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Direito Empresarial 1 ( RESUMO COMPLETO )

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1 
 
Resumo de Direito EMPRESARIAL I 
 
 
 
1ª Fase 
 
Transição 
 
2ª Fase 
 
Transição 
 
3ª Fase 
 
 
Século IX: Itália 
 
Critério SUBJETIVO 
 
Século XII: 
Estados Nacionais 
 
Século XIX: França 
 
Critério OBJETIVO 
 
Séc. XIX e Séc. XX: 
Itália 
 
Séc. XX 
 
Critério FUNCIONAL 
 
 
Direito Comercial 
 
 
Direito Comercial: 
 
Teoria dos Atos de 
Comércio 
 
 
 
Teoria da EMPRESA 
 
Direito 
EMPRESARIAL 
 
 
 
Comércio, nos termos que usamos comumente, significa os Atos praticados em sociedade envolvendo compra, venda e troca 
de bens (matéria-prima; produtos manufaturados, etc.) e serviços (consertos; advocacia; contabilidade, etc.). 
 
Na Roma Antiga, já havia um Direito Civil (Ius Civile) relativamente evoluído, com institutos e regras bastante formais que 
regulavam a vida do cidadão romano: e esses institutos e regras do Direito Civil também eram aplicados no Comércio! 
 
Com o passar do tempo, o comércio foi se espalhando e se intensificando pela Europa, Ásia, etc., principalmente graças ao 
comércio Marítimo! Porém, essa intensificação NÃO veio acompanhada de regras PRÓPRIAS que regulassem as práticas 
comerciais: eram os próprios comerciantes que se viravam com os usos e costumes apropriados ao longo dos séculos! 
 
 
1ª FASE 
 
Séc. IX (Itália) = é o início do DIREITO Comercial! Os comerciantes (mercadores: a Burguesia) foram se organizando por 
meio das chamadas Corporações de Ofício e, com elas, foram criando seu próprio Direito, chamado de Jus Mercatorum! 
 
Assim, os usos e costumes usados pelos Comerciantes começaram a ser adotados (e vistos) como verdadeiras NORMAS 
Comerciais: NÃO havia participação do Estado na criação dessas regras e esse direito era bastante INFORMAL (Princípio da 
Liberdade na Forma de Celebração de Contratos). 
 
Nesse período, surgem vários institutos jurídicos comerciais, como: 
 
 Matrícula (hoje conhecida como Registro) 
 Letras de Câmbio (os Títulos de Crédito) 
 Comendas (as Sociedades) 
 Falência 
 
Critério SUBJETIVO = como as corporações de ofício agregaram os usos e costumes e deram validade jurídica a eles, criou-
se assim um “Corporativismo”: só seria considerado Comerciante aquele que fosse Matriculado (tivesse Registro) em uma 
Corporação de Ofício! Assim, a regras do Comércio somente se aplicavam aos Sujeitos considerados Comerciantes (e só 
era Comerciante aquele que pagasse a Matrícula, ainda que NÃO exercesse o comércio de forma Habitual). 
 
A partir do Séc. XII surgem os Estados Nacionais, e eles começam a incorporar o Jus Mercatorum, ou seja,as regras 
continuam basicamente as mesmas, mas elas passam a ser de competência do ESTADO (ex: Ordenações de Comércio 
Marítimo e Terrestre na França). 
 
2ª FASE 
 
Séc. XIX (França) = com a Revolução Francesa ocorrem várias mudanças sociais e econômicas na França (e na Europa em 
geral). Com isso, era inevitável que o comércio fosse atingido por essas mudanças também: sai de cena o critério Subjetivo 
(“pagou é comerciante”: corporativista) e entra em cena um critério abstrato, positivado pelo Estado, com maior rigor técnico. 
 
Critério OBJETIVO = chama-se objetivo porque NÃO é o sujeito fazer parte de uma corporação que o definiria como 
comerciante, mas sim um critério que busca o OBJETO, a coisa (independente da posição social do indivíduo), ou seja, se os 
2 
 
ATOS praticados pelo sujeito forem os atos considerados por LEI como atos de Comércio, então esse sujeito era 
Comerciante! Assim: 
Código Comercial Francês (em 1808): passa a ser comerciante aquele que pratica ATOS de COMÉRCIO profissionalmente; 
 
Atos de Comércio = legislador francês optou por colocar um rol taxativo que mostrava quem passa a ser considerado 
comerciante, independentemente de quem ele era: qual é o ato de comércio por natureza? A compra e venda: então aqueles 
que praticam a compra e venda e/ou tudo que envolva ela (Transporte, seguro, banco, depósito, etc.) era considerado 
Comerciante! 
 
Profissionalmente = quem exerce os atos de comércio como meio de subsistência 
 
OBS1: Registro deixou de ser condição (para você ser comerciante, bastava ter como atividade profissional alguma das 
atividades prevista pelo legislador no código comercial); 
OBS2: porém, o Registro era obrigatório para o comerciante se beneficiar de certas regras do código comercial (Ex: 
Concordata; somente o comerciante registrado fazia jus à concordata). 
 
OBS3: BRASIL (1850; Código Comercial) = era dividido em 4 partes 
 
 
 1ª parte: do comércio Em Geral 
2ª parte: do comércio Marítimo 
3ª parte: das Quebras 
4ª parte: Título Único – dos juízos e tribunais do comércio 
 
Comerciante no código comercial do Brasil (de 1850) = era aquele que exerce a MERCANCIA (atos de comércio 
profissionalmente: previsto em um Regulamento). 
 
1ª parte foi revogada pelo Código Civil de 2002! 
2ª parte CONTINUA em vigor! 
3ª parte está regulada hoje na Nova Lei de Falências (Lei 11.101/05); 
4ª parte foi a primeira a se revogada. 
 
 
2ª Fase 3ª Fase 
 
Entre o final do séc. XIX e o início do séc. XX, começa a haver uma discussão doutrinária sobre a Autonomia do Direito 
Comercial: 
 
 Direito Comercial é Autônomo porque o comerciante precisa de regras próprias, precisa de mais celeridade, etc. 
 Direito Comercial NÃO é Autônomo: ele é somente uma parte do Direito Civil (o direito Privado deve ser unificado). 
 
Em 1942 (Itália): ocorre a unificação do Direito Privado! Assim, o código civil italiano de 1942 trazia, dentre outras, regras 
comerciais; 
PORÉM, o direito civil continuou sendo um regime jurídico GERAL do direito privado; e o Direito COMERCIAL continuou 
Autônomo (regime jurídico ESPECIAL), com regras específicas disciplinando o mercado. 
 
 
 
3ª FASE 
 
 
Teoria da EMPRESA = como a teoria dos Atos de Comércio (rol Taxativo) se mostrou insuficiente para acompanhar a 
constante evolução do Direito Comercial, surge a Teoria da Empresa, que busca dar maior amplitude à ideia de atividade 
comercial (ou melhor, atividade Empresarial). 
 
Empresa = é um termo que surgiu da economia (fatores de produção: trabalho, capital, etc.) e que foi adaptado 
pelo direito. O código civil brasileiro de 2002 NÃO traz o conceito de Empresa, mas conceitua Empresário! 
 
Art. 966 – “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens ou de serviços”. 
 
Atividade Econômica = é a atividade que tem como finalidade gerar ou circular riquezas, ou seja, criar valor visando o lucro 
(STJ, Resp 623.367). Ex: aquele que extrai minério e o vende para indústrias está circulando riquezas; aquele que compra 
esse minério e o transforma em um bem de consumo está criando riquezas; etc. 
3 
 
 
Profissionalmente = é aquele que explora a atividade visando retirar dela o seu sustento, INDEPENDENTE da periodicidade 
com que exerce tal atividade econômica. 
 
 
Atividade Econômica ORGANIZADA = há 2 entendimentos: 
 
 Uso de um método, de uma técnica, de padrões ordenados; 
 Uso de mão de obra alheia (força de trabalho de terceiros). 
 
 
Produção ou Circulação de Bens ou de Serviços = a pessoa física ou a pessoa jurídica que exerce profissionalmente a 
atividade econômica organizada irá produzir ou circular bens (ex: chapas de ferro; computadores; etc.) ou serviços (ex: 
Transporte) que são voltados ao MERCADO (*). 
 
 
(*) Voltado ao MERCADO: e NÃO voltado ao Consumo Próprio! 
 
 
Logo, Empresário (Pessoa Natural ou Pessoa Jurídica) é aquele que tem como sustento uma atividade que gera ou circula 
riquezas e que visa o Mercado: com isso, será regulado pelas normas de direito EMPRESARIAL, em REGRA, aquele que 
exerce Empresa. 
 
NÃO Confundir 
 
 
EMPRESA: 
 
 
 
Atividade Econômica 
 
+Exercida Profissionalmente 
 
+ 
 
E organizada Especificamente 
 
+ 
 
Para Produção/Circulação de Bens/Serviços 
 
 
Empresário = Pessoa Física ou Pessoa Jurídica que 
exerce Empresa. 
 
 
Pessoa Física: empresário individual 
 
 Sociedade Empresária 
Pessoa Jurídica 
 EIRELI (C.C, Art. 980-A) 
 
OBS: Sócio NÃO é empresário! A Pessoa Jurídica que é!!! 
 
 
Estabelecimento Empresarial = é o conjunto de bens 
(materiais e imateriais, como a sede, os imóveis, a marca, 
etc.) que o Empresário usa para exercer sua atividade 
(exercer sua Empresa) 
 
 
 
 
Quem é empresário no Brasil (ou seja, quem será regulado pelas normas de Direito Empresarial)? 
 
 
 
 Regra = Art. 966, caput: “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada 
para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”. 
 
 
Exceção = Art. 966, parágrafo único: “Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, 
literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa”. 
 
 
 
 Aí deixa de ser exceção e é considerado 
Empresário! 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
Para facilitar e recordar: 
 
Pessoas Físicas (Naturais) 
 
 
Pessoas Jurídicas de Direito PRIVADO 
 
Incapazes: 
 
 Absolutamente 
 Relativamente 
 
Capazes 
 
 Maior de 18 anos 
 Emancipados 
 
 
Para ser Empresário 
Individual é preciso ser 
CAPAZ! 
 
 
Para ser Sócio NÃO precisa 
ser Capaz! 
 
 
 Associações 
 Fundações 
 Organizações Religiosas 
 Partidos Políticos 
 
 Sociedades SIMPLES (Uniprofissionais) 
 
 Sociedades EMPRESÁRIAS (**) 
 EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade 
Limitada) 
 
 
 
(**) Sociedades EMPRESÁRIAS podem ter as seguintes formas: 
 
 Sociedade Anônima (S/A) 
 Sociedade Limitada (LTDA) 
 Sociedade em Comandita por AÇÕES 
 Sociedade em Comandita SIMPLES 
 Sociedade em Nome COLETIVO 
 
 
Retomando a pergunta: quem é Empresário no Brasil? 
 
