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RESUMÃO “QUESTÃO SOCIAL” Carta ao leitor Concurseiro de serviço social, você está adquirindo mais uma de nossos materiais, que é o RESUMÃO do tema “QUESTÃO SOCIAL”. Com esse resumo você terá acesso a um dos conteúdos mais cobrados nos concursos de serviço social que é a Questão Social. Então concurseiro aproveite bem esse material, estude bastante por ele, para que você possa ficar bem preparado para todos os concursos de serviço social. Concurseiro gostaríamos de deixar algumas dicas para você, que ajudará em seus estudos: 1- Faça um horário de estudo; 2- Faça síntese do que você estudar; 3- Responda muitas questões dos assuntos estudados; 4- Não deixe para estudar apenas quando o edital for lançado, estude para que QUANDO o edital for lançado você esteja bem preparado; 5- Separe um tempo para se divertir, o tempo de descanso também é importante no aprendizado; Seguindo essas dicas você conseguirá ter um bom desemprenho. Concurseiro gostaríamos de lembra que esse material comentado é protegido por DIREITOS AUTORAIS de acordo com a lei 9.610 e que qualquer reprodução dele sem a autorização dos concurseiros de serviço social é considerado crime, na qual quem o pratica está sujeito as devidas penalidades legais. Portanto pedimos que não compartilhe esse material, nem com fins lucrativos e nem sem fins lucrativos. Concurseiro logo a abaixo colocamos também um texto explicativo de todos os materiais que temos, caso esteja interessado em algum desses materiais entre em contato conosco. SUMÁRIO 1.0 Surgimento da Expressão “Questão Social” 2.0Conceito de Questão Social 3.0 Velha Questão Social x Nova Questão Social 4.0 Abordagem dos diferentes autores • José Paulo Netto • Marilda Iamamoto • Esquema da Questão Social baseado em Iamamoto • Maria Carmelita Yazbeck • Ana Elizabete Mota • Robert Castel • Pierre Rosavallon 5.0 Questão Social: objeto de trabalho do Serviço Social 6.0 Simulado com Questões Surgimento da Expressão “Questão Social” O surgimento do Serviço Social como profissão institucionalizada está ligado, desde o seu princípio, à questão social, oriundas da contradição entre capital e trabalho. Segundo José Paulo Netto a expressão “Questão Social” começa a ser utilizada na terceira década do século XIX e surge para dar conta do fenômeno do pauperismo, evidente na Europa Ocidental nesse período, assim Netto (2001) destaca que as expressões da “Questão Social”, estão relacionadas aos aspectos mais imediatos da instauração do capitalismo em seu estágio industrial concorrencial. Conceito de Questão Social A concepção mais difundida de questão social é a de Carvalho e Iamamoto (1991, 77): “A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e do seu ingresso no cenário político da sociedade exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia a qual passa a exigir outros tipos de intervenção além da caridade e da repressão”. Velha Questão Social x Nova Questão Social De acordo com Pastorini “os defensores da “nova questão social” partem do pressuposto de que as mudanças ocorridas no mundo capitalista contemporâneo marcam uma ruptura com o período capitalista industrial e com a “questão social” que emergiu na primeira metade do século XIX, com o surgimento do pauperismo, na Europa Ocidental”. Os que defendem a existência de uma velha questão social defendem que a sua raiz é a mesma que diz respeito a contradição fundamental capital/trabalho. É importante ressaltar que a maioria dos autores de serviço social não falam de uma nova questão social e sim de novas expressões da velha questão social. Questão Comentada FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judiciário - Assistência Social 1-Considere: Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. Manuel Bandeira Representa o texto acima: (A) nas franjas da sociedade capitalista, apesar de serem inseridas em programas sociais, as pessoas apresentam situações crônicas, e continuarão sempre desajustadas. (B) é a expressão da questão social na atualidade, onde há igualdade de oportunidades que não são utilizadas por todos os indivíduos. (C) na base da estrutura social em vigor, em que prevalece a competição, é natural que, existam as elites e a massa de miseráveis. (D) cabe ao mercado a regulamentação e a intervenção para que a situação acima descrita possa ser enfrentada e resolvida. (E) o cerne da questão social está no conflito entre capital e trabalho. A alternativa CORRETA é a letra E. A perspectiva crítica que afirma a existência de uma questão social encontra sua base de fundação sócio- histórica na contradição capital/trabalho inerente à sociedade capitalista, que se baseia na tensão existente entre a produção coletiva frente à apropriação privada dos seus frutos. Abordagem dos diferentes autores José Paulo Netto Netto em sua análise da questão social destaca o momento histórico em que “o capitalismo no último quartel do século XIX, experimenta profundas modificações no seu ordenamento e na sua dinâmica econômica, com incidências necessárias na estrutura social e nas instâncias políticas das sociedades nacionais que envolvia. Trata-se do período histórico em que ao capitalismo concorrencial sucede o capitalismo dos monopólios”. Para ao autor “o capitalismo monopolista recoloca em patamar mais alto, o sistema totalizante de contradições que confere à ordem burguesa os seus traços basilares de exploração, alienação e transitoriedade histórica, todos eles desvelados pela crítica marxiana. Repondo estes caracteres em nível econômico-social e histórico-político distinto, porém a idade do monopólio altera significativamente a