter uma segunda 
opinião acerca do caso. 
b) O magistrado está sujeito ao erro, assim é necessário manter um 
mecanismo de revisão das decisões. 
c) Evita a arbitrariedade do magistrado. 
d) Decisão proferida por órgão colegiado pressupõe melhor qualidade na 
prestação da jurisdição, pois os magistrados são mais experientes. 
B ± Desvantagens 
a) Prejudica a ideia de jurisdição una, uma vez que se pode obter uma decisão 
contrária à primeira proferida. 
b) Afasta o princípio da oralidade, pois o duplo grau de jurisdição, em regra, é 
interposto por meio da apelação, que exige a forma escrita. 
c) Prejudica a identidade física do magistrado, uma vez que o juiz que produziu 
a prova oral não será mais quem irá prolatar a sentença. 
d) Prejudica a celeridade processual, já que, havendo recurso, a prestação 
jurisdicional se torna, por óbvio, mais lenta. 
 
4. JURISDIÇÃO EXTRAORDINÁRIA 
 Regra geral, a jurisdição é exercida em dois graus: o originário e o recursal. Há 
uma subordinação de toda justiça nacional ao STF e ao STJ e, por isso, existe a 
possibilidade de interposição de recurso contra decisões dos Tribunais de Justiça de 2º 
grau a uma dessas duas Cortes. 
 
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Contudo, o STF e o STJ apenas julgam questões de direito federal e não 
questões de direito de fato ou local. Assim, a parte recorrente, para obter a prestação 
jurisdicional de uma das Cortes, deverá enquadrar sua pretensão em algum dos casos 
extraordinários elencados na Constituição Federal. 
Os apelos endereçados ao STF e ao STJ são, respectivamente, denominados 
recursos extraordinários e especiais (mais sobre o assunto, capítulo: Dos Recursos). 
São estes permissivos constitucionais extraordinários (arts. 102, inciso III e 105, 
inciso III da CF): 
A ± Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas 
em única ou última instância, quando a decisão recorrida: 
a) Contrariar dispositivo da Constituição; 
b) Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição. 
d) Julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
e) Sendo que a arguição de descumprimento de preceito fundamental, 
decorrente da Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da 
lei. 
As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas 
ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade 
produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do 
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual 
e municipal. 
No recurso extraordinário, o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral 
das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o 
Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação 
de dois terços de seus membros. 
 
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B ± Compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar, em recurso especial, as 
causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou 
pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: 
a) Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) Julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
c) Der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro 
tribunal. 
Há disposição constitucional para que junto ao Superior Tribunal de Justiça 
funcione: 
a) A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, 
cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e 
promoção na carreira; 
b) O Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a 
supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, 
como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter 
vinculante. 
Outra peculiaridade que merece nossa atenção é a função conferida ao STF de 
expedir súmulas de sua jurisprudência constitucional com efeitos vinculantes para toda a 
estrutura judiciária nacional. 
A vinculação às súmulas tem caráter geral e não apenas recursal, ou seja, a 
sujeição a súmulas não ocorre apenas no âmbito dos recursos extraordinários. 
Assim, Tribunais e juízes ao proferirem suas decisões e sentenças ficam 
vinculados à aplicação dos enunciados das súmulas vinculantes. 
 
5. REQUISITOS DE ATUAÇÃO DO JUIZ 
Para que os atos do juiz sejam legitimados, devem ser observados determinados 
requisitos. São eles: 
a) Ser investido de jurisdição (jurisdicionalidade); 
 
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b) Ter competência atribuída por lei (competência); 
c) Ser imparcial (imparcialidade); 
d) Estar desvinculado dos poderes Legislativo ou Executivo e não se subordinar 
juridicamente aos tribunais (independência); 
e) Ter obediência à ordem processual (processualidade). 
É importante ressaltar os poderes, deveres e responsabilidades elencados no CPC 
para o magistrado. 
Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, 
competindo-lhe:I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 
 II - velar pela rápida solução do litígio; 
 III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça; 
 IV - tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes. 
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou 
obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não 
as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito. 
Art. 127. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. 
Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso 
conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da 
parte. 
Art. 129. Convencendo-se, pelas circunstâncias da causa, de que autor e réu se 
serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim proibido por lei, o 
juiz proferirá sentença que obste aos objetivos das partes. 
 Art. 130. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as 
provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou 
meramente protelatórias. 
Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias 
 
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constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na 
sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento. 
Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se 
estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou 
aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor. 
 Parágrafo único. Em qualquer hipótese, o juiz que proferir a sentença, se 
entender necessário, poderá mandar repetir as provas já produzidas. 
Art. 133. Responderá por perdas e danos o juiz, quando: 
 I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; 
 II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar 
de ofício, ou a requerimento da parte. 
 Parágrafo único. Reputar-se-ão verificadas as hipóteses previstas no n° II só 
depois que a parte, por intermédio do escrivão, requerer ao juiz que determine a 
providência e este não lhe atender o pedido dentro de 10 (dez) dias. 
Caiu em prova: 
 (TJ RJ ± 2012) O juiz, no processo civil, 
a) aprecia a prova de acordo com uma determinada hierarquia legal, sendo a 
confissão a mais importante, e a prova testemunhal a menos importante. 
b) decidirá o processo nos limites do pedido formulado, sendo-lhe proibido 
conhecer de questões não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa 
da parte. 
c) não pode determinar ele próprio as provas que entender necessárias, pois 
depende sempre do pedido expresso da parte nesse sentido. 
d) se tiver sua sentença reformada, poderá responder por perdas e danos, 
independente de dolo ou fraude. 
e) não é obrigado a julgar o processo se não existirem normas legais para o 
caso concreto que está sendo examinado. 
 
