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Processo Civil aula 07

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Aula 07
Curso: Direito Processual Civil p/ TRF 3ª Região (Analista Judiciário e Oficial de
Justiça)
Professor: Gabriel Borges
 Direito Processual Civil ʹ TRF 3ª Região 
 Teoria e Exercícios comentados 
 Prof. Gabriel Borges ʹ Aula 07 
 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRF 3ª Região - ANALISTA JUDICIÁRIO ± 
JUDICIÁRIA E OFICIAL DE JUSTIÇA 
 
AULA 07: Dos Recursos 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Capítulo XII: Dos Recursos 02 
2. Resumo 49 
3. Questões comentadas 50 
4. Lista das questões apresentadas 59 
5. Gabarito 62 
 
 
1. Recurso 
O recurso é o meio utilizado para reexaminar uma decisão judicial, no curso 
ou no desfecho do processo, que tenha causado prejuízo a uma das partes, a 
terceiros ou ao Ministério Público. É o remédio voluntário de uso endoprocessual e, 
por isso, não se confunde com os sucedâneos recursais ± mandado de segurança, 
reclamação. 
Ele se destina a provocar o reexame das decisões judiciais por um grau de 
jurisdição superior. Pretende-se, assim, evitar erros judiciários, ao submetê-las a 
uma nova análise. Com o recurso ocorre um prolongamento da relação processual, 
e não o surgimento de um novo processo. Ele constitui uma etapa do procedimento. 
Lembre-se, a identidade de processo não significa a identidade de autos, 
uma vez que o recurso pode desenvolver-se em autos próprios, como o agravo de 
instrumento. Ele, no entanto, continuará a ser parte do mesmo processo no qual a 
decisão impugnada foi proferida. 
CAPÍTULO XII: DOS RECURSOS 
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 Teoria e Exercícios comentados 
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ATENÇÃO 
A ausência de citação do recorrido demonstra que o recurso é um 
prolongamento da relação processual, ou seja, ele se desenvolverá no próprio corpo 
do processo. O que ocorre é uma intimação para que o recorrido apresente, 
livremente, as contrarrazões. 
Exceção: Art. 285-A: Quando a matéria controvertida for unicamente de 
direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros 
casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, 
reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada. 
§ 2o Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para 
responder ao recurso. 
Assim, temos o gênero: meios de impugnação das decisões judiciais, do 
qual são espécies, o recurso e os sucedâneos recursais (lembrando que estes não 
se confundem com aqueles; tudo que não for recurso será considerado sucedâneo 
recursal ± análise comparativa residual). Todavia, o mecanismo recursal é, em 
muitos casos, excessivamente oneroso; sem contar que as partes podem submeter-
se a um longo período de espera para receber a prestação jurisdicional. 
O recurso possui cinco características essenciais: voluntariedade; previsão 
legal expressa; utilização pelas partes, terceiros e MP; desenvolvimento no próprio 
processo; objetivo de reformar, anular, integrar ou esclarecer decisão judicial. 
Todavia, o mecanismo recursal é, em muitos casos, excessivamente oneroso; sem 
contar que as partes podem submeter-se a um longo período de espera para 
receber a prestação jurisdicional. 
 
1.1. Classificação dos recursos 
Vamos comentar as mais importantes classificações recursais. São as 
relativas a: objeto imediato do recurso, fundamentação recursal, abrangência da 
matéria impugnada e independência (também chamada de subordinação). 
 
 
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1.2. Objeto imediato do recurso 
No objeto imediato, os recursos se dividem em ordinários e extraordinários. 
Os recursos que possuem como objeto imediato a proteção e a preservação da boa 
aplicação do direito são classificados como recursos extraordinários. 
Os recursos extraordinários têm como objetivo possibilitar, no caso concreto, 
uma melhor aplicação da lei federal e constitucional. Assim, a intenção é proteger o 
direito objetivo, entendendo-se que a preservação deste é de importância para toda 
a sociedade e não somente para o sucumbente. 
São três as espécies de recursos extraordinários: especial, extraordinário e 
embargos de divergência. Os recursos ordinários, por sua vez, visam proteger o 
interesse particular da parte ± o direito subjetivo. No recurso ordinário também se 
obtém a preservação do direito objetivo, mas como uma mera consequência de seu 
provimento. 
 
1.3. Fundamentação recursal 
Todo recurso deve ser fundamentado, devendo o recorrente expor os 
motivos pelos quais ataca a decisão impugnada, justificando o pedido de 
esclarecimento, integração ou anulação. É a causa de pedir recursal. A 
fundamentação será dividida de acordo com a amplitude da matéria, podendo ser 
vinculada ou livre. 
Nos recursos de fundamentação vinculada, o recorrente terá que 
fundamentar o recurso baseando-se nas matérias previstas em lei ± o rol dessas 
matérias é exaustivo. Caso não siga esse rol, ocorrerá a inadmissibilidade do 
recurso por vício formal. No entanto, essa espécie de recurso é uma 
excepcionalidade, podendo ocorrer, somente, em três casos: nos recursos 
especiais, extraordinários e nos embargos de declaração. 
Nos embargos de declaração, o STJ tem admitido, de modo excepcional, os 
embargos de declaração com efeitos infringentes, não estando a fundamentação 
vinculada às hipóteses legais de omissão, obscuridade e contradição. 
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Na fundamentação livre, o recorrente tem liberdade para fundamentar sobre 
as matérias a serem alegadas no recurso, respeitando a limitação lógica e jurídica ± 
a matéria alegada será aquela aplicada ao caso sub judice. Além disso, deve-se 
obedecer aos limites objetivos da demanda e ao sistema de preclusões. Os 
embargos infringentes são exemplo de recurso de fundamentação livre. 
 
1.4. Abrangência da matéria impugnada 
O recurso limitar-se-á à decisão recorrida, ou seja, o tribunal em sede 
recursal fica condicionado a manifestar-se somente sobre as matérias que tenham 
sido decididas no pronunciamento impugnado. 
Os recursos totais são aqueles que têm como objetivo a integralidade da 
parcela da decisão que tenha gerado sucumbência à parte recorrente. Por sua vez, 
os recursos parciais são aqueles em que somente uma parte da decisão, que gerou 
a sucumbência ao recorrente, é objeto de recurso. Lembre-se, o que determinase 
um recurso é total ou parcial é a identidade do objeto recursal com a sucumbência 
gerada pela decisão impugnada. 
Exemplo: Fernanda requer a condenação de Carlos ao pagamento de dano 
moral, lucros cessantes e danos emergentes, sendo que na sentença somente é 
acolhido o primeiro pedido. Será total a apelação interposta por Fernanda que tiver 
como objeto os lucros cessantes e os danos emergentes, embora não tenha o 
recurso uma identidade plena com o objeto da decisão impugnada. Será parcial o 
recurso na hipótese da apelação versar somente a respeito dos lucros cessantes ou 
somente a respeito dos danos emergentes. (Neves, 2011) 
 
