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AÇÃO TEORIAS SOBRE A NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO Teoria civilista ou imanentista: Nesta época não se considerava o direito processual como um direito autônomo. A ação é imanente ao direito material, faz parte do próprio direito material. Para os adeptos desta teoria a ação não é um direito autônomo, e sim um aspecto do direito material, um anexo. A Polêmica de Windschied-Muther Teoria da ação como direito concreto ou concretista: a ação é um direito autônomo diferente do direito material. A ação é o direito a uma sentença favorável. A parte só teria direito de ação se tivesse o direito material (com a sentença favorável). O direito de ação surge com a violação do direito material. Teoria da ação como direito abstrato ou abstrativista: a ação é um direito autônomo, independente do direito material. Caracterizado como o direito à jurisdição, podendo esta ser favorável ou desfavorável, sem descaracterizar o direito de ação. Teoria eclética ou mista de Liebman(processualista italiano, viveu no período da segunda guerra): ação é um direito a uma sentença de mérito (favorável ou desfavorável). Mas precisa preencher alguns requisitos para que exista o direito de ação: as condições da ação. Esta teoria foi consagrada pelo CPC. Portanto, se não estiverem presentes as condições da ação, não haverá apreciação do mérito. CONDIÇÕES DA AÇÃO Específicas: apenas em algumas situações, para ações específicas. Ex. o prévio depósito nas ações de consignação em pagamento. Genéricas: em todas as situações e tipos de ações, como requisitos para apreciação do mérito POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO: Elementos Possibilidade de proteção Ausência de proibição É necessidade de que, ao menos em tese, a pretensão do autor seja protegida pelo ordenamento jurídico, ou a inexistência de proibição normativa, expressa ou implícita, quanto ao pedido formulado. Causa de Pedir x Pedido LEGITIMIDADE AD CAUSAM Quem pode figurar como autor e réu Elementos Titulares de uma relação hipotética Desta forma, em princípio, é titular de ação apenas a própria pessoa que se diz titular do direito subjetivo material cuja tutela pede – legitimidade ativa, podendo ser demandado apenas aquele que seja titular da obrigação correspondente – legitimidade passiva. FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA AÇÃO Deve-se notar que a palavra ação pode ser usada e compreendida em vários sentidos, podendo ser entendida como um direito, um poder, uma pretensão ou ainda como o correto exercício de um direito anteriormente existente. A ação é considerada como sendo o direito ao exercício da jurisdição ou a possibilidade de exigir sua atuação. Segundo o principio da inércia, a utilização desse direito é necessária ao exercício da função jurisdicional, que, de outra forma, não poderá ser exercida. Deve-se considerar a ação, portanto, como o direito à prestação da jurisdição, favorável ou não, àquele que a provoca. Tal direito possui condições impostas ao seu exercício que, se não satisfeitas, o impossibilitam. Com fundamento no Art. 5º, XXXV, CRFB, a ação propicia a garantia da tutela jurisdicional efetiva, que permite ao titular do direito obter à proteção de seu direito material. Em se tratando do direito à atuação jurisdicional, deve ser entendido que a ação serve ao interesse público de garantir o direito a quem de fato o possui, preservando a ordem na sociedade. Tal entendimento foi construído pela doutrina até se chegar à atual concepção do “direito de ação”, que é, inicialmente, identificado com o direito material litigioso. Posteriormente, evoluiu para um estágio de autonomia em relação ao direito material, criando uma base para o desenvolvimento do direito processual nessa área. As Teorias da ação quanto à sua natureza jurídica Alcançado certo consenso em relação ao conceito de ação como direito, grandes juristas propuseram teorias acerca da natureza jurídica de tal direito. Essas teorias servem para auxiliar a compreensão da evolução da ciência e do caminho percorrido até se chegar ao entendimento adotado no nosso Código de Processo Civil, de 2015. Teoria imanentista, civilista, ou clássica Essa teoria tem como origem e base o direito romano. Para ela, a ação nada mais é do que o próprio direito material, ajuizado em decorrência de ameaça de dano ou de dano efetivo. Logo, não poderia haver ação que não versasse sobre direito material, já que ele seria o foco e o agente dela. Assim, considerando que o direito de ação é decorrente do direito material, compreende-se a ação como emanação do direito material. Teoria do direito concreto de ação (teoria concreta) Em 1885, Adolph Wach, na Alemanha, reconheceu a relativa independência entre o direito de ação e o direito subjetivo material, encerrando assim o domínio da teoria clássica. Segundo ele, sendo pretensão de tutela jurídica, a ação é um direito público ao exercício da jurisdição, sujeitando o demandado ao dever de obedecer a suas determinações. Essa concepção trazia a consequência de que, embora separado do direito material discutido, o direito de ação se restringia a quem tivesse razão. Isso quer dizer que o direito só teria existido se houvesse sentença favorável. A teoria afirmava que somente existia direito a ação quanto houvesse uma proteção ao direito subjetivo. A maior importância dessa teoria foi a separação entre o direito de ação e o direito material. Teoria da ação como direito potestativo Uma variante da teoria concreta condiciona a existência do direito de ação à obtenção de uma sentença favorável estando sujeita às mesmas críticas daquela teoria. De acordo com Chiovenda, a ação pode ser definida como o “poder jurídico de dar vida à condição para a atuação da vontade da lei”, ou seja, o direito de fazer a lei agir para preservar um direito em face de um opositor que deve obedecer a determinação legal. A ação era considerada um direito (direito potestativo) independente do direito material, sendo o direito do autor de submeter o réu aos efeitos jurídicos pretendidos. Logo o direito de ação é contra o réu e não contra o Estado. Teoria da ação como direito abstrato Essa teoria define ação como um direito do indíviduo perante o Estado de exigir que lhe seja prestada a atividade jurisdicional. Isso impõe ao réu o dever de comparecer em juízo e acatar a decisão proferida. Desse modo, se desvincula ainda mais o direito de ação do direito material discutido. Isso porque o direito de ação, de prestação da jurisdição, seria realizado mesmo que o autor seja considerado não detentor do direito material discutido. Teoria Eclética Elaborada por Liebman, essa variante da teoria abstrata considera que o direito de ação é o “direito ao processo e ao julgamento do mérito”, e não garante ao autor o provimento da demanda. Essa teoria tem como principal diferencial a criação das chamadas condições da ação, que são requisitos de admissibilidade de uma ação. Na ausência das condições da ação, o juiz não está obrigado a julgar o mérito do processo, podendo extingui-lo sem seu exame. Logo, trata-se de um direito abstrato capaz de provocar o exercício da jurisdição. A ação é compreendida como o direito de obter o julgamento do mérito pedido, independentemente do resultado da demanda, desde que observadas as condições da ação. É então um direito subjetivo instrumental, já que independe do direito subjetivo material, embora seja conexo a ele. Essa teoria prevaleceu por muitos anos, durante toda a vigência do CPC de 1.973. O novo CPC, de 2015, retira um pouco da importância das condições da ação, permitindo o exame do mérito para beneficiar o réu, mesmo que essas não se encontrassem preenchidas. CAPACIDADE PARA SER PARTE CAPACIDADE PROCESSUAL CAPACIDADE POSTULATÓRIA Capacidade processual é uma aptidão genérica para agir em juízopor si só (quem não é absolutamente ou relativamente incapaz tem capacidade processual). Com efeito, a capacidade para ser parte refere-se à possibilidade de o sujeito apresentar-se em juízo como demandante ou demandado, isto é, como autor ou réu em uma ação processual. Essa espécie de capacidade liga-se à existência de personalidade civil. A capacidade postulatória é a aptidão para requerer perante os órgãos estatais investidos da jurisdição. INTERESSE DE AGIR Necessidade / utilidade Elementos Adequação Consiste na utilidade potencial da jurisdição. Vale dizer, a jurisdição deve ser apta a produzir alguma vantagem ou benefício jurídico. Utilidade da jurisdição: NECESSIDADE - a jurisdição tem que ser indispensável, imprescindívelpara alcançar essa utilidade. ADEQUAÇÃO – o procedimento e o provimento requerido tem que ser adequado. ELEMENTOS DA AÇÃO (IDENTIFICAÇÃO DA AÇÃO) Os elementos da ação servem para individualizar as ações, permitindo-se determinar ações idênticas, distintas ou parcialmente