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Gabarito: B 
9DOH� FRPHQWDU� D� OHWUD� ³D´� GHVWD� TXHVWmR�� HODERUDGD� FRP� LQWHOLJrQFLD��
Percebam que ela é sútil ao contrariar um dispositivo legal. Menciona haver uma 
hierarquia entre as provas, enquanto o CPC assegura ao juiz a possibilidade de 
IRUPDU� VHX� OLYUH� FRQYHQFLPHQWR�� FRQIRUPH� OHLWXUD� TXH� IL]HPRV� GR� DUW������ ³o juiz 
apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos 
autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os 
motivos que lhe formaram o convencimento�´ 
3RUWDQWR��D�OHWUD�³D´�QmR�GHYH�VHU�PDUFDGD��$�RSomR�FRUUHWD�p�D�GD�OHWUD�³E´� 
(TJ RJ ± 2012) O juiz responderá por perdas e danos quando 
a) recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar 
de ofício, ou a requerimento da parte. 
b) sua sentença for alterada pelos tribunais. 
c) exceder o prazo de noventa dias para término de qualquer processo. 
d) determinar provas que os tribunais entendam desnecessárias. 
e) retardar, em qualquer situação, providência inerente ao exercício de suas 
funções. 
Gabarito: A 
 
6. GARANTIAS DA MAGISTRATURA 
A todos os membros da magistratura ± juízos singulares e coletivos ± foram 
outorgadas garantias especiais, pela Carta Magna: 
1 ± Vitaliciedade: só perdem o cargo em razão de sentença judicial com trânsito 
em julgado. 
2 ± Inamovibilidade: somente poderá ser removido por interesse público, 
reconhecido pela maioria absoluta dos votos do tribunal respectivo ou do Conselho 
 
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Nacional de Justiça ± CNJ. Isso quer dizer que não podem ser removidos 
compulsoriamente. 
3 ± Irredutibilidade de subsídio. 
Aos juízes é vedado: exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou 
função, salvo uma de magistério; receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou 
participação em processo; dedicar-se à atividade político-partidária; receber, a qualquer 
título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou 
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; exercer a advocacia no juízo ou 
tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por 
aposentadoria ou exoneração. 
Para completar a lisura da função judicante, o CPC prevê normas a serem 
seguidas por aqueles que exercem a competência jurisdicional. O juiz dirigirá o processo 
conforme as disposições do CPC, competindo-lhe: assegurar às partes igualdade de 
tratamento; velar pela rápida solução do litígio; prevenir ou reprimir qualquer ato contrário 
à dignidade da Justiça; tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes. 
Desse modo, os juízes devem assegurar o tratamento isonômico, celeridade ao 
processo e garantir a dignidade da justiça. É obrigatório, no entanto, que o juiz observe os 
casos necessários de aplicação de regimes especiais a favor da parte ou partes que 
careçam de cuidados diferenciados, como os hipossuficientes. 
Além disso, cabem também ao juiz os deveres de despachar e sentenciar, 
quando provocado, ainda que não haja previsão legal ou haja obscuridade na lei. Em 
outras palavras, o juiz não pode deixar de prestar tutela jurisdicional, mas, buscando, 
sempre, conciliação entre as partes. 
Art. 126, CPC: o juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna 
ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; nãoas 
havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito. 
O juiz pode recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito; 
contudo, essas hipóteses somente se aplicam quando não há previsão legal sobre a 
causa em questão. 
 
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O magistrado não pode deixar de analisar um caso e decidir sobre ele, mesmo 
que não encontre norma que lhe seja aplicável por um defeito do sistema. O defeito pode 
decorrer, por exemplo, da ausência de norma, da presença de disposição legal injusta ou 
em desuso ± constituindo espécie de lacuna do ordenamento jurídico, que deve ser 
solucionada pela integração de normas. Para realizá-la, o juiz age indutivamente; utiliza 
sua experiência; procede à observação de fatos particulares, extraindo uma regra, de 
conformidade com aquilo que mais comumente acontece. 
São, desse modo, juízos de valores que, apesar de individuais, têm autoridade, 
porque contêm a ideia de consenso geral, ou da cultura de certo grupamento social. O 
órgão judicante pode aplicá-la ao exercer sua função integrativa de analisar a situação a 
partir da analogia, do costume e dos princípios gerais de direito. 
A analogia é a aplicação de uma norma à situação semelhante não regulada por 
norma alguma. No direito público, o uso da analogia não é constante, visto que o Poder 
Público só pode fazer aquilo que a lei permite. O costume consiste em agrupamento de 
normas de comportamento que as pessoas obedecem de maneira uniforme e constante 
pela convicção de sua obrigatoriedade jurídica. Por sua vez, os princípios gerais do direito 
são derivados das ideias políticas e sociais vigentes, ou seja, devem corresponder ao 
subconjunto axiológico e ao fático, que norteiam o sistema jurídico, sendo, assim, um 
ponto de união entre consenso social, valores predominantes, aspirações de uma 
sociedade com o sistema de direito. 
Quando o magistrado se apoiar em algum dos três elementos citados, ele, ainda 
assim, seguirá o princípio da legalidade. O legislador quis, com isso, limitar a atividade 
criativa do juiz. O magistrado tenta, em verdade, adequar os critérios a uma interpretação 
atual da lei. 
Dessarte, o juiz só decide por equidade nos casos previstos em lei; decide a lide 
nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões não suscitadas. 
Ele aprecia livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias presentes nos autos, 
ainda que não alegados pelas partes. Mas deve indicar, na sentença, os motivos do 
convencimento. 
 
 
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7. IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO 
Nos dois casos, o juiz deve declarar parcialidade. O impedimento tem caráter 
objetivo e absoluto, enquanto a suspeição é subjetiva e relativa. Isso quer dizer que, no 
caso do impedimento, por ser absoluto, não há preclusão (pode ser questionado, pela 
parte, a qualquer tempo). São casos de impedimento aqueles elencados no art. 134 do 
CPC: 
É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário: 
I ± de que for parte; 
II ± em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou 
como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha; 
III ± que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença 
ou decisão; 
IV ± quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou 
qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o 
segundo grau; 
V ± quando cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das partes, em 
linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau; 
VI ± quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na 
causa. 
Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só se verifica quando o 
advogado já estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado 
pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz. 
Infere-se desse parágrafo que não haverá impedimento, se a parte convocar 
advogado que tenha ligação com o juiz (casos do inciso IV) depois que a causa já estiver 
em curso. Quis, com isso, o legislador evitar que a parte mudasse de advogado com a 
intenção de tornar o juiz impedido. 
Por seu turno, o art. 135 enumera os casos de suspeição do juiz: reputa-se 
fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando: 
 
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I ± amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; 
II ± alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de 
parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau; 
III ± herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; 
IV ± receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma 
das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas 
do litígio; 
V ± interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes. 
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo. 
O STF decidiu que não se configura impedimento se o julgador da primeira 
instância atuar em matéria civil como criminal de uma mesma causa. Se o 
julgamento fosse diferente as comarcas pequenas, em que há acúmulo de temas 
cíveis e penais pelo mesmo juiz, teriam que ser ampliadas. (HC 97544 SP, Relator: 
Min. EROS GRAU, Data de Jugamento: 21/09/2010, Segunda Turma, Data de 
Publicação: DJe-234 DIVULG 02-12-2010 PUBLIC 03-12-2010 EMENT VOL-
02444-01 PP-00005) 
 
8. ATOS JUDICIAIS 
Os atos processuais são praticados por diversos sujeitos do processo. Quanto à 
pessoa, classificam-se em: 
a) Atos dos órgãos judiciários ± praticados pelo juiz ou auxiliares. 
b) Atos das partes 
Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e 
despachos. 
 
