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Aula 1 - Alterações pós morte

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Anatomia Patológica Geral – Prof Marilene e Daniel
Aula 1 – Alterações pós-morte
Deve ser realizada com a certeza de que o animal está morto. É necessário ver que o animal não tem movimento respiratório, batimentos cardíacos, que está completamente inconsciente, imóvel e insensível. Essas alterações imediatas possuem uma evolução de acordo com o tempo.
- fenômenos autolíticos
- fenômenos de putrefação 
Autólise: fenômeno destrutivo que implica em autodigestão. As células vão ficando com suas membranas rompidas e os conteúdos vão saindo para o meio extracelular. É resultante da liberação de enzimas pelas células após a morte.
Fenômenos putrefativos:
- natureza bacteriana: o organismo do animal é rico em numerosas bactérias. As bactérias do trato digestivo são principalmente do gênero Clostridium (?). Elas não possuem mais barreira então entram com facilidade, não há mais barreira imunológica nem física. A carcaça tende a haver multiplicação bacteriana exponencial. São bactérias saprofíticas. 
Células que precocemente mostram os efeitos da autólise (do mais sensível ao menos sensível): nervosas; miócitos cardíacos; medula da adrenal; trato intestinal; epitélios especializados de certas vísceras.
Tecidos que oferecem maior resistência à autólise e putrefação: ossos, tecidos fibrosos; cartilagens; pele.
 Condições que aumentam ou diminuem a marcha da putrefação: o aquecimento ajuda na liberação das enzimas, por isso quase todos os fatores estão relacionados com o calor.
Temperatura ambiente (quanto mais alta, maior velocidade de instalação da AP. Quanto mais baixa, menos velocidade).
Tamanho do animal (quanto maior o animal, mais difícil o resfriamento e maior velocidade de instalação).
Estado de nutrição (mais glicogênio muscular, mais tempo levará o Rigor Mortis para se instalar).
Causa mortis (infecções clostridianas, septicemias, intoxicações por estricnina(?) aceleram os AP).
Cobertura tegumentar (pelos, penas, lã e camada gordurosa aceleram as AP).
Deslocamento de ar (diminui o calor e desacelera a instalação).
Grau de umidade (o líquido também influencia, quanto mais liquido, mais rápido).
Doenças desidratantes.
Higiene do ambiente (auxilia a instalação e multiplicação das bactérias).
Sangria (diminui a velocidade de putrefação, quando mais sangue apodrece mais rápido).
Doenças necrosastes ou gangrenosas (acelera).
Idade (animal jovem com quantidade de liquido e tecidos muito úmidos apodrece mais rápido).
Tamanho.
Febre (temperatura alta acelera).
Taxa metabólica alta.
Exercício antes de óbito.
Quanto mais influência do homem, sofisticação no ambiente e mudanças, maior as patologias nos animais.
Cronologia pós-morte
Corpo flácido, quente e ausência de livores (manchas cadavéricas) = menos de 2 horas.
Rigidez da nuca e mandíbula e esboço de livores = de 2 a 4 horas.
Rigidez dos membros anteriores, nunca, mandíbula e livores relativamente acentuados = de 4 a 6 horas.
Rigidez generalizada, manchas de hipóstase = de 8 a 36 horas.
Inicio de flacidez e de putrefação (manchas cadavéricas) = 24 horas.
Flacidez generalizada, putrefação (enfisematosa e inicio de coliquação) = 48 horas.
Isso não é matemático, não é uma verdade absoluta. Depende de N fatores e da causa da morte etc.
A opacidade do cristalino pós-morte, a córnea toda fica leitosa, embaçada, semelhante a uma catarata. Pode haver bolhas produzidas pelo gás que as bactérias produzem na câmara anterior. É necessário saber até que ponto o congelamento influenciou para deixar a câmara mais opaca.
Estômago em ampulheta: porção central mais contraída caracteriza o rigor. Musculatura do centro que é mais potente tem contração intensa.
Rigor Mortis
O animal em rigor fica com a musculatura pesada, rígida, animal não articula. Não circula mais sangue e há diminuição do aporte de oxigênio. Há aumento da gligonese anaeróbica e para que se estabeleça esse rigor, vai haver consumo do glicogênio disponível. Acabou o estoque, vem a extinção de ATP, Actina e Miosina ficam unidas gerando a rigidez.
O ácido lático começa a ser produzido quando o ATP cessa, diminuindo o pH e com o auxílio das enzimas lisossômicas, após o período de rigor mortis o animal volta a se tornar flácido.
Algor Mortis
Resfriamento da carcaça após morte.
Livor Mortis
Manchas cadavéricas/ de putrefação. Existem de várias cores (pseudomelanose [falsa melanina, tem origem nas hemáceas]).
Liberação de liquido pela cavidade oral, nasal, cavidades do corpo
Pode sangue propriamente dito ou algum líquido manchado de hemoglobina. É necessário ter calma para ver o histórico de congelamento/descongelamento etc. Esse líquido pode se acumular nas cavidades.
Também está relacionado ao declive, os líquidos fluem dependendo da posição e lugar onde foi deixado, pois os esfíncteres se relaxam.
 