dinâmica inteira da sociedade burguesa: ao mesmo tempo em que potencia as contradições fundamentais do capitalismo já explicitadas no capitalismo concorrencial e as combina com novas contradições e antagonismos, deflagra complexos processos que jogam no sentido de contrarrestar a ponderação dos vetores negativos e críticos que detona. Com efeito, o ingresso do capitalismo no estágio imperialista assinala uma inflexão em que a totalidade concreta que é a sociedade burguesa ascende à sua maturidade histórica, realizando as possibilidades de desenvolvimento que, objetivadas, tornam mais amplos e complicados os sistemas de mediação que garantem a sua dinâmica” O autor ressalta que se deve enfatizar é que a constituição da organização monopólica obedeceu à urgência de viabilizar um objetivo primário: o acréscimo dos lucros capitalistas através do controle dos mercados. Questão Comentada 2-Ano: 2014/Banca:CEPERJ/ Órgão:VIVA COMUNIDADE-VIVA RIO Sobre o debate da Questão Social, Netto (2001) nos oferece elementos essenciais para compreender a gênese de utilização desta expressão e sua relação com fenômenos objetivos presentes na realidade social. O autor informa que a expressão “Questão Social” começa a ser utilizada na terceira década do século XIX e surge para dar conta do fenômeno do pauperismo, evidente na Europa Ocidental nesse período. Sendo assim, pode-se compreender, a partir do autor citado,que as expressões da “Questão Social”, estão relacionadas aos aspectos mais imediatos da: A) crise do Estado-Nação B) mudança de Regime Produtivo C) instauração do capitalismo financeiro D) instauração do capitalismo em seu estágio industrial concorrencial E) instauração do capitalismo monopolista, imperialista e industrial, que ocasionou uma onda de pobreza por sobre a classe trabalhadora A alternativa CORRETA é letra D Netto destaca o momento em que o capitalismo de sua fase concorrencial passa para sua fase monopolista amplificam a questão social. Marilda Iamamoto Para Iamamoto (1998, p.27) “a questão social é apreendida como um conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura que tem uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade”. A autora defende que a questão social é indissociável da sociedade capitalista e que sua gênese na sociedade burguesa está ligada a produção coletiva em contraposição a apropriação privada. Para ela a questão social não é um fenômeno recente típico do esgotamento dos 30 anos gloriosos de expansão do capitalismo (período referente ao Welfare State que vigou entre 1945 a 1970) ao contrário trata- se de “uma velha questão social” inscrita na própria natureza das relações capitalistas, mas que, na contemporaneidade, se reproduz a partir de novas mediações históricas e novas expressões que se apresentam em todas as dimensões da vida social. Para autora o processo de naturalização da questão social é a acompanhada da transformação de suas manifestações em objeto de programas assistenciais focalizados no “combate à pobreza” e que uma dupla armadilha pode envolver a análise da questão social, corre-se o risco, então, de cair na pulverização e fragmentação das questões sociais, atribuindo unilateralmente aos indivíduos a responsabilidade por suas dificuldades ou aprisionar a análise em um discurso genérico, que redunda em uma visão unívoca e indiferenciada da questão social. Finalmente, afirma que na perspectiva por ela assumida, a questão social não se identifica com a noção de exclusão social, hoje generalizada, dotada de grande consenso nos meios acadêmicos e políticos. ESQUEMA DA QUESTÃO SOCIAL Esquema baseado no texto: Sociabilidade Capitalista, questão social e Serviço Social, contido no livro: Serviço Social em Tempo de Capital Fetiche: Capital Financeiro, trabalho e questão social, da autora: Marilda Villela Iamamoto. QUESTÃO SOCIAL A “Questão Social” deve ser compreendida como o conjunto das desigualdades inerentes ao modo de produção capitalista, bem como a problematização realizada pelas classes sociais através das lutas sociais. GÊNESE CARACTERÍSTICAS FORMAS DE ENFRENTAMENTO Sua gênese é condicionada à contradição inerente a produção do capital, onde a produção é coletiva em contraposição a apropriação privada da riqueza por ela • Indissociável da sociedade capitalista; • Apresenta-se na realidade dos sujeitos a partir das mais variadas expressões. • Prevalência das necessidades da coletividade dos trabalhadores; • Chamamento à responsabilidad e do Estado; • Afirmação de produzida. políticas sociais de caráter universal. CAPITALISMO MONOPOLISTA “VELHA” QUESTÃO SOCIAL Potencialização das expressões da “questão social” Não existe uma “nova” questão social, na medida em que sua raiz se encontra na contradição fundamental do modo de produção capitalista. Suas expressões, no entanto, reinventam-se e intensificam- se a partir das modificações na conjuntura sócio-histórica condicionadas pelas transformações na forma de acumulação do capital. QUESTÃO SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL O Serviço Social tem na “questão social” a base de sua fundação enquanto especialização do trabalho, na medida em que este profissional lida diretamente com as diferentes formas que a “questão social” manifesta-se na vida dos sujeitos. Questão Comentada Tribunal de Justiça - AL (TJAL/AL) 2012 Banca: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) 3-Com relação à questão social, assinale a opção correta. A) lógica financeira do regime de acumulação, a qual tende a provocar crises e, consequentemente, recessão, consiste em uma das mediações históricas à produção da questão social na cena contemporânea. B) De