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Prof. Esp. Lucas Manoel L. Santos UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS NATURAIS Conceição do Araguaia – PA, Fevereiro de 2015. Tecido Epitelial Tecido Os tecidos que constituem os diversos órgãos do corpo são constituídos por células mais a matriz extracelular, que e produzida pelas células. A matriz e quase inexistente em alguns tecidos, porem em outros e abundante e contêm macromoléculas importantes do ponto de vista estrutural e funcional; Apesar da complexidade do organismo dos mamíferos, há apenas quatro tipos básicos de tecidos: 1. Epitelial; 2. Conjuntivo; 3. Muscular; 4. Nervoso; Tecido O tecido conjuntivo caracteriza-se pela riqueza em material extracelular produzido por suas células. O tecido muscular e formado por células alongadas especializadas na contração. O tecido nervoso e formado por células com prolongamentos, especializadas em receber, gerar e transmitir os impulsos nervosos. Os epitélios são constituídos por células geralmente poliédricas, justapostas, entre as quais se encontra pouca substancia extracelular. Tec. Epitelial. Carac. Gerais Geralmente, as células epiteliais aderem firmemente umas as outras, formando camadas celulares continuas que revestem a superfície externa e as cavidades do corpo (boca, fossas nasais, tubo digestivo, etc.). Além destes epitélios de revestimento, distinguem-se os epitélios glandulares, formados de células especializadas na produção de secreção. Ha ainda epitélios especializados na captação de estímulos (cheiro, gosto) provenientes do ambiente, são os neuroepiteliais. Tec. Epitelial. Carac. Gerais Os epitélios de revestimento dividem o organismo em compartimentos funcionais e têm papel importante na absorção dos nutrientes (revestimento da superfície interna do intestino). A forma das células epiteliais varia muito, desde células achatadas como ladrilhos, até células prismáticas altas, com todas as formas intermediarias (Fig. 4.1A, B e C). A justaposição das células epiteliais em camadas explica o fato de serem geralmente poliédricas. Tec. Epitelial. Carac. Gerais Fato análogo ocorreria se apertássemos varias bolas de borracha dentro de um espaço limitado. Geralmente a forma do núcleo acompanha a forma da célula: células cubicas apresentam núcleo esférico; ao passo que células prismáticas têm núcleo elíptico; O eixo maior dos núcleos acompanha o eixo maior das células (Fig. 4.1C). Como frequentemente não se veem limites nítidos entre as células epiteliais, a forma dos seus núcleos da indiretamente, uma ideia da forma das células e indica se elas estão dispostas em uma ou em varias camadas (Fig. 4.2A, B, C e D). Tec. Epitelial e o Glicocálix O glicocálice ou glicocálix e uma camada muito rica em glicoproteínas que reveste as células. Essas glicoproteínas tomam parte nos processos celulares de pinocitose, de adesão entre células, em fenômenos imunológicos e em outros processos vitais. Na pinocitose, o glicocálice participa da retenção de partículas na superfície celular. O glicocálice não e característica exclusiva dos epitélios, ocorrendo também em células não epiteliais. Tec. Epitelial e a Lâmina Basal A Lâmina Basal separa e prende o epitélio ao tecido conjuntivo adjacente, permitindo porém a passagem de diversas moléculas. Os epitélios apresentam, na sua superfície de contato com o tecido conjuntivo, uma estrutura chamada lamina basal (Fig. 4.3). Essa estrutura, que tem espessura de 20 a 100 nm, e formada principalmente por: colágeno tipo IV, uma glicoproteína denominada laminina e proteoglicanas, sendo sintetizada pelas células epiteliais. Tec. Epitelial e o Glicocálix Devido as suas dimensões reduzidas, a lâmina basal e visível ao microscópio eletrônico. Em determinadas regiões do organismo, verifica-se, em continuação a lamina basal, um acumulo de fibras reticulares (ver Cap. 5), complexos de proteínas e glicoproteínas, formando um conjunto que e visível ao microscópio óptico. A associação da lamina basal com esta estrutura chama-se membrana basal (Figs. 4.3 e 4.4). Em alguns locais, como nos alvéolos pulmonares e nos glomérulos renais, a membrana basal e formada pela fusão de duas laminas basais e se localiza entre camadas de células epiteliais. Tec. Epitelial e o Glicocálix Nos epitélios sujeitos a atrito forte, como na pele, por exemplo, a lâmina basal fixa-se ao tecido conjuntivo subjacente por meio de finas fibrilas de colágeno tipo VII, chamadas fibrilas de ancoragem (Fig. 4.5). A lâmina basal não e exclusiva das células