idênticas. A razão para isto é de ordem prática, proporcionando a solução dos problemas de litispendência, coisa julgada, competência (conexão e continência) etc. A doutrina costuma apontar como elementos da ação: As partes A causa de pedir Os pedidos AS PARTES São autor e réu. Ou seja, aquele que pede a prestação jurisdicional; e o em face de quem é pedida a proteção jurisdicional. A teoria da individualização, adotada na Itália, teve como precursor Chiovenda que entendia que seria suficiente ao autor exprimir, na inicial da demanda, o conteúdo do direito deduzido, ou seja, os fundamentos jurídicos de seu pleito, sem a necessidade de menção aos fatos que teriam dado origem a este direito. Já, pela teoria da substanciação, além da dedução do conteúdo do direito, ou seja, dos fundamentos jurídicos da pretensão, seria imprescindível a indicação, quando da propositura da ação, dos fatos originários da relação substancial trazida a juízo, a causa de pedir remota. Os processualistas brasileiros, em sua maioria, sustentam que o Código de Processo Civil adotou teoria da substanciação quanto à causa de pedir e, sequer faz diferença entre direito absoluto e direito relativo a fim de estabelecer a necessidade da explicitação da causa de pedir remota, visto que, para o processo brasileiro a inicial deve, sempre, conter fatos e fundamentos jurídicos do pedido, sob pena de inépcia. Não basta, portanto, no direito processual brasileiro, a exposição da causa próxima – os fundamentos jurídicos, a natureza do direito controvertido – é necessário a exposição da causa remota – o fato gerador do direito. CAUSA DE PEDIR É o porquê se pede, o motivo, a razão o fundamento do pedido. Fundamentação de fato - fato constitutivo do direito do autor - fato violador do direito do autor Fundamentação de direito PEDIDO Grande importância possui o pedido na ação, uma vez que irá fixar os parâmetros da própria decisão do juiz (princípio da congruência). Causa de pedir: Existem dois tipos: Causa de pedir próxima- identifica os fundamentos jurídicos que justificam o pedido. Causa de pedir remota- são os fatos que constituem o pedido. ▪Ocorre o princípio do “mihi factum, dabo tibi ius” ou seja, dame os fatos que te darei o direito. O pedido deve ser observado sob dois aspectos: •Pedido imediato: poderá ter natureza cognitiva, executiva ou cautelar; •Pedido mediato:este se referirá ao bem jurídico, objeto que pretende o autor com a demanda Quanto á natureza o pedido imediato poderá ser: Cognitiva- processo de conhecimento, a sentença poderá ser declaratória, constitutiva ou condenatória; Executiva – verifica-se no processo de execução; Cautelar- visa resguardar eventual direito da parte. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES A natureza do provimento jurisdicional é também utilizada pela doutrina como ponto de referência para classificar as ações. - é de acordo com o tipo de tutela jurisdicional buscada que se classificam as ações. Tutelas jurisdicionais: - tutela cautelar - tutela de conhecimento - tutela de execução Tutela cautelar Calamandrei diz que a cautelar caracteriza-se como uma instrumentalidade ao quadrado. Seria, portanto, o instrumento do instrumento, pois a tutela cautelar seria um instrumento para o processo porque garantiria um resultado útil do processo. Tutela de conhecimento Será conhecido com segurança não só a pretensão do autor como a resistência que lhe opõe o réu, isto é, a lide posta em juízo. Classificação: Trinaria - tutela declaratória - tutela constitutiva - tutela condenatória Tutela declaratória: o juiz declara a existência ou inexistência de uma relação jurídica (direito) ou a autenticidade/falsidade de documento (art. 4º CPC). Tutela constitutiva: o juiz constitui, desconstitui, conserva ou modifica uma relação jurídica. Tutela condenatória: o juiz constitui um título executivo. Sua característica é a formação de um título executivo. A REFORMA DO CPC A Lei 11.232/2005 deu uma nova roupagem à execução de título judicial Liquidação de sentença e execução de título judicial deixaram de ser processos autônomos. Transformaram-se em fases, etapas seguintes à sentença. Portanto, não há citação para o executado pagar, e sim intimação. CONDIÇÕES DA AÇÃO Se faz necessária a toda ação a realização de 3 condições A possibilidade jurídica do pedido, o interesse de agir e a legitimidade, embora, no CPC de 2015, a primeira condição não esteja mais prevista expressamente O interesse de agir é a condição da ação referente à necessidade de valer-se do exercício da jurisdição para a realização da pretensão do autor. sempre que o autor só puder obter a concretização de sua pretensão pela via do judiciário, ele teria interesse de agir. Deve estar presente a utilidade: somente há interesse se o processo é útil para o fim almejado. Essa necessidade caracteriza-se pela impossibilidade de obtenção ou realização da pretensão do autor por outro meio licito, pela necessidade de maior segurança em relação a um determinado ato ou ainda por determinação legal no caso de ações declaratórias que por vezes tem como fato pretendido já realizado e o que se deseja é a segurança jurídica que uma decisão judicial daria a esse fato. A ultima condição da ação é a legitimidade das partes para estar em juízo, legitimidade ad causam, compreendida como relação subjetiva da parte com a lide objeto do processo. Isso significa que as partes devem, em regra, ser os mesmos sujeitos da relação de direito material discutida. Logo, somente alguém presente na relação de direito material pode propor ação e indicar o réu da mesma relação jurídica. Essa condição possibilita algumas exceções legais, denominadas legitimidade extraordinária, previstos no Art.18 do CPC de 2015. TEORIA DA ASSERÇÃO A teoria da asserção, criada para lidar com dificuldades geradas pela teoria eclética de Liebman, defende que o juiz deve realizar o exame das condições de ação pelas assertivas (afirmações) apresentadas pelo autor em sua petição inicial. Passado esse momento inicial e percebendo juiz a ausência das condições da ação, ele deve julgar o mérito, rejeitando o pedido do autor. Há quem entenda, no entanto, que a asserção não é suficiente para demonstrar a presença das condições da ação. Para esse entendimento, é necessário um mínimo de provas que demonstrem a veracidade das asserções do autor. Segundo o CPC atual, pode-se dizer que tal risco é reduzido, pois, ao longo do processo de produção de provas, o juiz poderia declarar a carência de ação. A posição predominante na direito processual brasileiro é a do exame das condições conformedispostas na inicial sem extensão probatória, pois, a partir do momento em que o juiz autoriza a produção de provas, já estará ingressando no mérito da causa. Entende-se que a carência de ação não se confunde com a improcedência do pedido, já que não há exame de mérito, constituindo apenas coisa julgada formal. Assim, uma vez reconhecida, não obsta a que o autor renove seu pedido por meio de um novo processo que, por sua vez, preencha tais condições. JURISDIÇÃO OBJETIVO A jurisdição pode ser entendida como peça fundamental para a atuação estatal, dentro do objetivo de aplicar o direito material ao caso concreto apresentado, resolvendo situação de crise jurídica e obtendo, por conseguinte, a pacificação social. CONCEITO Palavra que vem do latim jurisdictio (que etimologicamente significa “dizer o direito”), a jurisdição tem como fim último a pacificação social e consiste em um poder-dever do Estado, pois, se por um lado corresponde a uma manifestação do poder soberano do Estado, impondo suas decisões de forma imperativa, por outro corresponde a um dever que o Estado assume de dirimir qualquer conflito que lhe venha a ser apresentado. JURISDIÇÃO X LEGISLAÇÃO Com relação à atividade jurisdicional, Chiovenda a distinguiu da atividade legislativa mediante a utilização do critério criação-aplicação do direito. Nessa perspectiva, a jurisdição seria uma atividade declaratória de direitos preexistentes. Segundo os adeptos desse entendimento, o direito, criado pelo legislador, seria declarado pelo magistrado ao julgar a pretensão que lhe foi submetida. DEFINIÇÃO Chiovenda definiu a jurisdição como “a função do Estado que tem por escopo a atuação da vontade concreta da lei por meio da substituição, pela atividade de órgãos públicos, da atividade de particulares ou de outros órgãos públicos, já no afirmar a existência da vontade da lei, já no torná-la, praticamente, efetiva. FUNÇÃO Francesco Carnelutti, entende a jurisdição como a função estatal de justa composição da lide, entendida esta última como o conflito de Interesses qualificado pela pretensão de uma parte e resistência de outra. SATISFAÇÃO Jaime Guasp, por sua vez, entende a jurisdição como uma função de satisfação das pretensões das partes, desse modo, a lide não seria imprescindível, podendo