acordo com a perspectiva sociológica crítica, a questão social consiste em uma ameaça à ordem e à coesão, caracterizando-se como uma nova questão social. C) A questão social é um fenômeno recente, típico do esgotamento dos denominados trinta anos gloriosos da expansão capitalista. D) A garantia dos direitos sociais à população pauperizada brasileira é assegurada pelas constantes mudanças nas relações entre Estado e sociedade civil, traduzidas na ampliação dos programas sociais em face da questão social. E) Os conceitos de questão social e exclusão social são sinônimos, atribuindo, ambos, uma característica negativa — a falta de — ao termo social. Comentários A letra A está CORRETA, pois Iamamoto defende a existência de uma velha questão social que assume na contemporaneidade novas mediações e expressões. A letra B está INCORRETA, pois é a perspectiva neoliberal que considera a questão social como uma ameaça a ordem e a coesão social. E para a perspectiva crítica não existe uma nova questão social. A letra C está INCORRETA, pois conforme Iamamoto questão social não é fenômeno recente típico do esgotamento dos 30 anos gloriosos de expansão do capitalismo, ao contrário trata-se de “uma velha questão social” inscrita na própria natureza das relações capitalistas. A letra D está INCORRETA, pois de acordo com Iamamoto o processo de naturalização da questão social é a acompanhada da transformação de suas manifestações em objeto de programas assistenciais focalizados no “combate à pobreza” A letra E está INCORRETA, na perspectiva por ela assumida, a questão social não se identifica com a noção de exclusão social, hoje generalizada, dotada de grande consenso nos meios acadêmicos e políticos. Ministério Público Estadual - PI (MPE/PI) 2012 Banca: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) Considerando temas historicamente articulados, a questão social e os direitos de cidadania, julgue os itens subsequentes. 4-No marco da teoria social crítica, a questão social é considerada um fenômeno recente, típico do trânsito do padrão de acumulação no esgotamento dos trinta anos gloriosos da expansão capitalista. A assertiva está ERRADA. De acordo com Iamamoto a questão social não é um fenômeno recente típico do esgotamento dos 30 anos gloriosos de expansão do capitalismo, ao contrário trata-se de “uma velha questão social” inscrita na própria natureza das relações capitalistas, mas que, na contemporaneidade, se reproduz a partir de novas mediações históricas e novas expressões que se apresentam em todas as dimensões da vida social. CEPERJ - 2014 - VIVA COMUNIDADE-VIVA RIO 5-Iamamoto (2008), ao analisar o Serviço Social em tempos de capital e fetiche, informa que a questão social passa a ser objeto de um “processo de criminalização”, atingindo as classes pobres. Em meio a esse contexto, pode-se verifi car a retomada de uma noçãoque fundamentou o olhar sobre os pobres no Brasil. A noção que historicamente caracterizou as classes pobres na realidade brasileira é a noção de: A) vagabundos, para os quais a proteção social acaba por ser prejudicial B) classes subalternas C) classes perigosas D) violentos que necessitam ser contidos E) carentes e em vulnerabilidade social A alternativa CORRETA é a letra C. De acordo com Iamamoto a questão social passa por um processo de criminalização da pobreza que atinge as classes subalterna retomando-se a perspectiva de classes perigosas, sendo sujeitas a repressão e extinção. Maria Carmelita Yazbeck Yazbeck traz a pobreza como uma das expressões da questão social afirmando que ela é “a expressão direta das relações sociais vigentes na sociedade e certamente não se reduz às privações materiais. Alcança o plano espiritual, moral e político dos indivíduos submetidos aos problemas da sobrevivência”. A autora coloca ainda que a experiência da pobreza é ainda a experiência da desqualificação dos pobres por suas crenças, seu modo de expressar-se e seu comportamento social, sinais das “qualidades negativas” e indesejáveis que lhes são conferidas por sua procedência de classe” (p.62). Chama a atenção ainda para a despolitização da pobreza devido a naturalidade com que as pessoas a enxergam. De acordo com a autora “a pobreza brasileira constitui-se de um conjunto heterogêneo, cuja unidade buscamos encontrar na renda limitada, na exclusão e na subalternidade De acordo com a autora a condição de pobreza, exclusão e subalternidade vem aumentando continuamente, principalmente a partir dos anos 90. Onde a subalternidade refere-se à ausência de protagonismo, de poder, expressando a dominação e a exploração. Questões Comentadas Concurso: Tribunal Regional do Trabalho / 18ª Região (TRT 18ª) 2008/ Banca: Fundação Carlos Chagas (FCC) 6-A "pobreza" é a expressão direta das relações vigentes na sociedade, localizando a questão no âmbito de relações constitutivas de um padrão de desenvolvimento extremamente desigual, em que convivem acumulação e miséria. A nossa sociedade a produz e reproduz. É importante considerar que a pobreza é uma categoria multidimensional, expressando-se A) pela subalternidade e pela alienação, tão-somente. B) pela carência exclusiva de bens materiais e de valores morais. C) pela carência de bens materiais, mas também pela carência de direitos, de oportunidades, de informações, de possibilidades e de esperanças. D) por um somatório de dificuldades, especialmente as precárias condições socioeconômicas e a ausência de deveres. E) por condições adversas, esfacelando ou impedindo laços de convivência social e familiar, levando ao crime e à marginalização. A alternativa CORRETA é a letra C. De acordo com Yazbeck a pobreza manifesta-se