1.5. Independência ou subordinação 
O recurso independente é oferecido pelo sujeito, no prazo recursal, sem 
levar em consideração a reação da parte contrária em relação à decisão impugnada. 
Está condicionado, tão somente, ao preenchimento de seus pressupostos de 
admissibilidade para obtenção da decisão de mérito. 
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Por sua vez, o recurso subordinado é aquele apresentado no prazo das 
contrarrazões de recurso feito pela outra parte, sendo motivado não pela vontade 
inicial de impugnar a decisão, mas como resposta ao recurso oferecido pela parte 
contrária. 3RUWDQWR�� VHULD� D� VLWXDomR� HP� TXH� D� SDUWH� ³$´� QmR� UHFRUUH� GD� GHFLVmR�
WHPSHVWLYDPHQWH�� PDV� QmR� TXHU� GHL[DU� TXH� D� SDUWH� ³%´� UHFODPH� VR]LQKD�� ID]HQGR�
uso do meio adesivo para discordar do recurso interposto pela outra parte. É forma 
principiológica de ampliação da defesa. 
O recurso subordinado condiciona, ao contrário do independente, ao 
conhecimento do recurso principal e ao preenchimento de seus pressupostos de 
admissibilidade, para que seja obtida a decisão de mérito. 
Os doutrinadores chamam o recurso independente de recurso principal e o 
recurso subordinado de recurso adesivo, uma vez que colado ao principal. O recurso 
adesivo não é uma espécie recursal, mas sim um recurso interposto de forma 
diferenciada (art. 500 do CPC), é o modo que se utiliza. Se o principal for extinto, o 
adesivo também se extingue. 
Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso independente, 
quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior. 
Com a ressalva que fizemos antes, sendo inadmitido o principal o adesivo também 
não será admitido, porque é dependente do primeiro. 
Caiu em prova: 
No que concerne ao recurso adesivo, assinale a opção correta. 
a) O julgamento de mérito do recurso principal não interfere na admissibilidade do 
recurso adesivo, embora a análise da admissibilidade o faça. 
b) Ocorre recurso adesivo cruzado quando uma das partes interpõe, 
simultaneamente, recurso extraordinário e recurso especial na forma adesiva. 
c) Se o recurso principal for interposto por terceiro prejudicado, não é possível à 
parte sucumbente interpor recurso adesivo a este. 
d) A parte que já apresentou recurso principal contra um dos capítulos desfavoráveis 
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da sentença pode utilizar recurso adesivo contra os demais capítulos se a parte 
contrária também interpuser recurso principal. 
e) A parte deve interpor recurso adesivo no prazo previsto para contrarrazões e no 
mesmo momento da apresentação destas. 
 
Essa questão foi anulada, mas a justificativa para a anulação é relevante a nosso 
estudo [adaptada]: 
Há mais de uma opção correta. A opção ³D´�HVWi�FRUUHWD�SRUTXH é pacífico o 
entendimento de que o julgamento do mérito do recurso principal não interfere na 
admissibilidade do recurso adesivo, uma vez que para que o mérito do recurso 
principal seja enfrentando, necessariamente, ele foi conhecido. Em seguida, decide-
se sobre o provimento ou não do recurso. Logo, o mérito do recurso principal não 
interfere na admissão do recurso adesivo. O mérito do recurso principal pode 
interferir no mérito do recurso adesivo, mas não na sua admissibilidade. 
Conclusão distinta se tem com a admissibilidade do recurso principal em 
relação à admissibilidade do recurso adesivo. Desse modo, a segunda parte da letra 
³D´� WDPEpP�HVWi�FRUUHWD� a análise da admissibilidade do recurso principal interfere 
na admissibilidade do recurso adesivo. A motivação e a fundamentação para tal fato 
HVWi�VHGLPHQWDGD�QR�LQFLVR�,,,�GR�DUW������GR�&3&�TXH�DVVLP�GLVS}H��³,,,� - Não será 
conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou se for ele declarado 
inadmissível ou deserto. Assim, não restam dúvidas de que, ex vi legis, se o recurso 
principal for inadmissível o recurso adesivo não será admitido ante a dependência 
do adesivo ao recurso principal ou aderido, como vem decidindo reiteradamente os 
nossos tribunaiV´� 
2�JDEDULWR�SUHOLPLQDU�FRQVLGHURX�D�OHWUD�³F´��FRPR�~QLFD�RSomR�FRUUHWD��0DV��
com o novo entendimento da banca passou-VH�D�FRQVLGHUDU�D�OHWUD�³D´�WDPEpP�� 
 
1.6. Requisitos de admissibilidade 
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Requisitos extrínsecos 
 
 
Vinculados ao recurso: tempestividade; 
preparo; regularidade formal; adequação. 
 
Requisitos intrínsecos 
 
Alusivos ao recorrente: legitimidade; 
interesse. 
 
1.7. Observações importantes a respeito dos requisitos de admissibilidade dos 
recursos 
1 ± Tempestividade: os prazos de interposição gerais estão nos artigos. 
508 e 522 do CPC. As normas específicas para ampliação ou redução dos prazos 
são disciplinadas em legislações esparsas e no próprio CPC. Em relação à 
ampliação de prazo, enfatiza-se a importância da leitura do art. 188 do CPC, que 
dispõe sobre o Ministério Público e a Fazenda Pública deterem prazo em dobro para 
interposição de qualquer espécie recursal. 
 
2 ± Preparo: as custas são indispensáveis para o reconhecimento do 
recurso, sendo exigido o seu recolhimento no ato da interposição ± art. 511, CPC. 
Entretanto, existem algumas ressalvas: agravo retido, agravo regimental, embargos 
de declaração e o agravo interposto, que tenham como objetivo liberar o recurso 
especial e o extraordinário, não exigem o recolhimento das custas. São classificados 
como hipóteses de isenções objetivas, ou seja, a isenção é determinada pela 
espécie recursal e não pela condição do recorrente. 
O recolhimento das custas também não é exigido quando o recurso for 
interposto pelo Ministério Público, Fazenda Pública ou pobre na forma da lei. Essas 
hipóteses são classificadas com isenções subjetivas, em que a regra de isenção 
determina-se pela pessoa e não pelo tipo de recurso. 
a) Legitimidade: o Ministério Público, aoatuar como fiscal da lei, pode 
interpor recursos, não como parte, independentemente da apresentação do recurso 
pela parte principal. 
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b) Interesse: esse requisito não se aplica ao Ministério Público devido ao 
princípio da independência funcional. 
 
3 ± Regularidade formal: em regra, a interposição dos recursos ocorre por 
meio da petição, salvo o agravo retido que admite a espécie oral e escrita. A 
interposição de recurso não pode ser feita por meio da cota lançada nos autos. 
 
1.8. Efeitos 
Efeito suspensivo: enquanto o recurso está em julgamento, a decisão 
impugnada não causa efeitos. A doutrina também menciona os seguintes efeitos: o 
obstativo, o translativo, o expansivo, o substitutivo, o regressivo, o diferido. 
 
1.8.1. Graficamente: demais efeitos dos recursos 
 
Obstativo 
Guarda relação com a preclusão temporal e sua 
relação com a interposição do recurso. 
 ³'XUDQWH� R� WUkPLWH� UHFXUVDO� QmR� p� SRVVtYHO� IDODU�
em preclusão da decisão impugnada, afastando-se no 
caso concreto durante esse lapso temporal o trânsito em 
julgado e eventualmentH� D� FRLVD� MXOJDGD� PDWHULDO�´�
(Neves, 2011, pág. 578) 
Devido ao efeito obstativo, enquanto pendente 
recurso de julgamento, não é admitida uma execução 
definitiva, uma vez que inexiste o trânsito em julgado 
necessário. 
 
 
Translativo 
É a possibilidade de o tribunal conhecer matérias 
de ordem pública de ofício no julgamento do recurso. 
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Expansivo 
Divide-se em dois tipos de efeitos expansivos: 
Efeito expansivo objetivo: o efeito será gerado 
sempre que o julgamento do recurso ensejar decisão 
mais abrangente do que a matéria impugnada. Esse 
efeito poderá ser interno: quando a matéria a ser atingida 
pelo julgamento do recurso está localizada dentro da 
decisão impugnada; ou externo: quando a matéria 
encontra-se fora da decisão impugnada. 
Efeito expansivo subjetivo: ocorre quando a 
decisão atingir sujeitos que não participam como partes 
do recurso, apesar de serem partes na demanda. 
 
