Matéria de Inter Difusos e Coletivos

Prévia do material em texto

TUTELA DE INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS – SERGIO SOEIRO
Tutela: Medida judicial para resguardar um direito que foi violado.
Direito Positivo: Regra de conduta obrigatória e exigível, conjunto de regras que regem o comportamento das pessoas que vivem em sociedade.
Privado: Interesse dos particulares – Dispositiva (Pode-se dispor do direito)
Público: Não pode ser alterado pelas partes, não causando prejuízo à sociedade.
Interesse Meta Individual (GÊNERO)
 Possui três espécies, sendo elas:
Difusos: Não consigo determinar as pessoas atingidas, satisfação igual pra todos. (Quantas pessoas eu consigo atingir em uma propaganda de televisão?) – não é possível quantificar. O titular é indeterminado. Resultado igual para todos os titulares.
Coletivos: Consigo determinar as pessoas atingidas. Resultado igual para todos.
Individuais Homogêneos: Individualização dos resultados. É possível determinar o grupo.
	
	Titulares
	Divisibilidade
	Origem
	Difusos
	Indetermináveis
	Indivisível
	Situação de Fato
	Coletivos
	Determináveis
	Indivisível
	Relação Jurídica
	Individuais Homogêneos
	Determináveis
	Divisível
	Origem Comum
Data: 12/02/14
Metaindividuais
Ou Transindividual
O interesse metaindividual não pertence nem ao Poder Público, nem ao Particular. Não pertencem a um único indivíduo, mas à um grupo. É considerado uma categoria intermediária entre o interesse particular e o interesse público. São interesses relacionados a um grupo de pessoas que possuam algo em comum entre elas ou com a parte contrária (As pessoas muitas vezes nem se conhecem, estão numa relação com a parte contrária que gera esta ligação. Ex: Um rio. Não temos uma relação direta com o rio, mas necessitamos que não haja poluição, pois dependemos dele. Uma empresa que polui o rio, a partir do momento que causa dano, você consequentemente cria uma relação.).
A legitimação utilizada é a extraordinária, quem questiona é alguém que tem legitimidade para propor a ação. Para saber quem tem legitimidade, basta analisar a Lei.
Aula: 19/02/14
Interesse
Interesse Público e Privado
Dimensão Pública dos interesses individuais: Cada indivíduo na sociedade tem interesses. Podemos ter vários interesses, não necessariamente financeiro. A religião, por exemplo, seja ela qual for por ditar “regras” que fazem bem à sociedade, é considerada de interesse público. Sua influência faz, por exemplo, que o aborto não tenha sido legalizado. No interesse público, qualquer alteração causa-se um desequilíbrio. No Interesse Privado, apenas o que é de interesse, relevante, é levado com consideração. Sua alteração não causa impacto na sociedade.
Princípio da supremacia do Int. Público sobre o Int. Privado: O poder de por exemplo, dispor de uma casa para que naquele terreno seja construído uma propriedade pública (Ex: Metrô, através da desapropriação).
Princípio da indisponibilidade do Int. Público: O interesse público é o que nós queremos, sendo realizado pelo agente público. Não se pode abrir mão, dispor do interesse público. (Ex: Propina/ilegal/ disposição do interesse público/crime).
Interesse Público
Primário: É essencialmente o interesse público, o interesse real (Segurança, educação), esse interesse que é preservado pelas ações públicas, coletivas, sendo a principal, a ação civil pública.
Secundário: Interesse que pertence ao estado enquanto pessoa jurídica. Defendido por meio de ações individuais (Cobrança quando há uma lesão ao patrimônio em benefício, utilidade pública.).
Int. Metaindividuais
Conceitos Art. 81, CDL
Difusos:
Titulares: Indeterminados, Indetermináveis. 
Relação Jurídica: Inexiste
Objeto: Indivisível
Coletivos
Determinável
Dois tipos: Sujeitos Ativos ligados entre si;
 Titulares ligados do sujeito passivo
Objeto: Individual
Ind. Homogêneos
Mais de um/ determinável
Situação Jurídica: Divisível 
Rizzatto Nunes: Ler artigo.