no plano político, econômico e cultural, definindo para os pobres um lugar na sociedade”. FCC - 2008 - TRT - 18ª Região (GO) 7-A abordagem conceitual da subalternidade diz respeito A) às desigualdades e injustiças. B) às privações material e social C) à exploração e à redução de liberdades. D) às precárias condições de vida de alguns na sociedade. E)à ausência de protagonismo e de poder, expressando a dominação e a exploração. A Alternativa CORRETA é a letra E. De acordo co Yazbeck a subalternidade refere-se à ausência de protagonismo, de poder, expressando a dominação e a exploração. Ana Elizabete Mota De acordo com Ana Elizabete Mota (2009) em termos histórico- conceituais, a expressão questão social foi utilizada para designar o processo de politização da desigualdade inerente à constituição da sociedade burguesa. Sua emergência vincular-se-ia ao surgimento do capitalismo e à pauperização dos trabalhadores e sua constituição, enquanto questão política, foi remetida ao século XIX, como resultado das lutas operárias donde o protagonismo político da classe trabalhadora – à qual se creditou a capacidade de tornar públicas as suas precárias condições de vida e trabalho, expondo as contradições que marcam historicamente a relação entre o capital e o trabalho. Questão Comentada CESPE | CEBRASPE – RESMULT - 2016 8-Em termos histórico-conceituais, a expressão questão social foi utilizada para designar o processo de politização da desigualdade social inerente à constituição da sociedade burguesa. A questão é CERTA. Esse entendimento é da autora Ana Elizabete Mota presente no texto “Questão Social e Serviço Social um debate contemporâneo”, contido no livro O Mito da assistência social: ensaios sobre Estado, política e sociedade. Robert Castel Para Robert Castel a questão social diz respeito a uma preocupação constante em relação a capacidade de manutenção da coesão da sociedade. Para o autor a gênese da questão social encontra-se ancorada em duas perspectivas o distanciamento do crescimento econômico e agudização da pobreza, e pela ordem jurídico-político que reconhecia direitos e uma ordem econômica que os negava. Para Castel a partir da década de 1970 passa se enfrentar a questão social de forma individualizante, para ele isso significa um retorno aos primórdios da sociedade industrial, onde os indivíduos eram responsáveis por buscar formas de sair dos “seus problemas”, assim nesse período as metamorfoses da “questão social” são expressa pela precarização do trabalho e pelo desemprego o que leva à desestabilização dos estáveis, desfiliação e desproteção social, fragmentando a sociedade e pondo em risco a coesão social. Castel defende a existência de um nova questão social enfatizando que a diferença reside no surgimento de novos atores sociais. Enquanto no capitalismo industrial a questão social encontrava-se na exploração do trabalho e no processo de pauperização da classe trabalhadora após a crise da década de 1970 com a nova questão social com a onda de desemprego e da precarização do trabalho reaparece pessoas sem trabalho. Para Castela a velha questão social foi superada com o Estado de Bem Estar Social, através do sistema de proteção social que nele foi implantado. Assim o autor destaca que em uma sociedade salarial o trabalhador tem conquistas que o permitem ter uma vida digna, como sujeitos de direitos, isso traz uma inflexão no desenvolvimento capitalista e inaugura uma nova condição da classe trabalhadora, a qual suprime a “questão social” da forma como ele aparece com a revolução industrial. Segundo Castel a “nova questão social” afirma-se em três novas expressões, que são: • Desestabilização dos trabalhadores estáveis; • Instalação da precaridade; • Constituição de uma população sobrante O autor coloca como opção da saída da questão social a recuperação do trabalho assalariado como forma de garantir a cidadania, através do fortalecimento do Estado como mediação para redistribuição dos recursos. Castel propõe uma luta pelo reconhecimento e ampliação dos direitos sociais. Pierre Rosavallon Pierre Rosavallon (1998) destaca que as transformações contemporâneas decorrentes da crise da década de 1970, provocaram a emergência de uma nova questão social tendo em vista que em suas análises dos sistemas seguradores, os benefícios do crescimento econômico e das conquistas das lutas sociais modificaram a vida dos trabalhadores e o Estado-providência quase conseguiu vencer a antiga insegurança social e superar o medo do futuro. Dessa forma, defende que o crescimento do desemprego e o surgimento de novasformas de pobreza remete a antigas formas de exploração e que a emergência de uma nova questão social é traduzido pela não adaptação dos métodos antigos de gestão social. Desse modo, a nova questão social se associa ao fenômeno da exclusão social decorrentes da crise da década de 1970, crise que segundo Rosavallon apresenta três dimensões: uma financeira, uma vez que os gastos são maiores que o ingresso de recursos; uma ideológica, devido à falta de eficácia do Estado empresário para enfrentar as questões sociais; e uma filosófica, pela desintegração dos princípios que organizam a solidariedade e a concepção tradicional de direitos sociais. Logo, as políticas sociais impõem considerar os indivíduos em sua singularidade, sendo a meta dar a cada um os meios para que modifique a sua vida e, para tanto, é necessário, nesses novos tempos, a proposição de uma nova cultura política. Questão Social: objeto de trabalho do Serviço Social A proposta de Reforma Curricular da ABESS/CEDEPSS assume explicitamente que “a particularidade do Serviço Social, como especialização