 
 
Substitutivo 
Determina que o julgamento do recurso 
substituirá a decisão recorrida. 
Devemos interpretar da seguinte maneira: a 
substituição da decisão recorrida pelo julgamento do 
recurso ocorrerá, somente, na hipótese de julgamento do 
mérito recursal, e a depender do resultado do julgamento. 
Recebido ou conhecido o recurso, não haverá o 
efeito substitutivo, pois o julgamento do recurso não se 
coloca no lugar da decisão recorrida que se matém 
íntegra para todos os fins jurídicos. 
Caso o recurso seja conhecido e julgado em seu 
mérito, caberá a análise do resultado para aferir a 
existência ou não do efeito substitutivo. 
Quando a causa de pedir do recurso for fundada 
em error in judicando e o pedido em reforma da decisão, 
qualquer que seja a decisão de mérito do recurso 
substituirá a decisão recorrida. 
 ³$� FDXVD� GH� SHGLU� FRPSRVWD� SRU� error in 
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procedendo e sendo o pedido de anulação de decisão, o 
efeito substitutivo somente será gerado na hipótese de 
não provimento, porque o provimento do recurso, ao 
anular a decisão impugnada, naturalmente não a 
substitui, tanto assim que a nova decisão deverá ser 
SURIHULGD�HP�VHX�OXJDU�´��7KHRGRUR�-U���1999a) 
 
 
Regressivo 
Esse efeito permite que, por via do recurso, a 
causa volte ao conhecimento do juízo prolator da 
decisão. 
Devemos lembrar que isso ocorre não pelo fato 
de o juízo ser o competente para julgar o recurso, mas 
sim em razão de expressa previsão legal que lhe permite 
rever sua própria decisão. 
 
 
 
Diferido 
Ocorre quando o conhecimento do recurso 
depende de recurso a ser interposto contra outra ou a 
mesma decisão. 
Exemplos: no primeiro caso: recurso de agravo 
retido. Esse recurso depende do conhecimento da 
apelação para que possa ser julgado em seu mérito. 
No segundo caso: recurso especial e 
extraordinário contra o mesmo acórdão, sempre que a 
análise do recurso extraordinário dependa do 
conhecimento e julgamento do recurso especial. 
 
1.9. Princípios recursais 
1.9.1. Duplo grau de jurisdição 
É um princípio recursal que consiste no reexame da decisão da causa, ou 
seja, é a possibilidade de revisão da solução da causa. A diferença hierárquica entre 
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os órgãos jurisdicionais que, respectivamente, profere a primeira decisão e que 
reexamina para que ocorra o duplo grau de jurisdição é imprescindível. 
 
1.9.1.1. As vantagens e desvantagens em relação ao princípio do duplo grau de 
jurisdição 
Vantagens Desvantagens 
O ser humano, não satisfeito com a 
decisão, poderá ter uma segunda 
opinião acerca do caso. 
Prejudicar a ideia de jurisdição uma, 
uma vez que se pode obter uma 
decisão contrária à primeira 
proferida. 
O magistrado está sujeito ao erro, 
assim é necessário manter um 
mecanismo de revisão das decisões. 
 
Afasta o princípio da oralidade, pois 
o duplo grau de jurisdição, em regra, 
é interposto por meio da apelação, 
que exige a forma escrita. 
Evitar a arbitrariedade do magistrado. 
 
Prejudica a identidade física do 
magistrado, uma vez que o juiz que 
produziu a prova oral não será mais 
quem irá prolatar a sentença. 
Decisão proferida por órgão colegiado 
pressupõe melhor qualidade na 
prestação da jurisdição, pois os 
magistrados são mais experientes. 
Prejudica a celeridade processual, já 
que, havendo recurso, a prestação 
jurisdicional se torna, por óbvio, 
mais lenta. 
 
1.9.2. Taxatividade (Legalidade) 
Somente poderá ser reconhecido como recurso o instrumento de 
impugnação que estiver expressamente previsto em Lei Federal. Essa conclusão se 
dá em razão a interpretação feita ao inciso I do art. 22 da CF, que atribuiu a União a 
competência exclusiva para legislar sobre o processo. Dessa forma, entende-se que 
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o recurso é uma maneira de legislar sobre o processo e por isso deve ser tratado por 
Lei Federal. 
Lembramos que não há necessidade de todo e qualquer assunto sobre 
recurso estar previsto no Código de Processo Civil. Existem, por exemplo, as leis 
extravagantes que também criam recursos, como no art. 34, Lei de Execuções 
Fiscais. 
Assim, o princípio da taxatividade impede que as partes, a doutrina, as leis 
estaduais e municipais e os regimentos internos dos tribunais criem recursos não 
previstos no ordenamento jurídico processual. 
 
1.9.3. Singularidade (Unicidade) 
Esse princípio admite como forma (meio) de impugnação de decisão judicial 
somente uma espécie recursal. Contra a mesma decisão admite-se a existência 
concomitante de mais de um recurso, bastando ter a mesma natureza jurídica, 
fenômeno. É uma prática bastante recorrente quando há no caso concreto 
sucumbência recíproca ou litisconsórcio. 
 
1.9.4. Voluntariedade 
2� SULQFtSLR� GD� YROXQWDULHGDGH� ³FRQGLFLRQD-se a existência de um recurso 
exclusivamente à vontade da parte, que demonstra a vontade de recorrer com o ato 
GH� LQWHUSRVLomR�GR� UHFXUVR´��$VVLP��QDGD�DGLDQtará ao sujeito expor sua pretensão 
de recorrer se, no prazo legal, não interpor o recurso cabível. (Neves, 2011, pág. 
299) 
Exemplo: na audiência, a parte avisa que pretende agravar de instrumento 
no prazo de 10 dias. Caso não venha a recorrer dentro desse prazo, a expressão de 
sua vontade de recorrer posteriormente de nada terá adiantado. 
Conclui-se que a única maneira de a parte demonstrar sua vontade de 
recorrer é por meio da interposição do recurso. No entanto, essa não é a única 
forma de a parte expressar seu desejo de não recorrer. 
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Além da não interposição do recurso, a parte também poderá demonstrar 
sua vontade de não recorrer por meio da prática de um ato que demonstre 
concordância com a decisão proferida ou por meio da renúncia ao direito de 
recorrer. Em decorrência desse princípio não é admitido que o juiz, em qualquer 
caso, interponha recurso de ofício. 
 
1.9.5. Dialeticidade 
Para entendermos o princípio da dialeticidade, devemos relembrar que o 
recurso é composto por dois elementos: o volitivo, característica da voluntariedade 
de que falamos, ± referente à vontade da parte em recorrer; e o descritivo ± 
consubstanciado nos fundamentos e pedido constantes do recurso. 
Assim, este princípio refere-se ao segundo elemento, o descritivo, porque 
exige que o recorrente exponha a fundamentação recursal (causa de pedir) e o 
pedido, que poderá ser anulação, reforma, esclarecimento ou integração. 
Essa necessidade é amparada em duas motivações, a saber: permitir ao 
recorrido a elaboração das contrarrazões e fixar os limites de atuação do tribunal no 
julgamento do recurso. 
(TJ PI ± FCC 2012) Intimado da interposição de apelação pela parte contrária, o réu 
apresentou contrarrazões no décimo dia e, no décimo quarto, apresentou petição na 
qual declarou intenção de apelar de forma adesiva, mencionando que juntaria as 
razões em momento adequado. 
Considerando a situação hipotética acima, assinale a opção correta. 
a) Houve interposição intempestiva da apelação na forma adesiva, pois as 
contrarrazões já haviam sido apresentadas. 
b) A apelação na forma adesiva só poderá ser conhecida se as razões forem 
juntadas até o décimo quinto dia da intimação para contrarrazões. 
c) Não será possível conhecer da apelação na forma adesiva, por afronta expressa 
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aos princípios da consumação e da dialeticidade. 
d) Como o prazo para apresentação de recurso na forma adesiva é de dez dias, a 
apelação, no caso, foi intempestiva. 
e) A interposição da apelação na forma adesiva está de acordo com a legislação, 
sendo as razões necessárias apenas se for positivo o juízo de admissibilidade da 
principal. 
Gabarito: C 
Para admissão do recurso adesivo, vimos que devem estar presentes as 
mesmas condições do recurso principal. Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas 
regras do recurso independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e 
julgamento no tribunal superior. Com a ressalva de que sendo inadmitido o principal 
o adesivo também não será admitido, porque é dependente do primeiro. 
 