epiteliais, sendo encontrada, por exemplo, em torno das células musculares, células de Schwann (tecido nervoso) e células adiposas. Trata-se de uma estrutura de grande significado funcional, tanto no organismo adulto, como durante o desenvolvimento embrionário, quando as células migram para suas localizações corretas apoiando-se nas laminas basais. Tec. Epitelial e o Glicocálix As mutações que modificam as proteínas normais da lamina basal afetam gravemente a organogenese. No adulto, durante os processos de cicatrização, e na regeneração do tecido muscular liso e dos prolongamentos das células nervosas, por exemplo, as células migram apoiadas e guiadas pelas laminas basais. O movimento de células requer um substrato sólido onde elas se possam apoiar (suspensas em meio líquido, as células são imóveis). As células epiteliais são polarizadas A maioria das células epiteliais apresenta uma estrutura diferente, conforme a extremidade do citoplasma que e observada. Organelas, vesículas de secreção, material de deposito (inclusões) não se distribuem de modo uniforme no citoplasma localizado nos dois lados do núcleo celular. Certas estruturas predominam num polo, enquanto outras predominam no outro polo, conforme a atividade funcional da célula. Convencionou-se chamar de polo basal da célula a porção em contato com a lamina basal e polo apical a porção que esta na direção oposta. Essa especialização intracelular e chamada polaridade celular, e não é exclusiva das células epiteliais. As células epiteliais apresentam estruturas para aumentar a superfície ou movimentar partículas M ICROVILOS Quando examinadas no microscópio eletrônico, muitas células apresentam um número muito variável de projeções da superfície, com forma de dedo de luva, chamadas de microvilos. As células epiteliais com função de absorção, como no intestino e nos túbulos contorcidos do rim, apresentam na superfície livre milhares de microvilos (Figs. 4.6,4.7 e 4.9). Frequentemente, nos microvilos, o revestimento glicoproteico (glicocálice) apresenta-se mais denso (Fig. 4.11). Os microvilos aumentam muito a superfície das células, o que facilita a absorção. As células epiteliais apresentam estruturas para aumentar a superfície ou movimentar partículas ESTEREOCILIOS São estruturas imóveis, de distribuição restrita, encontradas na região apical das células de revestimento do epidídimo e do canal deferente. São constituídos por longos prolongamentos citoplasmáticos, que podem anastomosar-seentre si. O nome estereocilio e inadequado, porque sugere função e estrutura semelhantes a cílio, o que não ocorre. Os estereocilios aumentam a superfície celular, facilitando o transito de moléculas para dentro e para fora das células. Apesar do nome, tem semelhança com os microvilos e não com os cílios. As células epiteliais apresentam estruturas para aumentar a superfície ou movimentar partículas CÍLIOS E FLAGELOS Na superfície de certas células epiteliais existe grande quantidade de estruturas moveis e alongadas chamadas Cílios (Fig. 4.12). Ao microscópio eletrônico, eles geralmente se apresentam como formações cilíndricas, revestidas pela membrana celular, contendo no centro um par de microtubulos isolados e, na periferia, nove pares de microtubulos fundidos dois a dois e dispostos circularmente (Fig. 4.12). Os cílios inserem-se nos corpúsculos basais localizados no polo apical da célula logo abaixo da membrana celular (Fig. 4.12), e que apresentam uma estrutura semelhante a dos centríolos. As células epiteliais apresentam estruturas para aumentar a superfície ou movimentar partículas CÍLIOS E FLAGELOS O movimento ciliar e coordenado, provocando uma corrente de fluido em uma só direção, na superfície epitelial. Os movimentos ciliares resultam da atividade dos microtubulos, que utilizam a energia fornecida por moléculas de ATP. Calcula-se que uma célula ciliada da traqueia tenha, em media, 250 cílios na sua superfície apical. Os flagelos, que no organismo humano existem apenas nos espermatozoides, tem estrutura semelhante a dos cílios, porem são muito mais longos e, normalmente, cada espermatozoide tem apenas um flagelo. As funções básicas dos epitélios As funções básicas dos epitélios são de revestir, separando compartimentos, e secretar; E comum c1assificar os epitélios, de acordo com sua estrutura e função, em dois grandes grupos: os de revestimento e os glandulares. Este critério e um tanto arbitrário, pois existem epitélios de revestimento onde todas as células secretam (e o caso do epitélio de revestimento do estomago) Ou