uma demanda individual e não resistida ocasionar o exercício da jurisdição. VONTADE DA LEI Face ao declínio do pensamento positivista e a evolução do pós-positivismo, o entendimento da jurisdição como mera atuação da vontade da lei demonstra-se incompleto, vez que o Estado por meio da jurisdição, ao exercer a vontade da lei, deve levar em conta a justiça social como finalidade. VONTADE OBJETIVA DA LEI Desse modo, a jurisdição pode ser definida de acordo com a posição adotada pela doutrina brasileira, que procura relacionar os conceitos supracitados, como sendo a função de atuar a vontade objetiva da lei, com a finalidade de obter a justa composição da lide. NORMA PROCESSUAL O direito processual, por sua vez, cuidará de estabelecer as regras destinadas a reger como se operará o exercício da jurisdição na solução dos conflitos sociais. Os três elementos estruturais do direito Processual: são os institutos jurídicos Da jurisdição, Da ação E Do processo. A jurisdição ocupa o centro da teoria processual e por intermédio dela se manifesta uma das formas do poder estatal soberano, configurando uma função estatal. NECESSIDADE Para melhor entender os modos pelos quais os conflitos sociais surgem, e são resolvidos, é de bom alvitre recorrer à lição de Carnelutti. Segundo esse consagrado autor, existem no mundo pessoas e bens (capazes de satisfazer às necessidades do homem) e, obviamente, há constante interesse do ser humano em se apropriar dos bens para satisfazer suas necessidades. INTERESSE Segundo o renomado jurista, “interesse” seria uma posição favorável à satisfação de uma necessidade que se verifica em relação a um bem. No entanto,como os bens são limitados (diferentemente do que ocorre em relação às ilimitadas necessidades humanas), irão surgir no convívio social conflitos de interesses. PRETENSÃO Caso este conflito não se dilua no meio social, determinado membro da sociedade irá desejar que o interesse do outro seja subordinado ao seu (esse fenômeno Carnelutti chamou de pretensão) LIDE Havendo resistência à “pretensão” do titular de um dos interesses por parte de outrem, surgirá a denominada “lide” (conflito de interesses). PROCESSO Poderia considerar-se, então, o processo (instrumento da jurisdição) como o método mais eficiente para composição de litígios, sendo este o meio através do qual o Estado moderno presta a função jurisdicional. Esta conclusão, porém, vem sendo gradativamente questionada, havia vista a morosidade existente na atual estatal, dada a sobrecarga de demandas CARACTERISTICAS DA JURISDIÇÃO São características da jurisdição: CARACTERÍSTICAS CONTEÚDO Inevitabilidade Para o exercício da jurisdição o Estado dispensa a anuência do demandado. Imperatividade Os resultados do processo serão impostos às partes, independentemente de aceitação. Definitividade Imunização dos efeitos das decisões proferidas, isto é, possui aptidão para a produção da coisa julgada material. Atividade criativa Através da jurisdição se cria a norma jurídica do caso concreto. NOVO CONCEITO DE JURISDIÇÃO Entre os principais juristas opositores dessa tradicional concepção, é pertinente destacar a doutrina de Mauro Cappelletti. Cappelletti , apresenta uma nova visão da jurisdição, não mais caracterizada como atividade meramente declaratória de direitos. Cappelletti desenvolve seu pensamento partindo da constatação de que interpretação e criação do direito não seriam conceitos opostos, pois ao menos um mínimo de criatividade se mostra inerente a toda atividade interpretativa: INTERPRETAÇÃO Em realidade, interpretação significa penetrar os pensamentos, inspirações e linguagem de outras pessoas com vistas a compreendê-los e — no caso do juiz, não menos que no do musicista, por exemplo — reproduzi-los, “aplicá-los” e “realizá-los” em novo e diverso contexto de tempo e lugar. PRECEDENTE Esta última concepção se mostra mais compatível com o Direito brasileiro, principalmente nos dias atuais, quando a elaboração de súmulas, vinculantes ou não, a repercussão geral e a reiteração de entendimentos jurisprudenciais criam norma para os casos concretos, criando um sistema próximo do sistema de precedentes, visto que afetam outros casos diversos do paradigma. Nos dias de hoje, parece claro que o problema se concentra não mais na existência da discricionariedade do magistrado na solução de determinado caso, mas sim nos modos, limites e legitimidade da criatividade judicial. ATO JURISDICIONAL Em regra, o ato jurisdicional é dotado de imparcialidade, definitividade e substitutividade, bem como é direcionado para o interesse público. O ato administrativo, por sua vez, é caracterizado pela parcialidade e revogabilidade, sendo Atividade própria e voltada para o interesse particular. Um exemplo de difícil classificação é a jurisdição voluntária, na qual não há pretensões contrapostas, mas se provê tutela a uma parte. PODERES INERENTES A JURISDIÇÃO São poderes inerentes à jurisdição: Poder de decisão— poder de resolver as questões que lhe sejam submetidas (art. 203 do CPC). Poder de coerção — poder de impor aos Sujeitos do processo ou terceiros o respeito a obediência às suas ordens e decisões. Esse poder faculta inclusive emprego da forçafísica ou policial, e de sanções e restrições à liberdade individual, pessoal e patrimonial (art. 139, inciso IV do CPC). Poder de documentação — poder de registrar de modo permanente e inalterável o conteúdo de determinados fatos e atos (arts. 209 e 367 do CPC). Poder de conciliação — Cabe ao juiz a qualquer tempo tentar promover a conciliação das partes (art. 139, inciso V do CPC). Poder de impulso — cabe ao juiz, uma vez instaurado o processo, impulsioná-lo de ofício com despachos e atos de expediente (art. 2º do CPC). Por último, importante declinar os princípios que informam a jurisdição: Princípios Conteúdo Investidura Jurisdição só pode ser exercida por juízes regularmente investidos,providos em cargos de magistrados e Que se encontrem no efetivo exercício desses cargos. Indelegabilidade Cada órgão exerce a função jurisdicional nos limites da competência que a lei lhe conferiu. É a impossibilidade de qualquer órgão jurisdicional transferir esse poder, Outorgado pela lei, para outro juiz ou para outro órgão Jurisdicional. Exceções: carta precatória, rogatória e de Ordem. Aderência ao território Todos os órgãos jurisdicionais possuem uma base geográfica dentro da qual exercem sua jurisdição. Inércia Jurisdição é um poder inerte, ou seja, os órgãos jurisdicionais só devem atuar quando provocados por algum interessado. Existem exceções. Por exemplo: juiz pode Instaurar, de ofício, procedimento para retirada do tutor de um menor (art. 1.197 do CPC). Princípios Conteúdo Indeclinabilidade Nenhum juiz pode recusar-se a exercer jurisdição quando solicitado. Unidade da jurisdição Jurisdição é um poder único Do estado soberano; e, apesar de distribuída, pelas regras de competência, entre todos os juízes, cada um deles age em nome do Estado soberano e representa a sua vontade única. CLASSIFICAÇÃO DA JURISDIÇÃO A jurisdição pode ser classificada conforme: a natureza dos interesses tutelados, em civil ou penal; o tipo de provimento pleiteado, em cautelar, de conhecimento ou de execução; o tipo de atividade desempenhada pelo juiz, em contenciosa ou voluntária. FUNÇÃO DO ESTADO Ao Estado, no exercício da atividade jurisdicional, cabe promover a prestação jurisdicional e a tutela jurisdicional. A primeira consiste na atuação estatal efetiva para solucionar a lide, enquanto a última se refere ao provimento da pretensão de uma das partes. Humberto Theodoro Junior diferencia a tutela jurisdicional da prestação jurisdicional nos seguintes termos: TUTELA JURISDICIONAL X PRESTAÇÃO JURIDISCIONAL Na satisfação do direito à composição do litígio (definição ou atuação da vontade concreta da lei diante do conflito instalado entre as partes) consiste a prestação jurisdicional. quando o provimento judicial reconhece e resguarda in concreto o direito subjetivo da parte, vai além da simples prestação jurisdicional e, pois, realiza a tutela Jurisdicional. PRESTAÇÃO JURISDICIONAL Todo litigante que ingressa em juízo, observando os pressupostos Processuais e as condições da ação, tem direito à prestação jurisdicional (sentença de mérito ou prática de certo ato executivo); Mas nem todo litigante faz jus à tutela jurisdicional CLASSIFICAÇÃO DA TUTELA JURISDICIONAL A tutela jurisdicional pode ser classificada de acordo com: a natureza da atividade do juiz, em cautelar, cognitiva ou executiva; a perspectiva do dano, em preventiva ou repressiva; o momento de sua prestação, em antecipada ou ulterior; a necessidade de confirmação, em provisória ou definitiva. CASE 1) Vitória propõe ação de execução de alimentos, sob o rito previsto no art. 911 do CPC, com base em título judicial proferido nos autos de ação de separação judicial litigiosa cumulada com