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1. ESTATÍSTICA Abrangem métodos e procedimentos de coleta, classificação, descrição e análise de dados. A Análise Estatística pode ser dividida em duas grandes áreas: a estatística descritiva e a inferência estatística. A estatística descritiva faz a análise exploratória dos dados através de tabelas e gráficos, da média, moda, mediana, variância e desvio padrão. A inferência estatística faz afirmações sobre características de uma população. VARIÁVEIS Na área da saúde coleta-se dados para serem utilizados em questões de interesse da área como eficiência de medicamentos, causas de mortes, incidência de doenças etc. Esses dados são chamados de variáveis e podem ser classificados como qualitativas e quantitativas. Uma variável é qualitativa quando os dados podem ser distribuídos em categorias mutuamente exclusivas e pode ser subdividida em: qualitativa nominal (exemplos: sexo, cor, causa de morte, grupo sanguíneo) e qualitativa ordinal. Uma variável é qualitativa ordinal quando os dados podem ser distribuídos em categorias mutuamente exclusivas que têm ordenação natural. Exemplos: grau de instrução, status social, aparência, estágio de doença. Uma variável é quantitativa quando é expressa por números e pode ser subdividida em discreta e contínua. Uma variável é discreta quando só pode ser expressa por valores inteiros. Exemplos: números de filhos, número de cáries dentárias. Uma variável é contínua quando pode ser expressa através de números fracionários. Exemplos: idade (anos), peso (g), altura (cm). 2. APURAÇÃO DOS DADOS Processo no qual conta-se o número de vezes que a variável assume um determinado valor ( freqüência de ocorrência ) Distribuição de freqüência é a correspondência entre categorias (valores) e freqüência de ocorrência. Pode ser expressa por valores pontuais e por valores em intervalos de classe. Intervalo de classe é o conjunto de observações contidas entre dois valores limite (limite inferior e limite superior). Os intervalos de classe devem ser mutuamente exclusivos (um indivíduo não pode ser classificado em dois intervalos ao mesmo tempo) e exaustivos (nenhum indivíduo pode ficar sem classificação). Notação X: variável x: valor assumido pela variável Apresentação pontual Exemplo: 10 indivíduos X: número de filhos x: 0,0,0,1,2,2,2,2,5,6 Apuração Apresentação por intervalos de classe Exemplo: 7 indivíduos X: idade (anos) Apuração x: 5,5,10,15,16,20,22 3. POPULAÇÃO E AMOSTRA População é o conjunto de elementos que têm, em comum, determinada característica. As populações podem ser finitas ou infinitas. Amostra é um subconjunto não vazio e com menor número de elementos do que a população. Quando são coletadas informações de toda a população, foi feito um recenseamento. Quando são coletadas informações de apenas parte da população, foi feita uma amostragem. O pesquisador que trabalha com amostra sempre pretende fazer uma inferência, isto é, estender os resultados da amostra para toda a população. 4. TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM Técnica de amostragem é o procedimento usado para escolher os elementos que irão compor a amostra. Amostra casual simples é composta por elementos retirados ao acaso da população. Na amostra sistemática os elementos são escolhidos não por acaso, mas por um sistema. A amostra estratificada é composta por elementos provenientes de todos os estratos da população. A amostra de conveniência é formada por elementos que o pesquisador reuniu simplesmente porque dispunha deles. Os dados coletados podem ser apresentados através de tabelas e gráficos. 5. TABELAS Número de filhos frequência 0 1 2 5 6 3 1 4 1 1 Idade Frequência 5 I-- 10 10 I—15 15 I—20 20 I-- 25 2 1 2 2 2 2 As tabelas têm título, corpo, cabeçalho e coluna indicadora. O título explica o que a tabela contém e responde às seguintes questões: o que (natureza do fato estudado), como (variáveis), onde e quando. O corpo é formado pelas linhas e colunas de dados. O cabeçalho especifica o conteúdo das colunas. A coluna indicadora especifica o conteúdo das linhas. As tabelas podem conter fonte, notas e chamadas. A fonte dá a indicação da entidade ou do pesquisador que forneceu ou publicou os dados. As notas devem esclarecer aspectos relevantes do levantamento dos dados ou apuração. As chamadas dão esclarecimentos sobre os dados. Devem ser feitas através de algarismos arábicos escritos entre parênteses, e colocadas a direita da coluna. Toda tabela deve ser limitada por traços horizontais. Podem ser feitos traços verticais para separar as colunas, mas não para delimitar a tabela. As tabelas podem apresentar as freqüências, freqüências relativas e o total. Numa tabela nenhuma linha ou coluna deve ficar em branco. Usa-se: - quando o valor numérico é nulo, ... quando não se dispõe do dado, 0/ 0,0/ 0,00 quando o valor numérico é muito pequeno e ? quando há dúvidas quanto à exatidão da frequência. Tabela 1. Número de casos registrados de intoxicação humana, segundo a causa determinante. Brasil, 1993 Causa Freqüência Acidente Abuso Suicídio Profissional Outras Ignorada 29.601 2.604 