então onde apenas algumas células são secretoras, como, por exemplo, os epitélios da traqueia e do intestino, que contêm células caliciformes, secretoras de muco. Camadas epiteliais De acordo com as condições funcionais locais, os epitélios de revestimento podem ter uma ou mais camadas de células; Os epitélios de revestimento são tecidos cujas células se dispõem em camadas, recobrindo a superfície externa ou as cavidades do corpo (Tabela 4.1 ). Estão sempre apoiados numa camada de tecido conjuntivo que contêm os vasos sanguíneos cujo sangue nutre o epitélio. Camadas epiteliais Esses epitélios são classificados tendo em vista o número de camadas constituintes e a forma das células na camada mais superficial. Pelo primeiro critério, os epitélios podem ser simples ou estratificados, segundo tenham uma só ou mais de uma camada de células. Os epitélios simples subdividem-se, de acordo com a forma de suas células, em pavimentosos, cúbicos e prismáticos, também chamados de colunares ou cilíndricos (Figs. 4.1 e 4.13). Camadas epiteliais Os endotélios dos vasos e mesotélios das cavidades pleural, peritoneal e pericárdica são exemplos de epitélios simples pavimentosos (Fig. 4.13A). Na superfície do ovário observa-se a epitélio cubico simples (Fig. 4.13B). Um epitélio simples prismático e ciliado encontra-se representado na Fig. 4.13C. Nos epitélios estratificados, a classificação baseia-se na forma das células da camada mais superficial do epitélio. Camadas epiteliais Os epitélios estratificados mais frequentes são as pavimentosos, os prismáticos e a de transição (Figs. 4.2 e 4.14). Um tipo especial de epitélio simples e a chamado epitélio pseudo-estratificado, que recebeu este nome porque, apesar de apresentar núcleos em varias alturas, todas as suas células atingem a lamina basal. Trata-se, na realidade, de um epitélio constituído par uma só camada de células de diversas alturas, cujos núcleos se dispõem em diferentes níveis. Um exemplo e a epitélio pseudo-estratificado ciliado das vias respirat6rias (Figs. 4.20 e 4.14C). Camadas epiteliais O epitélio estratificado pavimentoso e encontrado principalmente na pele. E constituído par varias camadas celulares e nota-se que as células vão se achatando a medida que se aproximam da superfície (Fig. 4.2A, 4.2B e 4.14A). O epitélio estratificado prismático tem uma distribuição reduzida; um exemplo e a revestimento da conjuntiva do olho humano. o epitélio estratificado, chamado de transição, que reveste internamente a bexiga, caracteriza-se pelo fato de suas células superficiais não serem nem pavimentosas nem prismáticas, mas globosas (Figs. 4.2C e 4.14B). Camadas epiteliais Nesse epitélio, o número de camadas e a forma das células superficiais variam conforme o órgão esteja distendido ou não. Chama-se mucosa ao conjunto constituído por epitélio mais tecido conjuntivo, que reveste cavidades unidas, como a boca, bexiga, intestino, em contraste com a pele, onde a superfície e seca. O tecido conjuntivo das mucosas recebe o nome de lâmina própria ou córion. Os neuroepitélios são constituídos por células epiteliais com função sensorial encontradas nos órgãos da audição, da olfato e da gustação, geralmente ao lado do epitélio de revestimento. Camadas Epiteliais Com raras exceções os vasos sanguíneos não penetram nos epitélios, de modo que a nutrição dos epitélios e feita por difusão através do tecido conjuntivo, da membrana basal e de um numero variável de camadas celulares, para atingir as células mais superficiais dos epitélios estratificados. O tecido epitelial geralmente apresenta fibras nervosas sensoriais, que acabam em terminações nervosas livres, constituindo, as vezes, uma rica rede intra-epitelial, conferindo grande sensibilidade ao epitélio. Um exemplo e o epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado da córnea, que e um dos epitélios mais ricas em terminações nervosas. Células epiteliais glandulares Os epitélios glandulares são constituídos por células que apresentam como atividade característica a produção de secreções. Quase sempre as produtos elaborados pelas células glandulares são acumulados temporariamente no citoplasma, sob a forma de pequenas partículas envolvidas por membrana, as vesículas ou grânulos de secreção. Ha células que secretam proteínas (pâncreas), lipídios (adrenal e glândulas sebáceas) ou complexo de carboidratos e proteínas (glândulas salivares). As glândulas mamarias secretam o leite, que contem as três tipos de moléculas mencionadas: lipídios, proteínas e carboidratos. Células