Próxima aula: Item 2 e 3 da Programação.
26/02/14
Legitimação
Ordinária (Normal): O titular do interesse tem capacidade civil. Quem tem o direito pode defendê-lo.
Extraordinária (anômala): Um terceiro autorizado pela Lei para a defesa de um interesse que não é dele.
A Lei autoriza alguém em nome próprio a defender interesse alheio (Substituição processual). 
A Lei autoriza que uma pessoa em uma relação jurídica que envolve vários sujeitos defenda o interesse de todo o grupo
A legitimação extraordinária é excepcional e depende de autorização legal.
Objetivos da Legitimação Extraordinária
Efetividade da tutela e da defesa do interesse violado;
Evitar decisões contraditórias;
Permitir a defesa do interesse de todo o grupo.
Substituição Processual: A pessoa está no lugar da outra. O requerimento em juízo em nome próprio para a defesa do direito alheio.
Representação Processual: Requerimento em juízo em nome do representado para a defesa dos interesses do representado. Eu falo em nome dele para defender os direitos dele (Ex.: advogado).
Patrimônio Histórico e Cultural (CF, 215 e 216): Falar da interação do homem com o meio.
Patrimônio cultural brasileiro é composto por bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto portadores de referência a identidade, a ação e a memória de diferentes grupos formadores da sociedade brasileira nos quais se incluem (Patrimônio Público, de forma ampla):
As formas de expressão;
Os modos de criar, fazer e viver;
As criações científicas, artísticas e tecnológicas;
As obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico culturais;
Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
Estado
Legitimação Ordinária: O Estado defende o seu próprio interesse.
Legitimação Extraordinária: O Estado defende um interesse alheio.
Cidadão – Legitimação Extraordinária: Na Lei da ação popular há essa previsão. É possível propor uma ação para defender o interesse da coletividade em relação ao Estado.
Ministério Público
Legitimação Ordinária: O Estado defende o seu próprio interesse.
Legitimação Extraordinária: O Estado defende um interesse alheio.
Moralidade Administrativa: CF, art 37, “caput”, Lei 8429/92 Art. 11
Inquérito Civil
O Inquérito Civil Público é uma prerrogativa exclusiva do Ministério Público, e ele o poderá realizar para: 
Preparar a tomada de compromisso de ajustamento de conduta, ou realizar audiências públicas e expedir recomendações dentro das suas atribuições.
Colher elementos que permitam o exercício da ação civil pública, ou atuação que esteja sob sua responsabilidade.
Para determinar a materialidade e autoria o MP poderá:
Promover diligências
Requisitar documentos, informações, exames e perícias
Expedir notificações
Tomar depoimentos
Proceder vistorias e inspeções
Características do Inquérito Civil:
Procedimento Administrativo de caráter investigativo, privativo do mp que possui como objetivo colher elementos para a propositura da Ação Civil Pública. Não há no inquérito civil, o (INCOMPLETO)
02/04/14
Compromisso de Ajustamento de Conduta – LACP, Art. 5º, § 6º. O termo de ajustamento de conduta não é só pelo MP. TAC: O legitimado entra em acordo para que o causador do dano seja ajustado pelo que a Lei estabelece como obrigatório.
Título Executivo Extrajudicial: O conteúdo daquele documento pode ser executado de pronto. Depois de firmado entre o ente legitimado e o causador do dano, não se discute o que está no documento. Basta dizer que vai alterar a sua conduta.
É caracterizado pelas manifestações de vontade do causador do dano, que se compromete a adequar a sua conduta às exigências legais, e o ente legitimado, que as aceita.
Não há necessidade de se discutir responsabilidades
Para que adquira força de título executivo basta ser firmado pelo ente legitimado e pelo causador do dano, não sendo necessária a assinatura de duas testemunhas. 
Manifestação de vontade, aquele que substitui o legitimado assina,mas não representa.