 
 Regra Geral = basta você exercer profissionalmente atividade econômica organizada para a produção/circulação de 
bens/serviços. 
 
Exceção = se você exerce profissionalmente atividade Intelectual, Científica, Literária ou Artística (I.C.L.A), mesmo que conte 
com a ajuda de auxiliares ou colaboradores: aí você NÃO é Empresário! Ex: escritor; músico; médico; advogado, etc. 
 
 
 Porém, É empresário: se você exerce profissionalmente atividade I.C.L.A e esse exercício constitui Elemento de 
Empresa (ou seja, organizar os fatores de produção é MAIS importante que a atividade Intelectual, Científica, etc., 
desenvolvida!). 
 
 
Ex1: João é médico e é dono de um consultório e ele atende seus pacientes com a ajuda de uma secretária, uma enfermeira 
e um técnico em raios-X; João NÃO é empresário! 
 
Ex2: João e mais 5 médicos compram um imóvel para usá-los como consultório médico (cada um tem seus pacientes: eles só 
dividem o espaço físico); isso NÃO é uma Sociedade Empresária (é uma Sociedade SIMPLES = Uniprofissional). 
 
 Ex3: João e mais 5 médicos trabalham em uma CLÍNICA (que possui uma marca própria) no qual se contratam outros 
médicos para exercer a atividade médica, etc. Aqui sim, é uma Sociedade Empresária! 
 
 
5 
 
OBS1: o registro (feita em Junta Comercial) NÃO é condição (NÃO é pré-requisito) para a pessoa Física ou Jurídica ser 
considerada Empresário! PORÉM, somente o Empresário Registrado terá certos benefícios dados pela lei! Ex: requerer 
recuperação judicial! 
 
OBS2: já o Produtor RURAL (individual ou sociedade) tem a Opção (livre escolha): caso se Registre, É empresário; caso 
NÃO se registre, NÃO é empresário! Logo, para o Produtor RURAL, o registro é SIM condição!!! 
 
 
 
 
 
 
 Resumindo: 
 
 
Quem NÃO está sujeito ao regime jurídico Empresarial? 
 
 
Quem ESTÁ sujeito ao regime jurídico Empresarial? 
 
Pessoa NATURAL: 
 
 
Pessoas Físicas em geral (capazes ou incapazes); 
 
 
 
Profissionais que exercem atividade I.C.L.A; 
 
 
Produtor RURAL que opta por NÃO se registrar. 
 
 
 
Pessoa NATURAL: 
 
 
Pessoa Física que exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção/circulação de 
bens/serviços (Empresário Individual); 
 
Profissionais que exercem atividade I.C.L.A cujo exercício 
constitua elemento de empresa; 
 
Produtor RURAL que opta pelo registro. 
 
Pessoa JURÍDICA: 
 
 
Sociedade RURAL que opta por NÃO se registrar; 
 
Sociedades SIMPLES em geral; 
 
 
Sociedades COOPERATIVAS (qualquer que seja o objeto 
social); 
 
 
Pessoa JURÍDICA: 
 
 
Sociedade RURAL que optou pelo registro; 
 
Sociedades SIMPLES cujo exercício constitua elemento de 
empresa; 
 
Sociedade por AÇÕES (qualquer que seja o objeto social); 
 
Sociedades EMPRESÁRIAS (S/A; LTDA; Comandita por 
Ações; Comandita Simples; Em nome Coletivo); 
 
EIRELI 
 
 
 
 
 Capacidade NÃO é condição para ser Sócio de Sociedade Empresária! 
 
Capacidade É condição para a pessoa Natural ser Empresário; ou seja, Incapaz NÃO pode iniciar Empresa (NÃO pode 
iniciar atividade econômica organizada...). 
 
OBS: Mas o Incapaz pode CONTINUAR empresa? 
 Resposta = SIM, em 2 situações: 
 
 1 – Se o Incapaz herdou a Empresa 
 O juiz decidirá e eles serão Representados/Assistidos 
 2 – Era Capaz mas foi interditado (se tornou Incapaz) 
 
 
 
6 
 
 
Existe Regra específica para ser Acionista de S/A? 
 
Resposta: NÃO! 
 
Se Incapaz, basta ser Assistido ou Representado! 
 
 
Existe Regra específica para ser Cotista em LTDA? 
 
Resposta: SIM, 3 regras! 
 
1ª) Sócio Incapaz deve ser Assistido ou Representado 
2ª) Sócio Incapaz NÃO pode exercer administração da Sociedade 
3ª) o Capital Social deve estar Totalmente Integralizado (***) 
 
 
 
 
(***) Capital Social é o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações de uma Sociedade: quando você se propõe a entregar um 
patrimônio seu para formar uma sociedade é porque você deseja fazer parte dessa sociedade, ser sócio dela! 
Antes de entregar o tal patrimônio, fala-se que o Capital está A Integralizar; 
No momento em que TODOS os sócios colocam todo o patrimônio que se comprometeram a colocar na sociedade, então 
fala-se que o Capital está INTEGRALIZADO! 
 
E porque existe essa regra nas Sociedades LTDA na qual um incapaz somente poderá ser sócio caso todo o Capital esteja 
Integralizado? 
Resposta: para dar mais proteção ao sócio incapaz! 
 
Ex1: “A”, “B” e “C” se unem para formar uma Sociedade Empresária que venderá, por exemplo, produtos eróticos; 
“A”, “B” e “C” são, dessa maneira, os SÓCIOS e a Sociedade Mineira de Produtos Adultos LTDA é a Sociedade Empresária; 
 
“A” entrou com 1 milhão à vista; 
“B” entrou com 700 mil à vista; 
“C” entrou com 300 mil (a serem pagos em duas vezes de 150 mil). 
 
Qual é a responsabilidade de “A”? 2 milhões 
Qual é a responsabilidade de “B”? 2 milhões A responsabilidade é Limitada ao Capital Social! 
Qual é a responsabilidade de “C”? 2 milhões 
 
 
Nas LTDA, a responsabilidade dos sócios é do TOTAL do Capital Social: todos respondem solidariamente pela 
Integralização do Capital Social! Assim, ainda que “C” tenha integralizado somente 150 mil, os outros 150 mil são de 
responsabilidade de “A” e de “B”. 
 
 
Ex2: e se “A” e “B” forem menores (incapazes)? Aí, eles só poderão ser Sócios (e entregar, respectivamente 1milhão e 700 
mil) se o capital (os 300 mil de “C”) já estiver totalmente integralizado! Com isso, protege-se o sócio incapaz! 
 
 
 
 
 Importância de Separar Empresário Individual da Sociedade Empresária: 
 
 
 
Empresário IndividualSociedade Empresária 
 
NÃO há separação entre o patrimônio particular da pessoa 
e o patrimônio que ele tem enquanto empresário: os 
patrimônios se confundem! 
 
Logo, a Responsabilidade é DIRETA: se o empresário NÃO 
cumprir suas obrigações, pode-se ir direto aos bens 
pessoais dele! 
 
 
Patrimônio da Pessoa Jurídica é próprio, é distinto do 
patrimônio dos Sócios dessa pessoa jurídica! 
 
 
Logo, a Responsabilidade é SUBSIDIÁRIA: se a sociedade 
NÃO cumprir suas obrigações, primeiro deve-se executar os 
bens da SOCIEDADE! Somente depois (caso os bens da 
sociedade NÃO forem suficientes) é que os bens 
particulares dos sócios podem ser executados! 
 
 
S/A e LTDA: a responsabilidade dos sócios pode ser 
7 
 
LIMITADA, ou seja, se a sociedade NÃO cumpre suas 
obrigações, e os bens dela NÃO são suficientes para cobrir 
o resto das dívidas, então os sócios somente pagarão esse 
restante da dívida ATÉ o valor que investiram na formação 
da sociedade (essa quantia é limitada pelo capital que eles 
integralizaram na sociedade!). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PROIBIÇÕES (Impedimentos): 
 
 Empresário Individual deve ser CAPAZ + NÃO pode estar legalmente impedido 
 
 
 
Se o indivíduo for: 
 
PODE 
 
NÃO pode: 
 
 
Magistrado 
 
Ser Sócio 
 
Ser Empresário nem ser 
Administrador; 
 
 
Membro do Ministério Público 
 
Sócio 
 
Empresário; Administrador 
 
 
Servidor Público Federal 
 
Sócio 
 
Empresário; Administrador 
 
 
 
Falidos 
 
 
Sócio 
 
Empresário/Administrador ATÉ que 
suas obrigações sejam declaradas 
Extintas (seja porque ele pagou, seja 
porque elas prescreveram). 
 
 
Falidos condenados Criminalmente 
 
Sócio 
 
Empresário/Administrador enquanto 
NÃO cumprir sua pena! 
 
 
 
Deputados e Senadores 
 
Sócios (“Proprietários” e 
“Controladores”) 
Administradores (“Diretores”) 
De empresa que presta serviços para 
PJ de direito PÚBLICO! 
 
 
 
C.C, Art. 977- “Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no 
regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória”. 
 
 Regimes de Bens do Código civil de 2002: 
 
Comunhão Parcial = bens anteriores ao casamento pertencem separadamente a cada cônjuge; após o casamento, tudo que 
adquirem (exceto por Doação e Herança) são do Casal! 
 
Comunhão Universal = bens anteriores ou adquiridos após o casamento pertencem ao casal. 
 
Separação Total = sejam bens adquiridos antes ou após o casamento, eles NÃO se comunicam (“cada um com seus bens”). 
 
8 
 
Regime de Participação Final nos Aquestos = casal decide quais bens serão separados e quais serão de ambos. 
 
 
 
 Assim, NÃO podem ser sócios os cônjuges casados no regime: 
 
 
 A – da Comunhão UNIVERSAL: para que NÃO ocorra confusão patrimonial (ex: eu tenho 70% das cotas e minha esposa 
tem 30%; como a comunhão é universal, na prática cada um tem 50% das cotas da sociedade); 
 
 B – da Separação OBRIGATÓRIA = tem pessoas que só podem se casar sob o regime da Separação TOTAL (ex: 
maiores de 60 anos); assim, se um idoso tivesse 70% de cotas ele não poderia se casar com uma sócia, pois na prática eles 
estariam “misturando” seus patrimônios. 
 
 
 
 
 OBS: o código civil é de 2002 e entrou em vigência em 2003. Assim: 
 
 
 
Haverá Direito Adquirido 
 
 
NÃO há direito adquirido 
 
Em 2000, casal contrata sociedade (se tornam sócios) sob o 
regime de comunhão Universal (na época não havia essa 
limitação); 
 
Entrou em 2003, nada mudará: há direito adquirido! 
 