1.9.6. Fungibilidade 
Fungível, juridicamente, refere-se a tudo que possa ser substituído, trocado. 
Assim, este princípio explica que um recurso, mesmo sendo incabível para 
questionar determinado tipo de decisão, pode ser validado, desde que exista dúvida, 
na doutrina ou na jurisprudência, quanto ao recurso viável a ser interposto naquela 
ocasião. 
O Código de Processo Civil de 1939, em seu artigo 810 previa o princípio da 
fungibilidade; contudo, o CPC vigente não o fez de forma explícita. Pode-se 
entender que o princípio da fungibilidade está implícito no art. 244 do código atual: 
quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz 
considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. 
O princípio da fungibilidade visa à flexibilização do formalismo processual. 
Está intimamente ligado ao princípio da instrumentalidade das formas e ao princípio 
da economia processual. O cuidado excessivo com a forma não pode ser motivo de 
restrição do acesso à justiça, sob risco de tornar ineficiente a prestação jurisdicional. 
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Modernamente, o maior objetivo do processo deixou de ser a decisão sobre 
quem tem razão no mérito, ao formar-se a coisa julgada material, para prestigiar-se 
a efetiva prestação jurisdicional. Mais importante do que dizer quem tem razão na 
lide é oferecer a tutela jurisdicional de modo tempestivo e adequado ao direito 
material. Desse modo, a questão da fungibilidade está em possibilitar o resultado 
prático, ainda que o meio processual adotado não seja o mais adequado. 
Para a aplicação do princípio da fungibilidade, há um único requisito: a 
existência da dúvida objetiva, que envolve a boa-fé da parte e exclui o erro 
grosseiro. Em outras palavras, a dúvida objetiva deve ser vista como requisito único 
que substituiu os requisitos da ausência de má-fé e de erro grosseiro.A dúvida objetiva pode ser entendida como aquela que ocorre quando há 
divergência na doutrina ou na jurisprudência sobre determinado tema jurídico, ou 
quando se conclui pela ausência de elementos a respeito de qual instrumento 
processual utilizar. 
 
1.9.7. Proibição da reformatio in pejus 
O princípio da proibição da reformatio in pejus consiste na vedação imposta 
pelo sistema recursal brasileiro da reforma da decisão recorrida em prejuízo do 
recorrente e em benefício do recorrido, fundada no fato de que o órgão jurisdicional 
somente age quando provocado e nos exatos termos do pedido (conforme arts. 2, 
128 e 460 do CPC). 
Art. 2o: Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou 
o interessado a requerer, nos casos e forma legais. 
Art. 128: O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe 
defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa 
da parte. 
Art. 460: É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza 
diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto 
diverso do que lhe foi demandado. 
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Na hipótese em que a decisão é favorável em parte a um e a outro dos 
litigantes, poderão ambos interpor recursos; assim, não se fala em reformatio in 
pejus, porque o tribunal poderá dar provimento ao recurso do autor ou do réu ou 
negar provimento aos dois, nos limites dos recursos interpostos. 
A reformatio in pejus seria a pior das hipóteses para o recorrente, porque 
alteraria a decisão para pior, de modo que o recorrente, ao ingressar na esfera 
recursal porque não concordou com algo, teria sua situação alterada para mais 
grave. 
Contudo, por óbvio, o recorrente, ao ingressar na esfera recursal, por existir 
na decisão um elemento desfavorável, requer que seja modificado somente esse 
elemento e não o que lhe é favorável. Vejamos, sobre a apelação, o que dispõe o 
art. 515, caput�� GR� &3&�� ³$� DSHODomR� GHYROYHUi� DR� WULEXQDO� R� FRQKHFLPHQWR� GD�
PDWpULD�LPSXJQDGD´� 
Exceções ao princípio em estudo são aplicadas aos requisitos da 
admissibilidade dos recursos (art. 30l do CPC), salvo o conhecimento de convenção 
de arbitragem. Além disso, não se operando a preclusão, o juiz deve aplicar o 
disposto nos arts. 267, §3o, e 30l, § 4o, do CPC, não se podendo falar na proibição 
da reformatio in pejus ± são questões que podem ser conhecidas a qualquer tempo, 
independentemente de manifestação das partes. Convém ressaltar que, igualmente, 
não se admite a reformatio in melius, não podendo o órgão ad quem melhorar a 
situação do recorrente além do que foi pedido. 
1.9.8. Complementaridade 
As razões recursais devem ser apresentadas no ato da interposição do 
recurso. Não se admite que o recurso seja interposto em outro momento 
procedimental e que as razões sejam apresentadas posteriormente. 
No entanto, pelo princípio da complementaridade, sempre que for criada 
uma nova sucumbência decorrente do julgamento dos embargos de declaração 
interpostos pela parte contrária, a parte recorrente poderá complementar as razões 
de recurso já interpostas. 
Essa complementação será limitada à nova sucumbência. Isso ocorre para 
evitar que, sendo parcial o recurso já interposto, o recorrente não se aproveite do 
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princípio da complementaridade para impugnar parcela da decisão que deveria ter 
sido impugnada originariamente. Esse princípio tem como fundamento a preclusão 
consumativa. 
 
1.9.9. Consumação 
Esse princípio, assim como o princípio da complementaridade, tem como 
fundamento a preclusão consumativa que pode ser verificada no ato de interposição 
do recurso. O princípio da consumação proíbe que, interposto um recurso, este seja 
substituído por outro interposto posteriormente, ainda que no prazo recursal. 
 
2. Embargos de Declaração 
Os embargos de declaração são uma das espécies de recurso elencadas no 
art. 496 do CPC, utilizados para impugnação de decisão judicial, mas se distinguem 
dos demais recursos em razão de sua finalidade. 
Enquanto os recursos, em geral, submetem uma decisão a nova apreciação 
do Poder Judiciário com o fim de modifica-la, os embargos de declaração têm como 
finalidade completar a decisão, remediando vícios de obscuridade, contradição ou 
omissão. Por isso, eles são apreciados pelo próprio órgão que prolatou a decisão. 
Cabimento: 
1. São cabíveis contra sentença e acórdão. 
2. Aplicados para a correção de três vícios listados no art. 535 do CPC: 
obscuridade, contradição ou omissão. 
Art. 535: Cabem embargos de declaração quando: 
I ± houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade ou contradição; 
II ± for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz ou tribunal. 
Os vícios contra os quais se aplicam são portanto: obscuridade, contradição 
e omissão. 
Prazos: 
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O prazo para sua interposição, importante registrar, é de cinco dias após a 
intimação da sentença ou acórdão. 
A interposição de embargos de declaração interrompe (na interrupção, a 
contagem do prazo é reiniciada) para todos os sujeitos processuais o prazo para a 
apresentação dos demais recursos, salvo a hipótese de intempestividade (de estar 
fora do prazo). 
A forma de interposição é: petição escrita; exceto nos Juizados Especiais, 
em que, além da forma escrita, cabe também a sustentação oral na audiência em 
que se proferiu a sentença. 
É importante lembrar que os embargos de declaração, no âmbito dos 
Juizados Especiais, acarretam a simples suspensão do prazo para a interposição 
do recurso inominado (recurso que equivale à apelação, só que no âmbito do 
Juizado Especial). Quando apresentado o recurso principal, será descontado o 
prazo utilizado no embargo de declaração, espécie intermediária. 
Características: 
São características dos embargos de declaração: a natureza jurídica de 
recurso; sujeitos à teoria geral dos recursos e aos requisitos de admissibilidade; 
espécies: embargos de declaração com efeitos modificativos e com efeitos 
infringentes. 
Outro ponto que merece ser mencionado diz respeito ao uso do expediente 
recursal para protelar o andamento processual: os recursos considerados 
protelatórios. Caso se verifique essa intenção, o magistrado deverá aplicar multa 
contra o recorrente. A multa será fixada em 1% do valor atribuído à causa, podendo, 
nos casos de reiteração, chegar até 10% do valor da causa. A multa deve ser, 
igualmente, aplicadapara os sujeitos que estão isentos do recolhimento das custas 
processuais ± Ministério Público, Fazenda Pública e aos pobres na forma da lei. 
 