8.1. FORMA DOS ATOS JUDICIAIS 
Vamos relembrar alguns pontos importantes e em seguida daremos continuação ao 
tema. 
 
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O juiz (órgão jurisdicional singular) pratica i) atos decisórios e ii) não decisórios. 
Enquanto naqueles [atos decisórios] háconteúdo de comando, nestes [não decisórios] há 
função administrativa somente. 
Os atos decisórios são subdivididos em:1) propriamente ditos e 2) executivos, de 
acordo com a natureza do processo ± cognição ou execução. 
Com os atos decisórios propriamente ditos (1), pretende-se declarar a vontade da 
lei para o caso em questão. 
Nos atos executivos (2), pretende-se aplicar a vontade da lei, só que para 
satisfazer direito do credor, por meio de providências concretas sobre o patrimônio do 
devedor. Exemplos do último: atos que determinam a penhora, adjudicação, arrematação. 
E a definição legal para os atos do juiz? De modo não exaustivo, o CPC nomeou 
no art. 162 os atos do juiz: os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões 
interlocutórias e despachos. 
§ 1° Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 
267 e 269 desta Lei [CPC]. 
§ 2° Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve 
questão incidente. 
§ 3° São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício 
ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma. 
Recebe a denominação de acórdão o julgamento proferido pelos tribunais. Seria 
como a sentença dos tribunais. 
As decisões interlocutórias resolvem questão pendente no processo, sem que ele 
(o processo) venha a acabar ± exemplos: antecipação de tutela, deferimento de liminar, 
deferimento ou não da oitiva de testemunhas, entre muitos outros. Para questionar as 
decisões interlocutórias, utiliza-se, em regra, o agravo. Ademais, a decisão interlocutória 
deve ser fundamentada. 
- Vejam como esse tema foi cobrado na prova do TCU 2011. 
(TCU 2011) Julgue o item que se seguem, acerca dos atos do juiz. 
 
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Ao longo do processo, é natural surgirem questões que exijam decisões a serem 
tomadas pelo magistrado. Essas decisões, quando resolvem incidentalmente questões 
relevantes, denominam-se decisões interlocutórias. 
O enunciado está correto. É o conceito legal de decisão interlocutória. Reparem 
que há o emprego do termo incidentalmente, que se relaciona ao modo incidental, ou 
seja, que ocorre durante o processo, sem que essa decisão determine seu fim. 
Qualquer decisão judicial, inclusive as de cunho interlocutório, deve ser 
devidamente fundamentada, sob pena de nulidade, por violação ao artigo 93, inciso IX, da 
Constituição Federal (Decisão unânime, Processo: AG 20016085 PI. Relator: Des. 
Brandão de Carvalho. Julgamento em 24/08/2005. Órgão Julgador: 2a Câmara 
Especializada Cível, TJPI). 
O artigo 93 da CF, em seu inciso IX, dispõe, entre outras coisas, que serão 
fundamentadas todas as decisões dos órgãos do Poder Judiciário, sob pena de nulidade. 
Os despachos não causam gravame a uma das partes, somente dão andamento ao 
processo. Podem ser proferidos ex officio ou por requerimento das partes, em regra, 
estão no grupo dos atos do juiz que não têm cunho decisório. 
Não cabe, salvo casos excepcionais, recurso aos despachos (art. 504, CPC). 
Contudo, se causam algum dano ou afetam direito, não são de mero expediente 
(ordinatórios) e poderão ser recorridos. 
Deixou-se de citar antes o § 4° do art. 162, para citá-lo agora: 
§ 4° Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, 
independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo 
juiz quando necessários. 
Combinando esse parágrafo com o inciso XIV do art. 93 da CF: 
XIV ± os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e 
atos de mero expediente sem caráter decisório. 
Desse modo, para diminuir a carga de trabalho do juiz, o CPC e a CF/88 permitem 
que o escrivão ou o secretário, de ofício, pratiquem os atos ordinatórios, podendo ser 
revistos pelo juiz. 
 
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O legislador quis que todos os atos do juiz, não classificados como sentença ou 
decisão interlocutória, fossem considerados despacho. Mas, o conceito de despacho não 
alcança todos os atos possíveis de serem praticados pelo juiz, há também os atos 
administrativos do processo, sem caráter decisório. Exemplo: incisos I e II do art. 446, 
CPC: compete ao juiz em especial: I ± dirigir os trabalhos da audiência; II ± proceder 
direta e pessoalmente à colheita das provas. 
Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido Quanto 
à forma dos atos do juiz: 
Art. 164 (CPC): Os despachos, decisões, sentenças e acórdãos serão 
redigidos, datados e assinados pelos juízes. Quando forem proferidos, 
verbalmente, o taquígrafo ou o datilógrafo os registrará, submetendo-os aos 
juízes para revisão e assinatura. 
Parágrafo único. A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, 
pode ser feita eletronicamente, na forma da lei. 
 E como se relacionam os atos judiciais com os demais atos do processo? 
 Em primeiro lugar, vale destacar que os atos judiciais são parte de um conjunto 
mais amplo que são os atos processuais. Os atos processuais são praticados por 
diversos sujeitos do processo. Relativamente à pessoa, classificam-se em: 
1) Atos dos órgãos judiciários ± praticados pelo juiz ou auxiliares; 
2) Atos das partes. 
Interessam-nos, aqui, os atos processuais do juiz ± atos judiciais. 
Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e 
despachos. 
x Forma dos atos judiciais 
Art. 164. Os despachos, decisões, sentenças e acórdãos serão redigidos, 
datados e assinados pelos juízes. Quando forem proferidos, verbalmente, o taquígrafo ou 
o datilógrafo os registrará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura. 
Os atos do juiz exigem a forma escrita, com redação em português, manuscrita ou 
grafada mecanicamente, com data e assinatura. Mesmo que sejam expressos na forma 
verbal, devem, posteriormente, ser documentados. 
 