Em 2000, para se alterar um contrato social de uma LTDA, 
bastava ser sócio majoritário; 
 
Entrou 2003, agora em diante é preciso a aprovação de 3/4 
dos sócios para alterar o contrato social: ou seja, NÃO há 
direito adquirido (ser majoritário só significa maior 
participação nos Lucros, no resultado da sociedade). 
 
 
 
 
 
 NOME EMPRESARIAL 
 
 
Todos nós, pessoas físicas, possuímos um nome civil, que serve para nos identificar em nossas relações jurídicas do dia-a-
dia. Do mesmo jeito, os Empresários (individual ou Sociedade) também devem possuir um nome: o chamado Nome 
Empresarial! 
 
NOME Empresarial = é a expressão sob a qual o empresário e a sociedade empresária exercem suas atividades e criam 
para si obrigações (que decorrem de tais atividades). 
Ex: João Maluco da Silva resolve montar uma loja de videogames e, para isso, comprou um espaço físico, contratou 
funcionários, etc., e se registrou como Firma Individual. Qual é o Nome Empresarial (ou seja, o nome do sujeito de direitos e 
deveres que exerce atividade empresarial)? Resposta: João Maluco da Silva ou João Maluco da Silva Comércio de 
videogames, etc. 
 
 
 Cuidado: Nome EMPRESARIAL ≠ Nome de FANTASIA ≠ Nome de DOMÍNIO ≠ MARCA 
 
 
 
NOME de FANTASIA (= TÍTULO do Estabelecimento): é o “apelido” que o empresário (individual ou sociedade) deu para o 
conjunto de bens que possui e que usa para exercer sua atividade. Deve ser Registrado em Junta Comercial! 
Ex: o nome da loja de videogames poderia ser João Maluco da Silva? Resposta: Sim, poderia! Mas não seria um nome 
chamativo: assim, se o empresário quiser, poderá chamar sua loja de, por exemplo, Crazy Games (e esse será o Nome de 
Fantasia, ou seja, o TÍTULO do Estabelecimento)! 
 
OBS: Nos contratos ou nos documentos públicos, o empresário sempre se identificará com seu Nome EMPRESARIAL, e 
NÃO com o Nome de Fantasia!!! 
 
9 
 
 
MARCA = o direito empresarial NÃO tem uma regra que proteja (que dê exclusividade) o empresário caso ele use um Nome 
de Fantasia (Título de Estabelecimento). Assim, se um concorrente quiser colocar na sua loja o Título de Crazy Games ele 
poderá? 
Resposta: SIM! Logo, para proteger esse Título do seu Estabelecimento, João Maluco da Silva deverá REGISTRAR tal Título 
Np INPI (Instituo Nacional de Propriedade Industrial). 
 
MARCA = Título do Estabelecimento + REGISTRO: a Marca geralmente tem um logotipo, um layout próprio, etc., e 
serve para Identificar os produtos/serviços do Empresário! 
 
 
Nome do DOMÍNIO = é o endereço eletrônico dos SITES (do espaço virtual que os empresários compram, dão um nome e 
usam para divulgar e comercializar seus produtos/serviços). Ex: www.crazygames.com.br 
 
Resumo: 
 
 
 
 
 
 
Nome EMPRESARIAL 
 
Nome de FANTASIA 
(Título do 
Estabelecimento) 
 
 
MARCA 
 
Nome de DOMÍNIO 
 
É o nome que o empresário 
usa e que o identifica ao 
assinar contratos, e 
documentos públicos e 
contrair obrigações em 
geral. É o nome de 
“Batismo” registrado em 
Junta Comercial. 
 
 
É o nome que o empresário 
usa para o seu público-alvo 
ter mais identificação com a 
atividade que ele exerce: é o 
“apelido” que o empresário 
usa e registra em Junta 
Comercial. 
 
 
É uma forma de se 
individualizar mais ainda um 
produto/serviço usando o 
Nome de Fantasia e criando 
um logotipo, um layout 
específico, um símbolo, etc., 
e por fim, registrando-o no 
INPI. 
 
 
É o endereço eletrônico do 
SITE que o empresário usa 
para comercializar seus 
produtos e divulgar seu 
empreendimento. 
 
Ex1: João Maluco da Silva 
 
Ex2: João, Maria & Pedro 
comércio de videogames. 
 
 
Ex: Crazy Games 
 
Ex: www.crazygames.com.br 
 
 
PATENTE = enquanto a MARCA diz respeito a um sinal que identifica o produto/serviço do empresário, a PATENTE diz 
respeito às invenções e serve como registro de segurança, impedindo que outra pessoa copie e se aproveite de tal criação! 
 
 Patente de Invenção: alguma criação nova sem qualquer precedente (ex: uma NOVA máquina; um NOVO remédio; 
etc.). 
 Patente de Utilidade: uma nova DESTINAÇÃO feita a um bem já EXISTENTE (ex: usar uma cadeira para uma novadestinação). 
 
 
 
 
 Nome EMPRESARIAL pode ser de 2 espécies: 
 
 
 
FIRMA 
 
DENOMINAÇÃO 
 
 
TEM que conter o nome CIVIL do empresário (no caso de 
Firma Individual) ou dos sócios (de 1 ou + sócios no caso 
de Sociedade Empresária). 
 
 
É optativo adotar o Nome Civil ou pode usar qualquer outra 
expressão. 
 
10 
 
É optativo indicar o ramo de atividade TEM que indicar o objeto social (o ramo de atividade da 
Empresa). 
 
 
Serve de assinatura do empresário: ou seja, ele assina 
contratos usando o nome Empresarial. 
 
Ex1: Firma Individual (J.Silva Serviços de Informática) 
Ex2: Firma Social (Silva e Ribeiro Serviços de Informática) 
 
NÃO serve de assinatura do empresário: assim, o 
empresário assina contratos usando seu nome CIVIL do 
representante (administrador, diretor, etc.). 
 
Ex: Silva & Cia Serviços de Informática LTDA (mas na hora 
de assinar contrato, usará o nome João Maluco da Silva). 
 
 
Só pode usar FIRMA: 
 
 Empresário Individual 
 Sociedade em Comandita SIMPLES 
 Sociedade em Nome COLETIVO 
 
 
Firma OU Denominação: 
 
 Sociedade LTDA 
 Sociedade em Comandita por 
AÇÕES 
 EIRELI 
 
Só pode usar DENOMINAÇÃO: 
 
 Sociedade ANÔNIMA (S/A) 
11 
 
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL 
 
É o conjunto de bens (materiais e imateriais) que o empresário usa para exercer sua atividade econômica. 
 
Mas nem todo bem que pertence a uma Empresa é Estabelecimento: o imóvel que uma sociedade empresária 
possua e o use como Clube de Lazer para seus funcionários NÃO é parte do Estabelecimento, pois NÃO é 
usado para exercer sua atividade fim! 
 
 Bens Materiais = imóveis (ex: sede administrativa; depósitos de mercadorias); estoques; móveis e utensílios; veículos; 
etc. 
 Bens Imateriais = Título do Estabelecimento; Marca; Patente; Domínio; Know How; Ponto; etc. 
 
 Nome EMPRESARIAL NÃO é Bem! 
 
Assim, o local (a sede, por exemplo) que o empresário usa para exercer sua atividade é apenas UM dos vários bens que 
formam seu Estabelecimento! 
 
E qual é a natureza jurídica do Estabelecimento Empresarial? 
Resposta: é uma Universalidade de FATO 
 
 Universalidade = é o conjunto de elementos que, ao serem reunidos, formam algo novo e unitário; ou seja, o total dos 
elementos separados é uma coisa e reunidos é outra. 
 De FATO = essa reunião de elementos é determinada NÃO por lei, mas por um ato de vontade do empresário, que 
lhes dá uma destinação específica (ex: ter vários livros é uma coisa; reuni-los formando uma biblioteca ou um sebo é outra 
coisa). 
 
 
PONTO = é um dos Bens Imateriais que formam o Estabelecimento Empresarial: é o DIREITO que o empresário tem de 
RENOVAR o contrato de aluguel; ou seja, o direito que o empresário LOCATÁRIO (aquele que paga aluguel) de permanecer 
no imóvel locado MESMO contra a vontade do locador (é o chamado “Direito de Inerência ao Ponto”). 
 
 OBS1: Assim, Ponto NÃO se resume a um espaço físico, nada disso! 
 OBS2: Renovar (tempo definido: estou aqui há 5 anos e quero ficar mais 5 anos) ≠ Prorrogar (SEM tempo definido); 
 
 
 Requisitos para se ter o Direito de Inerência ao PONTO: 
 
 
1°) Contrato ESCRITO + com Prazo DETERMINADO 
 
2°) Prazo MÍNIMO de 5 ANOS de locação (o contrato prevê 5 anos; ou as partes celebram 5 contratos de 1 ano cada SEM 
interrupção entre tais contratos; ou 2 contratos de 2 anos e meio cada SEM interrupção entre tais contratos; etc.) 
 
3°) Prazo MÍNIMO de 3 ANOS exercendo a mesma Atividade (MESMO RAMO) 
 
4°) Ajuizamento de Ação RENOVATÓRIA nos 6 PRIMEIROS MESES do ÚLTIMO ano do contrato de Aluguel (esse prazo é 
decadencial! Ex: eu alugo seu imóvel por 7 anos; os 6 primeiros MESES do 7° ANO é o espaço de tempo que eu tenho para 
ajuizar a ação renovatória). 
 
 
 
 Contrato de TRESPASSE 
 
 
É o contrato oneroso (ou seja, contrato em que ambas as partes terão benefícios ou vantagens econômicas) no qual o 
empresário ALIENA (vende) seu Estabelecimento. Esse contrato é Típico, ou seja, está regulado em lei (código civil, Art. 
1144 e 1145). 
 
 
Art. 1.144 – “O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a 
terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas 
Mercantis, e de publicado na imprensa oficial”. 
 
Art. 1.145 – “Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende 
do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua not ificação”
12 
 
Assim, o contrato de Trespasse NÃO é a venda de um simples produto ou serviço, mas sim de TODO o 
estabelecimento empresarial. Por isso, as partes envolvidas geralmente passam por um longo período de 
Tratativas (de negociações Preliminares) até que a venda se concretize: esse longo período de tratativas é 
chamado de Due Dilligence (Devida Diligência). Nele, busca-se verificar qual é o real valor da empresa 
(Valuation) por meio de documentos, análise da contabilidade, os contratos, etc. 
 