 
 
 
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2.3. Admissibilidade 
Os embargos de declaração deverão passar por juízo de admissibilidade 
prévio para verificar se foram preenchidos ou não seus requisitos de admissibilidade, 
para conferência de sua adequação ao caso em que fora utilizado. 
Poderão opor embargos de declaração qualquer das partes, os 
intervenientes, o MP, parte ou fiscal da lei e eventuais terceiros prejudicados. O 
advogado também poderá opor em seu próprio nome, para sanar vício de 
obscuridade, contradição ou omissão que diga respeito a seus honorários. 
Eles deverão ser opostos no prazo de 5 dias, a contar da data em que as 
partes são intimadas da decisão. Quando interposto, interrompe o prazo para 
apresentação de outros recursos. O Juizado Especial, como visto em linhas 
anteriores, constitui exceção a essa regra, pois neles os embargos de declaração 
terão eficácia suspensiva sobre os demais prazos recursais ± art. 50 da Lei nº 
9.099/95. 
Os embargos de declaração não recolhem preparo. Assim, se não 
preenchidos os requisitos de admissibilidade não serão conhecidos e se 
preenchidos o julgador dará ou não provimento. 
 
2.4. Fundamentos dos embargos 
Os embargos de declaração têm como fundamentos a declaração de 
existência de obscuridade, contradição ou omissão na decisão (art. 535 do CPC). A 
dúvida também constituía uma hipótese, porém foi excluída pela Lei nº 8.950/94, 
tendo em vista que a decisão não contém dúvida, ela pode provocar a dúvida em 
quem a examina, mas a partir de um vício que tenha. A dúvida habita aquele que 
examina a decisão. 
O embargo é cabível contra vício presente na decisão, porém não há 
obrigatoriedade de qualificação precisa do vício; assim, os fundamentos que 
comportam a previsão de embargos são: 
a) Obscuridade: é quando o ato não é claro, impedindo o destinatário de 
entender o teor ou alcance da decisão. Logo, sempre que a decisão for ambígua, 
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contiver vícios de linguagem, expressões erradas ou outros problemas que impeçam 
a compreensão, caberá embargo. 
b) Contradição: ocorre quando a decisão não é coerente. Ela é conflitante 
em si mesma, apresentando afirmações que se rechaçam ou se anulam. Frise-se 
que a decisão que se contradiz é também obscura. 
A contradição pode ocorrer, nos acórdãos ou sentenças, entre duas ou mais 
partes da fundamentação, entre a fundamentação e o dispositivo ou entre duas ou 
mais partes do dispositivo. E no caso dos acórdãos ela pode ocorrer entre a ementa 
e o conteúdo. 
c) Omissão: ocorre quando o juiz deixa de emitir suas considerações sobre 
algo relevante para o processo. Isso não quer dizer que o juiz deva apreciar todas as 
questões suscitadas pelas partes em cada pequeno detalhe, mas somente aquelas 
que forem relevantes para o julgamento. Nesse sentido: 
³Não há omissão na decisão judicial se o fundamento nela acolhido prejudica 
a questão da qual não tratou´� �57-�� ��������� Desse modo, se uma decisão não 
trata, de maneira expressa, de tema relevante suscitado, mas seu entendimento leva 
ao entendimento de que ele foi admitido ou inadmitido, completo está o conteúdo da 
decisão, não se devendo falar em omissão. 
A omissão da sentença, quando não suprida pelos embargos, poderá 
ensejar nulidade, e caberá à parte que não embargou apelar para anulá-la. Porém, 
se todos os elementos constarem nos autos, o tribunal poderá apreciar o que tiver 
sido omitido pela instância inferior, sem que seja anulado o julgado (CPC, art. 515,§ 
3°). 
 
2.5. Processamento dos embargos 
Os embargos deverão ser opostos junto ao juízo que prolatou a decisão e 
caberá a ele apreciá-lo. Caso o juiz que pronunciou a decisão não esteja mais no 
mesmo juízo ou não tenha mais vinculação com o processo, como nos casos 
previstos no art. 132 do CPC, o juiz que o substituir examinará os embargos. Nas 
hipóteses em que o julgador esteja impossibilitado em razão de convocação, licença, 
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promoção, aposentadoria ou outro motivo similar, os embargos serão apreciados por 
quem o suceder. 
Inicialmente não é necessário dar vista à parte contrária para que ela se 
pronuncie quanto aos embargos, simplesmente, porque eles não trazem nada novo, 
porém se forem apresentados novos documentos ou se for solicitada a modificação 
do julgado a parte contrária deverá ser intimada. 
Se a intimação da parte contrária for desnecessária, os embargos serão 
juntados aos autos e conclusos ao juiz, que o julgará no prazo de 5 dias. Se eles 
forem opostos contra acórdão, o relator os apresentará em mesa na sessão 
subsequente, proferindo o voto. Quando necessário, havendo novos documentos, o 
juiz intimará a outra parte para que se pronuncie no prazo de 5 dias, em seguida 
será seguido o trâmite citado acima. 
Os embargos sempre serão opostos por petição escrita independentemente 
da maneira como tenha sido proferida a decisão (art. 536). 
Nada impede que se oponham novos embargos de declaração se os 
primeiros não tiverem esclarecido as dúvidas quanto à decisão, ou mesmo se os 
esclarecimentos nada esclarecerem, por não estarem claros ou por estarem 
contraditórios ou omissos. 
 
2.6. Embargos de declaração com efeito infringente 
Infringente vem do verbo infringir [que significa: postergar, quebrantar, 
transgredir, violar (leis, ordens, tratados) ± dicionário Michaelis]. 
Ao acolher um embargo, pode acontecer, excepcionalmente, de o juiz 
modificar a decisão ou o resultado do julgamento; assim, o art. 463, II, do CPC 
admite que publicada a sentença, o juiz possa alterá-la via embargos de declaração. 
Essa possibilidade foi contemplada porque sanar o vício da decisão, relativo a 
omissão, contradição ou obscuridade, pode levar a sua alteração. 
Em regra, para que os embargos tenham eficácia modificativa, é necessário 
que a sentença tenha sido omissa ou obscura, nesse sentido a seguinte decisão: 
³Embargos declaratórios não podem conduzir a novo julgamento, com reapreciação 
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do que ficou decidido. Não há óbice, entretanto, a que o suprimento de omissão leve 
a modificar-se a conclusão do julgado´��567-������������ 
Contudo, em situações nas quais a decisão tem revelado erro material ou 
erro de fato, verificável de plano, têm-se também admitido a oposição dos embargos 
com finalidDGH�LQIULQJHQWH��1HVVH�VHQWLGR��³Doutrina e jurisprudência têm admitido o 
uso de embargos declaratórios com efeitos infringentes do julgado, mas apenas em 
caráter excepcional, quando manifesto equívoco e não existindo no sistema legal 
outro recurso para correção do erro cometido´��67-����7XUPD��5(VS������-SP, rel. 
Min. Sálvio Figueredo). 
Assim, embora os embargos de declaração não oportunizem ao juiz sua 
mudança de convicção, reexame da prova, ou nova análise do direito aplicável, eles 
envolvem duas hipóteses em que podem ter efeito infringente: 1) quando cumprem 
sua finalidade de solucionar vícios de obscuridade, contradição ou omissão e 
implicam a alteração do que foi decidido, ou 2) quando opostos para sanar erros 
materiais ou de fato. 
 