pedido de guarda de filhos, fixação de alimentos provisionais, partilha de bens, regulamentação de visitas e medida de separação de corpos com pedido liminar. Em decisão interlocutória naqueles autos, foi fixada, em favor da exequente, verba qualificada como não alimentar, em decorrência de frutos que lhe cabem dentro do patrimônio do casal, uma vez que o executado estava na posse e administração dos bens. Afirmou a exequente, que, a fim de privá-la de receber os valores, o executado tem efetuado suas movimentações financeiras por meio de conta-corrente de titularidade de sua mãe, motivo pelo qual não foi encontrado saldo suficiente na conta. Foi expedido alvará para a retirada de quantia da conta bancária da mãe do executado, bem como o bloqueio de contas de sua titularidade. Por fim, não, havendo o pagamento, decretou o juiz, de ofício, a prisão do Executado pelo prazo de trinta dias, ao reconhecer o não pagamento e não acatar a justificativa apresentada. Por fim, este impetrou habeas corpus. Em quais casos é permitida a prisão civil? A prisão leva em conta a liberdade, enquanto os alimentos levam em consideração a subsistência do alimentando. Sendo estes dois valores fundamentais contrapostos, como deve ser feita a ponderação no caso concreto? Poderia o juiz ter decretado a prisão civil do executado de ofício? Houve imparcialidade? Justifique. Houve Inércia ? Justifique Como se classifica a jurisdição no caso em tela? Que poderes da jurisdição foram aplicados no caso em tela? Apresente no caso concreto a Causa de pedir próxima e remota Apresente no caso concreto o pedido imediato e o pedido mediato Indique no caso concreto os elementos de CAPACIDADE PARA SER PARTE, CAPACIDADE PROCESSUAL , CAPACIDADE POSTULATÓRIA . O caso trata de dívida de natureza alimentar ou não alimentar? No último caso, seria possível a prisão do executado pelo não pagamento da dívida? Indique quando foi concedida a prestação jurisdicional? Indique quando e se foi concedida a tutela jurisdicional? As condições da ação estão presentes no exemplo dado? COMPETÊNCIA INTRODUÇÃO A jurisdição, enquanto função estatal, é essencialmente una. Contudo, seu exercício exige que, na prática, ocorra uma divisão de trabalho entre os diversos órgãos que compõem nosso Poder Judiciário. Todos os órgãos do Poder Judiciário exercem jurisdição, mas, obviamente, nem todos serão competentes para examinar determinado litígio. Seria, aliás, um contrassenso que se criassem numerosos órgãos distribuídos por todo esse vasto e complexo sistema, que é o aparelho judiciário, e em seguida a lei facultasse a qualquer deles exercer, indistintamente, a jurisdição. Essadivisão de competência entre diferentes órgãos do Judiciário é realizada por intermédio de um critério racional, que busca estabelecer regras para facilitar o exercício da jurisdição. Em termos técnicos, quando nos referimos à competência, estamos tratando do “conjunto de limites dentro dos quais cada órgão do Judiciário pode exercer legitimamente a função jurisdicional. a noção de competência resulta de uma distribuição de funções, ou melhor, de uma limitação de funções. Isso ocorre não porque lhe falta jurisdição, mas sim porque lhe falta competência. Poderíamos, então, dizer que a jurisdição é genérica e a competência é específica. Na medida em que o legislador delimita as atribuições de determinado órgão do Judiciário, ele está definindo a competência daquele órgão Será visto, mais à frente, que o processo tem como um de seus pressupostos de existência a presença de um órgão investido de jurisdição. De fato, isso é o bastante para que o processo exista, mas não para que se desenvolva validamente. Entre outros pressupostos processuais de validade, é necessário que o órgão investido de jurisdição, perante o qual se propõe determinada demanda, tenha competência para examiná-la. a qual órgão de nosso imenso Poder Judiciário deve ser direcionada a nossa petição? Não basta ao advogado conhecer a Constituição da República e a legislação processual. Inúmeras vezes é preciso ter em mãos o regimento interno e o código de organização judiciária do tribunal onde a demanda será proposta e, em outras, saber como a jurisprudência se posiciona sobre determinado assunto. Diversos critérios de fixação de competência são utilizados pelo legislador ao estabelecer regras genéricas de divisão de competência: em razão da matéria, do valor da causa, da qualidade de uma das partes, critério funcional, territorial. Mas será que há um processo lógico para que, praticamente, seja determinada a competência para julgar determinada causa, ou melhor, para realizar determinado ato processual? COMPETÊNCIA INTERNACIONAL O primeiro questionamento que se faz é no plano internacional. Em respeito à soberania das diferentes nações, cabe indagar se cabe à Justiça brasileira conhecer a causa. No processo civil brasileiro, a competência internacional é determinada pelos artigos 21 a 24 do CPC. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL Nas hipóteses dos artigos 21 e 22, temos a chamada competência internacional concorrente. Por meio dela existe a possibilidade de, se for o caso, a Justiça de outro país poder, também, se considerar competente, desde que a sentença estrangeira seja homologada pelo STJ COMPETÊNCIA INTERNA Já nos casos do art. 23, a competência da Justiça brasileira é exclusiva e, então, nosso ordenamento jurídico só reconhece a competência do juiz brasileiro para conhecer a causa. Nessas situações do art. 24, se a causa for julgada em outro país, não será possível que ocorra a homologação da sentença estrangeira no momento em que a pessoa pretender dar efeitos dessa sentença no território brasileiro, salvo se houver disposição em contrário de tratados internacionais e de acordos bilaterais que estejam em vigor no Brasil. Além disso, o parágrafo único desse mesmo dispositivo traz que a pendência de causa em nossa jurisdição não obsta a homologação da sentença estrangeira pelo STJ, notadamente nas hipóteses de competência internacional concorrente. Por fim, o art. 25 introduziu a possibilidade de cláusula de eleição de foro em contratos internacionais, nos casos dos artigos 21 e 22, e respeitados os pressupostos gerais de cláusulas de eleição de foro previstos no art. 63. Uma vez reconhecida a competência da Justiça brasileira, será necessário definir a competência constitucional interna. Consultando a Constituição, que indica as atribuições das Justiças Especiais, será então verificado se estamos diante de hipótese de julgamento de alguma das Justiças Especiais (Eleitoral, Militar e Trabalhista) ou da Justiça Comum (Federal ou Estadual). Do poder judiciário e das funções essenciais á justiça CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES ➢ Divisão dos Poderes: critério funcional: “Tripartição dos Poderes”-Aristóteles -John Locke-Montesquieu. ➢ Estado democrático de direito: Poderes de Estado e Instituições, independentes e harmônicos entre si. ➢ Estado democrático de direito: Poder Judiciário autônomo e independente que exerça sua função de guardião das leis e da Constituição e dê efetividade aos direitos fundamentais. ➢ Poder Judiciário “muro das lamentações do mundo moderno” A. Garapon. ➢ Independência- Imparcialidade – Politização FUNÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO FUNÇÃO TÍPICA: Jurisdicional - é aquela realizada pelo Poder Judiciário, tendo em vista aplicar a lei a uma hipótese controvertida mediante processo regular, produzindo, ao final, coisa julgada com o que substitui, definitivamente a atividade e vontade das partes. Jurisdição:"uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve, com justiça" (CINTRA, GRINOVER E DINAMARCO: 1996, p. 129). FUNÇÕES ATÍPICAS: ▪1) executiva: organização de suas secretarias (art.96), concessão de licença e férias aos seus membros, etc. ▪2) legislativa: elaboração do regimento interno (art. 96, I, “a”) ORGANOGRAMA DO PODER JUDICIÁRIO GARANTIAS DO PODER JUDICIARIO GARANTIAS: Não se caracterizam como privilégios do magistrado, pois visam conferir à instituição a necessária independência ao exercício da jurisdição. GARANTIAS: 1) INSTITUCIONAIS GARANTIAS INSTITUCIONAIS Autonomia funcional, administrativa e financeira: ❖ Os tribunais têm autogoverno e elaboram suas propostas orçamentárias dentro dos limites da LDO. ❖ O processo de provimento dos cargos de desembargador por juizes de carreira deve ser iniciado e completado no âmbito do próprio Judiciário não admitindo a participação de qualquer outro Poder. INTERVENÇÃO ESTATAL VEDADA O STF considerou inconstitucionais dispositivos da Constituição do Estado da Bahia que atribuía ao Governador a nomeação de desembargadores c/ aprovação da Assembléia. É o próprio Judiciário que: a) organiza secretarias e serviços auxiliares; b) dá provimentos aos cargos de juiz de carreira e demais servidores; c) propõe a