 
Aviamento (= Fundo de Comércio = Sobre valor = Goodwill of a Trade): quando se calcula o valor do 
Estabelecimento de um empresário, pode-se chegar a um valor X; porém, às vezes, o empresário consegue agregar 
mais valor a esse conjunto de bens que possui! As patentes de invenção, as patentes de modelos de utilidade, a marca 
registrada, o ponto comercial, a clientela, entre outros, são elementos incorpóreos (imateriais) que aumentam o valor 
do Estabelecimento (X + Y). Se o Empresário possui uma clientela fiel, longa e rica, é claro que isso gera mais 
expectativa de lucros para aquele que comprar tal estabelecimento! 
 
 
 
Requisitos para a realização do Contrato de TRESPASSE: 
 
1°) Anuência dos Credores = o empresário que deseja vender o seu estabelecimento pode se encontrar na seguinte situação: 
ou mantém (não aliena) alguns bens para que consiga com eles pagar suas dívidas perante seus credores; ou caso não 
tenha bens suficientes para pagar suas dívidas, deverá obter o consentimento (Expresso OU Tácito!) de TODOS os credores 
(credores têm 30 dias para se manifestarem: se passar os 30 dias e eles nada disserem, significa que eles consentiram 
Tacitamente!). 
 
Se o empresário NÃO pediu a anuência dos credores (ou pediu, mas não esperou a resposta no prazo): 
qualquer 1 dos credores poderá requerer a FALÊNCIA do empresário! 
 
2°) O contrato de TRESPASSE somente terá eficácia perante Terceiros APÓS ser registrado na Junta Comercial E ser 
Publicado em Imprensa OFICIAL! 
 
 
 
SUCESSÃO Empresarial no Contrato de TRESPASSE 
 
C.C, Art. 1.146 – “O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde 
que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, 
quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento”. 
 
Se a venda ocorrer de forma legal, as dívidas existentes (que foram contraídas pelo Alienante, pelo empresário que está 
vendendo seu estabelecimento) passam a ser de responsabilidade do Adquirente (pessoa que está adquirindo o 
Estabelecimento)! 
 
OBS1: mas o alienante fica SOLIDARIAMENTE responsável pelas tais dívidas durante o prazo de UM ANO! 
 
 Se a dívida já estava vencida = 1 ano contado a partir da PUBLICAÇÃO do contrato de Trespasse; 
 Se a dívida ainda NÃO venceu = 1 ano contato do seu vencimento. 
 
Ex: se uma dívida contraída pelo alienante só vier a vencer 6 meses após a publicação do contrato, é somente depois de passados 
esses 6 meses que o prazo de 1 ano começará a ser contato! Passado esse 1 ano, a Solidariedade Passiva do Alienante relativa a 
essa dívidaacaba! 
 
OBS2: se a alienação do Estabelecimento empresarial for feita em processo de Falência ou Recuperação Judicial, então as dívidas 
anteriores do alienante NÃO serão de responsabilidade do Adquirente! 
 
OBS3: Todo contrato de Trespasse tem uma cláusula Implícita de Não Restabelecimento (chamada também de Cláusula de Não 
Concorrência) pelo prazo de 5 ANOS contados da transferência! (C.C, Art. 1.147 – “Não havendo autorização expressa, o alienante 
do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência”.). 
 
OBS4: Contratos de caráter PESSOAL NÃO são transmitidos automaticamente. Assim, se você adquire um estabelecimento 
empresarial, mas o imóvel que faz parte desse estabelecimento é alugado, então você precisa da concordância PRÉVIA do locador do 
imóvel! (C.C, Art. 1.148 – “Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos 
estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em 
noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do 
alienante”.). 
13 
 
Contrato de SUCESSÃO ONEROSA de COTAS 
 
É uma forma indireta de se adquirir o Estabelecimento Empresarial SEM precisar da Anuência dos Credores: na 
Sucessão Onerosa de Cotas, o que se vende NÃO é o Estabelecimento, mas sim as Cotas dos Sócios! E como quem 
tem as cotas, tem o Estabelecimento, então essa é uma forma indireta de adquirir o Estabelecimento sem precisar 
passar pelas complicações do Contrato de Trespasse! 
 
 
Contrato de Trespasse: o estabelecimento era da Sociedade ABC e passa a ser da Sociedade XYZ (objeto do negócio: 
Estabelecimento); 
 
Contrato de Sucessão Onerosa de Cotas: o estabelecimento era da Sociedade ABC e continuará sendo da Sociedade 
ABC (objeto do negócio: as Cotas). 
 
 
 
REGISTRO do EMPRESÁRIO 
 
 
Todo empresário (Individual ou Sociedade Empresária) tem a obrigação legal de se registrar: ou seja, ir até um local público 
específico (chamado Junta Comercial) e se inscrever (inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis). 
 
Ex: você junta uma grana e resolve ter uma loja de videogames. Para essa sua loja existir juridicamente, é preciso que você 
faça uma “certidão de nascimento” dela. E isso você faz indo até uma Junta Comercial com um requerimento (um pedido 
formal) que contenha seu nome, nacionalidade, o capital (que você está integralizando, ou seja, o dinheiro que você está 
investindo), o objeto da empresa (no exemplo, comercializar videogames), etc. 
 
Com esse registro, você se torna um Empresário Regular: terá direito a certos benefícios que somente os empresários 
regularizados têm (como direito a requerer recuperação judicial, benefícios fiscais, etc.). 
 
Logo, o Registro NÃO é, EM REGRA, condição (NÃO é Pré-requisito) para você ser considerado Empresário: para 
ser empresário basta exercer profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de 
bens ou serviços OU então exercer atividade Intelectual de natureza Científica, Literária ou Artística cujo exercício 
constitua “elemento de empresa”. 
Com ou Sem registro você é empresário nesses casos e se submete às regras de direito empresarial (é o que diz o 
Art. 966 do C.C: “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens ou de serviços”; “Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, 
de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício 
da profissão constituir elemento de empresa”) 
 
EXCEÇÃO: no caso de Atividade Rural (Produtor Individual ou Sociedade Rural) o Registro É SIM condição (somente 
com ele o produtor/sociedade rural serão considerados Empresários). 
Art. 971 – “O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de 
que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva 
sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro”. 
 
O Registro está previsto tanto no código civil (art. 967 a 971; e nos art. 1150 a 1154), quanto em lei especial (Lei de Registro 
Público de Empresas Mercantis: 8934/94). 
 
Art. 967 - É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do 
início de sua atividade. 
Art. 968 - A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha: 
I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens; 
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa; 
III - o capital; 
IV - o objeto e a sede da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
Lei 8934/94 (Lei de Registro Público de Empresas Mercantis) 
 
 
Existe toda uma estrutura envolvendo o registro das atividades empresariais no Brasil (chamado SINREM: Sistema Nacional 
de Registro de Empresas Mercantis). Esse Sistema está vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio 
Exterior (MDICE). 
 
MDICE 
 
 
SINREM 
 
 
DNRC 
 
 
 JC JC JC 
 
 
SINREM = sistema formado por órgãos que regulam o registro de empresa no Brasil: DNRC e JC. 
 
DNRC = Departamento Nacional de Registro do Comércio (órgão FEDERAL): função Normativa e Técnica. 
 
JC = Juntas Comerciais (Autarquia ESTADUAL): função Executiva. 
 
 
 
SINREM 
 
 
DNRC 
 
 
JC 
 
Órgão FEDERAL 
 
Autarquia ESTADUAL (Pessoa Jurídica de Direito 
PÚBLICO) 
 
 
Função: 
 
Criar normas Técnicas 
E 
Supervisionar as Juntas Comerciais. 
 
 
Função: 
 
Executar as normas Técnicas 
E 
Administrar os serviços de Registro 
 
Subordinado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e 
Comércio Exterior. 
 
JC estão subordinadas: 
 
 No plano TÉCNICO = ao DNRC 
 No plano Administrativo = ao Estado 
 
 
 
Art. 1º - O Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, subordinado às normas gerais prescritas nesta lei, será exercido em 
todo o território nacional, de forma sistêmica, por órgãos federais e estaduais, com as seguintes finalidades: 
I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro na forma 
desta lei; 
II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as informações pertinentes; 
III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu cancelamento. 
 
Art. 3º - Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins serão exercidos, em todo o território nacional, de 
maneira uniforme, harmônica e interdependente, pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis (SINREM), composto pelos 
seguintes órgãos: 
I - o Departamento Nacional de Registro do Comércio, órgão central SINREM, com funções supervisora, orientadora, coordenadora e 
normativa, no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo; 
II - as Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora e administradora dos serviços de registro. 
15 
 
Art. 5º - “Haverá uma junta comercial em cada unidade federativa, com sede na capital e jurisdição na área da 
circunscrição territorial respectiva”. 
Art. 6º - “As juntas comerciais subordinam-se administrativamente ao governo da unidade federativa de sua jurisdição e, 
tecnicamente, ao DNRC, nos termos desta lei”. 
 
 
Estrutura de uma Junta Comercial (JC): 
 
 
Presidência 
 
 
Plenário Procuradoria Secretaria Geral 
 
 
Turma Turma Turma 
 
 
Presidência = órgão diretivo e representativo 
 
Plenário = órgãodeliberativo (decide sobre os atos de registro) Superior: Mínimo de 11 e Máximo de 23 membros (art. 10 
da lei 8934). 
 
Turmas = órgão deliberativo (decide sobre os atos de registro) Inferior: (até 5 vogais???) 
 
 
 Plenário 
 Membros do (as) são chamados de VOGAIS 
 Turmas 
 
 
Procuradoria = órgão que tem a tarefa de fiscalizar a Execução (fiscalizar a Secretaria Geral) das normas legais e 
administrativas + atuar na esfera Judicial das Juntas, representando a JC perante o poder judiciário. 
 
Secretaria Geral = executar serviços de registro e administração. 
 
 
Atos a serem Registrados na Junta Comercial: 
 
 Matrícula 
 Autenticação (Escrituração e Auxiliares) 
 Arquivamento 
 
 
 
Matrícula 
 
Autenticação 
 
Arquivamento 
 
 
É o ato que registra (e regula: dando 
legalidade e autenticidade a) 
profissionais específicos do comércio, 
chamados de AUXILIARES: 
tradutores; Leiloeiros; administradores 
de armazéns-gerais; trapicheiros, etc. 
 
 
 
O registro gera autenticidade aos atos 
de Escrituração: 
 
De natureza Contábil; 
Dos Auxiliares. 
 
É o registro dos atos empresariais: 
 
Constituição; Alterações; Dissoluções; 
Extinção; 
Atos de interesse do empresário (ex: 
atos de assembleia geral); 
 
OBS: Sociedades Cooperativas NÃO 
se sujeitam à normas empresariais, 
MAS DEVEM ser registradas em 
Juntas Comerciais! 
 
