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Medicina comunitaria

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CURSO DE MEDICINA
1° período
SAÚDE FAMILIAR E COMUNITÁRIA I
SAÚDE E SOCIEDADE
Turma 75 A
Trabalho dos índices de saúde do município de Rio Bonito, RJ 27/05/2015.
Nova Iguaçú
2015
Professores: 
Solange Malfaccini
Maria de Fátima Gonçalves Enes
Alunos: 
Amanda Nunes
Gabriel Camara
João Pascoto
Joanna Vilarino
Leonardo Cruz
Pablo Aurore
Telassim Tabata
Nova Iguaçú
2015
Objetivo
O objetivo principal desse trabalho é abordar os indicadores de saúde do município de Rio Bonito e propor melhorias no sistema para diminuir as iniquidades existentes. Além de mostrar sua demografia, e contar um pouco da evolução do Modelo Médico-curativo de assistência à saúde para o Modelo de Assistência Integral de atenção à saúde pública.
Introdução
O grande avanço do conceito e da prática de Promoção da Saúde se deu com a transição do modelo de visão hospitalocêntrica, onde os pacientes eram somente tratados em hospitais, o foco do tratamento era na doença, para o modelo de assistência integral, ou seja, a saúde passou ser entendida não só pela ausência ou presença da doença, mas sim por conjunto de fatores que interferem diretamente na vida dos cidadãos. Com isso os cuidados preventivos, a atenção básica, passaram a fazer parte das estratégias de saúde da população. 
No ano de 1978 houve a primeira declaração internacional que despertou e enfatizou a busca de uma solução urgente para estabelecer a promoção de saúde como umas das prioridades da nova ordem econômica mundial. Essa declaração aconteceu na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, na República do Cazaquistão (Ex-República Socialista Soviética) onde foi criada a ALMA-ATA que reunia dez itens comprometidos com a Atenção Primária a Saúde. Os primeiros itens da declaração reafirmam a definição de saúde defendida pela OMS, Organização Mundial de Saúde, como o “complemento bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade”, e a defendem como direito fundamental e como a principal meta social de todos os governos.
Em 1986 houve a primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizado em Ottawa, Canadá. Esse encontro defendeu a promoção da saúde como fator fundamental de melhoria da qualidade de vida, assim como defende a capacitação da comunidade nesse processo, salientando que tal promoção não é responsabilidade exclusiva do setor da saúde, mas sim de todos em direção ao bem-estar global. “As Metas da Saúde para Todos”, como ficou conhecido o tema, trouxe avanços adquiridos com a ALMA-ATA para a Atenção primária a Saúde, e estabeleceu fatores importantes para o alcance de uma política de saúde para todos.
No Brasil em 1987 com o tema “Democracia é Saúde”, na 8ª Conferência Nacional de Saúde, foi um marco para as políticas de saúde pública no país, considerada o evento mais significativo em termos de debate da política de saúde já acontecido na história do país, pelo seu presidente, o Médico Sanitarista Sergio Arolca. Na conferência foi criada o Sistema Único Descentralizado de Saúde (SUDS), que depois se transformaria no Sistema Único de Saúde (SUS).
O SUS, considerado um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, foi instituído pela constituição federal de 1988, em seu artigo 196, como forma de efetivar seu mandamento do direito a saúde como um “direito de todos e dever do estado”. E está regulamentado pela lei N° 8.080/1990. E assegura toda população com seus princípios doutrinários: A Universalidade, A Equidade e a Integralidade no atendimento a população. Além, também, dos princípios que regem a organização do SUS para melhor atender as diversas características regionais do Brasil, que são: A Regionalização, Hierarquização, Descentralização e a Participação dos Cidadãos.
As novas visões de atenção para saúde foi evoluindo, hoje com os programas de atenção básica criados, como o Programa de saúde da Família entre outro, tem ajudado muito a identificar e agir nas regiões para diminuir as iniquidades de saúde existentes na população, e com isso assegurar atendimento Integral a todos os cidadãos. Através dos INDICADORES DE SAÚDE, é possível saber como anda os PACTOS firmados pelos gestores de saúde do município. 
A Cidade de Rio Bonito
Rio Bonito, apesar de ser uma cidade típica do interior, pertence a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, localizando-se a 80Km da capital do Estado. Faz divisa com os municípios de Tanguá, Itaboraí, Saquarema, Araruama e Cachoeiras de Macacu. Com o relevo bem acidentado, é o município que apresenta as mais altas e numerosas serras, que ocupam 60% do seu território. Por isso os índices de chuva são os maiores do estado, com uma média de 2.000mm de precipitação ao ano.
Sua economia gira em torno do turismo rural com hotéis fazenda, pecuária e algumas indústrias na área de cerâmica, entre outras.
Indicadores de saúde e seus Índices
 "Indicadores de saúde são parâmetros utilizados internacionalmente com o objetivo de avaliar, sob o ponto de vista sanitário, a higidez de agregados humanos, bem como fornecer subsídios aos planejamentos de saúde, permitindo o acompanhamento das tendências históricas do padrão sanitário Local em diversos períodos de tempo"
 (Rouquayrol, 1993).
Os dados que estão expressos pelos gráficos foram extraídos do Ministério da Saúde através do TABNET, DATASUS.
Gráfico 1- Cobertura de Atenção Básica (CAB)
Número de equipes de saúde da família (ESF) mais o número de equipes da atenção básica, formada por 60 horas semanais e clínica médica, ginecologia e pediatria, para cada 3 mil pessoas residentes no município, no ano.
Mede a cobertura das equipes básicas de saúde (ESF ou clínica médica ginecologia e pediatria). Maior cobertura indicara maior oferta de serviços das clínicas básicas e facilidade de acesso.
Gráfico 2- Porcentagem de Internação por condições sensíveis a atenção básica (ISAB)
O percentual das ISAB de residentes dividido pelo total de internações clínico-cirúsgicas por residentes em um determinado município por período considerado.
Resultado elevado significa que as internações sensíveis representam a maioria das internações de média complexidade e indiretamente mede a baixa resolubilidade da atenção básica, ou seja, a efetiva ação da atenção primária diminuiria o risco de internações.
 
