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RESENHA DO FILME GERMINAL

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FACULDADE SÃO LUIZ
Doutrina Social da Igreja
Professor: Pe. Luciano José Toller, SCJ
Acadêmico: Kelvin Custódio Maciel 5º Período. 
Data: 08. abr. 2015
RESENHA DO FILME GERMINAL À LUZ DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
O filme germinal retrata a condição de vida dos operários na França pós revolução industrial. Uma condição de vida totalmente desumana, uma exploração total, levando crianças, mulheres a trabalhos forçados e até a vender o próprio corpo em troca de uma vida um pouco melhor. A situação se torna tão caótica que, chegam ao ponto de fazerem greve contra os patrões. Os capitalistas, por sua vez, compram um tanto dos operários, para desmantelar os focos da greve e manter a opressão e a sobrecarga em cima das condições dos operários. 
É semelhante a essa realidade do filme que a Igreja, por meio do papa Leão XIII, começa a se preocupar com a vida social. Pois, sente que o reino de Deus é para todos e em todas as dimensões da pessoa humana, isto é, na sua total dignidade. Em 1881 publica a encíclica Rerum Novarum, que tem por objetivo fazer a reflexão sobre a condição dos operários. Tendo em vista a reflexão sobre o trabalho, a propriedade privada e as condições de trabalho. 
O filme retrata bem as questões sociais que qualquer sociedade pode passar se mal administrada: fome, falta de moradia, trabalho indigno, prostituição, greves, bandidagem etc. Com isso, nos vem o seguinte questionamento: é possível chamar está sociedade humana caótica, que visa um sistema de acumulação de bens/capitais nas mãos de poucos, de justa? Esse é o reino de Deus?
 A Igreja acredita que não. Portanto, se faz necessário uma ação pastoral forte que traga atos concretos em defesa da dignidade humana, mas também uma abordagem teórica sobre a mesma. Ora, a Igreja tem como obrigação de pregar e atuar concretamente para com a dignidade e valor da vida. Logo, está no mundo não para pregar um paraíso na terra, mas sim colaborar para que o bem comum aconteça entre as pessoas.
 Deste modo, estas questões sociais levantantas foram e ainda é alvo do profetismo dos Santos Padres, que se constituiu a Doutrina Social da Igreja, que por sua vez, conceitua e fundamenta toda a vida social à luz do evangelho e da vivência cristã. Entretanto, em nossos tempos, vemos a correlação dos problemas sofridos no momento pós revolução industrial e as grandes tecnologias empregadas hoje. A uma escravidão em ambas. Hoje velamos, através do sufocamento das mídias, os direitos de nossos trabalhadores. 
A Igreja deve denunciar e fazer mudar, como na condição dos operários das minas, a conseguir condições de vida melhor, a valorizar a dignidade da pessoa humana. Pois, a instituição Igreja luta pela vida, pela liberdade, pela família e o trabalho visto como fim, e não como um meio retratado no filme germinal, de modo que as pessoas se tornam objeto de manipulação para que se consiga o máximo de lucro em virtude da ganância e do apego ao material.
 Na atualidade, se torna mais desafiante a Doutrina Social da Igreja, ter voz diante de um sistema econômico capitalista tão rigoroso, que manipula, adestra o ser humano a pensar segundo o poder político vigente, com discursos carregados de ideologias contra a vida. Não podemos nos acovardar diante do Evangelho de Cristo, que nos coloca diante de uma mudança, preservar e valorizar o ser humano, integrando e fazendo-se integrar no meio social. 
É preciso combater a supremacia do sistema que ataca a família, a sociedade e impede o caminhar juntos ao bem comum. Para isso, é necessário unirmos em movimento para a ação, e denunciar o descuido com a comunidade humana criada por Deus. É salutar, clarear nas mentes dos que estão bitolados pela ação destruidora do sistema, que podemos “viver de forma digna com o necessário, convertidos” (At 2,42) e não nos esconder e acomodar-nos frente a situação indigna e opressora.

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