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Parágrafo único. A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode 
ser feita eletronicamente, na forma da lei. (Incluído pela Lei nº 11.419, de 2006). 
Art. 164. Os despachos, decisões, sentenças e acórdãos serão redigidos, 
datados e assinados pelos juízes. Quando forem proferidos, verbalmente, o 
taquígrafo ou o datilógrafo os registrará, submetendo-os aos juízes para revisão e 
assinatura. 
Os atos do juiz exigem a forma escrita, com redação em português, 
manuscrita ou grafada mecanicamente, com data e assinatura. Mesmo que sejam 
expressos na forma verbal, devem, posteriormente,serem documentados. 
Parágrafo único. A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, 
pode ser feita eletronicamente, na forma da lei. (Incluído pela Lei nº 11.419, de 
2006). 
 
8.2. SENTENÇA 
Sentença é amplamente conhecida como sinônimo de decisão judicial que dá fim 
ao processo. A despeito de que havendo apelação outro será o pronunciamento que 
encerrará o processo. O conceito mencionado acima é o da antiga redação do parágrafo 
primeiro do artigo 162, que foi, em 2005, alterado. Agora: 
Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 
e 269 desta Lei (§ 1º, art. 162). 
Ela pode ser terminativa, quando encerra o processo (por isso, não se 
confundindo com a decisão interlocutória) sem julgamento do mérito (art. 267). E pode 
ser de mérito (definitiva), nos casos do art. 269. 
O conceito original do CPC não era muito preciso, uma vez que, o módulo 
processual de conhecimento somente alcança o seu fim com o trânsito em julgado da 
sentença, o que ocorre depois de esgotados os recursos cabíveis. (Sobre o assunto, 
estudaremos mais na aula sobre o assunto). 
8.3. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA 
Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e 
despachos. (...) 
 
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§ 2° Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve 
questão incidente. 
O objeto da decisão interlocutória é a questão incidente, que ocorre durante o 
trâmite processual. Trata-se de questões a serem resolvidas no curso do processo. São 
exemplos: 
a) No curso do processo de conhecimento: exceção de incompetência; o 
cabimento de intervenção de terceiros ou assistência; o saneamento do processo; a 
impugnação ao valor da causa. 
b) No curso do processo de execução: o pedido de penhora e ampliação da 
penhora; a nomeação de bens; o requerimento de adjudicação. 
c) No curso do processo cautelar: pedido de liminar ou sua revogação; 
substituição da medida cautelar por caução, entre outras. 
São decisões interlocutórias os atos mencionados em 1, 2 e 3 porque não 
extinguem o processo. 
x Etimologia da palavra Interlocutória 
1) Inter: no meio. 2) Locutionis: processo 
 
Art. 522 do CPC: Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 
(dez) dias, na forma retida, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à 
parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da 
apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando será 
admitida a sua interposição por instrumento. 
 
Recurso a decisão interlocutória em Informativo do STJ 
Informativo nº 0469 
Período: 11 a 15 de abril de 2011. Segunda Turma AG. RECOLHIMENTO. TAXA 
JUDICIÁRIA. 
A Turma entendeu que a determinação do juízo de primeiro grau para que se 
recolha a taxa judiciária sob pena de cancelamento da distribuição é impugnável por 
agravo de instrumento (art. 522 do CPC), visto tratar-se de decisão interlocutória ± e não 
de despacho de mero expediente ± apta a causar lesão a eventuais direitos da parte. 
 
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Precedentes citados: REsp 1.194.112-AM, DJe 1º/7/2010; REsp 333.950-RJ, DJ 
27/6/2005; RMS 22.675-SC, DJ 11/12/2006, e REsp 1.208.865-BA, DJe 14/2/2011. REsp 
1.212.718-AM, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 14/4/2011. 
 
Informativo nº 0447 
Período: 13 a 17 de setembro de 2010. Primeira Turma AG. DESPACHO. 
SERVENTUÁRIO. TERMO INICIAL. 
In casu, o tribunal a quo não conheceu do agravo de instrumento interposto 
contra despacho ordinatório exarado por serventuário que determinou o recolhimento de 
R$ 11.869,40, a título de diferença de taxa judiciária, para fins de arquivamento de 
mandado de segurança, ao fundamento de que o termo inicial do prazo recursal é a data 
da publicação do ato proferido pelo auxiliar da Justiça. No entanto, a determinação de 
recolher a importância mencionada para arquivar o writ tem o condão de causar gravame 
ao recorrente, uma vez que seu patrimônio pessoal será alcançado; trata-se, portanto, de 
decisão interlocutória, e não de despacho, sendo hipótese de cabimento de agravo de 
instrumento, conforme preceitua o art. 522 do CPC. Por sua vez, afastada a 
intempestividade fixada no aresto recorrido, porquanto assentado o cunho decisório do 
ato, inadmissível sua elaboração por serventuário, pois investe, ostensiva e diretamente, 
contra o comando legal do art. 162, § 4º, do CPC, o qual admite apenas que ele pratique 
atos ordinatórios. De modo que é inexistente o ato do serventuário com caráter decisório 
que resulta em prejuízo à parte porque proferido por autoridade incompetente, razão pela 
qual o prazo para interposição do recurso inicia-se da data da publicação do decisum do 
magistrado que o referendou. Com essas ponderações, a Turma deu provimento ao 
recurso, determinando o retorno dos autos ao tribunal de origem, para que aprecie o 
mérito do agravo de instrumento. Precedentes citados: REsp 1.100.394-PR, DJe 
15/10/2009; REsp 553.419-PB, DJ 11/12/2006, e REsp 603.266-PB, DJ 1º/7/2004. REsp 
905.681-RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 16/9/2010. 
 