2.7. Efeitos dos embargos de declaração 
Os embargos de declaração têm efeito suspensivo e devolutivo. O efeito 
suspensivo recai sobre a executividade do julgado impedindo a decisão de produzir 
efeitos desde logo, mas não interfere no prazo para interposição de outros recursos. 
Já o efeito devolutivo possibilita, pela devolução ao julgador, a apreciação daquilo 
que for objeto do recurso, ficando o reexame restrito à contradição, obscuridade ou 
omissão apontada nos embargos. 
 
3. Apelação 
Recurso aplicado à sentença terminativa (mérito) ou contenciosa, dirigida ao 
juiz responsável pelo julgamento da causa, no prazo de 15 dias a contar da 
intimação da decisão ± art. 184, CPC. Isso é a regra, a exceção diz respeito ao 
Ministério Público, à Fazenda Pública, aos pobres na forma da lei, representados 
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nos autos por defensor dativo, e litisconsortes com diferentes procuradores, que 
terão o dobro do prazo para apresentação do recurso. 
Os requisitos a serem preenchidos pela apelação estão dispostos no art. 
514, CPC: a apelação, interposta por petição dirigida ao juiz, conterá: os nomes e a 
qualificação das partes; os fundamentos de fato e de direito; o pedido de nova 
decisão. 
Sobre este recurso, sofreu alteração, pela Lei no 11.276/2006, o art. 515, 
que teve o § 4o incluído: 
Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal poderá determinar 
a realização ou renovação do ato processual, intimadas as partes; cumprida a 
diligência, sempre que possível prosseguirá o julgamento da apelação. 
e o art. 518, cujo § 1o foi renumerado: 
O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver em 
conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal 
Federal. 
 
Apelação é o recurso que cabe contra a 
sentença ou que ponha fim ao processo ou à fase de 
conhecimento, é o instrumento mais utilizado e talvez 
o mais importante do ordenamento jurídico. Quem 
apela quer a reforma ou anulação da sentença por um 
órgão superior àquele que a proferiu. As sentenças 
proferidas podem ser impugnadas em todos os tipos 
de processo, nos de conhecimento, nos de execução 
e nos cautelares. Não cabe apelação contra a 
sentença proferida nos embargos de pequeno valor e 
contra a que decreta falência. 
 
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3.1. Requisitos 
Para que a apelação seja admitida, devem ser preenchidos os requisitos dos 
recursos em geral e mais um específico: que ela não seja interposta contra súmula 
do STJ ou STF. 
Interposta a apelação, o juiz, declarando os efeitos em que a recebe, 
mandará dar vista ao apelado para responder. Ele, o juiz, poderá, após o 
oferecimento da resposta, reconsiderar a decisão anterior no prazo de 5 dias [juízo 
de retratação]. 
A apelação é dirigida ao juízo que proferiu a sentença e deverá conter: 
I- Os nomes e a qualificação das partes, salvo a hipótese de recurso de 
terceiro prejudicado, a parte já estará qualificada nos autos. 
II- Os fundamentos de fato e de direito do pedido de reforma ou de anulação 
da decisão. O apelante deve descrever com clareza o error in procedendo [erro 
relativo à aplicação da lei] e o error in judicando [erro relativo à valoração do fato no 
julgamento, material]. 
III- O pedido de nova decisão e a fundamentação fixam os limites do 
recurso. Além de postular uma nova decisão ou manifestar inconformismo com o 
que ficou decidido, o apelante deve expor os fundamentos de sua insatisfação e 
formular com clareza o pedido de reforma ou anulação da sentença. 
A fundamentação deverá acompanhar o recurso desde sua interposição, não 
sendo admitido posterior aditamento, ainda que dentro do prazo. Com a 
apresentação há a preclusão consumativa para apresentar as razões, salvo 
alteração superveniente da sentença decorrente do acolhimento de embargos de 
declaração. 
A apelação deverá, portanto, ser apresentada em petição escrita 
acompanhada das razões, no ato de interposição. O processamento da apelação 
deve ser feito pelo órgão a quo, a quem cabe, de ofício, remeter os autos a quem de 
direito. 
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O recurso deve vir assinado por procurador com poderes para tanto, sendo 
concedido pelo juiz prazo para regularização se houver irregularidades na 
representação processual do apelante (art. 13 do CPC). 
A interposição do recurso pode ser feita por fax, devendo o original ser 
apresentado até cinco dias após a data da recepção do material, nos termos da Lei 
9800/99. Se apresentado o fax dentro do prazo de cinco dias não pode ser 
considerado preclusivo, admitindo-se a juntada a posteriori, desde que disso não 
resulte prejuízo. O fax deve vir acompanhado do comprovante do recolhimento de 
preparo. 
 
3. 2. Apelação de sentença de indeferimento da inicial 
Há casos em que o juiz extingue o processo antes de determinar a citação 
do réu. Indeferida a petição inicial, o juiz põe fim ao processo, por sentença, 
impugnável por apelação. É facultado ao juiz em 48 horas reformar sua decisão 
(CPC, art. 296.). 
Se não houver reforma da decisão, o juiz encaminha os autos ao tribunal 
competente e o recurso processa-se e é julgado sem a participação do réu. Não há 
ofensa ao contraditório porque o processo está na fase inicial, na qual a citação 
ainda não foi deferida. Se ao recurso for dado provimento,o réu será citado e 
poderá apresentar sua defesa. 
A petição inicial é indeferida com resolução de mérito quando, de plano, 
verifica-se ter havido decadência do direito, ou prescrição. Nesses casos, chegou-se 
a sustentar que haveria necessidade de citar o réu para responder à apelação, pois 
se o recurso for provido, o tribunal estará afastando, sem ouvir o réu, matéria de 
mérito; ainda que, em tese, benéfica a ele. 
Contudo, a lei não distingue o indeferimento de inicial que extingue o 
processo, seja com resolução de mérito ou sem, de maneira que não há razão para 
que o réu seja citado para acompanhar o recurso. 
 
 
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3.3. Efeitos da Apelação 
3.3.1. Suspensivo 
Regra geral, a apelação tem efeito suspensivo. Por essa razão, as 
sentenças não produzem efeito logo que publicadas. Só produzirão os efeitos, 
depois de decorrido o prazo para a interposição da apelação. Existem casos em que 
a norma lhe atribui apenas efeito devolutivo (art. 520 CPC), se suspensão. Vejamos 
alguns desses casos: 
a) Sentença que homologa divisão ou demarcação de terras (art. 980 e 
966. CPC). 
b) A sentença que condena à prestação de alimentos, pois se destinam a 
subsistência dos postulantes decorrentes de casamento, união estável 
ou parentesco. 
DICA: 
- O efeito suspensivo não atingirá a parte da sentença que concede os 
alimentos, quando o pedido estiver cumulado com investigação de paternidade ou 
separação judicial. Por outro lado, a apelação terá efeito suspensivo contra a 
sentença que reduz ou exonera o devedor de pagá-los. 
 