do trabalho coletivo, inscrito na divisão social e técnica do trabalho, está organicamente vinculada às configurações estruturais e conjunturais da “questão social” e às formas históricas de seu enfrentamento – que são permeadas pela ação dos trabalhadores, do capital e do Estado” (p.154). Continua a formação profissional tem na questão social sua base de fundação sócio-histórica, o que lhe confere um estatuto de elemento central e constitutivo da relação entre profissão e realidade social. O assistente social convive cotidianamente com as mais amplas expressões da questão social, matéria-prima de seu trabalho. Confronta-se com as manifestações mais dramáticas dos processos da questão social no nível dos indivíduos sociais, seja em sua vida individual ou coletiva (p.154-5) No projeto de formação profissional a questão social foi referendada como o “elemento que dá concretude à profissão, base de sua fundação histórico-social na realidade brasileira, devendo ser, a sua compreensão e análise, estruturadora dos conteúdos da formação profissional” (CARDOSO et al.,1997). O Capitalismo Contemporâneo e as Tendências da Questão Social De acordo com o autor José Paulo Netto se tem historicamente 05 momentos importantes para a compreensão da questão social, esses momentos são destacados no texto “Cinco Notas a propósito da questão social”, que são: 1) A expressão “questão social” surgiu para dar conta do pauperismo: Esse pauperismo é decorrente dos impactos que a primeira industrialização trouxe, assim a designação do pauperismo estava relacionado diretamente aos seus desdobramentos sociopolíticos. 2) A expressão questão social passa fazer parte do vocabulário conservador: Para Netto (2001) na metade do século XIX a questão social passa a ser naturalizada e assim perde-se aos pouco sua estrutura histórica determinada. O pensamento conservador laico o pensamento conservador tradicional contribuíram para essa naturalização. De acordo com o pensamento conservador tradicional laico as manifestações da questão social eram vistas como características que faziam parte de toda e qualquer ordem social e que não podiam ser eliminadas, assim restava apenas amenizá-las e reduzi-las, através de uma intervenção política limitada. Já o pensamento conservador tradicional as manifestações da questão social só podiam ser resolvidas através da vontade divina. O que é válido ressaltar dessas duas formas de pensamentos é que elas baseavam-se em uma ação moralizadora, onde os meios de produção e a propriedade privada não era colocado em questão. 3)O terceiro ponto necessário a compreensão histórica da questão social refere-se a compreensão das mudanças que o livro “O Capital” de Karl Marx, publicado pela primeira vez em 1867 produziu. Segundo Netto essa obra permitiu uma compreensão teórica acerca do processo de produção do capital, relevando a questão social. Karl Marx via a questão social como determinada pelo traço próprio e peculiar da relação capital-trabalho, a exploração, fruto da sociabilidade erguida sob o comando do capital. 4) Outro momento importante segundo Netto foi o período do Welfare State, que ocorreu entre 1945 a 1970, esse período é conhecimento como “30 anos gloriosos”, como foi mencionado anteriormente quando falamos da autora Iamamoto. Nesse período a condições de vida dos trabalhadores teve uma significativa melhora, entretanto nesse período via-se a questão social como algo do passado, apenas quem defendia a corrente marxista insistia em afirmar que a melhoria de vida dos trabalhadores não alterava a essência exploradora do capitalismo. Assim Netto (2001) afirma que com a crise do Welfare State em meados da década de 1970 mostrou que o capitalismo não tinha compromisso social, assim a intelectualidade acadêmica descobriu uma “nova questão social”. 5)No último ponto Netto (2001) afirma que não existe uma nova questão social e sim a emergência de novas expressões da questão social é decorrente da ordem do capitalismo. Questão Comentada 9-Para o Serviço Social, conforme a Proposta Básica para o Projeto de Formação Profissional, formulada na Convenção de ABESS, em 1996, a questão social foi referendada como (A) o elemento que dá concretude à profissão, base de sua fundação histórico- social na realidade brasileira, devendo ser a sua compreensão e análise estruturadoras dos conteúdos da formação profissional. (B) um dos elementos que deve referendar a profissão de Serviço Social, devendo ser transversal em toda a formação profissional, sobretudo na análise da intervenção estatal na realidade social. (C) um elemento apropriado indevidamente pelo Serviço Social para marcar o rompimento da influência religiosa na profissão. (D) um conceito que precisa ser atualizado, tendo em vista sua relação com aspectos ideológicos e partidários. (E) o elemento que fundamenta a profissão de Serviço Social, tendo em vista o caráter inovador que a profissão vem assumindo frente à perda dos grandes ideais da transformação da sociedade capitalista. A alternativa CORRETA é a letra A. Na Proposta Básica para o Projeto de Formação Profissional” a questão social foi referendada como o “elemento que dá concretude á profissão, base de sua fundação histórico-social na realidade brasileira, devendo ser, a sua compreensão e análise, estruturadora dos conteúdos da formação profissional. O Trato da Questão Social na Contemporaneidade Segundo Duarte (2007) ao final no século XX engendram-se um conjunto de transformações sócio-históricas que incidem de modo particular na relação Estado e sociedade. Passa-se a existir uma transferência das responsabilidades no enfrentamento das expressões da