ATENÇÃO 
Importante gravar da leitura dos julgados citados que o recurso cabível contra 
decisão interlocutória será o agravo, enquanto contra a sentença, a apelação. 
Como foi cobrado em prova: 
(MPE ± 2009/Adaptada) A apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no 
processo não faz coisa julgada, salvo se promovida ação declaratória incidental, sendo o 
juiz competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o 
julgamento da lide. 
a) Certo 
b) Errado 
Correto o enunciado. 
 
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Antes de comentar a questão, deve-se dizer que coisa julgada é a característica 
atribuída à sentença judicial contra a qual não cabem mais recursos, tornando-a, em 
regra, imutável e indiscutível. 
O art. 469 do CPC faz previsão do que não gera coisa julgada, menciona: 
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte 
dispositiva da sentença; 
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença; 
III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo. 
Mas, o art. 470 do CPC pondera: faz, todavia, coisa julgada a resolução da 
questão prejudicial, se a parte o requerer, o juiz for competente em razão da matéria e 
constituir a questão pressuposto necessário para o julgamento da lide. 
 
8.4. DESPACHO 
(...) 
§ 3°São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de 
ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma. 
O conceito de despacho previsto no Código de Processo Civil é residual. Adotou o 
Código o entendimento de que seria despacho todo ato judicial que não fosse sentença 
ou decisão interlocutória. 
Despacho difere da decisão interlocutória porque não tem, como ela, elemento 
resolutório. Dessa forma, se uma questão processual (controvérsia de fato ou de direito), 
é resolvida pelo juiz falamos em decisão interlocutória. 
De outro modo, se por seu ato o juiz nada julga, apenas dá movimento ao 
processo, falamos em despacho. 
Nesse sentido, vejam questão cobrada em concurso do TCU de 2011: 
(TCU 2011) Os despachos, atos que não implicam decisões capazes de causar algum 
gravame às partes, são praticados sempre de ofício pelo juiz, em razão do princípio do 
impulso oficial, sendo, pois, vedado às partes requerer ao magistrado que os pratique. 
 
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Essa questão contém erro. 
Os despachos têm o escopo de impulsionar o processo, não têm conteúdo 
decisório, por isso, não causam, em regra, prejuízo jurídico às partes, mas erra a questão 
ao dizer que não possa ser requerido pelas partes. 
O CPC em seu § 3° do art. 162: 
São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou 
a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma. 
Desse modo, conforme o §3°, os despachos não são praticados sempre de ofício, 
como traz a questão. As partes podem requerê-los. Aí está o erro da questão. 
Continuado... 
(...) § 4° Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, 
independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo 
juiz quando necessários. 
(VWH�SDUiJUDIR� �†�ƒ��GR�DUW�� ����GR�&3&� LQVWLWXL� D�PRGDOLGDGH� ³DWRV�PHUDPHQWH�
RUGLQDWyULRV´�� RV� GH� MXQWDGD� ± de quaisquer petições ou documentos ± e os de vista 
obrigatória ± exemplo: vista a parte contrária, vista ao Ministério Público. 
Tais atos integram as atribuições dos escrivães, não dependendo de despacho. O 
juiz os verificará e poderá, quando entender necessário, mandar sua repetição, seja por 
que praticados de modo falho ou insuficiente. 
([HPSORV� GH� GHVSDFKR�� ³HVSHFLILTXH� HP� SURYDV´�� ³GLJD� R� Dutor sobre a 
FRQWHVWDomR´��³RILFLH-VH�DR�GLVWULEXLGRU´� 
ATENÇÃO 
Em regra, dos despachos não cabe recurso (art. 504 do CPC). 
Há situações especificas em que a doutrina tem mitigado a regra do art. 504 do 
CPC. Nos casos em que o despacho cause prejuízo à parte, tem-se entendido ser cabível 
agravo. 
Contudo, a lesividade também é elemento para distinção entre despacho e 
decisão interlocutória, sendo impossível o despacho causar prejuízo. Desse modo, os 
 
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tribunais têm recebido o recurso contra o despacho (agravo) sob alegação de tratar-se, 
em verdade, de ato com conteúdo decisório, portanto, decisão interlocutória. 
 
Exemplo de despacho em Informativo do STJ 
Informativo nº 0111 
 
Período: 1º a 5 de outubro de 2001. Quarta Turma CITAÇÃO. EXECUÇÃO. 
OBRIGAÇÃO DE FAZER. AG. 
O despacho inicial que ordena a citação do devedor em execução de 
obrigação de fazer não contém carga decisória a ensejar recurso mediante agravo. 
Quando o Magistrado simplesmente ordena a citação do devedor, longe de decidir 
qualquer questão incidente, está apenas impulsionando a marcha processual, 
proferindo despacho de mero expediente. Precedente citado: REsp 172.093-DF, DJ 
1°/8/2000. REsp 141.592-GO, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, julgado em 
4/10/2001. 
Outro modo de distinguir despacho de decisão interlocutória é pelo critério 
da lesividade, de modo que o despacho não causaria gravame à parte, apenas, 
como já se disse, dá impulso ao processo. 
 
Informativo nº 0447 
 
Período: 13 a 17 de setembro de 2010. Primeira Turma AG. DESPACHO. 
SERVENTUÁRIO. TERMO INICIAL. 
In casu, o tribunal a quo não conheceu do agravo de instrumento interposto contra 
despacho ordinatório exarado por serventuário que determinou o recolhimento de 
R$ 11.869,40, a título de diferença de taxa judiciária, para fins de arquivamento de 
mandado de segurança, ao fundamento de que o termo inicial do prazo recursal é 
a data da publicação do ato proferido pelo auxiliar da Justiça. No entanto, a 
determinação de recolher a importância mencionada para arquivar o writ tem o 
condão de causar gravame ao recorrente [grifamos], uma vez que seu 
patrimônio pessoal será alcançado; trata-se, portanto, de decisão interlocutória, e 
não de despacho, sendo hipótese de cabimento de agravo de instrumento, 
conforme preceitua o art. 522 do CPC. Por sua vez, afastada a intempestividade 
fixada no aresto recorrido, porquanto assentado o cunho decisório do ato, 
inadmissível sua elaboração por serventuário, pois investe, ostensiva e 
diretamente, contra o comando legal do art. 162, § 4º, do CPC, o qual admite 
apenas que ele pratique atos ordinatórios. De modo que é inexistente o ato do 
serventuário com caráter decisório que resulta em prejuízo à parte porque proferido 
por autoridade incompetente, razão pela qual o prazo para interposição do recurso 
inicia-se da data da publicação do decisum do magistrado que o referendou. Com 
essas ponderações, a Turma deu provimento ao recurso, determinando o retorno 
 
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dos autos ao tribunal de origem, para que aprecie o mérito do agravo de 
instrumento. Precedentes citados: REsp 1.100.394-PR, DJe 15/10/2009; REsp 
553.419-PB, DJ 11/12/2006, e REsp 603.266-PB, DJ 1º/7/2004. REsp 905.681-RJ, 
Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 16/9/2010. 
 