Gráfico 3- Razão de Exame Citopatológico 
Número de exames citopatológicos do colo do útero em mulheres de 25 a 59 anos, residentes, em relação à população feminina residente na faixa etária de 25 a 59 anos, em três anos, em um determinado município no ano.
Expressa a produção de exames citopatológicos do colo do útero (Papanicolau) para a população alvo do rastreamento do câncer do colo do útero (população feminina de 25 a 59 anos) e aproximadamente a cobertura com tais exames.
 
Gráfico 4- Razão de Mamografias 
Números de exames de mamografia realizados em mulheres de 50 a 69 anos residentes e a população feminina nesta faixa etária, em determinado município e ano.
Permite conhecer o nº de mamografias realizadas em mulheres de 50 a 69 anos, possibilitando inferir as desigualdades no acesso à mamografia e no rastreamento do câncer de mama nas mulheres de 50 a 69 anos.
Gráfico 5- Porcentagem de vacinas com cobertura adequada
O Ministério da Saúde, seguindo orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), considera adequada uma cobertura vacinal acima de 95,0% da população-alvo - a ser vacinada contra qualquer doença imunoprevenível - e estipulou, como meta, atingir 100,0% de crianças menores de um ano de idade com todas as vacinas do esquema vacinal básico.
Gráfico 6- Número de óbitos prematuro por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são as principais causas de óbitos no mundo e têm gerado elevado número de mortes prematuras, perda de qualidade de vida com alto grau de limitação nas atividades de trabalho e de lazer, além de impactoseconômicos para as famílias, comunidades e a sociedade em geral, agravando as iniquidades e aumentando a pobreza.
 
Gráfico 7- Casos de sífilis congênita
Número de caos novos de sífilis congênita em menores de um ano em um determinado município e período.
Expressa a qualidade do pré-natal, uma vez que a sífilis pode ser diagnosticada e tratada em duas oportunidades durante a gestação e também durante o parto.
Gráfico 8- Porcentagem de nascidos vivos com 7 consultas ou mais de pré-natal
Distribuição percentual de mulheres com filhos nascidos vivos, com sete ou mais consultas de pré-natal, em determinado município e ano.
Expressa a cobertura do atendimento pré-natal, identificando situações de desigualdades e tendências que demandam ações e estudos específicos. Contribui na análise das condições de acesso e qualidade da assistência pré-natal em associação com outros indicadores, tais como mortalidade materna e infantil e números de casos de sífilis congênita.
Conclusões:
O Município de Rio Bonito passou por uma oscilação do ano de 2008 ao ano de 2012 na Cobertura de Atenção Básica a saúde, onde de 2008 à 2010, os números de atendimento que em 2008 representavam, aproximadamente, 95% de cobertura, chegou em 2010 com, aproximadamente, 83% de cobertura. E a partir de 2010 até 2012 houve uma retomada nos atendimentos chegando até 91% de cobertura em 2012. (gráfico 1)
Sabendo da importância em que a atenção primária tem, esperava-se que outros indicadores fossem afetados. Curiosamente isso não ocorreu com a porcentagem de internações (gráfico2). Pode-se deduzir que o reflexo negativo da atenção primária não foi imediato e sim surtiu efeito em anos posteriores em que houve aumento do número de internações por falta de cuidados básicos.
Os outros indicadores comportaram-se, praticamente, como diretamente proporcionais ao primeiro indicador, ou seja, no período em de houve queda na cobertura dos atendimentos básicos, também houve queda ao acesso a exames etc.
Portanto, o município de Rio Bonito deve lutar para que os índices de Cobertura de Atenção Básica estejam sempre altos, para que seu índice de vacinas esteja alto, como mostra o gráfico 5, e assim sua população possa usufruir de todas as medidas de prevenção e assistência a saúde disponível no Sistema Único de Saúde.

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