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TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA ANTECEDENTE COM PEDIDO DE CONCESSÃO LIMINAR

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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de São Vicente - SP
MARCOS ROCHA, nacionalidade: _____, estado civil ______, profissão ______, RG ______, CPF: ______, residente e domiciliado em São Vicente / SP, endereço eletrônico ______, representado por advogado (procuração anexa), com endereço em: ______, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, com base na Lei 9.656/1998 e no Código de Processo Civil, artigo 294 e caput dos artigos 300 e 303 requerer
TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA ANTECEDENTE COM PEDIDO DE CONCESSÃO LIMINAR
em face de BOA SAÚDE, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº _______, sede social em _______,, CEP: _______, representada neste ato por seu representante legal, nacionalidade _______, estado civil _______, profissão _______, RG nº _______, inscrito no CPF _______, endereço eletrônico _______, residente e domiciliado em _______, pelos fatos e fundamentos jurídicos aduzidos
DOS FATOS
Em outubro de 2014, o autor firmou com a ré contrato de plano privado de assistência de saúde pelo período inicial de 1 ano no regime de contratação individual e com abrangência no município de São Vicente – SP (contrato anexo), o qual vem sendo renovado sucessivamente.
Exatos 3 anos após a avença, o requerente foi diagnosticado com doença cardíaca em evolução há 5 anos, a qual não havia sido detectada anteriormente a contratação de seu convênio (laudo médico anexo) e desde então espera que seu quadro de saúde melhora para que seja feito transplante de coração
Entretanto, devido a piora de seu estado de saúde e o premente risco de morte do peticionário, seu médico cardiologista recomendou a internação em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de hospital de rede credenciada da requerida por tempo indeterminado.
Em razão da urgência da situação, o demandante protocolou o pedido médico junto a operadora de seu plano de saúde. 3 dias após a solicitação, a demandada não autorizou o procedimento cirúrgico sob as alegações de ausência de cobertura contratual para doenças pré-existentes, 24 meses de carência após cada renovação e limitação contratual no prazo de 96 horas para internação em leitos de UTI (documento anexo).
Tendo em vista o iminente perigo de vida em que se encontra o autor, recorre este ao Poder Judiciário para que tenha seu direito assegurado.
DO DIREITO
1 – DA INDEVIDA RECUSA NA COBERTURA DA CIRURGIA
Como já narrado, a ré e o autor celebraram contrato de prestação de serviços de assistência de saúde e este se encontra em grave condições de saúde e necessita de intervenção cirúrgica imediata, que se não realizada o mais breve possível, poderá causar sua morte.
Há de se ressaltar, Vossa Excelência, que na data em que foi celebrado o negócio jurídico, o requerente não tinha conhecimento da moléstia grave que o acometeu e como já se passaram mais de 24 meses de seu termo inicial, é indevida a recusa a cobertura do procedimento médico de doença preexistente por parte da requerida, vide artigo 11 da Lei 9.656/1998.
Art. 11.  É vedada a exclusão de cobertura às doenças e lesões preexistentes à data de contratação dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei após vinte e quatro meses de vigência do aludido instrumento contratual, cabendo à respectiva operadora o ônus da prova e da demonstração do conhecimento prévio do consumidor ou beneficiário.        
Parágrafo único.  É vedada a suspensão da assistência à saúde do consumidor ou beneficiário, titular ou dependente, até a prova de que trata o caput, na forma da regulamentação a ser editada pela ANS
Da mesma forma, também é vedado a este prestador de serviço iniciar novo prazo de carência depois de cada renovação contratual, bem como condicionar limitar o tempo de internação em UTI e condicioná-lo intervalo de 96 horas a cada após o novo ajuste. 
Art. 12.  São facultadas a oferta, a contratação e a vigência dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, nas segmentações previstas nos incisos I a IV deste artigo, respeitadas as respectivas amplitudes de cobertura definidas no plano-referência de que trata o art. 10, segundo as seguintes exigências mínimas.
II - quando incluir internação hospitalar:
b) cobertura de internações hospitalares em centro de terapia intensiva, ou similar, vedada a limitação de prazo, valor máximo e quantidade, a critério do médico assistente;
V - quando fixar períodos de carência:
c) prazo máximo de vinte e quatro horas para a cobertura dos casos de urgência e emergência.