9. JUIZ NATURAL 
O princípio do juiz natural apresenta duas facetas: a primeira relacionada ao 
órgão jurisdicional e a segunda com a pessoa do juiz ± a imparcialidade do 
magistrado. 
O primeiro aspecto do princípio quer assegurar que os processos sejam julgados 
pelo juízo competente, ou seja, que a competência constitucional preestabelecida seja 
cumprida. Já o segundo aspecto surge para garantir que o juiz responsável pelo 
julgamento da demanda seja imparcial. Trata-se da essencial exigência de imparcialidade 
que permite que o julgamento do processo seja justo. Em razão dessa segunda faceta, as 
leis processuais estabelecem as causas de impedimento e suspeição do magistrado. 
Não cabe aqui nos alongarmos sobre a questão, mas em linhas gerais, nos dois 
casos, o juiz deve declararparcialidade no julgamento, quando ele deveria ser imparcial. 
Costumamos dizer que o impedimento tem caráter objetivo e absoluto, enquanto a 
suspeição é subjetiva e relativa. Isso quer dizer que no caso do impedimento, por ser 
absoluto, pode ser questionado, pela parte, a qualquer tempo, enquanto a suspeição pode 
ser sanada. 
O impedimento é ocorrência mais grave, é uma situação em que a relação do juiz 
com o caso é mais perceptível, de maneira que o motivo para que ele se afaste do 
julgamento é indiscutível e inafastável ± tanto que o juiz sendo tido como impedido, estará 
proibido de julgar. Em casos de suspeição, o juiz deve declarar-se subjetivamente ligado 
ao caso, mas é uma presunção relativa, que não necessariamente irá interferir no 
julgamento. 
 
- Hipóteses de impedimento do Juiz: de que for parte; em que 
interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão 
do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha; que conheceu 
em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão; quando 
 
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nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer 
parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o 
segundo grau; quando cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das 
partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau; quando for órgão de 
direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa. 
- Hipóteses de suspeição do Juiz: amigo íntimo ou inimigo capital de 
qualquer das partes; alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu 
cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau; 
herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; receber 
dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes 
acerca do objeto da causa. 
 
Não nos prendamos a esses institutos, apenas gravem que eles existem e que há 
um grau de presunção de envolvimento do magistrado diferente entre eles. 
Voltando a falar do juiz natural em seus aspectos gerais, ele se constitui numa 
cláusula do devido processo legal. É uma garantia fundamental implícita que se origina da 
conjugação dos seguintes dispositivos constitucionais: o dispositivo que proíbe o tribunal 
ou juízo de exceção (art. 5°, XXXVII) e o que determina que ninguém poderá ser 
processado senão pela autoridade competente (art. 5°, LIII). Ele se caracteriza pelo 
aspecto formal, objetivo, substantivo e material. 
Os critérios para determinação de um juízo não podem ser definidos após a 
ocorrência do fato que será julgado nem definidos segundo as características pessoais de 
alguma das partes. Assim, os critérios para a determinação do juízo devem ser 
impessoais, objetivos e pré-estabelecidos. 
A garantia do juiz natural advém dos princípios da imparcialidade e da 
independência atribuída aos magistrados ± daí a importância de estabelecer-se os 
institutos da suspeição ou impedimento, quando houver dúvida sobre a imparcialidade do 
julgador. As garantias do juiz natural são respeitadas por meio das regras de distribuição 
± critérios prévios, objetivos, gerais e aleatórios para a identificação do juízo responsável 
pela causa. O desrespeito ao princípio da distribuição implicará incompetência absoluta 
do juízo. 
Não viola o princípio do juiz natural a criação de varas especializadas, as regras 
por prerrogativa de função, a instituição de Câmaras de Férias em tribunais. 
 
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Dúvida: Por que não há violação ao princípio do juiz natural nos casos citados? 
Porque os três casos (varas especializadas, as regras por prerrogativa de função, a 
instituição de Câmaras de Férias em tribunais) acima referem-se a situações em que as 
regras são gerais, abstratas e impessoais. 
 
 
- Art. 5º, CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes: 
[...] XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção. 
 
x Comentários: 
Aos Tribunais de exceção (juízo extraordinário) contrapõe-se 
o juiz natural, pré-constituído pela Constituição Federal e por 
Lei. 
Em uma primeira acepção, o princípio do juiz natural 
apresenta duplo significado: 
1) Somente o juiz é o órgão investido de jurisdição; 
2) Impede a criação de Tribunais de Exceção e ad hoc, 
para o julgamento de causas penais e civis. 
Indo um pouco além, pode-se afirmar que modernamente 
este princípio passa a englobar a proibição de subtrair o juiz 
competente. Assim, a garantia desdobra-se em três 
conceitos: 
1) Só são órgãos jurisdicionais os instituídos pela CF; 
2) Ninguém pode ser julgado por tribunal constituído 
após a ocorrência do fato; 
3) Entre os juízes pré-constituídos vigora a ordem 
taxativa de competências que exclui qualquer 
alternativa deferida à discricionariedade de quem quer 
que seja. 
Vejamos: 
O tribunal (ou juízo) de exceção é aquele formado 
temporariamente para julgar: 
a) Um caso específico ± Tribunal ad hoc; 
b) Após o delito ter sido cometido designa o juízo ± ex 
 
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post facto; 
c) Para um indivíduo específico ± ad personam. 
Exemplo de Tribunal de exceção: Tribunal de Nuremberg 
criado pelos aliados para julgar os nazistas pelos crimes 
cometidos na 2° Guerra Mundial. 
É constituído ao oposto dos princípios constitucionais do 
Direito Processual Civil ± do contraditório e da ampla defesa, 
do juiz natural. 
E qual o problema dos tribunais de exceção? O primeiro é 
que eles invariavelmente não são imparciais. O segundo é 
que a pessoa, ao ser julgada por um tribunal de exceção, 
perde algumas das garantias do processo, como a do duplo 
grau de jurisdição e do juiz natural. 
Terceiro, o Tribunal de exceção não necessariamente é 
formado por juristas, podendo ser composto por qualquer 
pessoa, ferindo, dessa forma a garantia constitucional do juiz 
competente: 
 [...] LIII - ninguém será processado nem sentenciado 
senão pela autoridade competente (art. 5°). 
 