epiteliais glandulares Os epitélios glandulares são constituídos por células que apresentam como atividade característica a produção de secreções. Quase sempre as produtos elaborados pelas células glandulares são acumulados temporariamente no citoplasma, sob a forma de pequenas partículas envolvidas por membrana, as vesículas ou grânulos de secreção. Ha células que secretam proteínas (pâncreas), lipídios (adrenal e glândulas sebáceas) ou complexo de carboidratos e proteínas(glândulas salivares). As glândulas mamarias secretam o leite, que contem as três tipos de moléculas mencionadas: lipídios, proteínas e carboidratos. Células epiteliais glandulares Os epitélios glandulares formam órgãos denominados glândulas. Quando cada célula secretora aparece isolada, a glândula e unicelular. E o caso das células mucosas calciformes da traqueia e brônquios. A maioria das glândulas, porem, são pluricelular. As glândulas originam-se pela proliferação das células de epitélios de revestimento, com invasão do tecido conjuntivo subjacente e posterior diferenciação (Fig. 4.15). Células epiteliais glandulares Nas glândulas exócrinas, a produto de secreção vai ter a superfície epitelial livre através de ductos. As glândulas endócrinas não tem ductos excretores e a produto de secreções lançado no meio extracelular, de onde e transportado pelo sangue. As glândulas são órgãos envolvidos por uma capsula de tecido conjuntivo que emite septos, dividindo-as em lobos que, na maio ria, são subdivididos em unidades menores, os lóbulos. Vasos sanguíneos e nervos penetram na glândula dentro dos septos de tecido conjuntivo, fornecendo nutrientes e estimulo nervoso para as funções glandulares. Células epiteliais glandulares De acordo com a maneira pela qual o produto de secreção sai das células, as glândulas podem ser merócrinas, holócrinas e apócrinas. No primeiro caso saem só os produtos de secreções, o que se observa no pâncreas e nas glândulas salivares. Nas glândulas holócrinas, a célula toda se destaca da glândula, arrastando consigo a seu produto de secreção acumulado, como ocorre na glândula sebácea. Células epiteliais glandulares As glândulas apócrinas são intermediarias. Nelas o produto de secreções eliminado juntamente com pequena parte do citoplasma apical. Este tipo de secreções ocorrem certas glândulas sudoríparas Células epiteliais glandulares Glândulas endócrinas. De acordo com o arranjo das células epiteliais, são classificadas em dois tipos: Glândula tipo cordonal, cujas células se dispõem em cordões maciços que se anastomosam entre si e ficam separados por capilares sanguíneos dilatados, que recolhem os produtos elaborados pela glândula. São exemplos a adrenal, hipófise e paratireoide (Fig. 4.15). Glândula tipo vesicular, cujas células se agrupam formando vesículas, constituídas por uma só camada de células, limitando um espaço onde a secreção se acumula temporariamente. É o que acontece na tireóide (Fig.4.15). Células epiteliais glandulares Glandulas exocrinas Nestas glândulas geralmente se distinguem duas partes: a porão o secretora e o ducto excretor, que transporta o produto de secreção para o exterior da glândula (Fig. 4.16). Quando as glândulas tem um ducto único que não se divide, trata-se de uma glândula simples. Em contraposição, quando os ductos se dividem, a glândula e chamada composta. De outro lado, a forma da porção secretora permite separar as glândulas em acinosas e tubulosas, conforme seu aspecto, que pode ser de bagos de uva ou de túbulos alongados. Células epiteliais glandulares Os ácinos de luz ampla muitas vezes são chamados de alvéolos. A associação das partes secretoras mencionadas forma as glândulas tubuloacinosas e as tubuloalveolares. Quanto a parte secretora, as glândulas podem ser ramificadas ou nao. A Fig. 4.16 mostra, esquematicamente, os principais tipos de glândulas exócrinas encontrados nos mamíferos. Não e raro encontrar glândulas que tenham ao mesmo tempo func;6es ex6crinas e end6crinas. Células epiteliais glandulares As células do fígado, por exemplo, secretam a bile num sistema de ductos e, simultaneamente, lançam secreções endócrinas nos vasos sanguíneos. No pâncreas existem grupos de células especializadas (as células que formam as ilhotas de Langherans) com função endócrina e que se dispõem entre as células acenosas exócrinas, que secretam enzimas digestivas. Estas enzimas, que constituem a secreção exócrina, são recolhidas por um sistema de ductos excretores por onde fluem ate o duodeno.
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