questão social do Estado para o mercado, isso provoca profundas mudanças nas respostas as sequelas da questão social. Em meados da década de 1970, inseri-se um amplo processo de reestruturação capitalista, emerge a estratégia neoliberal de reforma do Estado, Behring (2003) chama esse processo de contra-reforma. Essa contra- reforma promoveu um reordenamento do Estado, atendendo aos interesses do capital, dessa forma os interesses da classe trabalhadora forma deixados de lado. A política neoliberal em meados da década de 1990 faz de forma mais contundente o seu ataque a área social, nesse período minimiza-se mais ainda aintervenção do Estado e chama-se a sociedade a participar da execução das políticas sociais e também abre-se espaço para o capital financeiro internacional. Borón (1995) explicita que nesse período passa a se propagar que o que é estatal é ineficiente e corrupto e o que é privado é eficiente. Para Duarte (2007) nesse período maximiza-se os interesses do capital e uma minimiza-se a atuação do Estado e os direitos, segunda a autora um novo quadro de resposta às expressões da questão social é inaugurado nesse período, onde essas passam a precarização das políticas sociais de responsabilidade do Estado e a “privatização, esta última via re-mercantilização e re- filantropização” (p.3). No Brasil em meados da década de 1990, ocorre segundo Koioke (2009) existe a “ supressão de direitos sociais historicamente consolidados; abertura dos mercados nacionais ao capital especulativo; geração de superávit primário para garantia de pagamento do juros da dívida; privatização do patrimônio público e de atividades de reconhecida atribuição do Estado, como as políticas sociais públicas. Medidas que deterioram esses países, sobretudo as condições de vida das classes subalternizadas” (p.3). Assim segundo Duarte (2007) o neoliberalismo realiza um ataque aos direitos que haviam sido gestados na Constituição Federal de 1988. De acordo com Mota (2009, p.8) “é nesse marco, que se dá a integração do Brasil à ordem econômica mundial, nos anos iniciais da década de 90, sob os imperativos do capital financeiro e do neoliberalismo, responsável pela redefinição das estratégias de acumulação e pela reforma do Estado. Na prática, isso se traduz em medidas de ajuste econômico e retração das políticas públicas de proteção social, numa conjuntura de crescimento da pobreza, do desemprego e do enfrentamento do movimento sindical, neutralizando em grande medida, os avanços e conquistas sociais alcançadas pela classe trabalhadora nos anos 80. Assim de acordo com Iamamoto na contemporaneidade está ocorrendo uma “progressiva mercantilização do atendimento das necessidades sociais” (IAMAMOTO, 2001, p. 24) , está ocorrendo também o aumento do terceiro setor que dá as expressões questão social um trato pulverizado, pontual, descoordenado, desconsiderando assim os direitos conquistados. Esquema de Questão Social SIMULADO COM QUESTÕES CESPE - 2015 - STJ - Analista Judiciário - Serviço Social Acerca da questão social e dos direitos de cidadania, julgue os próximos itens. 1-Na atualidade, as políticas de enfrentamento da questão social expressam o reconhecimento da existência de problemas de cunho social por meio de políticas de amplo alcance e de caráter universal. 2- A questão social se configura a partir de determinantes históricos objetivos, sem interferência de dimensões subjetivas. CESPE - 2015 - MPOG - Assistente Social - Cargo 16 Com relação a questão social e direitos de cidadania, julgue os itens a seguir. 3- O tratamento da questão social sob a noção de pobreza é reconhecido desde o fim da segunda guerra mundial, a partir da crescente presença dos organismos internacionais. 4- A cidadania no Brasil, diferentemente da lógica inglesa, foi marcada pela implantação de direitos sociais em período de supressão de direitos políticos e de redução de direitos civis. 5- A intervenção exclusiva do Estado, com vistas a assegurar direitos, é pressuposto básico para a existência da cidadania. 6- O crescimento do desemprego e de novas formas de pobreza está associado à emergência de uma nova questão social, e isso se deve à implosão dos históricos modelos de proteção social. UFBA - 2014 - UFBA - Assistente Social 7-De acordo com Iamamoto e Paulo Netto, a crise do capital, na contemporaneidade, gera uma nova questão social. 8-No Brasil, a partir dos anos de 1930, as intervenções do Estado nas expressões da questão social passaram a ocorrer de maneira contínua e sistemática. 9-Iamamoto e Carvalho compreendem a questão social como um problema social cuja resolução depende de ações imediatas dos(as) profissionais de Serviço Social. FGV - 2014 - DPE-RJ - Técnico Superior Especializado - Serviço Social 10-A intersetorialidade integra o desenho de diferentes programas sociais atuais. Essa diretriz parte do pressuposto de que a complexidade da questão social hoje impõe o desenvolvimento de ações estatais mais integradas, que incluem necessariamente (A) diversos setores de políticas públicas. (B) redefinição de objetivos institucionais. (C) múltiplos atores políticos e gerenciais. (D) planejamento estratégico. (E) definição de metas factíveis 11-No uso da mediação familiar como instrumental de trabalho, é imprescindível estabelecer as conexões com a questão social. Nesse sentido, considera-se que (A) os efeitos do neoliberalismo têm pouca repercussão junto às famílias atendidas pelo Serviço Social. (B) as noções de família desestruturada/ feminilização da pobreza devem fundamentar as ações de rompimento do vínculo familiar. (C) as categorias indivíduo/coletivo não podem ser articuladas na análise