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Cap 3 - neuroanato

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CAPÍTULO 3 – TECIDO NERVOSO
Quando falamos em tecido nervoso nos referimos a basicamente dois tipos celulares: os neurônios e as células da glia. O neurônio é a unidade básica, com a função de receber processar e enviar informações. A neuróglia ou células da glia são as células que ocupam os espaços entre os neurônios, com a função de sustentação, revestimento ou isolamento, modulação da atividade neural e defesa. Após o nascimento os neurônios não se dividem, são produzidos novos neurônios, e os que morrem por algum motivo, jamais serão substituídos. Já a neuróglia é capaz de se dividir, pois conserva a capacidade de mitose após a diferenciação celular.
Neurônios 
Os neurônios são células que geralmente possuem longos prolongamentos, capacidade de responder a estímulos com a modificação do potencial elétrico de suas membranas, impulsos nervosos. Comunicam-se ente si, ou com células efetuadoras. A membrana celular separa dois ambientes que apresentam composições iônicas próprias: o meio intracelular ou citoplasma, onde predominam íons orgânicos com cargas negativas e potássio, e o meio extracelular aonde predominam sódio e cloro. As cargas elétricas que estão dentro e fora da membrana são responsáveis pelo potencial elétrico da membrana. A maioria dos neurônios possui três regiões responsáveis por funções especializadas: corpo celular ou soma, dendritos e axônios.
Corpo Celular
O corpo celular contém um núcleo com organelas citoplasmáticas que são comuns em outras células também. O núcleo geralmente é vesiculoso com um ou mais nucléolos evidentes, porém é possível encontrar neurônios com núcleos mais densos como é o caso dos neurônios do córtex cerebral. 
O citoplasma do corpo celular recebe o nome de pericárdio, onde é salientada a riqueza de ribossomos, reticulo endoplasmático liso e rugoso, complexo de golgi e as outras organelas envolvidas na síntese.
O corpo celular é o centro metabólico do neurônio responsável pela síntese de todas as proteínas neurais. A forma e o tamanho do corpo celular variam conforme o tipo de neurônio. Os corpos celulares são piriformes e grandes. Do corpo celular partem prolongamentos, que são os dendritos e axônios. 
Dendritos
Os dendritos são prolongamentos em sua maioria curtos, do corpo celular, geralmente são muito ramificados e atuam como receptores de estímulos, funcionando como a “antena” do neurônio e traduzem esses estímulos em alterações do potencial de repouso da membrana. Essa alteração envolve a entrada e saída de íons, que podem expressar-se por pequena despolarização ou hiperpolarização. A despolarização se caracteriza por ser excitatória e significa a redução da carga negativo ao lado citoplasmático da membrana. Já a hiperpolarização é inibitória significa o aumento de carga negativa de dentro da célula ou um aumento de carga positiva do lado de fora os distúrbios elétricos que ocorrem ao nível dos dendritos e do corpo celular constituem potenciais graduáveis.
Esses potenciais propagam-se em direção ao corpo, do corpo em direção do cone de implantação do axônio.
Axônio 
A maioria dos neurônios possuem um axônio, que é um prolongamento longo e fino que se origina do corpo celular ou de um dendrito principal, em região denominada cone de implantação e tem seu fim no terminal axonal ou botão terminal, local onde o axônio entra em contato com outros neurônios e/ou outras células e passa a informação, ou seja o impulso nervoso para elas.
O axônio apresenta um comprimento que varia, dependendo do tipo de neurônio, podendo ter alguns milímetros a mais de um metro. Estruturalmente apresenta axolema (membrana plasmática), axoplasma (citoplasma) contendo microtúbulos, neurofilamentos, microfilamentos, retículo endoplasmático rugoso, mitocôndrias e vesículas. 
O axônio é capaz de gerar, em seu segmento inicial alteração do potencial de membrana, o que é denominado de potencial de ação ou então impulso nervoso. Por tanto o axônio é especializado em gerar e conduzir o potencial de ação. O local onde o primeiro potencial é gerado chama-se zona de gatilho, este potencial repete-se ao longo do axônio porque ele próprio origina distúrbio local eletrônico que se propaga até novos locais ricos em canais de sódio e potássio sensíveis à voltagem.
Os axônios, após emitirem um numero variável de colaterais (ramificações) sofrem arborização terminal. Através dessa porção terminal estabelecem conexões com outros neurônios ou com células efetuadoras. Alguns neurônios, porém se especializam em secreção. Seus axônios terminam próximos a capilares sanguíneos que captam um polipeptídeo. Esses neurônios são conhecidos como neurossecretores e ocorrem na região hipotalâmica do cérebro
Classificação dos neurônios quanto aos seus prolongamentos
Os neurônios multipolares compreendem a maioria dos neurônios e possuem esse nome por apresentarem vários dendritos e apenas um axônio. Porém existem mais outros dois tipos de neurônios os Bipolares e Pseudounipolares. Os bipolares possuem dois prolongamentos sendo um o dendrito e o outro prolongamento o axônio, estão representados por neurônios da retida e do gânglio espiral do ouvido interno, etc. Nos neurônios pseudounipolares é possível observar que apenas um prolongamento sai do seu corpo celular que se localizam nos gânglios sensitivos. Os prolongamentos se dividem em dois ramos, um periférico e outro central. O primeiro se dirige à periferia, onde forma a terminação nervosa sensitiva, e o segundo prolongamento se dirige ao sistema nervoso central onde faz sinapses com os outros neurônios.
Fluxos Axoplasmáticos
Os axônios não contem ribossomos para que possam sintetizar as suas proteínas, por tanto toda proteína necessária para a manutenção e integridade dos axônios, bem como às funções das terminações axônicas é proveniente do pericário ou corpo do neurônio. Os axônios precisam também de organelas como as mitocôndrias e retículo endoplasmático rugoso, sendo assim necessário um fluxo contínuo de substâncias solúveis e de organelas do pericário à terminações axônicas. E para a renovação dessas substâncias, componentes das terminações, o fluxo se faz no sentido oposto, em direção ao pericário. Esse movimento de organelas e substâncias é chamado fluxo axoplasmático. Existem dois tipos de fluxo, um fluxo axoplasmático anterógrado que se faz em direção às terminações axônicas e o fluxo axoplasmático retrógrado que se faz em direção ao corpo celular.
As terminações axônicas possuem a capacidade endocítica, que permite a captação de substâncias tróficas como fatores de crescimento dos neurônios, estes são carregados pelo fluxo axoplasmático retrógrado. A endocitose e o transporte retrógrado explicam também por que certos agentes patogênicos, como vírus e toxinas, podem atingir o sistema nervoso central, após captação pelas terminações axônicas periféricas.
Através do conhecimento deste fluxo axoplasmático é possível concluir que existe uma via córtico-espinhal, formada por neurônios cujos pericários estão no córtex e os axônios terminam na medula.
Sinapses
Os neurônios através de suas terminações axônicas e dendritos se comunicam com outros neurônios passando-lhes informações. Os locais dessa comunicação, contato é chamado de sinapse neural. No sistema nervoso periférico os neurônios se comunicam também com células não neuronais ou efetuadoras, como células musculares (esqueléticas, cardíacas ou lisas) e células secretoras (em glândulas salivares, por exemplo), controlando suas funções, esses contatos são denominados junções neuroefetuadoras e sinapses neuroefetuadoras. As sinapses podem ser divididas em: Sinapses elétricas ou químicas. 
Sinapses Elétricas
Esse tipo de sinapse é rara em vertebrados e é exclusivamente interneural. Nestas sinapses
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