criação de novas varas; d) concede licença, férias e outros afastamentos. A composição do STF reveste-se da natureza de cláusula de independência do Judiciário sendo inconstitucional – art. 60, § 4º, III, Separação dos Poderes - e crime de responsabilidade a sua violação. ESCOLHA DOS DIRIGENTES DOS TRIBUNAIS ▪ Compete aos tribunais à eleição dos seus órgãos diretivos. ▪ Os tribunais com mais de 25 membros podem criar um órgão especial, com no mínimo 11 e no máximo de 25 membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais de competência do Tribunal Pleno. GARANTIA AOS MENBROS ▪ Garantias de liberdade: ▪ a) Vitaliciedade : 1ª grau após dois anos (Art. 95,I). Os magistrados dos Tribunais Superiores, os advogados e membros do Ministério Publico que ingressam nos Tribunais pelo quinto constituicional adquirem vitaliciedade no momento da posse. ▪ b) Inamovibilidade (Art. 95,II): o juiz só poderá ser removido ou promovido a pedido, nunca ex officio, exceto por única exceção constitucional que é por motivo de interesse público, mediante voto da maioria do Tribunal ou do CNJ); ▪ c) irredutibilidade de subsídio (Art. 95,III) GARANTIAS DE IMPARCIALIDADE ▪ : Aos juizes é vedado: ▪ a) exercer ainda que em disponibilidade outro cargo ou função, exceto uma de magistério; ▪ b) receber, a qualquer título ou pretexto custas ou participação em processo, ▪ c) dedicar-se à atividade político-partidária. ▪ d) receber a qualquer título oupretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privada. ▪ e) exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. CONTROLE EXTERNO ▪ Impossibilidade de criação nos Estados. (Súmula 649, do STF: “é inconstitucional a criação, por Constituição estadual, de órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros Poderes ou entidades.”) ▪ Constitucionalidade da instituição do CNJ (EC nº 45/04) “Poder Judiciário. Conselho Nacional de Justiça. Instituição e disciplina. Natureza meramente administrativa. Órgão interno de controle administrativo, financeiro e disciplinar da magistratura. Constitucionalidade reconhecida. Separação e independência dos Poderes. História, significado e alcance concreto do princípio. Ofensa a cláusula constitucional imutável (cláusula pétrea). Inexistência. Subsistência do núcleo político do princípio, mediante preservação da função jurisdicional, típica do Judiciário, e das condições materiais do seu exercício imparcial e independente. Precedente e súmula 649. Inaplicabilidade ao caso. Interpretação dos arts. 2º e 60, § 4º, III, da CF”. (ADI 3.367, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 13-4-05, Plenário,DJ de 22-9-06) Controle externo CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA Composição heterogênea. Natureza jurídica: órgão do PoderJudiciário (art.92, I-A) Atribuições de fiscalizar a gestão administrativa, financeira e correicional dos Tribunais, ressalvada a possibilidade de decretação da perda do cargo. ▪ Incompetência para fiscalizaro STF: ▪ Poder Judiciário. Conselho Nacional de Justiça. (...) Competência relativa apenas aos órgãos e juízes situados, hierarquicamente, abaixo do Supremo Tribunal Federal. Preeminência deste, como órgão máximo do Poder Judiciário, sobre o Conselho, cujos atos e decisões estão sujeitos a seu controle jurisdicional. Inteligência dos arts. 102, caput, inc. I, letra r, e 103-B, § 4º, da CF. O Conselho Nacional de Justiça não tem nenhuma competência sobre o Supremo Tribunal Federal e seus ministros, sendo esse o órgão máximo do Poder Judiciário nacional, a que aquele está sujeito.” (ADI 3.367, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 13-4-05, Plenário, DJ de 22-9-06) COMPOSIÇÃO DO CNJ Art. 103-B da CF: 15 membros Mandato de dois anos admitindo-se uma recondução ▪ O presidente do SupremoTribunal Federal; ▪ um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; ▪ um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; ▪ um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo SupremoTribunal Federal; ▪ um juiz estadual, indicado pelo SupremoTribunal Federal; ▪ um desembargador federal de Tribunal Regional Federal, indicado pelo SuperiorTribunal de Justiça; ▪ um juiz federal, indicado pelo SuperiorTribunal de Justiça; ▪ um desembargador federal do trabalho de Tribunal Regional do Trabalho,indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; ▪ um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; ▪ um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; ▪ um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; ▪ dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dosAdvogados do Brasil; ▪ dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. Compete ao Conselho (art. 103-B, §4º): ▪ Planejamento: o planejamento e a padronização das atividades do Poder Judiciário, em âmbito nacional, e gerenciar banco estatístico de dados; ▪ Fiscalização de atos: apreciar a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência doTribunal de Contas da União; ▪ Controle disciplinar: receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa. ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIARIO A CF dispõe que Lei Complementar de iniciativa do STF disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observadas dentre outras as seguintes regras: ▪ Ingresso na carreira : Para o ingresso na carreira da magistratura (93, I) e do Ministério Público (129, §3º), exige-se que o candidato tenha, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação.(A Resolução n. 75 do CNJ regulamenta esse requisito temporal) ▪ Promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento ▪ Regras para promoção de magistrados: critério de merecimento: ▪ Aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento(Art.93, II, c) ▪ Regras para promoção de magistrados : Não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão (93, II, e) ▪ O acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última entrância. ▪ Regras para vitaliciamento: Passa a ser etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados (93, IV). ▪ O juiz titular residirá na respectiva Comarca, salvo autorização do tribunal. ▪ Todos os julgamentos serão públicos e fundamentadas todas decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença às partes e seus advogados. ▪ Todas as decisões administrativas serão motivadas e as disciplinares serão tomadas por voto da maioria absoluta de seus membros. ▪ Qualificação : Funcionará junto ao Superior Tribunal de Justiça (105, par. um. I) a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, e junto ao Tribunal Superior do Trabalho (111-A, §2º, I) a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhes, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira (105, par. un., I). Quinto constitucional (art. 94): Um quinto dos lugares dos:Tribunais Regionais Federais / Tribunais dos Estados e do DF: ▪ Será composto de membros do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira e advogados de notório saber jurídico e reputação ilibada. ▪ Indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. ▪ Recebidas as indicações o Tribunal forma lista tripla e envia ao Poder Executivo que escolhe. COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES –STF SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: Não existe divisão estabelecida para a determinação dos 11 Ministros. São de livre nomeação do Presidente, após aprovação da maioria absoluta dos membros do Senado (haverá sabatina). ▪ Requisitos: ▪ ser brasileiro nato; ▪ idade: 35 a 65 anos; ▪ sercidadão; ▪ notável saber jurídico e reputação ilibada. COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES –STJ SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: É composto de 33 Ministros, nomeados pelo Presidente, após a aprovação da maioria simples do Senado, oriundos: ▪ 1/3 de juizes dos TRFs; ▪ 1/3 de Desembargadores dos TJs; ▪ 1/3, entre advogados e membros do MP Federal e Estadual e Distrital. ▪ Requisitos: ▪ Idade: 35 a 65 anos; ▪ brasileiro nato ou naturalizado; ▪ notável saber jurídico e reputação ilibada. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL: Composto de, no mínimo, sete membros, escolhidos mediante eleição, oriundos: ▪ 3 entre Ministros do STF; ▪ 2 entre Ministros do STJ; ▪ 2 entre advogados. ▪ No caso dos Ministros a eleição se dá por voto secreto dos próprios tribunais e no caso dos advogados o STF elaborará lista sêxtupla e a encaminhará ao Presidente, não havendo necessidade de aprovação pelo Senado. Obrigatoriamente, o Presidente e o Vice do TSE serão os Ministros do STF. COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES DO TRABALHO –TST TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO: Compõe-se de 27 Ministros, nomeados pelo Presidente, após aprovação do Senado por maioria absoluta, oriundos: ▪ 1/5 entre advogados, com mais de dez anos de efetiva ativiadde profissional e membros do Ministério Público, com mais de dez anos de efetivo exercício na carreira. ▪ Os demais entre juízes dos TRT’s, oriundos da magistratura da carreira, indicaods pleo próprioTST. COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES – STM SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR : Composto de 15 Ministros, sendo 10 militares (4 do Exército, 3 da Marinha e 3 da Aeronáutica) e 5 civis (3 advogados, 1 juiz auditor e 1 do MP Militar). ▪ O Presidente nomeia os Ministros do STM livremente (sem listas), desde que haja aprovação por maioria simples do Senado. ▪ Requisitos: ▪ a) mais de 35 anos; ▪ b) brasileiro nato ou naturalizado; ▪ c) no caso dos advogados, notório saber jurídico, conduta ilibada e 10 anos de efetiva experiência profissional. DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIAS Supremo Tribunal Federal ▪ COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA (ART. 102, I “A” ATÉ “R”): ▪ a) processar e julgar habeas corpus, sendo paciente o Presidente, Vice, Membros do Congresso, Ministros do STF, Procurador Geral da República, Ministros de Estado, Membros dos Tribunais Superiores, Membros do TCU, Chefes de Missão Diplomática; ▪ b) Mandado de Segurança e habeas data contra atos do presidente, mesas do Congresso, TCU, Procurador Geral da República e do Próprio STF; ▪ c) habeas corpus, sendo coator tribunal superior, ou atos sujeitos a jurisdição do STF; CONFLITO DE COMPETENCIA: ▪ compete-lhe julgar os conflitos entre o STJ e quaisquer tribunais, entre tribunais superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal. ▪ Não há conflito de competência entre o STF e qualquer outro tribunal (o que pode haver são as chamadas reclamações que se destinam a preservar a competência e a garantia da autoridade das decisões do STF). COMPETÊNCIA RECURSAL: ▪ Recurso Ordinário Constitucional: ( art. 102, II) a) Crime Político; b) Habeas corpus, mandado de segurança, habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância (originariamente) pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão. Por exemplo, se o STJ denega ordem de habeas corpus cujo paciente for Governador de Estado (competência originária do STJ, art. 105, I, c) caberá Recurso Ordinário Constituicional ao STF. Recurso Extraordinário Constitucional: ( art. 102, III) ▪ Causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. Competência Recursal: No Recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso (art. 102. § 3º) SÚMULA VINCULANTE O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei (103-A). (Regulamento: Lei 11.417/2006) ▪ Objetivo: declarar a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. ▪ Competência: exclusiva do STF. ▪ Requisitos: reiteradas decisões sobre matéria constitucional em relação a normas acerca das quais exista controvérsia. ▪ Legitimados:STF(de ofício) aqueles do art. 103-A, da CF, o Defensor Público-Geral da União e os Tribunais Superiores, os TJ’s dos Estados ou DF, os TRF’s, TRT’s, TRE’s e os Tribunais militares ( sem necessidade de ter processo em andamento – forma autônoma). De forma incidental: os Municípios. ▪ Efeitos da Súmula: a partir da publicação: efeito vinculante em relação ao Poder Judiciário e à Administração pública direta e indireta nas esferas federal, estadual e municipal. ▪ Modulação dos efeitos: Em regra a SV tem eficácia imediata, porém, o STF (por decisão de 2/3) pode restringir os efeitos ou decidir que só terão eficácia a partir de determinado momento. ▪ Reclamação: Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. EXEMPLOS DE SUMULAS Súmula Vinculante 11 Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. Súmula Vinculante 13 A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. Súmula Vinculante 22 ▪ A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra RECLAMAÇÃO ▪ “Reclamação”: (direito de petição) – instrumento processual para a garantia da autoridade da decisão do STF em sede de controle concentrado de constitucionalidade e das súmulas vinculantes. ▪ Revogação da Lei: Se a lei em que se baseou a SV foi revogada ou modificada o STF fará a revisão ou cancelamento da Súmula, dependendo do caso. Reclamação ▪ Competência direcionada para o ordenamento jurídico federal. Tem a missão de dar pelna efetividade à aplicação do Direito Federal e sua uniformização. ▪ Competência Originária (art.105, I) ▪ Competência Recursal ▪ Recurso Ordinário Constitucional(art. 105, II). Ex: Causa julgads pela JF entre Estado EstrangeiroX Município Brasileiro ▪ Recurso Especial (art. 105, III) ▪ Justiça especializada em função da matéria. Compete à Justiça do Trabalho, dente outras, as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Art. 114, da CF). ▪ Compete julgar e processar as ações que versem sobre direito eleitoral. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais(art. 121, da CF). ▪ Compete julgar e processar os crimes militares definidos em lei (Art. 124, da CF) ▪ A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar. ▪ Competência: TRFs (Art. 108 da CF) - Compete-lhes processar e julgar originariamente: a) os juizes federais da área de sua jurisdição (incluídos os da Justiça Militar e Trabalhista) e membros do Ministério Público da União, nos crimes comuns e de responsabilidade; b) revisões criminais e ações rescisórias de seus julgados ou de seus juizes federais; c) mandados de segurança e habeas data contra ato do próprio tribunal ou juizes federais; d) habeas corpus quando a autoridade coatora for juiz federal; e) conflitos de competência entre juizes federais do mesmo tribunal. Juízes Federais (Art. 109, da CF) - Compete-lhes processar e julgar: a) causas em que a União, autarquias ou empresa pública for interessada, exceto as de falência, acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e do Trabalho; b) b) causas entre estado estrangeiro ou organismo internacional e município pessoa residente ou domiciliada no País; c) c) causas fundadas em tratado ou contrato entre a União ou estado estrangeiro; d) d) crimes políticos e infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União; JUSTIÇA FEDERAL: e) crimes previsto em tratado ou convenção internacional e as causas relativas a direitos humanos f) crimes contra a organização do trabalho e sistema financeiro; g) crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro; h) a execução de carta rogatória, após o executor, e de sentença estrangeira, após homologação; i) causas referentes a nacionalidade e naturalização; j) direitos indígenas; l) habeas corpus, m. de segurança e habeas data contra ato federal. JUSTIÇA FEDERAL: ▪ Preceitos de observância obrigatória: ▪ a) A competência dos TJs será definida na Constituição Estadual e a Lei de Organização Judiciária de iniciativa do TJ; ▪ b) instituição de representação de inconstitucionalidade de lei ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a legitimação para agir a um único órgão: ▪ c) possibilidade de criação em lei estadual, de iniciativa do TJ, da Justiça Militar estadual, sem qualquer vínculo jurisdicional ou administrativo com a Justiça Militar federal e o Superior Tribunal Militar. ▪ d) designação pelo TJ de juizes de entrância especial para questões agrárias; ▪ e) aplicação do quinto constitucional. São funções essenciais à justiça: ▪ O Ministério Público (arts. 127 a 130) ▪ A advocacia Pública (arts. 131 a 132) ▪ A Advocacia (art.133) ▪ A Defensoria Pública (art. 134) É instituição permanente e essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. MP DA UNIÃO: ▪ MP FEDERAL ▪ MP DO TRABALAHO ▪ MP MILITAR ▪ MP DF ▪ MP TERRITÓRIOS MP ESTADUAL: ORGANIZAÇÃO: MP Princípios: ▪ a) Unidade (a unidade existe dentro de cada MP, nesse âmbito todos os membros integram um só órgão, sob a direção de um Procurador-Geral. Os membros não se vinculam nos processos que atuam, podendo ser substituídos); ▪ b) Indivisibilidade (não pode haver divisão ou fracionamento em outros MP’s autônomos ou desvinculados); ORGANIZAÇÃO: MP ▪ Independência funcional (o MP é um órgão extrapoder, pois não depende de nenhum dos poderes do Estado. No âmbito do MP só existe hierarquia em sentido administrativo e seus órgãos superiores só podem editar recomendações sem caráter normativo); ▪ d) Promotor Natural (no MP, não há nomeações ad doc). ORGANIZAÇÃO: MP a) promover, privativamente, a ação penal pública; b) zelar pelo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública; c) promover o Inquérito Civil e a Ação Civil Pública (defesa do patrimônio público, meio ambiente e outros interesses difusos ou coletivos); d) promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção Federal ou Estadual; e) direitos e interesses das populações indígenas; f) expedir notificações e requisitar informações; g) exercer o controle externo da atividade policial; h) requisitar diligências investigatórias e instauração de Inquérito Policial. ▪ Garantias da Instituição ▪ Nomeação e destituição dos Procuradores-Gerais: ▪ Procurador-Geral da República (União): É nomeado pelo Presidente da República entre integrantes da carreira (MP da União), maiores de 35 anos, com aprovação do seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de 2 anos, permitida a recondução (sem limite), desde que com nova aprovação pelo Senado. Os chefes dos MP’s do Trabalho (PGT) e Militar (PGJM) são nomeados pelo Procurador-Geral da República. A ▪ destituição do Procurador-Geral (iniciativa do Presidente), deve se dar por votação secreta da maioria absoluta do Senado. Procurador-Geral de Justiça (Estados, DF e Territórios): Os MP’s estaduais formarão lista tríplice entre integrantes da carreira para nomeação pelo Chefe do Executivo, com mandato de 2 anos, permitida uma recondução. A formação da lista tríplice se dará mediante voto plurinominal de todos os integrantes da carreira. Caso o Chefe do Executivo não nomeie um dos três (em 15 dias), será investido o mais votado. É inconstitucional condicionar a nomeação à autorização da Assembléia Legislativa. A destituição se dará por voto secreto da maioria absoluta da Assembléia. ▪Vitaliciedade ▪ Inamovibilidade ▪ Irredutibilidade de subsídio ▪Vedações Segundo o STF, o MP junto ao TCU encontra-se consolidado na intimidade estrutural dessa Corte de Contas. Os Estados deverão estabelecer na Constituição Estadual a configuração do parquet que atuará junto às Corte de Contas Estadual. ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO: PROCURADORIA DA UNIÃO PROCURADORIA GERAL FEDERAL PROCURADORIA DA FAZERNDA NACIONAL ▪ O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei (art. 133) ▪ A indispensabilidade não é absoluta, a exemplo de: interposição de habeas corpus, juizados especiais, justiça do trabalho. ▪ A imunidade também não é absoluta, devendo obedecer aos limites do Estatuto da OAB – Lei 8.906/94. Instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV : “o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos” Normalmente temos diversos órgãos jurisdicionais na mesma comarca ou seção e, então, consultando o código de organização judiciária e o regimento interno dos tribunais, poderá finalmente ser encontrado qual ojuízo competente (essa divisão pode ser feita em relação à matéria, qualidade das partes, valor da causa. Havendo mais de um juízo competente para a mesma matéria, a fixação da competência será feita por distribuição. Quanto a competência, é preciso observar peculiaridades que podem existir nos diversos Tribunais. Por exemplo, no Rio de Janeiro existe uma divisão territorial especial. Para facilitar o acesso à justiça, a Comarca da Capital (e agoratambém a Comarca de Niterói) é subdividida em diversos fóruns regionais. Assim, nesta Comarca, temos os fóruns regionais do Méier, Ilha do Governador, Barra da Tijuca, Leopoldina entre outros. A competência para julgamento de determinado feito é determinada no momento de ajuizamento da demanda, pelas regras existentes nesse momento, nos termos do art. 43 do CPC, que estabelece a regra da perpetuatio jurisdicionis. Esse fenômeno (perpetuatio) não deve ser confundido com o da “prorrogação de competência”. Esta irá aparecer nas hipóteses em que determinado juízo não é originariamente competente para determinada causa, mas passa a ser. Realmente, isso irá ocorrer nos casos de incompetência relativa (nunca se a incompetência for absoluta), quando surgir algumas das hipóteses de modificação de competência (conexão, continência, inércia ou vontade das partes). 1- Indisponibilidade da competência: o órgão não dispõe sobre sua competência, e cabe ao legislador dar flexibilidade a estas regras; • Regra de kompetenzkompetenz: o próprio juiz ou árbitro é competente para julgar sua competência, isto é, a ele caberá analisar se é competente para julgar o caso. 2 -Tipicidade da competência: via de regra, a competência deve estar prevista em normas positivadas (típicas). Contudo, existem competências implícitas, especialmente pelo fato de que não pode haver vácuo de competência (alguém tem que ser competente). Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado. A segunda parte do artigo 43, CPC, diz que, fixada a competência, não importam os fatos supervenientes, pois não alteram a competência já fixada (regra de estabilidade do processo). É a perpetuação da jurisdição. Mas a terceira parte do dispositivo excepciona essa regra da perpetuação em duas hipóteses: a) Quando houver supressão do órgão jurisdicional; b) Quando houver alteração da competência absoluta. a) Absoluta e relativa De grande importância prática é saber distinguir a competência absoluta da relativa, cada uma com um regime processual próprio. Vejamos a tabela abaixo: Absoluta Relativa São regras criadas para atender o interesse Público As regras de competência elativa são regras criadas para atender o interesse particular; ela não pode ser conhecida de ofício pelo juiz. A incompetência absoluta determina a remessa dos autos para outro juízo e a anulação dos atos decisórios. A relativa somente determina remessa, não sendo anulados os atos decisórios. Inderrogável pelas partes Derrogável pelas partes A incompetência absoluta e a relativa não geram a extinção do processo, mas apenas a remessa dos autos para o juízo competente. Exceções: Juizados e incompetência internacional. Originária é a competência para conhecer e julgar as causas em primeiro lugar. A regra é que os juízos singulares tenham competência originária. Contudo, há casos em que os Tribunais possuem competência originária, mas são excepcionais. Competência derivada é a competência para julgar os recursos (recebe a causa em um segundo momento). A regra é que a competência derivada seja dos Tribunais. A competência internacional pode ser concorrente (art. 21 e 22, CPC) ou exclusiva (art. 23, CPC). Competência interna: verificando-se a competência da Justiça brasileira, resta saber qual será o órgão do Poder Judiciário responsável pelo julgamento da causa. São três: critérios objetivo, funcional territorial. Mostram-se fundamentais na sistematização da divisão de competências que baseia a nossa legislação, ainda que haja casos em que algum dos critérios possa ser irrelevante. Objetivo: refere-se aos elementos da demanda. São eles: partes, pedido e causa de pedir. Competência em razão da pessoa (elemento parte): Considera uma das partes. Ex: art. 109, I, CRFB. Competência da Justiça Federal para julgar as causas de interesse da União. Competência em razão do valor da causa (elemento pedido): o valor da causa é determinado pelo pedido. No Juizado Especial Federal, apesar de ser competência em razão do valor da causa, a competência é absoluta (art. 3º, § 3º, Lei nº 10.259/01), assim como nos Juizados Especiais Estaduais da Fazenda Pública (art. 2º, § 4º, Lei n° 12.153/09). Excetuando os casos em que a lei estabelece expressamente competência absoluta em razão do valor da causa, o artigo 63 do CPC traz a possibilidade de celebrar cláusula de eleição de foro, modificando a competência em razão do valor da causa e do território, observados seus requisitos. Competência em razão da matéria (elemento causa de pedir): pela natureza jurídica da relação de direito material travada no processo (ex: família — juízo de família). competência em razão da matéria e da pessoa é absoluta. Via de regra, a competência em razão do valor da causa é relativa. Funcional: relaciona-se com as funções exercidas pelo órgão jurisdicional durante o processo. Por exemplo: funções de sentenciar, executar, julgar recurso, receber a reconvenção e ação cautelar. Possui duas dimensões: I) Vertical: entre instâncias, também denominada de hierárquica. Ex: Tribunal de Justiça do RJ julga os recursos contra as decisões do juiz de primeira instância vinculado a ele. II) Horizontal: ocorre na mesma instância. Ex: Tribunal do Júri, com as figuras do juiz pronunciante e do júri. No processo civil,o mesmo juiz competente para o processo cautelar será competente para o principal, Embargos de Declaração. Processo, relação jurídica processual e pressupostos processuais Conceito e natureza jurídica do processo O processo pode ser definido como o instrumento por meio do qual a jurisdição é exercida, sendo essa última caracterizada por tutelar as situações jurídicas deduzidas nesse processo. Tais situações correspondem, de modo geral, ao mérito do processo; logo, afirma-se que todo processo traz, ao menos, uma situação de direito material que necessita de tutela jurisdicional. Instrumentalismo Assim, à abordagem do processo tendo em vista a relação estabelecida entre o processo e a relação material que carece de tutela jurisdicional, dá se o nome de instrumentalismo. O processo é, também, um instrumento viabilizador do exercício, pelo magistrado, da função jurisdicional, que, por sua vez, só será legítima