Art. 22 Resolução Normativa ANS nº 428/2017. O Plano Hospitalar compreende os atendimentos realizados em todas as modalidades de internação hospitalar e os atendimentos caracterizados como de urgência e emergência, conforme Resolução específica vigente, não incluindo atendimentos ambulatoriais para fins de diagnóstico, terapia ou recuperação, ressalvado o disposto no inciso X deste artigo, observadas as seguintes exigências:
I - cobertura, em número ilimitado de dias, de todas as modalidades de internação hospitalar;
Art. 13.  Os contratos de produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei têm renovação automática a partir do vencimento do prazo inicial de vigência, não cabendo a cobrança de taxas ou qualquer outro valor no ato da renovação 
Parágrafo único.  Os produtos de que trata o caput, contratados individualmente, terão vigência mínima de um ano, sendo vedadas:        
I - a recontagem de carências;
Tanto o Superior Tribunal de Justiça como o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo possuem entendimento firmado em relação a abusividade de disposição contratual que limite o tempo de internação.
Súmula 302 STJ
É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado”.
Súmula 92 TJSP
É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita o tempo de internação do segurado ou usuário”
2 – DA RELAÇÃO DE CONSUMO
Pertinente salientar também, Vossa Excelência, que a relação jurídica em questão é de consumo, já que o autor adquiriu o serviço prestado pela ré como destinatário final e a ré presta com habitualidade e onerosidade serviços privados de assistência de saúde. Diante disto, resta evidenciada a violação por parte da demandada dos incisos I e IV do Código de Defesa do Consumidor.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
Outrossim, os tribunais anteriormente mencionados já reconheceram a aplicabilidade da lei consumerista aos contratos de plano de saúde, salvo os de cogestão, modalidade não aplicável ao caso em tela.
Súmula 608 STJ
Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão
Súmula 100 TJSP
 O contrato de plano/seguro saúde submete-se aos ditames do Código de Defesa do Consumidor e da Lei nº 9.656/1998, ainda que a avença tenha sido celebrada antes da vigência desses diplomas legais.
3 – DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DA TUTELA ANTECIPADA
A tutela de urgência está subordinada à presença dos requisitos previstos ao longo do artigo 300 do Código de Processo Civil, quais sejam: a probabilidade do direito, perigo de dano ou risco ao resultado do processo.  
Art. 300.  A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
A probabilidade do direito está demonstrada através da vigência contratual entre as partes e os dispositivos legais supracitados que obstam as condutas praticadas pela ré.
Já o perigo de dano advém da periclitante situação em que se encontra o requisitante e o efetivo risco de falecimento se não for submetido a operação o mais breve possível.
Ademais, no que diz respeito a adequação processual, é licito ao autor, em situações em que a urgência é concomitante ao ajuizamento de demanda, solicitar a tutela antecipada e indicar a pretensão final.
Art. 303.  Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo
Assim, constatada a plausibilidade do direito e o risco de lesão grave ou difícil reparação, faz jus o requerente ao deferimento a antecipação de tutela de urgência em caráter antecedente.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer o autor de Vossa Excelência:
1 – Concessão da tutela de urgência antecipada antecedente sem oitiva da parte contraria para determinar a manutenção da internação do paciente em leito de UTI por tempo indeterminado, de acordo com a recomendação médica, sob pena de multa diária no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
2 – Estabilização da decisão concessiva da tutela antecipada na hipótese de concessão da liminar e não interposição de agravo de instrumento pela requerida e a consequente extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos do §1º do artigo 304 do Código de Processo Civil;
3 – Caso não haja a estabilização da decisão, o autor pretende utilizar o beneficio previsto no caput do artigo 303 do diploma legal supradito e aditará esta petição acrescentando suas razões juntando novos documentos e confirmando o pedido de tutela final, conforme preceitua o inciso I do §1º do artigo 303 do Código de Processo Civil;
4 – Produção de prova por todos os meios de direito admitidos, com os quais o autor pretende demonstrar a veracidade dos fatos alegados, de acordo com o artigo 319 CPC, inciso VI.
Dá-se a causa o valor de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais)
Termos em que
P. deferimento
Local e data
Nome do advogado
OAB nº
Assinatura

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