 
 DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA 
O juízo forma-se pelo conjunto de juiz, quem detém o poder jurisdicional, com os 
órgãos auxiliares, que são dirigidos pelo magistrado. Dessa forma, todo juízo (de grau 
superior ou inferior) constitui-se por órgãos principais e auxiliares. O juiz é o órgão 
principalem que se concentra a função jurisdicional. No entanto, a ação isolada desse 
órgão seria insuficiente para a atuação da jurisdição. Assim, essa atividade se 
complementa com a do escrivão, do oficial de justiça e de outros órgãos auxiliares ± 
alguns pertencentes ao próprio quadro judiciário, outros são pessoas ou entidades 
chamadas a prestar serviços. 
Para que a prestação jurisdicional ocorra, há funcionários encarregados da 
documentação dos atos processuais, das diligências fora da sede do juízo, da guarda e 
administração dos bens litigiosos apreendidos. Para cada uma das referidas atribuições, o 
juiz é socorrido por um auxiliar específico, conforme dispõe o CPC: 
 
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Art. 139. São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são 
determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial de justiça, o 
perito, o depositário, o administrador e o intérprete. 
³6mR� auxiliares da Justiça todas aquelas pessoas que de alguma 
forma participam do processo, sob a autoridade do juiz, colaborando 
com este para tornar possível a prestação jurisdicional; 
considerando que os sujeitos principais do processo são 
necessariamente três (Estado, autor e réu), os auxiliares são 
pessoas que, ao lado do juiz, agem em nome do Estado no processo 
SDUD� D� SUHVWDomR� GR� VHUYLoR� GHYLGR� jV� SDUWHV�´� (Teoria Geral do 
Processo, Ed. 27ª, CINTRA, Antonio Carlos de Araújo, GRINOVER, 
Ada Pellegrini, DINAMARCO, Cândido Rangel, pág.222) 
Então podemos conceituar auxiliares da justiça como as pessoas a quem o 
sistema processual atribui o dever de realizar os serviços complementares à jurisdição, 
sob a autoridade do magistrado. 
São sujeitos secundários do processo, que são legitimados por lei a atuar, sendo, 
como mencionado, subordinados à direção do juiz. Eles têm funções perante órgãos 
judiciários de todos os graus desde as varas, onde os juízes exercem a jurisdição inferior, 
até os tribunais de superposição (Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de 
Justiça). 
É importante ressaltar que os auxiliares da Justiça não se situam entre os sujeitos 
principais do processo ± são classificados como secundários, não são expressamente 
qualificados, pelo direito positivo, como essenciais à função jurisdicional; contudo, têm 
legitimidade exclusiva em relação aos atos para os quais foram instituídos e investidos. 
Pode vir na prova uma pergunta em que ligam auxiliares da justiça a outras 
pessoas, que na verdade não são. Então, vejamos, não são auxiliares da justiça: 
1- As partes ± que são sujeitos autônomos do processo; 
2- As testemunhas ± fonte de provas; 
 
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3- Os jurados ± integrantes, na condição de juízes do tribunal de júri; 
4- Os tutores, curadores, síndicos. 
5- Os advogados 
Vejamos: 
(TRF 2ª Região ± 2012) NÃO se inclui dentre os auxiliares da justiça o 
a) perito. 
b) intérprete. 
c) administrador. 
d) oficial de justiça. 
e) advogado. 
Pelo R�TXH�DFDEDPRV�GH�YHU�HP�QRVVD�DXOD��D�UHVSRVWD�FRUUHWD�p�D�OHWUD�³H´� 
A doutrina recente também não considera auxiliares da justiça os órgãos do 
chamado foro extrajudicial: tabelião, oficial de registros públicos, de protestos (e outros), 
pois antes de tudo, suas funções ligam-se à administração pública de interesses privados. 
Esses órgãos desfrutam de fé-pública e se subordinam administrativamente aos 
juízes estaduais, por isso tinham sido classificados pela doutrina menos recente entre os 
órgãos auxiliares, ao lado daqueles que compõem R�FKDPDGR�³IRUR�MXGLFLDO´�� 
Portanto, gravem que a doutrina de hoje não os considera órgãos auxiliares da 
Justiça, pois eles não exercem qualquer função no processo, nem cooperam com o juiz 
quando este exerce a jurisdição. A ilusão de se tratar de serviços auxiliares é, como 
supracitado, o fato de serem supervisionados, orientados e fiscalizados pelo Poder 
Judiciário e, assim gozarem de fé-pública. 
A classificação, regime e funções dos órgãos auxiliares da Justiça encontram-se 
esparsas na própria lei processual, nas de organização judiciária, nos provimentos, nos 
regimes dos tribunais. No entanto, nenhum dos diplomas citados apresenta uma 
 
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sistematização das normas e classificações dos órgãos auxiliares, em que se aplique, 
subsidiariamente, as determinações doutrinárias. 
Verificamos, desse modo, que é heterogênea a lista dos serviços 
complementares a cargo dos auxiliares da Justiça, sendo complicado classificá-la, de 
maneira, completa. 
Existem aqueles serviços que são realizados no próprio processo. Estes, 
podemos dizer que são autênticos atos processuais, quer mediante atuação nos autos 
do processo ou fora. Por outro lado, existem serviços materiais de guarda e 
conservação dos autos do processo que nada têm de processuais. 
Há ainda textos normativos destinados, diretamente, ao status processual e às 
funções de alguns auxiliares do juízo que, de modo indireto, são utilizados como fonte 
legal pertinente às funções dos auxiliares. 
 
1. CLASSIFICAÇÃO 
No intuito de criar uma classificação sistematizada, os órgãos auxiliares podem 
ser classificados: 
a) Órgãos permanentes ± integrando os quadros judiciários como servidores 
públicos. 
Os auxiliares permanentes estão sujeitos a regimes administrativos próprios, 
inclusive regime disciplinar aplicado pelos tribunais, segundo as regras gerais e o disposto 
nos regimentos internos: art. 96 da CF: compete privativamente: I - aos tribunais: (...) 
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem 
vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva; (...) 
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e 
servidores que lhes forem imediatamente vinculados. 
b) Pessoas, que eventualmente, são chamadas a prestar colaboração 
processual. 
 