 
 
 
 
16 
 
 
REGRA 
 
EXCEÇÃO 
 
 
Os atos de registro (Matrícula, Autenticação; Arquivamento) 
são decididos de forma SINGULAR: 
Presidente ou por um Vogal 
 
 
Os atos de registro são decididos de forma COLEGIADA: 
 
3 Vogais 
 
NÃO se decide mérito: apenas analisam se foram seguidas 
as formalidades! 
 
 
Atos + complexos: atos de Transformação, Incorporação, 
Fusão e Cisão; atos relativos a comércio e grupos de 
sociedades; atos de S/A. 
 
 
Uma vez que recebem os atos de registro: 
 
Têm 2 dias para analisar e devolver (com ou sem o registro) 
 
 
Uma vez que recebem os atos de registro: 
 
Têm 5 dias para analisar e devolver (com ou sem o registro) 
 
 
 
 
Processo (Trâmite) decisório nas Juntas Comerciais: 
 
C.C, art. 1151: 
 
§ 1° - Os documentos necessários ao registro deverão ser apresentados no prazo de trinta dias, contado da lavratura dos 
atos respectivos. 
§ 2° - Requerido além do prazo previsto neste artigo, o registro somente produzirá efeito a partir da data de sua concessão. 
 
Ex: você é o administrador de uma S/A. Hoje (dia 1° de Abril de 2015) você e os sócios votaram e lavraram (documentaram) 
uma alteração no Estatuto da empresa. 
 
A – se você apresentar em 30 dias esse documento na Junta Comercial (e caso a JC “aprove” esse documento), a 
alteração feita no Estatuto da empresa será aplicado desde que tal modificação aconteceu (desde o dia 1° de Abril de 
2015) = Efeito Ex TUNC. 
 
B – se, no entanto, você apresentar tal documento na JC após 30 dias, a alteração será levada em conta (produzirá 
efeitos) somente a partir do momento em que a JC deferiu (“aceitou”) seu pedido (Ex: se você e os sócios votaram a 
mudança no Estatuto dia 1° de Abril, mas você levou tal documento na JC somente dia 5 de Maio, e a JC aprovou tal 
documento no dia 7 de Maio, então tal alteração somente começa a valer do dia 7 de Maio em diante!) = Efeito Ex 
NUNC. 
Então é assim: 
 
1°) Você leva o ato a ser registrado a uma JC, que irá analisar se você seguiu as formalidades; 
 
2°) Se o ato possuir: 
 
 
Vício Insanável (defeito Irremediável) 
 
Vício Sanável 
 
 
Você tem 10 dias para entrar com recurso contra o indeferimento 
 
Você tem 30 dias para corrigir o vício 
 
 
Você tem 3 opções: 
 
Pedido de Reconsideração = autoridade, para reapreciar seu 
pedido, tem: 
3 dias úteis (decisão Singular) ou 5 dias úteis (colegiado). 
 
Recurso ao Plenário = plenário decidirá em 30 dias 
 
Recurso ao Ministro. 
 
 
17 
 
ESCRITURAÇÃO 
 
 
É a obrigação do empresário de documentar e registrar, em livros específicos (livros contábeis), atos financeiros e atos que 
digam respeito a sua atividade. 
Esse registro segue uma forma específica e uma metodologia específica (Método das Partidas Dobradas: para cada crédito, 
há um débito correspondente e vice-versa). Além disso, há requisitos (formalidades): 
 
 
Intrínsecos 
 
Extrínsecos 
 
 
Uso do Vernáculo (língua portuguesa); 
 
Não pode ter intervalos, entrelinhas, rasuras, etc. 
 
Seguir a ordem Cronológica. 
 
Termos de Abertura e de Encerramento; 
 
Autenticação no órgão competente; 
 
Folhas Numeradas. 
 
 
 
Funções desses livros empresariais (contábeis) são: 
 
 Gerencial = auxilia o empresário a controlar e administrar melhor suas finanças; 
 Documental = serve como meio de prova perante terceiros; 
 Fiscal = serve como meio para o Estado fiscalizar e cobrar Tributos. 
 
 
Livro 
 
Obrigatório pela: 
 
 
Diário 
 
 
Legislação Civil (código civil) e Tributária. 
 
Razão 
 
 
Legislação Tributária. 
 
LALUR 
 
 
Legislação Tributária. 
 
Caixa 
 
Obrigatório ao empresário que opta pelo SIMPLES 
(modalidade de arrecadação de Tributos). 
 
 
 
 
Perda ou Extravio de Livros Contábeis: 
 
C.C, art. 1.194 – “O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, 
correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos 
atos neles consignados”. 
 
 
Consequências da Perda ou Extravio 
 
Consequências da NÃO Escrituração 
 
 
Tem que Publicar em jornal de grande circulação; 
 
Te 48 horas (após a perda ou extravio) para comunicar a 
JC; 
 
Tem que recompor a escrituração perdida. 
 
Empresário NÃO terá acesso à Recuperação Judicial; 
 
Alguns Fatos alegados contra o empresário faltoso são 
PRESUMIDOS como Verdadeiros; 
 
Se o empresário vier a ter sua falência Decretada, então 
ele praticará Crime FALIMENTAR. 
 
18 
 
OBS: Empresário Individual ou Sociedade Empresária que ficar + de 10 anos sem registrar algum ato terá contra si a 
abertura de um procedimento de cancelamento de registro feita pela Junta Comercial!b 
 
 
 
SIGILO Empresarial 
 
O artigo 29 da lei 8934 diz que “Qualquer pessoa, sem necessidade de provar interesse, poderá consultar os assentamentos 
existentes nas juntas comerciais e obter certidões, mediante pagamento do preço devido”. Assim, você poderá obter uma 
certidão provando que fulano só registrou uma mudança no Contrato social da empresa dele no dia X, e não no dia Y. 
 
Coisa bem diferente é o SIGILO Empresarial: significa que os livros empresariais (livros contábeis exigidos pela legislação 
empresarial) são protegidos, são sigilosos, ou seja, são de acesso exclusivo do empresário! 
 
Regra: somente o empresário tem acesso Irrestrito à sua escrituração (livros e fichas); 
 
Exceção: mas há situações previstas em Lei nas quais terceiros poderão ter acesso Parcial (ou até Total!) a tais documentos. 
 
 
 
Autoridades FISCAIS 
 
Ordem JUDICIAL 
 
 
Limitadas ao exame do objeto 
investigado; 
 
Regra 
 
PARCIAL = Juiz concede o exame dos Livros: 
a requerimento das partes OU de OFÍCIO (!); 
 
Cabível em qualquer ação judicial; 
 
 
 
 
Exceção 
 
TOTAL = Juiz concede o exame dos 
Livros: somente a requerimento das 
partes; 
 
Nos casos de: Sucessão por morte de 
sócio; Falência; Liquidação da 
Sociedade; nos casos determinados 
por lei. 
 
 
 
 
Eficácia PROBATÓRIA dos Livros Empresariais (Livros OBRIGATÓRIOS) 
 
Livros empresariais são documentos e, em muitas ocasiões, documentos possuem força jurídica para provar fatos e, com 
isso, resolver processos judiciais ou administrativos:com o exame de livros empresariais você consegue provar que você e 
João assinaram um contrato na data X; você consegue provar que cumpriu sua parte no contrato (ou que João NÃO cumpriu 
a dele); você consegue provar alguma fraude contábil; etc. 
 
Os fatos registrados nos livros fazem prova CONTRA o empresário: MAS, o empresário pode provar (pelos 
meios admitidos em direito) que os lançamentos contidos nos livros não são verdadeiros! 
 
 
Resumindo: 
 
C = credor 
D = devedor 
 
 
Prova RELATIVA 
 
Prova ABSOLUTA 
 
 
No livro de D, não há o lançamento da dívida que ele 
contraiu perante C = ou seja, isso é uma prova que D não 
deve nada a C (mas tal prova é relativa, ou seja, cabe 
prova contrária!). 
 
No livro de C, tem o lançamento do crédito dele contra D = 
ou seja, isso é uma prova relativa de que C tem crédito a 
 
No livro de D tem o lançamento da dívida que ele tem 
perante C (ou seja, isso faz prova Absoluta que D deve C). 
 
 
D não tem livro (ex: perdeu) = nesses casos, as dívidas de 
D se tornam verdadeiras (são presumidas verdadeiras!). 
 
19 
 
receber do D. 
 
 
Direito SOCIETÁRIO 
 
 
Antes de falar sobre sociedades, é importante fazer um comentário sobre as Pessoas Jurídicas de Direito Privado! 
 
Pessoa Jurídica, como o próprio nome revela, é considerada uma Pessoa para fins jurídicos, ou seja, o direito enxerga uma 
Pessoa Jurídica como algo único, autônomo, que possui seu próprio patrimônio, suas próprias responsabilidades, etc. 
 
Logo, a Pessoa jurídica detém Personalidade, e isso gera 3 consequências importantes a ela: 
 
 
1ª) Titularidade Obrigacional 
 
 
2ª) Titularidade Processual 
 
3ª) Responsabilidade Patrimonial 
 
Obrigações assumidas pela pessoa 
jurídica NÃO atingem os sócios. 
 
 
A pessoa jurídica poderá ser parte em 
ação judicial (ser autora ou réu) e essa 
legitimidade NÃO alcança os sócios. 
 
 
Patrimônio é o conjunto de bens 
corpóreos e incorpóreos usados para o 
empresário exercer sua atividade. 
A pessoa jurídica tem seu próprio 
patrimônio e deve usá-lo para cumprir 
suas obrigações. 
 
 
 
 
As Pessoas Jurídicas de Direito PRIVADO são: 
 
 
 Associações 
 Fundações 
 Organizações Religiosas 
 Partidos Políticos 
 
 Sociedades SIMPLES 
 
 Sociedades EMPRESÁRIAS 
 EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada) 
 
 
 
 
 
SOCIEDADES = são pessoas jurídicas de direito Privado formadas pela união de 2 (ou +) pessoas que buscam explorar 
alguma atividade econômica e repartir entre eles os lucros resultantes dessa atividade. 
 
Quando uma Pessoa Jurídica de Direito Privado começa a existir? Em outras palavras: qual é o início da 
Personalização de uma Pessoa Jurídica de direito PRIVADO? 
 
Resposta: Existência LEGAL = art. 45 do C.C: “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com 
a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro”. 
 
MAS, esse registro somente dá a ela Regularidade: assim, uma pessoa jurídica (ex: uma sociedade empresária) pode 
praticar os atos sem o referido registro (só pratica atos quem existe juridicamente). 
 
Enquanto os sócios (na relação sócio X sócio ou na relação sócio X terceiros) só poderão provar a existência da 
sociedade SEM registro através de atos por ESCRITO, os Terceiros poderão se valer de qualquer MEIO! 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
OBS1: EIRELI é pessoa jurídica, mas NÃO é Sociedade. 
 