das experiências sociais concretas. (D) os fenômenos ligados ao transtorno de personalidade/uso de drogas são os principais responsáveis pelos conflitos familiares. (E) categorias território e família oferecem importantes articulações para o desvelamento da realidade social. CEFET-MG - 2014 - CEFET-MG - Assistente Social 12-Mota (2010) e Pastorini (2010) concluem que não existe a denominada “nova questão social”. Essas autoras reafirmam que a questão social decorre da(o) a) violência urbana e rural e da falta de políticas públicas na prevenção à criminalidade. b) ausência de cidadania e de direitos sociais, na contemporaneidade, como no campo educacional. c) crescimento do desemprego, da desigualdade, da exclusão e das novas formas de pobreza, ocorridas nas sociedades. d) expressão das manifestações das desigualdades e dos antagonismos ancorados nas contradições da sociedade capitalista. e) fim dos empregos, praticamente sem trabalhadores que ocupam postos no mercado formal na sociedade contemporânea. FUNCAB - 2014 - SEDS-TO - Analista em Defesa Social - Serviço Social 13-Conforme os estudos relacionados à questão da pobreza e das desigualdades sociais existentes nos países de capitalismo periférico, e, sobretudo na realidade brasileira, pode-se afirmar que são produtos históricos: A) da ausência de capacidades dos indivíduos se organizarem econômica e financeiramente para que garantam seu acesso ao conjunto de bens e serviços ofertados pelas políticas públicas. B) das relações tensionadas entre capital e trabalho que organicamente produz a questão social que se manifesta no cotidiano por diversas expressões. C) da produção e reprodução das relações sociais forjadas no bojo do capitalismo e da capacidade teleológica de o homem transformar a natureza para atendimento de suas necessidades. D) da fragmentação das políticas públicas estatais que não alteram a estrutura dos problemas sociais gerados pelas altas taxas inflacionárias impactando no salário da classe trabalhadora. 14-Diante da atual conjuntura socioeconômica e política brasileira que potencializam as múltiplas expressões da questão social, objeto de trabalho do assistente social, configuram-se como alguns dos desafios profissionais: A) a exigência de uma rigorosa formação teórico-metodológica que possibilite uma análise do processode desenvolvimento capitalista e seus impactos na realidade brasileira e o cultivo de uma atitude crítica na defesa das condições de trabalho e da qualidade dos atendimentos. B) a mobilização política através de suas entidades representativas articulada aos movimentos sociais e tornar como base da prática profissional as demandas postas no mercado de trabalho sintonizadas com as normas e demandas institucionais. C) A a r t i c u l a ç ã o c o l e t i v a n a s e q u i p e s interdisciplinares nos diversos espaços sócio-ocupacionais para a garantia de acesso aos direitos sociais e à vinculação com os d i v e r s o s p a r t i d o s p o l í t i c o s c o m o potencializadores das mudanças sociais. D) um intenso e constante aprimoramento intelectual a partir das diferentes concepções teóricas do campo das Ciências Sociais, qualificando seu processo de intervenção no cotidiano e o real conhecimento das demandas dos extratos mais empobrecidos das classes trabalhadoras CEPERJ - 2014 - VIVA COMUNIDADE-VIVA RIO - Assistente Social 15-Sobre o debate da Questão Social, Netto (2001) nos oferece elementos essenciais para compreender a gênese de utilização desta expressão e sua relação com fenômenos objetivos presentes na realidade social. O autor informa que a expressão “Questão Social” começa a ser utilizada na terceira década do século XIX e surge para dar conta do fenômeno do pauperismo, evidente na Europa Ocidental nesse período. Sendo assim, pode-se compreender, a partir do autor citado, que as expressões da “Questão Social”, estão relacionadas aos aspectos mais imediatos da: A) crise do Estado-Nação B) mudança de Regime Produtivo C) instauração do capitalismo financeiro D) instauração do capitalismo em seu estágio industrial concorrencial E) instauração do capitalismo monopolista, imperialista e industrial, que ocasionou uma onda de pobreza por sobre a classe trabalhadora. Prefeitura de São Luís-2017-Cespe/UNB 16-Acerca do serviço social, da questão social e do trabalho do assistente social, assinale a opção correta. A) A questão social se expressa, fundamentalmente, no mundo do trabalho, lócus de sua produção, o que limita a atuação do assistente social. B) As múltiplas expressões da questão social são o objeto de trabalho cotidiano do assistente social. C) Os assistentes sociais trabalham junto a indivíduos e questões sociais desvinculadas da reprodução do sistema capitalista de produção. D) A questão social advém das contradições que demarcam a sociedade, sendo assim um desafio imutável para a atuação profissional do assistente social. E) A relação entre o serviço social e a questão social assumiu centralidade no processo de formação profissional do assistente social a partir do ano 2000. INSS-2016-ASSISTENTE SOCIAL-CESPE/UNB 17-O serviço social emergiu como profissão no estágio neoliberal da sociedade capitalista, quando a questão social, por seu caráter de classe, demandou do Estado, além de mecanismos de intervenção econômica, também mecanismos de intervenção política e social. INSS-2016-ASSISTENTE SOCIAL-CESPE/UNB 18-Na década de 30 do século passado, o Estado brasileiro assumiu a questão social como problema de administração, desenvolvendo políticas e agências de poder estatal em diversos setores. INSS-2016-ASSISTENTE SOCIAL-CESPE/UNB 19-Os movimentos sociais