7.965 3.735 1.959 1.103 Fonte: MS/FIOCRUZ Na tabela 1, o título é: Casos registrados intoxicação humana, segundo a causa determinante. Brasil, 1993. O cabeçalho é: Causa Freqüência A coluna indicadora é: Acidente Abuso Suicídio Profissional Outras Ignorada O corpo da tabela é formado por: 29.601 2.604 7.965 3.735 1.959 1.103 Tabela 2. Distribuição em número e porcentagem de casos registrados de intoxicação humana, segundo a causa determinante. Brasil, 1993 Causa Freqüência Freqüência relativa (%) Acidente Abuso Suicídio Profissional Outras Ignorada 29.601 2.604 7.965 3.735 1.959 1.103 64,23 5,64 17,32 8,12 4,26 2,40 Total 45.974 100 Fonte:MS/FIOCRUZ 3 3 5.1. Tabelas de distribuição de freqüências As tabelas com muitos dados podem ser organizadas em tabelas de distribuição de frequências. Consideremos os seguintes dados coletados Peso ao nascer de nascidos vivos, em quilogramas na Maternidade X, 30/02/3000 2,5 2,4 2,4 2,6 2,5 2,7 1,9 2,9 2,7 2,8 3,1 2,1 3,5 3,4 3,2 2,2 3,4 3,4 3,1 3,4 1,5 3,5 4,3 3,2 3,5 2,6 3,1 4,1 2,8 2,6 2,7 2,5 4,2 2,7 2,1 4,1 2,7 2,8 2,9 2,2 2,5 1,9 4,1 3,1 3,3 3,8 2,4 4,5 3,2 3,1 3,4 2,9 3,4 2,8 3,2 Vamos definir as faixas de intervalos de peso, que chamaremos de classe. Nos dados acima, o menor valor é 1,5kg e o maior valor é 4,3kg. Podem então ser definidas as seguintes classes: de 1,5 a 2,0kg, de 2,0 a 2,5kg, de 2,5 a 3,0kg, de 3,0 a 3,5kg, de 3,5 a 4,0kg, de 4,0 a 4,5kg. Não existe um número ideal de classes. É mais fácil trabalhar com intervalos de classes iguais. No intervalo de 1,5 a 2,0 kg serão considerados valores de 1,5kg até 1,99999 kg. Numa tabela de distribuição de freqüências podem ser apresentados os pontos médios dos intervalos.O ponto médio é dado pela soma dos extremos da classe, dividida por dois. Uma tabela típica de distribuição de freqüências tem três colunas: classe, ponto médio e frequência. Tabela 3. Distribuição em número do peso ao nascer de nascidos vivos, em quilogramas na Maternidade X em 30/2/3000 Classe Ponto Médio Freqüência 1,5 I-- 2,0 1,75 2,0 I-- 2,5 2,25 2,5 I-- 3,0 2,75 3,0 I-- 3,5 3,25 3,5 I-- 4,0 3,75 4,0 I-- 4,5 4,25 Fonte: Y 6. GRÁFICO Todo gráfico deve apresentar título e escala. O título pode ser colocado tanto acima como abaixo do gráfico. As escalas devem crescer da esquerda para a direita e de baixo para cima. As legendas explicativas devem ser colocadas, de preferência, à direita do gráfico. Estudaremos o gráfico de barras, o gráfico de setores circulares, o histograma. O gráfico de barras é utilizado para variáveis ordinais, nominais e discretas. Neste tipo de gráfico as barras apresentam-se separadas uma das outras. É conveniente que as barras apresentem a mesma base. Exceção: série histórica (tempo): usa-se o diagrama linear. O gráfico de setores circulares é usado para variáveis qualitativas (ordinais e nominais). O histograma é utilizado para variáveis contínuas. Fonte: MS Dados da tabela 4 Tabela 4. Distribuição em número e porcentagem de internações em estabelecimentos de saúde, por espécie de clínica, São Paulo, 3001. Espécie de clínica Freqüência Freqüência relativa (%) Médica 6457923 32,51 Ginecologia 3918308 19,73 Cirurgia 3031075 15,26 Pediatria 2943939 14,82 Outras 3513186 17,69 4 4 Gráfico de Barras Gráfico de Setor Circular (pizza) 0 5 10 15 20 25 30 35 Médica Ginecologia Cirurgia Pediatria Outras P o rc e n ta g e m Tipo de Clínica Distribuição em porcentagem de internações em estabelecimentos de saúde, por espécie de clínica, São Paulo, 3001 Distribuição em número de internações em estabelecimentos de saúde, por espécie de clínica, São Paulo, 3001. Médica Ginecologia Cirurgia Pediatria Outras Fonte: MS Fonte: MS Histograma (dados da tabela 3) 0 5 10 15 20 fr e q u ê n c ia peso (Kg) . Distribuição em número do peso ao nascer de nascidos vivos, em quilogramas na Maternidade X em 30/2/3000 1,5 I-- 2,0 2,0I-- 2,5 2,5 I-- 3,0 3,0 I-- 3,5 3,5 I-- 4,0 4,0 I-- 4,5 Fonte: Y Síntese: Estatística é uma ciência que utiliza números para descrever fatos. Esses dados devem ser organizados, analisados e interpretados para que permitam a tomada de decisões. Eles podem se referir a todos os elementos de um conjunto (POPULAÇÃO) ou apenas a uma parcela dos elementos desse conjunto (AMOSTRA). Os dados estatísticos podem ser representados por tabelas ou gráficos. Um gráfico mostra as tendências melhor do que as tabelas e ajudam a interpretar o fenômeno. 7. MÉDIA, MODA E MEDIANA Para analisar e interpretar um conjunto de dados numéricos, podemos utilizar um valor que represente esse conjunto: média aritmética, moda ou mediana. Esse valor é apenas parte da informação dada, mas pode ser o suficiente para resumir a informação do conjunto de dados. Média aritmética (Ma ou x ) de um conjunto de n valores x1,x2,...,xn é o quociente entre a soma dos n valores e o número n de valores desse conjunto. Moda (Mo) de um conjunto de n valores é o valor que aparece com maior freqüência. Mediana (Md) de um conjunto de n valores é o valor que ocupa a posição central quando esses dados são colocados em ordem crescente ou decrescente.
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