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Obs.: Em alguns Estados, como em São Paulo, fala-se em auxiliares permanentes e 
auxiliares eventuaisda Justiça. Entre estes estão pessoas físicas (avaliador, perito) e 
repartições públicas (Empresa de Correios e Telégrafos). São classificados pela doutrina 
de órgãos auxiliares extravagantes. Classificação relativa à natureza jurídica da relação 
entre o auxiliar e o Estado. 
De acordo com o art. 139 do CPC, são auxiliares do juízo, além de outros, cujas 
atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial 
de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o intérprete. 
Além desses, o código também menciona, como auxiliares do juízo, o partidor, o 
contador e o distribuidor. 
 
2. IMPARCIALIDADE, RECUSA E RESPONSABILIDADES ADMINISTRATIVA E CIVIL 
Sendo agentes públicos, os auxiliares da Justiça têm o dever de atuar com 
impessoalidade: 
a) No tratamento com o juiz, por serem públicos os serviços por eles prestados. 
b) No exercício de suas funções, pois é o Estado quem, em verdade, atua por 
meio dos auxiliares da Justiça. 
Se os auxiliares não respeitam o princípio da impessoalidade, podem ser 
recusados pelos sujeitos processuais, com fundamento em suspeição ou impedimento. 
O CPC expressamente dispõe a possibilidade de impedimento ou suspeição 
apenas ao serventuário de justiça, ao perito e ao intérprete, sem nada comentar acerca 
do oficial de justiça e outros auxiliares: art. 138 do CPC: aplicam-se também os motivos 
de impedimento e de suspeição: (...) 
II - ao serventuário de justiça; 
III - ao perito; 
 
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IV - ao intérprete. 
No entanto, chamamos atenção do candidato para a abrangência do conceito de 
serventuário, que apesar de não ter um sentido preciso na lei, no contexto do art. 138 do 
CPC abarca todos os auxiliares permanentes da justiça, que são os auxiliares 
vinculados ao serviço público: escrivão, escreventes, oficiais de justiça, contador, partidor, 
distribuidor, depositário judicial, administrador, porteiro. 
Assim, na medida em que alguns desses auxiliares possam causar prejuízo aos 
sujeitos processuais devido à conduta parcial, têm estes, interesse e meios de recusá-los 
no processo, como é expressamente autorizado pelo código nos casos do intérprete e do 
perito. 
Dúvida: Qual o procedimento para a realização do impedimento ou suspeição? 
É o seguinte: a parte interessada deve arguir o impedimento ou a suspeição, em 
petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe 
couber falar nos autos. Depois disso, o juiz mandará processar o incidente em separado e 
sem suspensão da causa, ouvindo o arguido no prazo de 5 dias, facultando a prova 
quando necessária e julgando o pedido ± lembrando que nos tribunais caberá ao relator 
processar e julgar o incidente. 
Outra consequência da impessoalidade causada pelos atos dos auxiliares da 
Justiça, quando realizados no exercício da função, é a responsabilidade objetiva 
(responsabilidade administrativa) do Estado, inclusive pelos atos dos auxiliares eventuais 
como o perito, o intérprete, o arbitrador ou o conciliador, que apesar de não serem 
profissionais autônomos, na prestação do serviço para o qual são convocados, exercem 
função estatal. 
Da mesma forma, respondem os auxiliares perante o Estado sempre que haja 
sido ao menos culposa a conduta causadora do dano: art. 37 da CF: a administração 
pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) 
 
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§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras 
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, 
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos 
de dolo ou culpa. 
A responsabilidade civil dos auxiliares da Justiça perante a parte a quem tenham 
causado dano também consta na Lei. Expressamente, a responsabilidade civil é atribuída 
ao escrivão e ao perito, ao depositário e ao administrador e ao intérprete. 
Vejamos os artigos do código que expressam a responsabilidade civil desses 
auxiliares. 
Art. 144, CPC: O escrivão e o oficial de justiça são civilmente responsáveis: 
I - quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir, dentro do prazo, os atos 
que lhes impõe a lei, ou os que o juiz, a que estão subordinados, lhes comete; 
II - quando praticarem ato nulo com dolo ou culpa. 
 Art. 150, CPC: O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, 
por dolo ou culpa, causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada; mas tem 
o direito a haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo. 
Art. 153, CPC: O intérprete, oficial ou não, é obrigado a prestar o seu ofício, 
aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 146 e 147. 
Dúvida: Por que o CPC não tratou da responsabilidade civil do distribuidor, do 
contador, do partidor, do conciliador nem do juiz leigo, enfim dos auxiliares que não 
figuram na lista do seu art. 138? 
Boa pergunta! Acredito que o legislador tenha escolhido um núcleo representativo 
de auxiliares, em vez de estender-se em uma lista deles que poderia ser interminável. 
Assim, não se pode concluir que os auxiliares não elencados sejam imunes a responder 
civilmente pelos danos que, por ação ou omissão culposa, causarem a alguma das 
partes. A responsabilidade civil extracontratual é categoria de direito substancial e a força 
 
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do art. 159 do CC impõe-se a todos, o que nos leva a concluir que todos os auxiliares da 
Justiça são responsáveis pelos danos na medida em que contribuírem para causar. 
Eles são também possíveis sujeitos ativos de certos crimes próprios dos 
funcionários públicos, como a concussão, a corrupção passiva, a prevaricação etc. (CP, 
arts. 312 ss.). Os auxiliares eventuais, que não integram de quadro algum, são sujeitos a 
regimes específicos em relação a suas responsabilidades no processo, mas sem 
subordinação a regras estatutárias; pelo aspecto penal, eles podem ser sujeitos ativos 
daqueles mesmos crimes e ainda da falsa perícia etc. (CPC, arts. 327, 342). 
O depositário extrajudicial, auxiliar eventual, responde pela lisura no exercício do 
munus do depósito, inclusive na esfera penal (depositário infiel, crime de apropriação 
indébita: CP, art. 168, inc. II). O perito responde por eventual crime de falsa

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