 
OBS2: Sociedade SIMPLES exerce atividade econômica, mas (EM REGRA) essa atividade NÃO é Empresarial! 
 
 
OBS3: Sociedades SIMPLES só estarão sujeitas às normas empresariais se: 
 
 A atividade que ela exercer constituir “Elemento de Empresa”; 
 Se for Sociedade RURAL que optou por se registrar em Junta Comercial. 
 
 
OBS4: Sociedade EMPRESÁRIA = sociedade que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou circulação de bens ou serviços (ou seja, a REGRA é: basta olhar para o objeto social de uma Sociedade para 
saber se ela é ou não é Empresária!). 
 
Exceção 1: Sociedades por Ações (ex: S/A) = SEMPRE são Empresárias, independentemente do seu Objeto Social! 
Exceção2: Sociedades Cooperativas = são SEMPRE Simples, ainda que o objeto social seja de empresa (e elas 
devem ser registradas em uma Junta Comercial!). 
 
 
 
Sociedades EMPRESÁRIAS 
 
 
 
PERSONIFICADAS 
 
NÃO Personificadas 
 
 
A - Sociedades SIMPLES (que se constituem sob a forma de uma 
Sociedade Empresária). 
 
OBS: sociedades Simples NÃO podem usar a forma de S/A e 
também NÃO podem usar a forma de Em Comandita por Ações! 
 
 
Sociedades em COMUM (sociedades de Fato): 
 
São as S/A, as LTDA, Em Nome Coletivo, etc., que NÃO se 
registraram!!! 
 
B - Sociedades EMPRESÁRIAS: 
 
 S/A; 
 LTDA; 
 Em Nome COLETIVO (= todos os sócios têm 
responsabilidade ilimitada); 
 Em Comandita por AÇÕES (= alguns têm 
responsabilidade limitada e outros, ilimitada); 
 Em Comandita SIMPLES (= sócios limitados são os 
Comanditários; e os ilimitados são os Comanditados); 
 
 
Sociedades em Conta de Participação: NÃO é pessoa jurídica; 
NÃO é sociedade; NÃO tem Autonomia Patrimonial; NÃO tem 
Nome Empresarial; etc. 
 
SCP = é um CONTRATO especial de Investimento! 
 
Sócio Ostensivo = é o único a exercer a atividade (SCP usará o 
nome Individual desse sócio ostensivo); é o único responsável. 
 
Sócios Participantes = NÃO se relacionam com terceiros 
(somente com o sócio Ostensivo); somente participam dos 
Resultados! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 
Responsabilidade dos Sócios nas Sociedades: 
 
 
 
Regulares 
 
Irregulares 
 
 
Responsabilidade LIMITADA 
 
ILIMITADA 
 
ILIMITADA 
 
 
Depois que o capital é integralizado, 
os sócios NÃO são mais responsáveis 
pelas obrigações da sociedade! 
 
 
Depois que o capital é integralizado: 
 
1°) é a sociedade que se 
responsabiliza por suas dívidas; 
2°) NÃO sendo os bens da sociedade 
suficientes para quitar suas dívidas, os 
sócios terão que entregar seus 
patrimônios pessoais 
(Subsidiariedade). 
 
OBS: além disso, há Solidariedade 
(credor pode ingressar contra qualquer 
um dos sócios). 
 
 
Os sócios perdem direito à limitação 
(S/A e LTDA viram sociedade em 
Comum). 
 
Assim, a sociedade se torna Ilimitada 
(inclusive com responsabilidade 
solidária entre os sócios E entre a 
sociedade). 
 
Ex: credor pode cobrar DIRETO dos 
sócios ou da Pessoa jurídica!!! 
 
S/A = limitada às ações 
LTDA = limitada ao total do capital 
social integralizado 
 
Em Nome COLETIVO; 
Em comandita por AÇÕES; 
Em comandita SIMPLES. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificações das Sociedades 
 
 
Quanto a Responsabilidade dos 
Sócios 
 
Quanto ao Regime de Constituição e 
Dissolução 
 
 
Quanto ao Grau de Dependência da 
Sociedade em relação aos Sócios 
 
Diz respeito a possibilidade dos 
credores executarem o patrimônio 
pessoal dos sócios para satisfazerem 
seus direitos (ou seja, quando os 
sócios poderão responder pelas 
dívidas da sociedade com seus 
patrimônios particulares?). 
 
OBS: a Responsabilidade da 
Sociedade é sempre Ilimitada! 
 
 
Diz respeito àquilo que a Sociedade 
está vinculada ao “nascer” e ao 
“morrer”, ou seja, se a sociedade é 
Constituída e Dissolvida mediante um 
Contrato Social (prevalece o 
interesse das partes) ou mediante um 
Estatuto (importa mais a vontade 
Geral da sociedade). 
 
Diz respeito ao quanto uma sociedade 
depende da pessoa dos sócios para 
existir: em algumas sociedades, o 
sócio (a pessoa em si) tem um papel 
muito importante (ex: um chef 
renomado em um restaurante); em 
outras, a figura pessoal dos sócios 
NÃO tem tantaimportância (o que vale 
mais é o capital que ele coloca na 
sociedade). 
 
 
 
22 
 
 
Quanto a Responsabilidade dos 
Sócios 
 
Quanto ao Regime de Constituição e 
Dissolução 
 
 
Quanto ao Grau de Dependência da 
Sociedade em relação aos Sócios 
 
ILIMITADA = esgotado o patrimônio da 
sociedade, os sócios terão que se 
valer de seus próprios patrimônios 
para pagar os credores: 
 Em Nome Coletivo 
 
 
LIMITADA = esgotado o patrimônio da 
sociedade, os sócios podem ter que se 
valer de seus próprios patrimônios, 
MAS há um limite do que eles devem 
entregar: 
 
 S/A (a responsabilidade é 
individual e limitada às ações que 
você integralizou: NÃO há 
solidariedade entre os sócios); 
 LTDA (responsabilidade fica 
limitada ao TOTAL do capital Social, 
independente do quanto cada sócio 
integralizou: cada sócio está 
solidariamente responsável até o 
limite do capital social) 
 
 
MISTA = existem sócios de 
responsabilidade Ilimitada e outros de 
responsabilidade Limitada: 
 
 Em Comandita por Ações 
 Em Comandita Simples 
 
 
CONTRATUAIS = interessa mais a 
vontade das partes (formam a 
sociedade por meio de um Contrato, 
aplicando-se a Teoria Geral dos 
Contratos). Se há, por exemplo, 2 
pessoas e 1 delas desiste, então a 
sociedade acaba: 
 
 LTDA (para aprovar os atos: 
3/4) 
 
 
INSTITUCIONAIS = os sócios se 
reúnem por meio de um ESTATUTO 
(no qual o interesse geral da 
sociedade importa mais do que o 
interesse individual dos sócios). Se há, 
por exemplo, 2 pessoas e 1 delas 
desiste, ainda assim a sociedade pode 
continuar (mas para Dissolver a 
sociedade, é preciso a unanimidade 
dos sócios!): 
 
 S/A (para aprovar os atos: 
maioria do capital social) 
 
 
 
Sociedade de PESSOAS = figura do 
sócio é importante (um novo sócio só 
pode entrar com o consentimento dos 
demais): 
 
 Em Nome Coletivo 
 Em Comandita por Ações 
 Em Comandita Simples 
 
 LTDA (em Regra, é de 
PESSOAS!). 
 
 
Sociedade de CAPITAL = a entrada de 
pessoas estranhas independe do 
consentimento dos demais sócios: 
 
 S/A (em regra, é de CAPITAL) 
 
 
 
 
 
 
3 Exceções à Responsabilidade LIMITADA 
 
 
Em quais situações terceiros (sócios, administradores, etc.) responderão pelas dívidas das sociedades com seus próprios 
patrimônios? Em outras palavras: quando é que o sócio/administrador pagará pela dívida dessa sociedade (como se fosse 
uma dívida pessoal dele) APESAR de sua responsabilidade ser Limitada? 
 
 
São em 3 situações: 
 
 
1ª) Pagamento de Créditos de natureza TRIBUTÁRIA 
 
2ª) Prática de atos “Ultra Vires Societatis” 
 
3ª) Desconsideração da Personalidade Jurídica 
 
 
 
 
 
23 
 
1ª) Créditos TRIBUTÁRIOS 
 
Art. 135, III, CTN: “São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de 
atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos (...): III - os diretores, gerentes ou 
representantes de pessoas jurídicas de direito privado ”. 
 
Assim, terceiros (diretores ou administradores de pessoas jurídicas de direito Privado) podem responder por dívidas de 
natureza tributária, desde que tenham agido de forma contrária a Lei, ao Contrato Social, ao Estatuto, ou agido com Excesso 
de Poder. 
OBS: LTDA (se fala Administrador); S/A (administrador se chama Diretor). 
 
Ex: Sociedade X (cujo objeto social seja mídia radiofônica) compra um imóvel (e todo aquele que compra imóvel deve pagar 
um imposto chamado de ITBI); se a lei proibia uma sociedade com esse objeto social de comprar um imóvel, então a compra 
feita pelo administrador/diretor foi um ato contrário à lei. Nessa situação, a sociedade X fica obrigada a pagar o ITBI (!), mas: 
 
 Sociedade X entrará com uma ação de regresso contra o administrador/diretor pleiteando o valor pago com ITBI? 
 Resposta: Sim 
 
 Sociedade X fica obrigada a pagar o imposto, mas e o Imóvel? 
 Resposta: imóvel é obrigação do Administrador/diretor 
 
 
 
2ª) Atos “Ultra Vires Societatis” 
 
Os administradores (muitas vezes são os próprios sócios) possuem a tarefa de agir segundo aquilo que está previsto no 
Contrato Social ou no Estatuto de uma sociedade. Assim, eles estão limitados aos atos de gestão previstos nos documentos 
da sociedade: se o administrador celebra um contrato com terceiros (terceiros que não sejam sócios) assumindo obrigações 
em nome da sociedade, mas tal contrato prevê algo Explicitamente (Evidentemente) estranho ao objeto social dessa 
sociedade, então significa que o Administrador agiu com Excesso de poderes, ou seja, praticou um ato Ultra Vires! 
 
Ex: “A” e “B” possuem uma sociedade cujo objeto social seja a compra e venda de produtos de informática. “A” compra, em 
nome da sociedade, uma fazenda de “C”. Como a fazenda nada tem a ver com o objeto social, “A” praticou um ato Ultra 
Vires. 
Consequências: o normal seria a sociedade pagar por essa obrigação (Teoria da Aparência: é normal uma sociedade 
comprar um bem como uma fazenda, por exemplo), mas como o ato foi Ultra Vires, será “A” quem irá pagar por tal obrigação! 
 