Título Executivo Judicial (Não é um TAC)
Propositura da ação civil pública: Neste caso há o entendimento de que não há mais o compromisso e ajustamento, mas a transação.
A transação homologada adquire força de título executivo judicial. Obs.: Não é transação no sentido de concessão, mas apenas de ter havido um acordo.
Dupla manifestação de vontade
Causador do dano: Se compromete adequar a sua conduta à Lei
Ente legitimado: Concorda com as ações propostas para adequação quando assina o TAC.
Transação: Não pode ser considerada uma transação porque não há concessões recíprocas. Há um acordo para adequação da conduta à Lei.
Objetivo: Encerrar o litígio e evitar a propositura da ação civil pública.
O TAC deverá conter
O prazo para cumprimento das obrigações.
A sanção que será aplicada no caso de descumprimento.
As medidas coercitivas que poderão ser impostas (Ex.: multa diária).
Indicar com precisão a obrigação a ser cumprida (Obrigação certa e determinada).
Homologação pelo MP
Não é necessária, não constitui condição de eficácia (Em regra).
Será necessária quando o inquérito civil iniciado pelo MP para apuração dos fatos for arquivado. Só quando ocorrer os autos do inquérito civil público. Caso o compromisso seja firmado durante a investigação do inquérito.
Legitimidade
Órgãos públicos (legitimados)
As associações civis não poderão firmar compromisso, porque não prestam ou exploram serviço público. 
Divergência dos Colegitimados: Deverão propor ação civil pública em juízo.
Anulação do TAC: Serão usadas as mesmas hipóteses, da mesma forma que eu questiono um vício do ato jurídico.
23/04/2014
Lei da Ação Civil Pública: Regular a ação civil pública
Finalidade: Defesa dos interesses meta individuais.
Fundamento: Lei 7347/85; CDC – Art. 81 § Único, III / Art. 82 e Art. 93; CF – Art. 127.
Sujeito ativo (legitimidade): É extraordinária, não é a regra do Direito (ordinária). São pessoas autorizadas a substituir (Falar em nome próprio. Defende o interesse que não é seu – Art. 5º, Lei 7347/85) o titular do interesse. A Lei traz quem está autorizado a defender o interesse.
A formalização do estatuto deverá ter pelo menos um ano. Os objetos da associação deverão estar vinculados aos direitos que quer defender.
Há uma exceção ao critério tempo e está na Lei.
Réu na Ação Civil Pública: Todo aquele que causar dano.
P.F ou P.J direito público ou privado;
Entes despersonalizados;
Os beneficiados pelo ato lesivo questionada pela ação civil pública. (Além do causador do dano aquele que se beneficiou).
Litisconsórcio: Pluralidade de partes nos polos da ação (§ 2º, Art. 5º, Lei 7347/85)
Objeto: Art. 1º (Morais e Materiais). É a defesa de todas as formas de interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
Pedido: Cessação do comportamento lesivo (Obrigação de fazer/não fazer). Reparação dos danos causados. Se couber, indenização.
A formatização do estatuto deverá:
Competência:
Local onde ocorrer o dano (competência absoluta para interesses difusos e coletivos e competência relativa para individuais homogêneos).
Capital do Estado onde ocorreu o dano, no caso de dano regional.
Quando o dano abranger mais de um estado, na capital de qualquer deles.
Quando a abrangência do dano for nacional, em qualquer dos estados ou no DF de forma concorrente.
Efeitos da sentença
“Erga Omnes”: Aplicar a todos.
“Ultra Partes”: Além das partes.
A sentença poderá ser declaratória, constitutiva ( o direito existe e é seu ), constitutiva ou condenatória.
Condenatória: Obrigação de fazer/não fazer/em dinheiro.
O M.P poderá ser:
Autor;
Fiscal da Lei;
Assumir o polo ativo no caso de desistência ou abandono por uma ação proposta por associação, por exemplo. (§ 3º, Art. 5º, Lei 7347/85).
Particularidade: O M.P. ou qualquer um dos legitimados propõe a ação. Na Ação Civil Pública não há possibilidade de transação porque o autor não é o titular do interesse.