das classes subalternas expressam o desdobramento sociopolítico das contradições do sistema capitalista que se materializam na questão social. INSS-2016-ASSISTENTE SOCIAL-CESPE/UNB 20-A questão social pode ser apreendida como o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que têm uma raiz comum, a qual inclui a produção social coletiva e a apropriação privada da riqueza. CONSULPLAN-ASSISTENTE SOCIAL 21-Sobre a questão social, fundamentando-se na análise de Iamamoto (2008) acerca do serviço social em tempo de capital fetiche, é INCORRETO afirmar que: A) Se identifica com a exclusão social. B) A sua pulverização, típica da ótica liberal resulta na autonomização de suas múltiplas expressões. C) É expressão da “disfunção” ou “ameaça” à ordem e à coesão social, segundo a tradição sociológica de E. Durkheim. D) Expressa as desigualdades econômicas, políticas e culturais das classes sociais, mediatizadas por disparidades nas relações de gênero, CONSULPLAN-ASSISTENTE SOCIAL 22-O reconhecimento da questão social como objeto de intervenção profissional (conforme estabelecido nas Diretrizes Curriculares da ABEPSS) demanda uma atuação profissional em uma perspectiva totalizante, baseada na identificação dos determinantes socioeconômicos e culturais das desigualdades sociais. A intervenção orientada por esta perspectiva pressupõe, EXCETO: A) Leitura crítica da realidade. B) Identificação das respostas existentes às expressões da questão social no âmbito do Estado e da sociedade civil. C) Desenvolvimento dos programas e projetos sociais atendendo os princípios da eficácia burocrática da gestão pública. D) Reconhecimento e fortalecimento dos espaços e formas de luta e organização dos trabalhadores em defesa de seus direitos. CONSULPLAN-ASSISTENTE SOCIAL 23-Os Assistentes Sociais atuam nas manifestações mais contundentes da questão social em diferentes espaços. Sobre os espaços sócioocupacionais, é correto afirmar que A) são dotados de racionalidades e funções idênticas na divisão social e técnica do trabalho. B) implicam relações sociais de natureza genérica, capitaneadas por sujeitos sociais burgueses. C) as incidências do trabalho profissional na sociedade dependem apenas da atuação isolada do Assistente Social nos espaços sócio-ocupacionais. D) o caráter do trabalho realizado nos espaços sócio-ocupacionais, suas possibilidades e limites, assim como o significado social e efeitos na sociedade, são condicionados por relações sociais. E) os espaços profissionais dos Assistentes Sociais resumem-se à formulação, planejamento e execução de políticas públicas de seguridade social. Nas demais atividades, a nomenclatura utilizada é outra. CONSULPLAN-ASSISTENTE SOCIAL 24-A partir de uma reflexão que considere a questão social e sua relação com o Serviço Social, assinale a alternativa correta A) A questão social é a base de fundação do Serviço Social enquanto especialização do trabalho. B) A intervenção profissional do assistente social deve ser diretamente na questão social e não em suas expressões cotidianas. C) O assistente social não trabalha na tensão entre a produção da desigualdade e da resistência. D) O Serviço Social não deve buscar desvendar as novas mediações através das quais se expressa a questão social na contemporaneidade. E. Apreender a questão social não representa, também, captar as múltiplas formas de pressão social construídas no cotidiano. Prova da Prefeitura de Porto Velho 2012 -CONSULPLAN-ASSISTENTE SOCIAL 25-A _______________ é matéria-prima ou objeto de trabalho do assistente social.” O termo ou expressão que completa corretamente a afirmativa anterior é A) técnica B) sociedade C) teoria social D) questão social E.)política social GABARITO DO SIMULADO 1-ERRADO 2-ERRADO 3-ERRADO 4-CORRETO 5-ERRADO 6-ERRADO 7-ERRADO 8- VERDADEIRO 9-ERRADO 10-A 11-E 12-D 13-B 14-A 15-D 16-B 17-ERRADO 18-CORRETO 19-CORRETO 20-CORRETO 21-A 22-C 23-D 24-A 25-A Referências CASTEL, Robert. As Metamorfoses da Questão Social, Petrópolis: Editora Vozes, 1995. CASTEL, R. As metamorfoses da questão social: uma crônica do salário (trad.Iraci D. Poleti). 8. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. IAMAMOTO, Marilda Villela. A questão social no capitalismo. Temporalis. Revista da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social, Brasília, v. 2, n. 3, jan/jun de 2001a, p. 9-31. ______. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 14. ed. São Paulo, Celats/Cortez, 2001b. MOTA, Ana Elizabete. (Org.). Questão social e Serviço Social: um debate contemporâneo. IN: O Mito da assistência social: ensaios sobre Estado, política e sociedade. 3ª.ed. São Paulo: Cortez, 2009. NETTO, P. Cinco notas a propósito da “questão social”. Revista Temporalis – Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social. Ano 2. Nº 3 (jan/jul.2001). Brasília: ABEPSS, Grafline, 2001. NETTO, José Paulo. Capitalismo monopolista e serviço social. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 1996. YAZBECK, Maria Carmelita. Classes Subalternas e assistência social. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 1996. ROSAVALLON, P. A. A nova questão social (trad. Sérgio Bath). Brasília: Instituto Teotônio Vilela, 1998. MOTA, Ana Elizabete. Crise contemporânea e as transformações na produção capitalista. CFESS, 2009. IAMAMOTO, Marilda Vilela. A questão social no capitalismo. 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FGV - 2014 - DPE-RJ - Técnico Superior Especializado - Serviço Social CEFET-MG - 2014 - CEFET-MG - Assistente Social FUNCAB - 2014 - SEDS-TO - Analista em Defesa Social - Serviço Social
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