Assim, Ato Ultra Vires = ato praticado além do que seja o objeto social (ou contrário às limitações previstas no Contrato 
Social/Estatuto) que terá como consequência o fato da sociedade se opor ao cumprimento dessa obrigação (restará ao 
administrador pagar por essa dívida!). 
Art. 1015 do C.C - No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da 
sociedade (...). 
Parágrafo único - O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma 
das seguintes hipóteses. 
I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade; 
II - provando-se que era conhecida do terceiro; 
III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade. 
 
 
 
3ª) Desconsideração da Personalidade Jurídica 
 
A sociedade, como pessoa jurídica, tem seu próprio patrimônio. E isso ocorre porque as sociedades possuem personalidade 
jurídica. Sendo assim, quando sócios e administradores agem em nome dessa sociedade, é ela quem responderá pelas 
obrigações contraídas por seus sócios e administradores. 
Porém, existem exceções a essa regra nas quais será Desconsiderada a Personalidade Jurídica da Sociedade para, com 
isso, ir diretamente ao patrimônio pessoal do sócio/administrador. 
 
Existem 4 Teorias envolvendo a Desconsideração da Personalidade Jurídica: 
 
 
A) 2 são SUBJETIVAS = Precisa comprovar a 
intenção de Fraude 
 
 
B) 2 são OBJETIVAS = NÃO precisa comprovar a 
intenção Fraudulenta! 
24 
 
 
A.1 - Teoria Maior (clássica) 
 
 
A.2 - Teoria Inversa 
 
B.1 - Teoria Menor 
 
B.2 - Confusão Patrimonial 
 
A.1) Teoria Maior (clássica) = quando os sócios/administradores agem com ABUSO de FORMA, poderá o juiz invocar a 
Desconsideração da Personalidade Jurídica nessa ocasião específica e, assim, atacar diretamente a patrimônio dos 
sócios/administradores! 
 
Abuso de FORMA = é o ato praticado pelo sócio/administrador que, em si mesmo, não é necessariamente ilícito, mas que 
tem como finalidade algo ilícito! 
 
Ex: “A” e “B” são sócios na sociedade X; já “C” e “D” são sócios na sociedade Y. Além disso, “A” e “B” são parentes de “C” e 
“D”. A sociedade X está passando por uma crise financeira e resolve então vender alguns dos seus bens mais valiosos para a 
sociedade Y: a finalidade da venda é praticar uma Simulação (sumir com esses bens para não ter que entregá-los aos 
credores). 
A venda em si é algo legítimo, lícito: a finalidade da venda que NÃO é lícita! Nesse caso, o juiz (ao perceber que a sociedade 
X está sendo usada abusivamente) poderá desconsiderar a personalidade jurídica dessa sociedade e, com isso, atingir 
diretamenteo patrimônio pessoal de “A” e de “B”. 
 
OBS: para aplicar a Desconsideração da Personalidade Jurídica 
 A – comprovação da Fraude (aspecto Subjetivo); 
 B – essa Desconsideração é usada em casos Excepcionais (é exceção); 
C – essa Desconsideração é Episódica: ou seja, a pessoa jurídica continua existindo, ela somente é desconsiderada 
naquela situação específica; 
D – atinge o patrimônio dos Sócios/administradores. 
 
 
A.2) Teoria Inversa = nesse caso, uma dívida pessoal do Sócio é paga pela Sociedade, ou seja, desconsidera-se a 
personalidade jurídica da sociedade para que ela pague uma obrigação que supostamente seria de um dos seus sócios! 
 
Ex: João e Maria são casados e possuem vários bens. João deseja se separar de Maria. Para João vender algum bem deles, 
ele precisará da permissão de Maria; para poder se desfazer de seus bens sem a permissão de Maria, João coloca todos os 
seus bens em uma sociedade e os vendem a um amigo (Pedro). Nesse caso, percebe-se a fraude, já que João utilizou a 
Pessoa Jurídica para prejudicar terceiros (prejudicar Maria). 
Enquanto na teoria Maior, o patrimônio pessoal do sócio que é atingido, nessa situação (teoria Inversa), o juiz poderá permitir 
que Maria tenha seus direitos satisfeitos através do patrimônio da Sociedade! 
 
 
B.1) Teoria Menor = nas teorias subjetivas, o mero inadimplemento (ex: sociedade X não paga Pedro, que é credor dela) 
NÃO gera a desconsideração da Personalidade Jurídica: é preciso haver a Fraude! 
 
Na teoria Menor, basta a insatisfação do direito do credor para gerar a Desconsideração!!! 
Essa teoria é muito aplicada pela Justiça do TRABALHO: créditos trabalhistas têm natureza Alimentar (logo, o trabalhador 
NÃO pode arcar com esses inadimplementos). 
 
Ex: João e Maria são casados (pouco importa o regime de bens); João tem uma sociedade e essa sociedade faliu! Maria 
poderá arcar com isso (pagando os empregados da sociedade) através de seus próprios bens (ainda que os tenham 
adquirido SEM ligação alguma com João!). 
 
 
 
B.2) Confusão Patrimonial 
 
Confusão Patrimonial = quando os patrimônios de pessoas distintas começam a se misturar. 
Ex: você usa patrimônio da sociedade em algo particular seu; 
Ex: você usa patrimônio da sociedade X na sociedade Y (estoque único; ou o empregado da sociedade X executa tarefas na 
sociedade Y; etc.). 
 
“A” e “B” são sócios na sociedade X (posto de gasolina) e também são sócios na sociedade Y (loja de conveniência situada 
nesse posto de gasolina); a sociedade X tem dívidas com João, mas não o paga já que “A” e “B” alegam que os bens que 
poderiam quitar a dívida são da sociedade Y (quando na verdade são da sociedade X). 
 
Nessas situações, o juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade X e cobrar diretamente dessa 
sociedade Y ( 
25 
 
 
Créditos Tributários 
 
 
Atos “Ultra Vires” 
 
Teorias SUBJETIVAS 
 
Teorias OBJETIVAS 
 
NÃO exige má-fé do 
Administrador (LTDA) ou 
do Diretor (S/A); 
 
Sociedade NÃO tem que 
concluir o negócio: isso 
será problema do 
Administrador/Diretor! 
 
Estado tem direito ao 
crédito tributário 
resultante do ato 
praticado com excesso 
de poder (pois o Estado 
é um Terceiro de boa-
fé). 
 
 
Exige prova de má-fé 
(conluio entre 
Administrador e Terceiro). 
 
Esse ato, para a 
sociedade, é NULO. 
 
Porém, se não houver 
conluio (terceiro agiu de 
boa-fé), então o negócio 
será concluído (teoria da 
Aparência) e a sociedade 
entrará com ação de 
regresso contra o 
Administrador que agiu em 
excesso. 
 
Teoria MAIOR 
(Clássica): 
 
 
Exige comprovação de 
Fraude; 
 
Ocorre quando há Abuso 
de FORMA; 
 
 
 
 
 
O patrimônio PESSOAL 
do sócio é atingido; 
 
Teoria 
INVERSA: 
 
 
Exige prova de 
Fraude; 
 
Sócio se vale da 
PJ para não 
quitar suas 
dívidas 
pessoais; 
 
 
 
O patrimônio da 
SOCIEDADE é 
atingido para 
quitar dívida 
Pessoal do 
sócio! 
 
Teoria 
MENOR: 
 
 
NÃO exige 
Fraude; 
 
Justiça do 
Trabalho; 
 
 
 
 
 
O patrimônio 
PESSOAL é 
atingido; 
 
 
 
Confusão 
Patrimonial: 
 
NÃO exige 
Fraude; 
 
Patrimônio da 
PJ se 
confunde com 
patrimônio 
pessoal dos 
sócios ou de 
outra PJ 
 
O patrimônio 
PESSOAL ou 
da outra PJ 
poderá ser 
atingido; 
 
 
 
Resumindo – Sociedades e Nome Empresarial 
 
 
EIRELI 
 
Sociedades EMPRESÁRIAS 
 
Sociedades SIMPLES 
 
 
NÃO é sociedade (é PJ) 
 
É sociedade 
 
É sociedade 
 
Objeto: atividade EMPRESARIAL (capital 
MÍNIMO de 100 salários); 
 
OBS1: Uma única Pessoa NATURAL será 
titular de todo o capital social. 
OBS2: código civil NÃO veda que o titular 
seja Pessoa Jurídica! 
OBS3: mas existe uma portaria do DNRC 
proibindo PJ de ser titular de EIRELI. 
 
 
Objeto: Atividade EMPRESARIAL 
 
 
OBS1: sociedade por AÇÕES é sempre 
empresarial, independente do seu objeto! 
OBS2: Sociedade Rural é empresária desde 
que se registre em Junta Comercial. 
 
Objeto: atividade econômica NÃO 
empresarial; 
 
 
OBS1: será empresária se exercer atividade 
I.C.L.A que constitua “elemento de 
empresa”. 
OBS2: Sociedade Rural que NÃO é 
empresária caso se registre em Cartório. 
 
Art. 980-A, § 6º - Aplicam-se à empresa 
individual de responsabilidade limitada, no 
que couber, as regras previstas para as 
sociedades LIMITADAS. 
 
 
Tipos de Sociedades Empresárias: 
 
 LTDA (todos os sócios têm 
responsabilidade Limitada); 
 S/A (todos os sócios têm responsabilidade 
Limitada); 
 Em Comandita por Ações (alguns têm 
responsabilidade Limitada e outros, 
Ilimitada); 
 Em Comandita Simples (alguns têm 
responsabilidade Limitada e outros, 
Ilimitada); 
 Em Nome Coletivo (todos têm 
responsabilidade Ilimitada). 
 
Podem se Organizar sob a forma de: 
 
 Sociedades Simples “PURA” (reguladas 
nos artigos 997 a 1038 do código civil: se o 
contrato for omisso, todos os sócios 
respondem Subsidiariamente = 
responsabilidade Ilimitada!); 
 
 LTDA 
 Em Comandita SIMPLES 
 Em Nome Coletivo 
 
Art. 980-A, § 1º - o nome empresarial 
deverá ser formado pela inclusão da 
expressão "EIRELI" após a firma ou a 
denominação social da empresa individual 
de responsabilidade limitada. 
 
FIRMA + EIRELI 
OU 
Denominação + EIRELI 
 
 
 
26 
 
 
27 
 
 
FIRMA 
 
DENOMINAÇÃO 
 
 
Optativo indicar o ramo de Atividade 
 
Regra: TEM que indicar o ramo de atividade 
 
Exceção: no caso das S/A que usam o termo “Companhia”, o ramo 
de atividade é facultativo! 
 
