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Didatismo e Conhecimento Índice Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares EBSERH Assistente Administrativo NÍVEL MÉDIO DE ACORDO COM O EDITAL DE ABERTURA ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS LÍNGUA PORTUGUESA Professora Zenaide Branco 1. Interpretação de texto: informações literais e inferências possíveis; ponto de vista do autor;.................................01 Significação contextual de palavras e expressões; .............................................................................................................13 Relações entre ideias e recursos de coesão; ........................................................................................................................14 Figuras de estilo ....................................................................................................................................................................20 2. Conhecimentos linguísticos: ortografia: emprego das letras, divisão silábica ............................................................24 Acentuação gráfica ...............................................................................................................................................................34 Encontros vocálicos e consonantais, dígrafos; ...................................................................................................................36 Classes de palavras: substantivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes, verbos, advérbios, preposições, conjunções, interjeições: conceituações, classificações, flexões, emprego, locuções ...................................................................................38 Sintaxe: estrutura da oração, estrutura do período ..........................................................................................................64 Concordância (verbal e nominal); ......................................................................................................................................78 Regência (verbal e nominal); ..............................................................................................................................................90 Crase ......................................................................................................................................................................................95 Colocação de pronomes; ......................................................................................................................................................98 Pontuação ............................................................................................................................................................................101 RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO 1 Resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos, porcentagens, sequências (com números, com figuras, de palavras).......................................................................................................................................................................................01 2 Raciocínio lógico-matemático: proposições ....................................................................................................................04 Conectivos .............................................................................................................................................................................06 Equivalência .........................................................................................................................................................................10 Implicação lógica ..................................................................................................................................................................12 Argumentos válidos .............................................................................................................................................................15 Didatismo e Conhecimento Índice LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH Professor Adriano Augusto Placidino Gonçalves 1 Lei Federal nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011 .........................................................................................................01 2 Decreto nº 7.661, de 28 de dezembro de 2011 .................................................................................................................03 3 Regimento Interno Revisado da EBSERH .....................................................................................................................03 LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS 1 Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) – princípios, diretrizes e arcabouço legal ..................................................................................................................................01 2 Controle social no SUS ......................................................................................................................................................04 3 Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde.....................................................................................................05 4 Constituição Federal, artigos de 194 a 200 .....................................................................................................................08 5 Lei Orgânica da Saúde ‐ Lei no 8.080/1990, Lei no 8.142/1990 e Decreto Presidencial no 7.508, de 28 de junho de 2011 .................................................................................................................................................................................. 