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Trypanosoma É do subfilo Sarcomastigophora, da ordem kinetoplastida = que possuem cinetoplasto, é uma organela especializada pela geração de energia para batimento do flagelo. O Trypanosoma possui UM FLAGELO que, diferente da Leishmania, sai da porção posterior da célula formando uma MEMBRANA ONDULANTE. São da família Trypanosomatidae e do gênero Trypanosoma. Possui espécies divididas em dois grupos, GRUPO SALIVARIA E GRUPO STERCORARIA, em que se encontram protozoários que ficam na saliva dos insetos vetores e nas fezes dos vetores, respectivamente. Sua forma infectante é TRIPOMASTIGOTA e fica livre no sangue por ser grande demais para ficar dentro das hemácias ou outras células sanguíneas. A espécie de maior importância veterinária é a Trypanosoma vivax, uma espécie do grupo salivaria que infecta bovinos. Transmissão: 1. Cíclica: o protozoário sofre modificações no inseto vetor. 2. Acíclica ou mecânica: sem transformações do protozoário no vetor. OBS: TRANSMISSÃO IATROGÊNICA: passada por agulhas de animal para animal, assim, em animais sob pressão de produção, como no gado leiteiro, em que há uma forte demanda e em alguns lugares do Brasil há o uso de ocitocina diariamente sendo aplicada no rebanho usando-se a mesma agulha para quase todos, senão todos os animais, assim se algum estiver infectado, todos do rebanho passarão a se infectar. Trypanosoma vivax: Do grupo salivaria; Seus hospedeiros definitivos são animais domésticos, principalmente bovinos, e silvestres que podem ser reservatórios dos parasitas. Os hospedeiros intermediários são as moscas Glossina morsitans, ou tsé-tsé. O T. vivax causa a doença conhecida como DOENÇA DO SONO, tem sintomas parecidos com a tristeza parasitária, porém com os tratamentos para a babésia, protozoário que causa a tristeza, não há melhoras dos animais com a doença do sono sendo assim chamada pelos proprietários de tristeza parasitária que não cura. Alguns sintomas são a letargia do animal, anorexia, anemia, febre, diminuição da fertilidade, aborto, diarreia, alterações hepáticas, cardíacas e renais e equimose no coração (manchas roxas no coração). Diagnóstico: - Possível através de SOROLOGIA E ESFREGAÇO apenas na fase aguda da doença e ainda assim o esfregaço possui apenas 10% de sensibilidade. - Na fase crônica pode ser diagnosticado por testes moleculares como o PCR. Tratamento: O tratamento é realizado por um ano com 4 aplicações, no mínimo, em todo o rebanho de cloridrato de isometamidium (Vivedium). Trypanosoma evansi: Do grupo salivaria; Seus principais hospedeiros são equinos e camelos. São transmitidos pelos tabanídeos (mutucas) principalmente do gênero Stomoxys, e por morcegos hematófagos. Os T. evansi causam a doença conhecida como MAL DAS CADEIRAS OU SURRA, em que os animais apresentam dificuldades de locomoção dos membros pélvicos. Seus sinais clínicos são semelhantes aos da doença do sono com edemas nas regiões pélvicas. Trypanosoma equiperdum: Do grupo salivaria; Seus hospedeiros são os equinos, e diferente das outras doenças causadas pelo Trypanosoma, nas quais os protozoários ficam no e/ou na linfa, nesta doença conhecida como MAL DO COITO OU DURINA, os protozoários se localizam no trato urogenital de machos e fêmeas (doença venérea). Seus sinais clínicos são edema abdominal ventral e edema genital, placas urticariformes e emagrecimento progressivo. É transmitida pelo coito. Trypanosoma suis: Também do grupo salivaria, infecta suínos porém sem sinais clínicos = sem importância veterinária. Ciclo biológico: Das espécies que permanecem no sangue ou na linfa, ou seja, exceto do T. equiperdum. 1. Inseto vetor com a forma EPIMASTIGOTA picam mamífero saudável. 2. Epimastigota se torna tripomastigota no sangue do mamífero = mamífero infectado. 3. No mamífero o Trypanosoma se reproduz por divisão binária. 4. Inseto vetor saudável pica mamífero infectado e se infecta com as formas tripomastigotas que em seu trato intestinal se reproduzem e se tornam a forma epimastigota.