3.3.2. Devolutivo 
Assim como os demais recursos, a apelação tem efeito devolutivo. O artigo 
515 do CPC atribui dimensões à devolutividade da apelação, dispõe sobre a 
extensão da matéria impugnada e a profundidade, ou seja, menciona a possibilidade 
de reexame, pelo tribunal, dos fundamentos suscitados pelos sujeitos processuais; 
ainda que, solicitados, não tenham sido analisados em primeira instância. 
Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria 
impugnada. 
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as 
questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha 
julgado por inteiro. 
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§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz 
acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos 
demais. 
[...] 
Mérito é a pretensão formulada pelo autor na petição inicial. Quando o 
magistrado extingue o processo sem julgamento, a pretensão não é apreciada. 
Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o 
tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de 
direito e estiver em condições de imediato julgamento [§ 3°, art. 515]. Percebam que, 
nos casos em que o julgamento versar sobre questões unicamente de direito, sem 
que os fatos venham a influir no julgamento, o efeito devolutivo permitirá que o 
tribunal julgue a lide de imediato, desde que a decisão recorrida não tenha analisado 
o mérito. 
Com a apelação, o tribunal pode manter a sentença extintiva ou adotar uma 
das opções abaixo: 
a) Se verificar que não é caso de extinção, mas que não estão todos os 
elementos necessários para a resolução de mérito nos autos, deve 
anular a sentença, conduzirá a prática dos atos processuais necessários. 
b) Se verificar que é caso de julgar o mérito e que todos os elementos 
necessários nos autos estão presentes, procederá ao imediato 
julgamento. 
O efeito devolutivo pode suscitar situações de difícil solução, relacionadas 
ao interesse recursal. Ex: Beto ajuíza demanda em face de Bruno, postulando 
determinada quantia. Beto solicita provas testemunhais, por entender que sejam 
imprescindíveis. O magistrado, no entanto, as considera desnecessárias, julgando 
antecipadamente o mérito em favor de Beto. Como a sentença foi favorável a Beto, 
e a decisão de indeferir a ouvida de testemunhas foi dada na sentença, formando 
com ela um todo inseparável, Beto não tem interesse em apelar. Contudo, poderá 
Bruno apelar e o tribunal entender ser necessária a ouvida para provar o alegado 
pelo autor [Beto], e que, sem ela, o recurso terá de ser provido. 
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Seria injusto não dar a Beto a oportunidade de produzir a prova que ele 
requereu, e não pôde produzir. Nesses casos, o tribunal deve anular a sentença 
para determinar a produção de provas requeridas pelo autor. 
Dúvida: Por que o tribunal viria a declarar a nulidade da sentença? 
Nessa hipótese, em que o Tribunal entende ser necessária a produção de 
provas, já que os fatos narrados e documentos apresentados contemplam o recurso 
do réu, tem-se claro cerceamento de defesa do autor, em virtude do julgamento 
antecipado. Obviamente, não haveria cerceamento de defesa se o Tribunal 
continuasse a considerar a causa favorável ao autor. 
Assim, o processo volta ao juiz de primeiro grau para que proceda à 
produção de provas e repita a sentença. Não serão retomados os atos iniciais, já 
que o processo estará preservado até o momento de produção de provas. Há 
julgado do STJ bastante utilizado pelos magistrados: 
I - EXISTINDO NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA PARA 
AFERIÇÃO DE ASPECTOS RELEVANTES DA CAUSA, O JULGAMENTO 
ANTECIPADO DA LIDE IMPORTA EM VIOLAÇÃO DO PRINCIPIO DO 
CONTRADITÓRIO, CONSTITUCIONALMENTE ASSEGURADO ÀS PARTES E UM 
DOS PILARES DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. II - AO JUDICIARIO NÃO BASTA 
AFASTAR AS PRELIMINARES ARGUIDAS, SENDO IMPRESCINDIVEL DAR AS 
RAZÕES DA REJEIÇÃO. (RESP 7.004-AL - 4ª Turma do STJ - Rel. Min. Sálvio de 
Figueiredo - 21/08/1991). 
 
3.3.3. Regressivo 
Consiste no efeito em que o próprio juiz prolator da decisão impugnada a 
reconsidera. Somente há essa possibilidade, de reconsiderar a sentença nos casos 
de indeferimento da inicial (art. 296 CPC) e de improcedência de plano (art. 285-A 
CPC) proferidas quando o réu não tenha sido citado. As demais não podem ser 
reconsideradas. 
Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, 
no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão. 
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Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente 
encaminhados ao tribunal competente. 
Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no 
juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos 
idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o 
teor da anteriormente prolatada. 
§ 1° Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, 
não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação. 
§ 2° Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para 
responder ao recurso. 
 
3.3.4. Translativo 
O efeito translativo é, em regra, próprio a todos os recursos. Ela está 
presente inclusive na apelação, permitindo ao tribunal apreciar de ofício as matérias 
de ordem pública, ainda que não suscitadas no recurso. 
 
3.3.5. Expansivo 
Confere a possibilidade de o julgamento do recurso ultrapassar os limites da 
matéria impugnada. Quando isso ocorre, estamos diante do efeito expansivo. 
O efeito expansivo pode ser subjetivo ou objetivo. 
a) Subjetivo: somente um dos litisconsortes propõe o recurso, mas os 
demais acabam dele se beneficiando. No litisconsórcio unitário, como a 
sentença se estende a todos, o recurso tem de ser acolhido em beneficio 
de todos. No simples, o recurso é acolhido em beneficio daquele que o 
apresentou. Porém, poderá estender-se aos demais, ou seja, ter efeito 
expansivo, quando a matéria alegada por um for comum aos demais. 
b) Objetivo: recorre-se apenas de uma parte da decisão, mas o julgamento 
se expande para a outra parte, com ela vinculada. 
 
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3.4. Possibilidades de Inovar na Apelação 
No julgamento de apelação não se pode apreciar questão nova, que não 
tenha sido suscitada no curso do processo de conhecimento. Serão, porém, objeto 
de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas 
no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro. Percebam que 
há, portanto, uma limitação: as questões que não foram trazidas para o processo 
antes da sentença, não poderão ser discutidas na fase recursal, salvo no caso do 
artigo 462. 
Art. 462. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, 
modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-
lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a 
sentença. 
O dispositivo considera o momento de proferir a sentença como o limite para 
ter em consideração fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito; mas a 
previsão do artigo 462 se estende a momento posterior à prolação de sentença, 
podendo ser aduzido por Tribunal. Nesse sentido, o STJ julgou: 
Ocorrendo fato superveniente que possa influir na solução do litígio, cumpre 
ao Tribunal tomá-lo em consideração no julgamento que lhe está afeto. A regra do 
"ius superveniens" dirige-se também ao juízo de segundo grau, pois a tutela 
jurisdicional deve compor a lide tal como se apresenta no momento da entrega 
(art. 462 do CPC) [...].(51811 SP 1994/0023131-8, Relator: Ministro BARROS 
MONTEIRO, Data de Julgamento: 02/11/1998, T4 - QUARTA TURMA) 
Assim, a regra do art. 462 do CPC é extensível ao tribunal, se o fato é 
superveniente à sentença. 
Ressalte-se, ainda, que a prescrição pode, também, ser alegada em 
apelação (art. 193. CC). A prescrição pode ser invocada em qualquer grau de 
jurisdição pela parte a quem aproveita, desde que não tenha sido alegada e nem 
reconhecida pelo juiz anteriormente. Mesmo que não alegada no recurso, pode ser 
conhecida de ofício pelo tribunal. 
 
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3.5. Processamento da Apelação 
A apelação é interposta em primeiro grau e colocada nos autos; em seguida, 
o juiz a quo faz o exame de sua admissibilidade. 
Uma vez preenchidos os requisitos, o juiz a recebe e declara seus efeitos. 
Determina a intimação da outra parte para que apresente as contrarrazões. 
Apresentadas as contrarrazões, o juiz poderá, no prazo de cinco dias, reexaminar os 
requisitos de admissibilidade e reconsiderar a decisão anterior. Caso não se retrate, 
determinará a remessa dos autos ao tribunal. 
No tribunal, os autos serão registrados, distribuídos e encaminhados ao 
relator, no prazo de 48 horas. O relator, depois de os estudar, envia à Secretaria 
com o seu visto. 
Dúvida: Quem é o relator? 
Juiz (desembargador, ou ministro) que por sorteio recebe a função de 
interpretar o caso que vai à julgamento perante o tribunal do qual se faz membro. 
Ele [o relator] elabora relatório sucinto sobre os pontos controvertidos 
trazidos pelo recurso, sendo, na sequência, os autos conclusos a um revisor, que 
aporá seu visto e pedirá data para o julgamento. Não há revisor em causas de 
procedimento sumário, de despejo nem quando se trata de indeferimento da petição 
inicial. 
Participarão do julgamento três juízes, que poderão (cada um deles) pedir 
vistas dos autos por uma sessão, se não se sentir habilitado a proferir 
imediatamente seu voto. 
O relator pode negar seguimento ao recurso se verificar que é inadmissível, 
improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou jurisprudência 
dominante do respectivo Tribunal ou Tribunal Superior. 
Contra a decisão do relator cabe agravo (denominado agravo inominado, ou 
regimental), em cinco dias. 
Quando houver nulidade processual sanável, o tribunal poderá determinar a 
realização ou renovação do ato processual ausente ou viciado. Uma vez cumprida a 
diligência, prosseguirá o julgamento da apelação. Contudo, se a diligência vier a 
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prejudicar os atos subsequentes, o tribunal anulará a sentença e declarará 
prejudicada a apelação, determinando o prosseguimento em primeira instância. 
 
