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TEORIA GERAL DO PROCESSO Silvio Ferracini Junior sferjr.direito@gmail.com 04 – Da Ação - Teorias Curso de Direito 1 Poder Constitucional de Ação: “Art. 5º, XXXV, CF - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.” Direito (ou Poder?) público subjetivo à tutela jurisdicional, tendo o Estado como devedor de uma prestação positiva (solucionar a lide de maneira justa restabelecendo o império das leis, já que a sentença diz, aos litigantes, a vontade da lei). A leitura de texto infraconstitucional deve ser feita sempre no sentido de fornecer maior eficácia a esse poder – com evidente prestígio a toda e qualquer interpretação que implique a idéia de amplo acesso à justiça (é a chamada “leitura potencializada da Constituição” – Ada Grinover) A Ç Ã O É o direito de invocar o exercício da função jurisdicional, visando a solução do conflito de interesses, segundo a vontade concreta da lei. Não é direito à tutela jurisdicional, mas direito de pedir essa tutela. A ação: É autônoma em relação ao direito material por ela invocado Uma coisa é a relação jurídica processual; outra, a relação jurídica material. Não está condicionada ao direito subjetivo material O processo pode ser extinto sem julgamento do mérito ou julgado improcedente e mesmo assim foi exercido o direito de ação É dirigida contra o Estado, que está obrigado a prestar a tutela jurisdicional. Não contra o réu, nem contra o juiz, que é mero delegado do Estado. Teoria Civilista (ou Imanentista – Savigny): Ação é o próprio direito material a reagir contra a ameaça ou violação. O direito de ação é parte integrante do direito material, em defesa deste. O artigo 75 do antigo Código Civil de 1917 prescrevia que “A todo o direito corresponde uma ação, que o assegura”; A ação é dirigida contra o réu, que é o violador do direito material. Autor -------- ação -------- Réu TEORIA GERAL DO PROCESSO Silvio Ferracini Junior sferjr.direito@gmail.com 04 – Da Ação - Teorias Curso de Direito 2 Teoria de Muther (Alemanha – metade do século 19): Ação é o direito à tutela do Estado contra a violação de um direito subjetivo material. Pressupõe a existência e a violação de um direito material. A ação é dirigida contra o Estado para, reconhecendo o direito, obrigar o réu ao cumprimento do direito material. Ação como Direito Autônomo e Concreto (Adolph Wash – 1888): Autônomo Algumas ações buscam apenas a certeza jurídica, não discutindo a existência, ou não, de um direito material (ex. ações declaratórias negativa e positiva; investigação de paternidade) Concreto Pois só existe quando a sentença for favorável à pretensão do autor. A ação é dirigida contra o Estado (a quem se pede a tutela) e contra o réu (de quem se exige a subordinação) Ação como Direito Autônomo e Abstrato: Abstrato porque mesmo quando a sentença for desfavorável ao autor, ou o processo for extinto sem julgamento do mérito (art. 485), há direito de ação. Ação é direito a uma sentença judicial. Carnelutti A lide, composta de quatro elementos (partes, objeto, pretensão e resistência), é transferida para o processo (Lide – conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida posta em juízo); Ação é o direito de obter do Estado uma sentença sobre a lide; O interesse que move a ação não é o interesse em lide (objeto) e sim o interesse na justa composição da lide; A ação é dirigida contra o juiz, que é o encarregado de proferir sentença sobre a lide. Liebmam A lide é representada em juízo pelo pedido do autor; Ação é o direito de pedir do Estado um julgamento sobre o pedido formulado; Não é direito a uma sentença favorável, e sim direito a uma sentença de mérito, de procedência ou improcedência do pedido apresentado.
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