 
Firma pode ser: Individual ou Social 
 
Denominação só pode ser SOCIAL 
 
 
Quem só pode usar FIRMA? 
 
Firma OU Denominação? 
 
Só DENOMINAÇÃO? 
 
 
 Empresário INDIVIDUAL 
 Em Nome Coletivo 
 Em Comandita SIMPLES 
 
 
 EIRELI 
 LTDA 
 Em Comandita por AÇÕES 
 
 
 S/A 
 
 
1 – Empresário INDIVIDUAL = só pode usar FIRMA! 
 Ex: João Maluco da Silva; João da Silva; Maluco da Silva; Silva; etc. 
 
 
 Firma 
2 – EIRELI OU + EIRELI no final 
 Denominação 
 
 
3 – Em Nome COLETIVO = só pode usar FIRMA: o nome de 1 (ou + de 1) sócio. 
 Supondo que seja 3 sócios: João Maluco da Silva; Maria Lesada Fulana; Pedro Paranoia Beltrano. 
 Ex1: João, Maria e Pedro. 
 Ex2: Maluco, Lesada e Paranoia. 
 Ex3: João e Lesada às vezes Pedro simplesmente não quis o nome dele na Firma Social! 
 Ex4: Maluco da Silva & CIA Mostra que é Firma SOCIAL e não individual! 
 
 
4 – Em Comandita SIMPLES = só pode usar FIRMA: e só pode ser o nome de 1 (ou + de 1) sócio que tenha 
Responsabilidade Ilimitada! 
 Supondo que seja 3 sócios: João Maluco da Silva; Maria Lesada Fulana; Pedro Paranoia Beltrano. 
 Ex1: Somente João tem responsabilidadeIlimitada = João & CIA; João Maluco & CIA; Silva & CIA; etc. 
 Ex2: João e Pedro têm responsabilidade Ilimitada = Maluco e Pedro; Maluco & CIA; Paranoia & CIA; etc. 
 
 
 Firma 
5 – Em Comandita por AÇÕES OU 
 Denominação 
 
 No caso de Firma, valem as mesmas regras usadas nas Sociedades Em Comandita SIMPLES! 
 No caso de DENOMINAÇÃO = qualquer palavra/expressão + objeto social + Em Comandita por Ações 
 Ex1: Blá construtora Comandita por Ações 
 Ex2: João Maluco Investidora Comandita por Ações 
 
 
 Firma 
6 – LTDA OU + LTDA/Limitada 
 Denominação 
 
 Firma: João, Maria e Pedro LTDA; Maluco e Lesada LTDA; Paranoia & CIA LTDA; etc. 
 Denominação = qualquer palavra/expressão + objeto social + LTDA 
 Ex1: Shit Aluguel de Imóveis LTDA 
 Ex2: Maluco e Lesada Aluguel de Imóveis LTDA 
 Ex3: Paranoia Aluguel de Imóveis LTDA 
 
28 
 
7 – S/A somente pode usar DENOMINAÇÃO! 
 
 
Sociedade Anônima ou S/A 
 
Companhia ou CIA 
 
 
No início 
No meio 
Ou no Fim 
 
SEMPRE no Início! 
 
Qualquer Palavra/expressão 
+ 
Objeto 
 
CIA 
+ 
Nome 
 
OBS: objeto é OPTATIVO! 
 
Ex1: Blá Eletrodomésticos S/A 
Ex2: Vixi S/A seguros 
Ex3: S/A Vixi Seguros 
 
Ex1: Companhia Vale do Rio Doce 
Ex2: CIA de Seguros Vixi 
 
 
 
OBS: Sociedades SIMPLES = somente podem usar DENOMINAÇÃO! 
 
 
 
 
Sociedades SIMPLES (PURAS) 
 
 
Regra: NÃO são empresárias e adotam regras próprias, diferentes das Sociedades Empresárias! 
 
 
Requisitos de Validade das Sociedades SIMPLES 
 
 
Requisitos GERAIS 
 
Requisitos ESPECÍFICOS 
 
 
Agente Capaz; 
 
Objeto Lícito 
 
Objeto Determinado/determinável; 
 
Forma Prescrita ou NÃO defesa em Lei; 
 
1°) TODOS os sócios TÊM que contribuir para a formação do capital social: 
 Capital é dividido em Quotas 
 Cada sócio terá um número X de quotas (= subscrição) 
 Cada sócio terá que pagar aquilo que subscreveu (= integralização) 
OBS: nas sociedades SIMPLES é permitido haver “Sócios de Indústria” = ou 
seja, sócios que contribuem para a formação da sociedade com Prestação de 
Serviços ao invés de contribuir com bens patrimoniais! 
 
2°) TODOS os sócios, OBRIGATORIAMENTE, terão participação nos Lucros 
e nas Perdas! 
OBS1: sócio de Indústria participa nos Lucros = se o contrato for omisso, 
participa pela MÉDIA dos demais sócios! 
OBS2: sócio de Indústria participa nas Perdas = com o trabalho (serviço) que 
ele despendeu e que não gerou lucro para ele 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
Requisitos de EXISTÊNCIA de Sociedades SIMPLES 
 
 
Pluralidade de Sócios 
 
Affectio Societatis 
 
 
Mínimo de 2 sócios para se iniciar uma sociedade. 
 
É o vinculo psicológico que unem os sócios. 
 
 
Ex: 2 sócios (João e Maria); João morre (ou desiste da 
sociedade): 
 
A – Maria terá 180 dias para conseguir outro sócio 
 
B – Maria poderá transformar essa sociedade Simples em 
EIRELI (desde que o capital social seja de, pelo menos, 100 
salários mínimos!). 
 
2 sócios (João e Maria: ele têm 60% e ela 40% do capital): 
 
Ex1: ambos desistem de continuar = vendem o patrimônio, 
pagam as dívidas e repartem o que sobrar (João fica com 
60% e Maria com 40%); 
Ex2: João desistiu = aí eles fazem uma Simulação (lícita), 
supondo que a empresa estivesse sendo dissolvida para, 
com isso, saberem qual é o patrimônio e as dívidas (assim, 
cada um saberá qual é sua parte). 
 
 
 
 
CONTRATO SOCIAL nas Sociedades SIMPLES 
 
Sociedades SIMPLES são sociedades Contratuais (organizadas através de um contrato que dita direitos e deveres dos 
sócios, administradores, funcionários, etc.). As Cláusulas previstas nesse contrato podem ser: 
 
 
ESSENCIAIS 
 
ACIDENTAIS 
 
 
Previstas no art. 997 do código civil = são as básicas, 
elementares, de maior importância. 
 
São as cláusulas secundárias, acessórias, de menor 
importância. 
 
Para serem alteradas, dependem de Aprovação UNÂNIME! 
 
Para serem alteradas, dependem de: 
Aprovação UNÂNIME (se assim estiver previsto) 
Maioria ABSOLUTA (se o contrato for Omisso). 
 
 
Cláusulas ESSENCIAIS Mínimas 
 
1 – Nome da Sociedade = só pode usar DENOMINAÇÃO! 
2 – Objeto Social = NÃO pode ser atividade empresarial! 
3 – Prazo de Existência da Sociedade 
 
 Determinado = data certa para a sociedade acabar 
 Indeterminado = contrato NÃO prevê data certa 
 
 OBS: o sócio tem direito de abandonar a sociedade (Direito de Retirada)? 
 Determinado = somente com Justa Causa 
 Resposta: sociedade com Prazo 
 Indeterminado = a qualquer tempo (basta comunicar) 
 
4 – Sede (sede Física: mesmo as que prestam serviços na internet devem ter sede física!) 
5 – Qualificação dos Sócios (nome, nacionalidade, domicílio, etc.) 
6 – Capital Social 
7 – Cotas de cada sócio e o modo de integralização dessa cotas 
8 – Participação dos sócios nos Lucros e nas Perdas = o quanto cada um vai ganhar (ou terá que arcar, caso haja prejuízo) 
depende do que eles combinaram no contrato. MAS, sendo o contrato omisso, aí esses valores são proporcionais à 
participação de cada sócio no capital social. 
OBS1: sócio de indústria lucra pela média dos demais (se o contrato for omisso) e arca com o prejuízo com seu trabalho! 
OBS2: É proibido haver sócio SEM participação nos Lucros (nem por contrato isso pode acontecer) 
9 – Prestações a que se obriga o sócio de Indústria (OBS: ele NÃO pode prestar os mesmos serviços FORA da sociedade, 
sob risco de exclusão e de ser privado dos seus lucros!). 
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10 – Responsabilidade dos Sócios: se o contrato for OMISSO = responsabilidade Ilimitada (subsidiária). É o que se entende 
pelos artigos abaixo: 
 
 Art. 997, inciso VIII (“se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais”). 
Art. 1.023 – “Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na proporção em que 
participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária”. 
Art. 1.024 – “Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de 
executados os bens sociais”. 
 
11 – Poderes e Atribuições dos Administradores 
 
 
NÃO confundir: 
 
 
Direito de REIRADA 
 
Exclusão JUDICIAL do Sócio 
 
 
Sócio decide cair fora 
 
Sócio é expulso 
 
 
Isso é feito Extrajudicialmente 
 
 
É feito Judicialmente 
 
Sociedade por prazo: 
 
 Determinado = é preciso justa causa 
 Indeterminado = basta notificar a sociedade 
 
 
Justa Causa 
+ 
Aprovação da MAIORIA do capital social! 
 
 
 
 
 
DISSOLUÇÃO = a sociedade acaba (TODOS os sócios se separam). São 5 hipóteses: 
 
 
 Consenso UNÂNIME dos sócios 
 
 Sociedade por prazo Indeterminado = deliberação da Maioria ABSOLUTA 
 
 Sociedade por prazo Determinado = venceu o prazo de duração 
 
 Sócio restante (unipessoalidade) NÃO encontrou outro sócio em 180 dias! 
 
 Extinção da Autorização (ex: instituições financeiras só funcionam com autorização do Estado; mineradoras também; 
etc.) 
 
 
 
OBRIGAÇÕES dos Sócios em Relação ao Capital Social 
 
Art. 1.004 – “os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele 
que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano 
emergente da mora”. 
 
3 pessoas (A;B;C) decidiram constituir uma sociedade cujo capital social será de 500 mil 
A = 200 mil (a serem pagos em 10 parcelas de 20 mil); 
B = 200 mil (à vista) 
C = 100 mil (à vista) 
“A” paga somente 6 parcelas (120 mil). Nesse caso, a sociedade terá que notificá-lo, cobrando os 80 mil restantes. “A” terá 30 
dias para pagar (caso contrário, ficará em Mora). 
 
Caso “A” NÃO pague (fique em Mora), poderá

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