No campo vemos os animais mutilados por aves de rapina. Geralmente elas vão para as mucosas.
Hipostase: retenção de sangue nas partes mais baixas do corpo/carcaça/vísceras. As alterações circulatórias se confundem muito com as alterações pós-mortais. O sangue flui pra parte mais baixa do corpo. O sangue é mais escuro, coloração alterada.
Coagulação sanguínea: acontece naturalmente após a morte, é necessário que ele esteja dentro dos vasos. Se estiver fora, com o extravasamento de sangue, já é uma condição patológica que merece uma interpretação diagnóstica. Se estiver dentro dos vasos também é importante, pois pode referir a alterações cardíacas (ex: veia cava caudal muito dilatada). Liso, brilhante, elástico. Existem 3 tipos: 
- cruóricos: ou vermelhos, são diferentes de trombos* (irregular, opaco, rugoso e aderido, pode ter varias cores, vai depender da quantidade de elementos predominante nele. É friável, se quebra com facilidade. Geralmente estão nas câmaras cardíacas). Os trombos venosos são +- iguais aos coágulos.
- lardáceos: branco, bem elásticos, predominam leucócitos, plaquetas e fibrina. VHS alta em equinos normais e nas inflamações sistêmicas.
- mistos: uma parte cruórica e uma lardácea.
*os trombos nos ruminantes são mais predominantes na câmara direita do coração, nos carnívoros são mais no esquerdo.
Acúmulo de líquidos cavitários
Bastante comum, existem muitas doenças (principalmente hepática, renais e deficiências proteicas, anemias graves, hipoproteinemia) podem culminar com essa condição de acúmulo. Não é normal que se encontre tanto liquido na cavidade, existe naturalmente, mas um volume basal.
O congelamento aumenta a quantidade de liquido nas cavidades que pode ficar pigmentado.
Embebição hemoglobínica: vermelho difuso, esmaecido. Reconhece, pois é difusa, sujo. Vai se acentuando a medida que o tempo vai passando após a morte.
Embebição biliar: a vesícula biliar fica muito cheia casa o animal não está comendo, após a morte essa bile flui pros tecidos adjacentes e os colores, com manchas amareladas.
Período gasoso: formado por acúmulo de gás tanto no trato gastroinstetinal tanto nos tecidos conjuntivos, serosas. Timpanismo pós-morte, enfisema cadavérico, crepitações. Esse gás acumulado também pode causar deslocamentos, inclusive prolapso de reto, pois o abdômen está muito cheio, volumoso. 
Ruturas: acontece mais no final das alterações, pois os tecidos estão mais desgastados, cavalos tem maior probabilidade. Nesse caso, vê-se conteúdo do estômago na cavidade abdominal.
Invasão de parasitos e insetos: podemos encontrar nas carcaças. Pode ou não ter importância.
Coliquação/ esquelitização: vísceras muito moles, animal extremamente deplorável, sem condições de fazer necropsia.

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