na medida em que proporcionar às partes a participação e a possibilidade de influência na decisão a ser proferida. Natureza Jurídica Então, pode-se extrair o conceito de processo como o conjunto de atos que constitui relação jurídica capaz de gerar obrigações, ônus, poderes e faculdades às partes que a compõem. Por fim, a natureza jurídica do processo é reconhecida, atualmente, como de categoria jurídica autônoma, sendo estabelecida discussão dentre diversas correntes, que serão discutidas s seguir. Teorias sobre a natureza jurídica do processo: a) Teorias privatistas i) Processo como um contrato: identifica o processo como um contrato, por meio do qual as partes se submetiam à decisão que viesse a ser proferida. ii) Processo como um quase-contrato: assim como a precedente, essa teoria foi construída sobre fragmentos do direito romano. Baseia-se na constatação de que, conquanto o processo não possa ser considerado um contrato, diante das contundentes críticas formuladas contra a teoria anterior, dele decorrem obrigações que vinculam as partes. Teoria da relação jurídica processual: b)Teoria da relação jurídica processual: Com a publicação, na Alemanha, da obra “Teoria dos pressupostos processuais e das exceções dilatórias”, de Oskar von Bülow, em 1868, iniciou-se a sistematização da relação processual, distinta da relação de direito material, abrindo espaço para que o direito processual lograsse autonomia científica Teoria da relação jurídica processual: Destacou-se das demais teorias não só pela identificação dos dois planos de relações, mas também pela sistematização ordenadora da conduta dos sujeitos processuais em suas relações recíprocas. Teoria do processo como situação jurídica c) Teoria do processo como situação jurídica: Segundo o alemão James Goldschmidt, a única relação jurídica existente seria a de direito material, não havendo direitos processuais, mas meras expectativas de se obter vantagem. Assim, o processo constituiria uma série de situações jurídicas, concretizando para as partes direitos, deveres, faculdades, poderes, sujeições, ônus, etc Teoria do processo como situação jurídica Tal teoria, entretanto, foi esvaziada por não conseguir afastar a noção de relação jurídica processual, contribuindo, contudo, para o enriquecimento da ciência processual a partir do desenvolvimento e incorporação na doutrina dos conceitos de : faculdades, ônus, sujeições, bem como da relação funcional de natureza administrativa entre juiz e Estado. Teoria do processo como instituição d) Teoria do processo como instituição: Segundo essa teoria, o processo seria uma instituição jurídica. A primeira e maior dificuldade que dela decorre reside em esclarecer, com precisão, o que significa a expressão instituição jurídica. O conceito de instituição possui origem iminentemente sociológica, e não jurídica, sobre ele havendo se debruçado mentes brilhantes do porte de Ihering, Renard e Hauriou, sem que suas ideias convergissem para um denominador comum Teoria do processo como instituição Esta teoria, conquanto engenhosa, não explica satisfatoriamente a natureza jurídica do processo. O caráter impreciso e elástico do conceito de instituição, por si, já recomenda que se evite tal categoria na revelação do que venha a ser o processo. Teoria do processo como procedimento em contraditório e) Teoria do processo como procedimento em contraditório: De acordo com essa teoria, o processo seria um procedimento, isto é, uma sequência de normas destinadas a regular determinada conduta, em presença do contraditório. Esta teoria defende a superação do conceito de relação jurídica, o qual considera incapaz de revelar a natureza jurídica do processo. Para ela, o processo é uma espécie do gênero procedimento Mais precisamente, o processo é o procedimento que se desenvolve em contraditório. O procedimento poderia ser definido como uma série de atos e de normas que o disciplinam, regendo a sequência de seu desenvolvimento. Todo procedimento destina-se a preparar um provimento, que, por sua vez, é um ato do Estado, de caráter imperativo, produzido pelos seus órgãos no âmbito de sua competência, seja um ato administrativo, legislativo ou jurisdicional. Teoria do processo como procedimento em contraditório O processo seria, portanto, aquela espécie de procedimento em que os interessados participariam, em condições de igualdade, interferindo efetivamente na preparação do provimento. O contraditório seria o elemento que qualifica o processo, permitindo apartá-lo das demais espécies de procedimento. Esta teoria é criticada por procurar eliminar a relação jurídica do conceito de processo. Afinal, não existe qualquer incompatibilidade entre contraditório e relação jurídica Teoria do processo como procedimento em contraditório f) Teoria do processo como categoria complexa: A referida teoria, destacada por Cândido Rangel Dinamarco, complementaria a de Elio Fazzalari, ao sustentar que o processo é uma entidade complexa, ou seja, o processo seria o procedimento realizado em contraditório e animado pela relação processual. Por se tratar de uma categoria complexa, o processo seria composto, basicamente, por dois aspectos 1- O extrínseco, que seria justamente o procedimento realizado em contraditório; 2- O intrínseco, que, por sua vez, seria a relação jurídica processual estabelecida entre as partes, gerando sucessivamente direitos, deveres, faculdades e ônus. Contestando a teoria do processo como relação jurídica, Dinamarco sustenta sua falha, na medida em que esta não explica como o processo poderia ser apenas uma relação processual, sem incluir um procedimento Teoria do processo como categoria complexa Teoria do processo como categoria complexa Ou seja, a teoria partiria da errônea percepção de que procedimento e relação jurídica processual não coexistem no conceito e na realidade do processo, apesar de este não poder ser o que realmente é na ausência de um desses elementos. Não obstante tal teoria seja bem aceita na doutrina, as críticas remanescentes apontam para a contradição existente em dissociar o processo nos planos interno e externo, pois todo instituto ou entidade deve ser concebido como uma unidade. g) Teoria do processo como categoria jurídica autônoma: Segundo os defensores da teoria, que no Brasil recebe a simpatia de Afrânio Silva Jardim, o processo seria uma categoria jurídica autônoma, distinta das demais já consagradas no quadro da Teoria Geral do Direito. Teoria do processo como categoria jurídica autônoma As diversas teorias existentes acerca da natureza jurídica do processo incidem em equívoco metodológico: procuram, em vão e desnecessariamente, enquadrar o processo em categorias jurídicas já existentes. Consoante essa teoria, “o processo é o processo”, e simplesmente isso. Case a) Teorias privatistas b) Teoria do processo como categoria jurídica autônoma c) Teoria do processo como categoria complexa: d) Teoria do processo como procedimento em contraditório e) Teoria do processo como instituição f) Teoria do processo como situação jurídica g) Teoria da relação jurídica processual: 1- Apresente a Teoria que você entende como a mais adequada para conceituar a natureza jurídica do processo? 2- conceitue essa teoria a partir de seu entendimento. 3- apresente a contribuição de cada uma dessas teorias para a formação do conceito de processo? Classificação O processo admite três classificações, segundo o NCPC. São elas: o processo de conhecimento, o processo de execução a tutela provisória cautelar antecedente. Processo de Conhecimento O processo de conhecimento, de acordo com Cândido Rangel Dinamarco, corresponde a “uma série de atos interligados e coordenados ao objetivo de produzir tutela jurisdicional mediante o julgamento da pretensão exposta ao juiz”. Trata-se, então, de processo de caráter declaratório, já que visa à comprovação de determinado fato ou situação jurídicos. Objetiva a sentença de mérito. Procedimento Cautelar Por conta do surgimento da necessidade de tutela efetiva antecipatória em prol de assegurar a eficácia do processo de conhecimento, surgiu e foi sendo consolidado o instituto da tutela provisória cautelar antecedente. Quer dizer que, mediante o preenchimento dos requisitos de perigo da demora e probabilidade do direito, há a possibilidade de concessão de tutela provisória cautelar, que visa à proteção do objeto do litígio para que seja possível e eficaz o correto exercício da fase de conhecimento. Processo de Execução Por fim, o processo de execução é a realização prática do direito no mundo dos fatos, sendo utilizado para que seja dado um efeito concreto a determinado título executivo. Cabe, aqui, mencionar a figura do processo sincrético, que se configura quando as fases de conhecimento e execução acontecem dentro do mesmo vínculo jurídico-processual, conferindo à
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