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Questão social é produto e expressão da contradição entre capital e  trabalho.
O complexo da questão social é um desafio histórico estrutural, que resulta das contradições concretas entre capital e trabalho, a partir do moderno processo de industrialização capitalista, tendo como determinantes o empobrecimento da classe trabalhadora, a consciência dessa classe e a luta política dessa classe contra seus  opressores.
Essa contradição é oriunda  do desenvolvimento da sociedade, em que o homem tem acesso à cultura, natureza, ciência e às forças produtivas do trabalho  social; e do outro lado, cresce a distância entre concentração/acumulação de capital  e aumenta a miséria, a pauperização.
Vejamos  algumas questões objetivas e subjetivas para o surgimento da questão social:
Questões objetivas para o surgimento da questão social:
→ Surgimento de novos problemas  vinculados às modernas condições de trabalho urbano;
→ Aparecimento da burguesia e proletariado;
→ Introdução de uma nova forma de exploração, diferente da escravista e feudal, escondida na produção  ( liberdade);
→ Pauperização  crescente da classe trabalhadora
Questões subjetivas  para o surgimento da  questão   social:
→ Consciência da classe trabalhadora de sua situação  de exploração, permitindo que passasse de uma “classe em  si “  a uma classe “para  si “, impondo os  seus interesses;
→ Organização dos trabalhadores  para encontrar  respostas  às suas necessidades sociais;
→ Inclusão das demandas dos trabalhadores no discurso dos  políticos, classe dominante, como uma questão que ameaçava a coesão social.
→ Reconhecimento que o pauperismo era um fato histórico, produzido e reproduzido socialmente, passível de enfrentamento e superação.
→ Pressão dos trabalhadores para uma regulação baseada na cidadania.
Fica claro que a industrialização, acompanhada da urbanização, constituiu o processo desencadeador da questão  social, em que as relações  sociais e econômicas  pré-industriais foram desmanteladas pelo avanço das forças  produtivas que respondem primariamente pelas mudanças estruturais.  A pobreza, para ser a pré-condição estrutural da questão social,  precisou ser politicamente problematizada.
Segundo Pereira (2003 p. 119)  “[...] os graves desafios atuais são  produtos  da mesma contradição  entre capital e trabalho, que gerou a questão social no século XIX,  mas que,  contemporaneamente, assumiram enormes proporções e não foram suficientemente problematizados.”
Desse modo, a questão  social só se torna “questão   social”  quando ela  for  problematizada  o suficiente, reconhecida e assumida por um dos setores da sociedade, com o objetivo de enfrentá-la, torná-la pública e de transformá-la em demanda política, no sentido   de  “resolver”    o  problema. Não basta reconhecê-la enquanto realidade bruta da pobreza e da miséria; é preciso ser problematizada em seus dilemas, mas no cenário da crise do nosso Estado de bem-estar, da justiça  social, do papel do Estado e do sentido da responsabilidade  pública.
Assim,  a questão social só se apresenta em suas  objetivações, em projetos que determinam  prioritariamente o capital sobre o trabalho, em que o objetivo é acumular capital e não garantir condições de vida para a população.
E as  consequências da apropriação desigual do produto  social são as  mais diversas:
→ Desemprego;
→ Analfabetismo;
→ Fome;
→ Violência;
→ Favelas, entre outros.
É nesse contexto  que trabalham os assistentes  sociais  com  a questão social, nas mais variadas  expressões cotidianas, e como  os  sujeitos a vivenciam no trabalho, família, habitação, saúde, assistência  social, no acesso aos serviços públicos etc.
Hoje, é um dos desafios do assistente  social que  precisa apreender a questão social  e  perceber  as  inúmeras formas de pressão  social, de  construção e reconstrução da vida  cotidiana, pois é no presente  que  são recriadas   novas maneiras de viver,  que indicam  um futuro  que está  iniciando, justamente em um momento em que o  gênero humano  é individualista e  desmotivado em um universo da mercantilização universal.
 Destacamos também  o cenário  em que se insere o Serviço Social hoje, como afirma  Iamamoto (2004, p. 29 ) :
 “[...] as novas bases de produção da questão social, cujas múltiplas expressões são o objeto do trabalho  cotidiano do assistente  social.”
 Segundo Arcoverde, (1999, p. 79 ) os profissionais precisam  decifrar as mediações que na atualidade permeiam a questão social, desfazendo seus nós. E, procuram dar visibilidade às formas de resistência e lutas por vezes ocultas, mas presentes na realidade.
 É na base  da produção capitalista que se  produz e reproduz a questão social, onde os assistentes  sociais trabalham junto aos indivíduos . E  é no contexto  do trabalho  que  a questão  social  iniciou, se manifestou e até hoje  se permeia. 
É  preciso  decifrar os determinantes  e as múltiplas expressões da  questão  social. Esta, encontra-se enraizada na contradição  fundamental que demarca essa sociedade, assumindo novas formas  a cada época.
O profissional de  serviço  social  precisa estar atento às  constantes mudanças, sejam elas econômicas, sociais e/ou culturais, pois são fatores que favorecem ou desafiam a nossa atuação  profissional. Com conhecimento teórico metodológico, conseguimos analisar a conjuntura  para uma atuação técnico-operativa eficaz nesse modelo  neoliberal  contemporâneo.
 Não basta criticar. É através da intervenção profissional, da observação, do levantamento de indicadores, da problematização da questão  social que surgirão novas políticas para a “solução”  dos problemas.

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