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MATERIAL DO AULAO

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Tema: Alteridade em falta no contexto da diversidade 
 
 Na contemporaneidade, é raro o indivíduo que se coloca no lugar do outro e que 
respeita as diferenças existentes entre eles. A falta desse sentimento de empatia em um 
contexto de diversidade cultural provoca, perigosamente, situações de intolerância e 
acentua as desigualdades sociais. 
 Esses episódios de falta de senso de alteridade e desrespeito à pluralidade de 
crenças e opiniões podem ser vistos em diferentes esferas da sociedade. No âmbito político 
e social, verifica-se que as pessoas não aceitam pontos de vistas diferentes. É o que se vê 
nas discussões altamente polarizadas, em que os dois lados se acusam mutuamente de 
promoverem ideias autoritárias. Nesse cenário de divergência acentuada, surgem os 
discursos de ódio nas redes sociais: mensagens que disseminam discriminação, hostilidade 
e violência. Crescem, também, atitudes explicitamente xenófobas ao redor do mundo. É o 
caso das políticas imigratórias de certos países europeus, sobretudo em relação aos 
refugiados sírios, e dos Estados Unidos, desde que Donald Trump assumiu a presidência. 
 Nesse contexto, as estratificações sociais são acentuadas pelo etnocentrismo da 
sociedade. Essa aversão ao pluralismo, muitas vezes, promove a marginalização social da 
parcela da população que não se enquadra na cultura dominante. Isso porque a elite do 
país, por não se colocar no lugar do outro, ignora os problemas dos menos favorecidos. 
Dessa forma, há a promoção de políticas que aumentam a invisibilidade social. Isso é 
claramente percebido no modo com que os dependentes de crack da Cracolândia são 
tratados pelo poder público, nas críticas ao Bolsa Família, programa de eficácia 
reconhecida internacionalmente, e até mesmo na reforma trabalhista, aprovada sem o 
devido debate público. Assim, perpetua-se a falta de empatia e agrava-se a disparidade 
social. 
 Pode-se afirmar, portanto, que a ausência de alteridade no mundo atual é 
responsável por situações de desrespeito, incompreensão, individualismo e até violência. 
As escolas deviam incluir desde cedo em suas práticas a promoção da diversidade cultural 
como forma de ensinar a todos que a diferença deve ser acolhida e respeitada. 
 
 
 
 
 
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Tema: Diversidade como estopim para a intolerância 
 
A diversidade está relacionada a ideias de multiplicidade e heterogeneidade, que são 
intrínsecas à nossa existência. Apesar disso, discursos de ódio e de intolerância evidenciam 
que a sociedade não sabe lidar com as diferenças. 
A percepção dos indivíduos é construída de modo a enxergar o diferente como um 
problema. Uma das causas para isso é a forma com que os meios de comunicação 
constroem e divulgam padrões de beleza, modos de se vestir e até modelos de 
pensamento. Assim, aqueles que não se encaixam nos estereótipos midiáticos são 
rejeitados socialmente. Soma-se a isso, a intensa competitividade promovida pelo 
capitalismo. Como consequência, há a construção de personalidades autocentradas e 
pouco empáticas. É o que se percebe nas críticas às cotas sociais em universidades 
públicas feitas por indivíduos privilegiados socialmente. 
Esse modelo social cada vez mais etnocêntrico cria um ambiente prolífico em 
discursos violentos, principalmente no que se refere a questões sexuais e raciais. Em 
relação à sexualidade, destaca-se a hostilidade sofrida pela comunidade LGBT. Na mesma 
medida em que homossexuais e transexuais começam a ganhar representatividade em 
filmes e programas de televisão, também crescem os ataques homofóbicos. Em 2017, 445 
lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais foram mortos em crimes motivados por 
homofobia, 30% a mais que no ano anterior segundo levantamento realizado pelo Grupo 
Gay da Bahia. Já o racismo contra negros no Brasil ainda é intenso. Os ataques raciais na 
internet sofridos pela apresentadora do Jornal Nacional Maju ganharam destaque na mídia, 
assim como os comentários pejorativos contra Titi, filha dos atores Bruno Gagliasso e 
Giovanna Ewbank. 
A diversidade, portanto, tem impulsionado o sectarismo na sociedade. Diante disso, 
os movimentos sociais deveriam fazer pressão para que a mídia incluísse indivíduos 
distintos e representativos da heterogeneidade brasileira. 
 