4. Agravo 
O recurso de agravo apresenta como espécies: o agravo de instrumento e o 
agravo retido. É usado ao ataque de decisões interlocutórias, ou seja, que resolve 
questões pendentes no processo. 
Lembre-se que a decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do 
processo, resolve questão incidente. Exemplos de decisão interlocutória: ato que 
exclui um litisconsorte do processo por ilegitimidade ativa; ato que defere ou indefere 
tutela antecipatória; ato que indefere requerimento de prova. 
Éimportante guardar que o critério finalístico da decisão é útil no que tange 
ao agravo. O agravo só cabe em decisão que não põe fim ao processo. O art. 522 
do CPC aduz que das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 dias, 
na forma retida, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão 
grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos 
relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando será admitida a sua 
interposição por instrumento. 
Observem que a exceção do art. 522 diz respeito às decisões, que embora 
não ponham fim ao processo, deverão ser impugnadas por meio de apelação. 
Também há os agravos internos que são interponíveis contra decisão singular do 
relator, como no caso de indeferimento liminar de embargos infringentes (art. 532 do 
CPC). 
Esse tipo de agravo deve ser interposto no prazo de 5 dias, ficando 
encartados nos autos e julgados pelo órgão colegiado do tribunal ± aquele com 
competência para apreciar o recurso julgado pelo relator. Existem outros tipos de 
agravo previstos na legislação extravagante, como o agravo da decisão do 
presidente do tribunal. No entanto, nosso foco são as modalidades de agravo 
previstas no CPC. 
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A forma retida é a regra geral de interposição do agravo. Assim, o recurso é 
retido nos autos para apreciação com a apelação (se houver). A interposição por 
instrumento diretamente no tribunal ad quem, só é admitida nas exceções dispostas 
no art. 522. 
 
Qualquer modalidade de agravo será 
interposta no prazo de 10 dias a contar da intimação 
da decisão recorrida, exceto nos casos de decisões 
interlocutórias declaradas em audiência de instrução e 
julgamento. 
Das decisões interlocutórias proferidas na 
audiência de instrução e julgamento caberá agravo na 
forma retida, devendo ser interposto oral e 
imediatamente, bem como constar do respectivo termo 
(art. 457), nele expostas sucintamente as razões do 
agravante (art. 523, § 3o, CPC). Assim, em regra, as 
demais modalidades de agravo podem ser 
apresentadas no prazo de 10 dias a contar da 
intimação. O Ministério Público e a Fazenda Pública 
gozam de prazo em dobro. 
 
Art. 522 do CPC: Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 
(dez) dias, na forma retida, salvo quando se tratar de decisão suscetível de 
causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de 
inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é 
recebida, quando será admitida a sua interposição por instrumento. 
Informativo nº 0469 
Período: 11 a 15 de abril de 2011. Segunda Turma AG. RECOLHIMENTO. 
TAXA JUDICIÁRIA. 
A Turma entendeu que a determinação do juízo de primeiro grau para que se 
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recolha a taxa judiciária sob pena de cancelamento da distribuição é 
impugnável por agravo de instrumento (art. 522 do CPC), visto tratar-se de 
decisão interlocutória ± e não de despacho de mero expediente ± apta a causar 
lesão a eventuais direitos da parte. Precedentes citados: REsp 1.194.112-AM, 
DJe 1º/7/2010; REsp 333.950-RJ, DJ 27/6/2005; RMS 22.675-SC, DJ 
11/12/2006, e REsp 1.208.865-BA, DJe 14/2/2011. REsp 1.212.718-AM, Rel. 
Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 14/4/2011. 
Informativo nº 0447 
Período: 13 a 17 de setembro de 2010. Primeira Turma AG. DESPACHO. 
SERVENTUÁRIO. TERMO INICIAL. 
In casu, o tribunal a quo não conheceu do agravo de instrumento interposto 
contra despacho ordinatório exarado por serventuário que determinou o 
recolhimento de R$ 11.869,40, a título de diferença de taxa judiciária, para fins 
de arquivamento de mandado de segurança, ao fundamento de que o termo 
inicial do prazo recursal é a data da publicação do ato proferido pelo auxiliar da 
Justiça. No entanto, a determinação de recolher a importância mencionada 
para arquivar o writ tem o condão de causar gravame ao recorrente, uma vez 
que seu patrimônio pessoal será alcançado; trata-se, portanto, de decisão 
interlocutória, e não de despacho, sendo hipótese de cabimento de agravo de 
instrumento, conforme preceitua o art. 522 do CPC. Por sua vez, afastada a 
intempestividade fixada no aresto recorrido, porquanto assentado o cunho 
decisório do ato, inadmissível sua elaboração por serventuário, pois investe, 
ostensiva e diretamente, contra o comando legal do art. 162, § 4º, do CPC, o 
qual admite apenas que ele pratique atos ordinatórios. De modo que é 
inexistente o ato do serventuário com caráter decisório que resulta em prejuízo 
à parte porque proferido por autoridade incompetente, razão pela qual o prazo 
para interposição do recurso inicia-se da data da publicação do decisum do 
magistrado que o referendou. Com essas ponderações, a Turma deu 
provimento ao recurso, determinando o retorno dos autos ao tribunal de 
origem, para que aprecie o mérito do agravo de instrumento. Precedentes 
citados: REsp 1.100.394-PR, DJe 15/10/2009; REsp 553.419-PB, DJ 
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11/12/2006, e REsp 603.266-PB, DJ 1º/7/2004. REsp 905.681-RJ, Rel. Min. 
Luiz Fux, julgado em 16/9/2010. 
 
 Requisitos 
Não há peculiaridades nos requisitos de admissibilidade do agravo. É 
necessário apenas que o agravante tenha legitimidade e interesse jurídico para que 
o agravo seja cabível. 
Para interposição do agravo retido e de instrumento o prazo é de dez dias. 
Vale ressaltar que quando a decisão for proferida em audiência de instrução e 
julgamento, o agravo (nesse caso retido) deverá ser interposto de modo oral e 
imediato, devendo constar do termo. 
Já para o agravo contra as decisões individuais do relator (agravo inominado 
ou regimental) o prazo é de cinco dias. O agravo retido não tem preparo, mas o de 
instrumento tem. 
O agravo deve conter as razões, sob pena de preclusão consumativa. Isso 
deve ocorrer mesmo quando o agravo retido for apresentado oralmente em 
audiência, situação em que o agravante já deve apresentar as razões, para que 
constem do termo de audiência. 
 
4.1. Agravo retido 
Denomina-se agravo retido aquele que fica dentro dos autos do processo, 
produzindo efeitos tão somente quando e se for interposta a apelação. É a regra no 
sistema recursal. De imediato, o agravo retido tem como finalidade evitar a 
preclusão quanto à matéria decidida. Uma vez prolatada a sentença e interposta a 
apelação, o agravante poderá requerer (se for de seu interesse) que seu tribunal 
conheça, preliminarmente, por ocasião

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