09 6 Determinantes sociais da saúde........................................................................................................................................24 7 Sistemas de informação em saúde ...................................................................................................................................25 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Professora Silvana Guimarães 1 Qualidade no atendimento ao público. Comunicabilidade, apresentação, atenção, cortesia, interesse, presteza, eficiência, tolerância, discrição, conduta e objetividade ..........................................................................................................01 2 Trabalho em equipe. 2.1 Personalidade e relacionamento ............................................................................................09 2.2 Eficácia no comportamento interpessoal .....................................................................................................................10 2.3 Fatores positivos do relacionamento. 2.4 Comportamento receptivo e defensivo, empatia e compreensão mútua ............................................................................................................................................................................. 11 3 Conhecimentos básicos de administração .......................................................................................................................13 3.1 Características das organizações formais: tipos de estrutura organizacional, natureza, finalidades e critérios de departamentalização ...................................................................................................................................................................13 3.2 Processo organizacional: planejamento, direção, comunicação, controle e avaliação .............................................20 3.3 Comportamento organizacional: motivação, liderança e desempenho .....................................................................23 4 Patrimônio. 4.1 Conceito. 4.2 Componentes. 4.3 Variações e configurações ...............................................................27 5 Hierarquia e autoridade ...................................................................................................................................................286 Eficiência, eficácia, produtividade e competitividade ....................................................................................................29 7 Processo decisório ..............................................................................................................................................................30 8 Planejamento administrativo e operacional ...................................................................................................................36 9 Divisão do trabalho ...........................................................................................................................................................38 10 Controle e avaliação ........................................................................................................................................................38 11 Motivação e desempenho ................................................................................................................................................40 12 Liderança .........................................................................................................................................................................45 13 Gestão da qualidade ........................................................................................................................................................47 14 Técnicas de arquivamento: classificação, organização, arquivos correntes e protocolo ..........................................50 15 Noções de cidadania ........................................................................................................................................................57 16 Noções de uso e conservação de equipamentos de escritório ......................................................................................58 17 Compras na Administração Pública. 17.1 Licitações e contratos. 17.2 Princípios básicos da licitação. 17.3 Legislação pertinente .....................................................................................................................................................................................59 18 Conduta ética dos profissionais da área de saúde ........................................................................................................68 19 Princípios gerais de segurança no trabalho. 19.1 Prevenção e causas dos acidentes do trabalho. 19.2 Princípios de ergonomia no trabalho. 19.3 Códigos e símbolos específicos de Saúde e Segurança no Trabalho ......................................72 Didatismo e Conhecimento SAC Atenção SAC Dúvidas de Matéria A NOVA CONCURSOS oferece aos candidatos um serviço diferenciado - SAC (Serviço de Apoio ao Candidato). O SAC possui o objetivo de auxiliar os candidatos que possuem dúvidas relacionadas ao conteúdo do edital. O candidato que desejar fazer uso do serviço deverá enviar sua dúvida somente através do e-mail: professores@ novaconcursos.com.br. Todas as dúvidas serão respondidas pela equipe de professores da Editora Nova, conforme a especialidade da matéria em questão. Para melhor funcionamento do serviço, solicitamos a especificação da apostila (apostila/concurso/cargo/Estado/ matéria/página). Por exemplo: Apostila Professor do Estado de São Paulo / Comum à todos os cargos - Disciplina:. Português - paginas 82,86,90. Havendo dúvidas em diversas matérias, deverá ser encaminhado um e-mail para