 
 
 
 
 
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Tema: Padronização estética no contexto dos estereótipos 
 
 No contexto atual, não é difícil estabelecer uma correlação entre a padronização 
estética e o aumento de distúrbios psicológicos. Os meios de comunicação criam modelos 
de beleza engessados, os quais geram consequências negativas àqueles que não se 
enquadram nos estereótipos. 
 Nesse sentido, a mídia impõe arquétipos físicos rígidos e reforça padrões. Isso 
acontece de diversas formas: desde a escolha dos atores de uma novela ou de um 
comercial publicitário, passando pelos apresentadores e repórteres de programas 
jornalísticos – em geral brancos e magros. Além disso, as revistas e sites ainda utilizam 
recursos digitais para corrigir imperfeições comuns a todas as pessoas. Desse modo, 
manchas na pele, acne, estrias e celulites desaparecem de atores e atrizes em capas de 
revistas, o que os torna modelos inalcançáveis para a grande maioria das pessoas. 
 Assim, a busca incessante por esses padrões afeta os indivíduos negativamente em 
diferentes aspectos. É comum mulheres se submeteres a dietas rígidas e não saudáveis 
para tentar conquistar os corpos que veem em artistas de tevê. A privação intensa de 
alimentos faz com que essas dietas sejam insustentáveis a longo prazo. O resultado 
almejado, em geral, não é alcançado. Isso pode gerar frustração, baixa autoestima e um 
sentimento de inadequação constante. Em casos extremos, há pessoas que desenvolvem 
distúrbios alimentares, como anorexia e bulimia, e até mesmo depressão. Além disso, é 
cada vez mais comum a procura por cirurgias plásticas, muitas vezes com profissionais não 
qualificados. Tais procedimentos podem gerar sequelas em quem se submete a eles e até 
mesmo levar à morte. 
 Constata-se, portanto, que a rigidez nos padrões estéticos é responsável por 
diversos malefícios às pessoas. Cabe à mídia e à sociedade como um todo ampliar a 
representatividade e a inserção dos que não se encaixam nos modelos atuais de beleza 
para que a maior parte dos indivíduos se sintam contemplados. 
 
 
 
 
 
 
 
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01. (FCC - TST – Analista Judiciário (Área Administrativa) - 2017) 
 
 
➢ Há uma exigência em se posicionar sobre todos os fatos; 
➢ Sociedade atual se constrói na perspectiva do senso comum, informações rasas; 
➢ A propagação de Fake News sensacionaliza a participação; 
➢ Há um modelo de vida virtual estereotipizado (indivíduo engajado em pautas sociais); 
➢ Existe uma relação abismal entre teoria e prática; 
➢ No corpo político, a questão é ainda mais vertiginosa; 
➢ Despolitização contemporânea; 
➢ Processo de teatralização dos diferentes segmentos sociais (acadêmicos; políticos; 
sociedade civil); 
➢ Massificação do pensamento – estruturas homogêneas para entendimento da 
realidade; 
➢ Alienação da população para com questões de ordem política, econômica, social e 
cultural;, 
➢ Questões de minorias sociais são os principais alvos dos falso ativistas; 
➢ Manipulação da informação (manuseio da grande massa); 
➢ Debate que se anula na contemporaneidade (visões intransigentes); 
➢ Perpetuação de comportamentos errôneos; 
➢ Capacidade acrítica da população promove a estagnação do entendimento com 
relação aos principais fatos; 
➢ Discursos tomados por demagogia e retórica. 
 
 
 
 
 
 
 
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TRONCOS TEMÁTICOS FCC 
(Primários) 
1. Questões comportamentais2. Cultura e arte (representações artísticas) 
3. Tecnologia e sociedade 
 
TRONCOS TEMÁTICOS FCC 
(Secundários) 
1. Diversidade 
2. Liberdade de expressão 
3. Direitos Humanos 
 
TEMAS INÉDITOS FCC! 
 
➢ Escassez do diálogo no âmbito da Modernidade Líquida 
➢ Espetacularização da sociedade com a dimensão midiática 
➢ Fragilização emocional da sociedade contemporânea 
➢ Vício tecnológico e nomofobia: patologias do século XXI 
➢ Superexposição da privacidade na era do narcisismo virtual 
➢ Robotização das relações sociais 
➢ Limites da liberdade de expressão no contexto democrático 
➢ Midiatização das tragédias e a indignação seletiva 
➢ Desafio da preservação dos patrimônios culturais imateriais 
➢ Solidariedade em pauta no século XXI 
➢ Ódio disseminado pelas redes sociais 
➢ Ócio criativo: utopia ou possibilidade? 
➢ A construção da felicidade na sociedade do consumo 
➢ Mercantilização do humor no contexto contemporâneo 
➢ Ditadura da beleza e assimilação dos esTREeótipos 
➢ Banalização da expressão artística na lógica mercadológica 
➢ Mosaico da brasilidade: diversidade cultural em pauta 
➢ Hipervalorização da honestidade no contexto da inversão de valores 
 
 
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➢ Ineditismo e empreendedorismo: a busca pela criatividade 
➢ Alteridade e empatia no contexto contemporâneo

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