cada especialidade, podendo demorar em média 05 (cinco) dias para retornar. Não retornando nesse prazo, solicitamos o reenvio do mesmo. Erros de Impressão Alguns erros de edição ou impressão podem ocorrer durante o processo de fabricação deste volume, caso encontre algo, por favor, entre em contato conosco, pelo nosso e-mail, sac@novaconcursos.com.br. Alertamos aos candidatos que para ingressar na carreira pública é necessário dedicação, portanto a NOVA CONCURSOS auxilia no estudo, mas não garante a sua aprovação. Como também não temos vínculos com a organizadora dos concursos, de forma que inscrições, data de provas, lista de aprovados entre outros independe de nossa equipe. Havendo a retificação no edital, por favor, entre em contato pelo nosso e-mail, pois a apostila é elaborada com base no primeiro edital do concurso, teremos o COMPROMISSO de enviar gratuitamente a retificação APENAS por e-mail e também disponibilizaremos em nosso site, www.novaconcursos.com.br, na opção ERRATAS. Lembramos que nosso maior objetivo é auxiliá-los, portanto nossa equipe está igualmente à disposição para quaisquer dúvidas ou esclarecimentos. CONTATO COM A EDITORA: 2206-7700 / 0800-7722556 nova@novaapostila.com /NOVAConcursosOficial NovaApostila @novaconcurso\\ Atenciosamente, NOVA CONCURSOS Grupo Nova Concursos novaconcursos.com.br Didatismo e Conhecimento Artigo O conteúdo do artigo abaixo é de responsabilidade do autor William Douglas, autorizado gentilmente e sem cláusula de exclusividade, para uso do Grupo Nova. O conteúdo das demais informações desta apostila é de total responsabilidade da equipe do Grupo Nova. A ETERNA COMPETIÇÃO ENTRE O LAZER E O ESTUDO Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal. Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando. Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da perda de prazer nas horas de descanso. Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de quem quer vencer na vida são: • medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança), • falta de tempo e • “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer. E então, você já teve estes problemas? Todo mundo sabe que para vencer e estar preparado para o dia-a-dia é preciso muito conhecimento, estudo e dedicação, mas como conciliar o tempo com as preciosas horas de lazer ou descanso? Este e outros problemas atormentavam-me quando era estudante de Direito e depois, quando passei à preparação para concursos públicos. Não é à toa que fui reprovado em 5 concursos diferentes! Outros problemas? Falta de dinheiro, dificuldade dos concursos (que pagam salários de até R$ 6.000,00/mês, com status e estabilidade, gerando enorme concorrência), problemas de cobrança dos familiares, memória, concentração etc. Contudo, depois de aprender a estudar, acabei sendo 1º colocado em outros 7 concursos, entre os quais os de Juiz de Direito, Defensor Público e Delegado de Polícia. Isso prova que passar em concurso não é impossível e que quem é reprovado pode “dar a volta por cima”. É possível, com organização, disciplina e força de vontade, conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para lazer, diversão e pouco ou nenhum estresse. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a tradicional imagem da pessoa trancafiada, estudando 14 horas por dia. O sucesso no estudo e em provas (escritas, concursos, entrevistas etc.) depende basicamente de três aspectos, em geral, desprezados por quem está querendo passar numa prova ou conseguir um emprego: 1º) clara definição dos objetivos e técnicas de planejamento e organização; 2º) técnicas para aumentar o rendimento do estudo, do cérebro e da memória; 3º) técnicas específicas sobre como fazer provas e entrevistas, abordando dicas e macetes que a experiência fornece, mas que podem ser aprendidos. O conjunto destas técnicas resulta em um aprendizado melhor e em mais sucesso nas provas escritas e orais (inclusive entrevistas). Aos poucos, pretendemos ir abordando estes assuntos, mas já podemos anotar aqui alguns cuidados e providências que irão aumentarseu desempenho. Para melhorar a “briga” entre estudo e lazer, sugiro que você aprenda a administrar seu tempo. Para isto, como já disse, basta um pouco de disciplina e organização. O primeiro passo é fazer o tradicional quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas. Ao invés de servir como uma “prisão”, este procedimento facilitará as coisas para você. Pra começar, porque vai levá-lo a escolher as coisas que não são imediatas e a estabelecer suas prioridades. Experimente. Em pouco tempo, você vai ver que isto funciona. Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou ao namoro. Sem isso, o estresse será uma mera questão de tempo. Por incrível que pareça, o fato é que com uma vida equilibrada o seu rendimento final no estudo aumenta. Outra dica simples é a seguinte: depois de escolher quantas horas você vai gastar com cada tarefa ou atividade, evite pensar em uma enquanto está realizando a outra. Quando o cérebro mandar “mensagens” sobre outras tarefas, é só lembrar que cada uma tem seu tempo definido. Isto aumentará a concentração no estudo, o rendimento e o prazer e relaxamento das horas de lazer. Aprender a separar o tempo é um excelente meio de diminuir o estresse e aumentar o rendimento, não só no estudo, como em tudo que fazemos. *William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller “Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar www.williamdouglas.com.br Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos. LÍNGUA PORTUGUESA Didatismo e Conhecimento 1 LÍNGUA PORTUGUESA 1. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO: INFORMAÇÕES LITERAIS E INFERÊNCIAS POSSÍVEIS; PONTO DE VISTA DO AUTOR; A literatura é a arte de recriar através da língua escrita. Sendo assim, temos vários tipos de gêneros textuais, formas de escrita; mas a grande dificuldade encontrada pelas pessoas é a interpreta- ção de textos. Muitos dizem que não sabem interpretar, ou que é muito difícil. Se você tem pouca leitura, consequentemente terá pouca argumentação, pouca visão, pouco ponto de vista e um gran- de medo de interpretar. A interpretação é o alargamento dos hori- zontes. E esse alargamento acontece justamente quando há leitura. Somos fragmentos de nossos escritos, de nossos pensamentos, de nossas histórias, muitas vezes contadas por outros. Quantas vezes você não leu algo e pensou: “Nossa, ele disse tudo que eu penso.” Com certeza, várias vezes. Temos aí a identificação de nossos pen- samentos com os pensamentos dos autores, mas para que aconteça, pelo menos não tenha preguiça de pensar, refletir, formar ideias e escrever quando puder e quiser. Tornar-se, portanto, alguém que escreve e que lê em nosso país é uma tarefa árdua, mas acredite, valerá a pena para sua vida futura. E, mesmo, que você diga que interpretar é difícil, você exercita isso a todo o momento. Exercita através de sua leitura de mundo. Você sabe, por exemplo, quando alguém lhe manda um olhar de desaprovação mesmo sem ter dito nada. Sabe, quando a menina ou o menino está a fim de você numa boate pela troca de olhares. A todo e qualquer tempo, em nossas vidas, interpretamos, argumentamos, expomos nossos pontos de vista. Mas, basta o(a) professor(a) dizer “Vamos agora interpretar esse texto” para que as pessoas se calem. E ninguém sabe o que calado quer... pois ao se calar você perde oportunidades valiosas de interagir e crescer no conhecimento. Perca o medo de expor suas ideias. Faça isso como um exercício diário mesmo e verá que antes que pense, o medo terá ido embora. Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir intera- ção comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estrutu- ração do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente da- quele inicial. Intertexto - comumente, os textos apresentam referências di- retas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Interpretação de Texto - o primeiro objetivo de uma inter- pretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procu- ram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de di- ferenças entre as situações do texto. Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras. Exemplo Título do Texto Paráfrases “O Homem Unido” A integração do mundo. A integração da humanidade. A união do homem. Homem + Homem = Mundo. A macacada se uniu. (sátira) Condições Básicas para Interpretar Faz-se necessário: - Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literá- rios, estrutura do texto), leitura e prática; - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico; Na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e an- tonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros. - Capacidade de observação e de síntese e - Capacidade de raciocínio. Interpretar X Compreender Interpretar Significa Compreender Significa - Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. - tipos de enunciados: • através do texto, infere- se que... • é possível deduzir que... • o autor permite concluir que... • qual é a intenção do autor ao afirmar que... - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está escrito. - tipos de enunciados: • o texto diz que... • é sugerido pelo autor que... • de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... • o narrador afirma... Erros de Interpretação É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de er- ros de interpretação. Os mais frequentes são: Didatismo e Conhecimento 2 LÍNGUA PORTUGUESA - Extrapolação (viagem). Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. - Redução. É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. - Contradição. Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, conse- quentemente, errando a questão. Observação: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a óti- ca do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais. Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacio- nam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (nexos), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito.São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode es- quecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber: Que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente. Mas depende das condições da frase. Qual (neutro) idem ao anterior. Quem (pessoa). Cujo (posse) - antes dele, aparece o possuidor e depois, o ob- jeto possuído. Como (modo). Onde (lugar). Quando (tempo). Quanto (montante). Exemplo: Falou tudo quanto queria (correto). Falou tudo que queria (errado - antes do que, deveria aparecer o demonstrativo o). Vícios de Linguagem – há os vícios de linguagem clássicos (barbarismo, solecismo, cacofonia...); no dia a dia, porém, exis- tem expressões que são mal empregadas, e por força desse hábito cometem-se erros graves como: - “Ele correu risco de vida”, quando a verdade o risco era de morte. - “Senhor professor, eu lhe vi ontem”. Neste caso, o pronome oblíquo átono correto é O. - “No bar: “Me vê um café”. Além do erro de posição do pro- nome, há o mau uso. Algumas dicas para interpretar um texto: - O autor escreveu com uma intenção - tentar descobrir qual é ela é a chave. - Leia todo o texto uma primeira vez de forma despreocupada - assim você verá apenas os aspectos superficiais primeiro. - Na segunda leitura observe os detalhes, visualize em sua mente o cenário, os personagens - Quanto mais real for a leitura na sua mente, mais fácil será para interpretar o texto. - Duvide do(a) autor(a) - Leia as entrelinhas, perceba o que o(a) autor(a) te diz sem escrever no texto. - Não tenha medo de opinar - Já vi terem medo de dizer o que achavam e a resposta estaria correta se tivessem dito. - Visualize vários caminhos, várias opções e interpretações - Só não viaje muito na interpretação. Veja os caminhos apontados pela escrita do(a) autor(a). Apegue-se aos caminhos que lhe são mostrados. - Identifique as características físicas e psicológicas dos perso- nagens - Se um determinado personagem tem como característica ser mentiroso, por exemplo, o que ele diz no texto poderá ser men- tira não é mesmo? Analisar e identificar os personagens são pontos necessários para uma boa interpretação de texto. - Observe a linguagem, o tempo e espaço - A sequência dos acontecimentos, o feedback, conta muito na hora de interpretar. - Analise os acontecimentos de acordo com a época do texto - É importante que você saiba ou pesquise sobre a época narrada no texto, assim, certas contradições ou estranhamentos vistos por você podem ser apenas a cultura da época sendo demonstrada. - Leia quantas vezes achar que deve - Não entendeu? Leia de novo. Nem todo dia estamos concentrados e a rapidez na leitura vem com o hábito. Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: Informativa e de reconhecimento; Interpretativa A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primei- ro contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras- -chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia-cen- tral de cada parágrafo. A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras com não, exceto, respectivamente, etc, pois fazem diferença na escolha ade- quada. Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor. Organização do Texto e Ideia Central Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se- letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas: - Declaração inicial; - Definição; - Divisão; - Alusão histórica. Didatismo e Conhecimento 3 LÍNGUA PORTUGUESA Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indica- do através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, assegura- mos um caminho que nos levará à compreensão do texto. Os Tipos de Texto Basicamente existem três tipos de texto: - Texto narrativo; - Texto descritivo; - Texto dissertativo. Cada um desses textos possui características próprias de cons- trução, que veremos no tópico seguinte (Tipologia Textual). É comum encontrarmos queixas de que não sabem interpretar textos. Muitos têm aversão a exercícios nessa categoria. Acham monótono, sem graça, e outras vezes dizem: cada um tem o seu próprio entendimento do texto ou cada um interpreta a sua manei- ra. No texto literário, essa ideia tem algum fundamento, tendo em vista a linguagem conotativa, os símbolos criados, mas em texto não-literário isso é um equívoco. Diante desse problema, seguem algumas dicas para você analisar, compreender e interpretar com mais proficiência. - Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Quando nós passa- mos a gostar de algo, compreendemos melhor seu funcionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a nós mesmos. Não se deixe levar pela falsa impressão de que ler não faz diferença. Também não se intimide caso alguém diga que você lê porcaria. Leia tudo que tenha vontade, pois com o tempo você se tornará mais seleto e perceberá que algumas leituras foram superficiais e, às vezes, até ridículas. Porém elas foram o ponto de partida e o estímulo para se chegar a uma leitura mais refinada. Existe tempo para cada tempo de nossas vidas. - Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu meio. - Aumente seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura, um bom exercício para ampliar o léxico é fazer palavras cruzadas. - Faça exercícios de sinônimos e antônimos. - Leia verdadeiramente. - Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão pode ser falsa. É preciso paciência para ler outras vezes. Antes de res- ponder as questões, retorne ao texto para sanar as dúvidas. - Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está vol- tada a uma linha do texto e por isso você deve voltar ao parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está voltada à ideia geral do texto. - Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do conheci- mento, porque algumas perguntas extrapolam ao que está escrito. Veja um exemplo disso: Texto: Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em deter- minados ofícios mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-se sem re- gularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos. (Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes) Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram: a) os portugueses. b) os negros. c) os índios. d) tanto os índios quanto aos negros. e) a miscigenação de portugueses e índios. (Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro: Impetus,2003.) Resposta: Letra C. Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas características apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto. - Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a seguir. a) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes. b) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes. c) Os alunos dedicados passaram no vestibular. d) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular. e) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi. f) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi. Explicações: a) Diego fez sozinho o trabalho de artes. b) Apenas o Diego fez o trabalho de artes. c) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não-dedicados e, pas- saram no vestibular, somente, os que se dedicaram, restringindo o grupo de alunos. d) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados. e) Marcão é chamado para cantar. f) Marcão pratica a ação de cantar. Leia o trecho e analise a afirmação que foi feita sobre ele. “Sempre fez parte do desafio do magistério administrar ado- lescente com hormônios em ebulição e com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade do professor.” Frase para análise. Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das escolas privadas. E esse é o grande desafio do professor moderno. 1 – Não é mencionado que a escola seja da rede privada. 2 – O desafio não é apenas do professor atual, mas sempre fez parte do desafio do magistério. Outra questão é que o grande desafio não é só administrar os desafios às regras, isso é parte do desafio, há também os hormônios em ebulição que fazem parte do desafio do magistério. Didatismo e Conhecimento 4 LÍNGUA PORTUGUESA Atenção ao uso da paráfrase (reescritura do texto sem prejuízo do sentido original). Veja o exemplo: Frase original: Estava eu hoje cedo, parado em um sinal de trânsito, quando olho na esquina, próximo a uma porta, uma loiro- na a me olhar e eu olhava também. (Concurso TRE/SC) A frase parafraseada é: a) Parado em um sinal de trânsito hoje cedo, numa esquina, próximo a uma porta, eu olhei para uma loira e ela também me olhou. b) Hoje cedo, eu estava parado em um sinal de trânsito, quan- do ao olhar para uma esquina, meus olhos deram com os olhos de uma loirona. c) Hoje cedo, estava eu parado em um sinal de trânsito quando vi, numa esquina, próxima a uma porta, uma louraça a me olhar. d) Estava eu hoje cedo parado em um sinal de trânsito, quando olho na esquina, próximo a uma porta, vejo uma loiraça a me olhar também. Resposta: Letra C. A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja algu- mas delas. a) substituição de locuções por palavras; b) uso de sinônimos; c) mudança de discurso direto por indireto e vice-versa; d) converter a voz ativa para a passiva; e) emprego de antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; o povo lusitano = portugueses). Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases. Exemplos a) Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de pro- fessores. b) Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de pro- fessores. c) Os alunos determinados pediram ajuda aos professores. d) Determinados alunos pediram ajuda aos professores. Explicações: a) Certos alunos = qualquer aluno. b) Alunos certos = aluno correto. c) Alunos determinados = alunos decididos. d) Determinados alunos = qualquer aluno. Exercícios Atenção: Para responder às questões de números 01 a 03, considere o texto abaixo. Os governos e os parlamentos devem achar que a astronomia é uma das ciências que custam mais caro: o menor instrumento custa centenas de milhares de francos; o menor observatório custa milhões; cada eclipse acarreta depois de si despesas suplementares. E tudo isso para astros que ficam tão distantes, que são completamente estranhos às nossas lutas eleitorais, e provavelmente jamais desempenharão qualquer papel nelas. É impossível que nossos homens políticos não tenham conservado um resto de idealismo, um vago instinto daquilo que é grande; realmente, creio que eles foram caluniados; convém encorajá-los, e lhes mostrar que esse instinto não os engana, e que não são logrados por esse idealismo. Bem poderíamos lhes falar da navegação, cuja importância ninguém ignora, e que tem necessidade da astronomia. Mas isso seria abordar a questão por seu lado menos importante. A astronomia é útil porque nos eleva acima de nós mesmos; é útil porque é grande; é útil porque é bela; é isso que se precisa dizer. É ela que nos mostra o quanto o homem é pequeno no corpo e o quanto é grande no espírito, já que essa imensidão resplandecente, onde seu corpo não passa de um ponto obscuro, sua inteligência pode abarcar inteira, e dela fruir a silenciosa harmonia. Atingimos assim a consciência de nossa força, e isso é uma coisa pela qual jamais pagaríamos caro demais, porque essa consciência nos torna mais fortes. Mas o que eu gostaria de mostrar, antes de tudo, é a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências, mais diretamente úteis, porque foi ela que nos proporcionou um espírito capaz de compreender a natureza. [Adaptado de Henri Poincaré (1854-1912). O valor da ciência. Tradução Maria Helena Franco Martins. Rio de Janeiro: Contraponto, 1995, p.101] 01. Para o autor, a astronomia tem um custo (A) muito menor do que outros campos do conhecimento humano, como a navegação, que aliás acaba por se beneficiar do conhecimento astronômico. (B) elevado, de centenas de milhares a milhões de francos, cabendo aos políticos o equilíbrio desses gastos de modo a permitir que essa ciência continue a engrandecer o homem. (C) muito alto quando comparado com o de outras ciências mais úteis, o que deve, contudo, ser relativizado em função da contribuição que recebem do conhecimento astronômico. (D) alto, de fato, mas que acaba plenamente compensado pela importância dessa ciência em si mesma e para outros campos do conhecimento humano. (E) bem menor do que aquele que os políticos divulgam, interessados que estão na transferência de recursos para outras áreas que possam trazer dividendos eleitorais. 02. É ela que nos mostra o quanto o homem é pequeno no corpo e o quanto é grande no espírito, já que essa imensidão resplandecente, onde seu corpo não passa de um ponto obscuro, sua inteligência pode abarcar inteira, e dela fruir a silenciosa harmonia. A frase acima pode ser corretamente entendida, no contexto, como o reconhecimento (A) da pequenez do homem diante da grandeza do universo, que pode, no entanto, a partir da ciência astronômica, ser conhecido em sua totalidade pela inteligência humana. (B) de que o homem é pequeno fisicamente, mas tem uma alma que pode ser lúcida, generosa e tão grande como o universo mostrado pela astronomia. (C) da grandeza da inteligência humana que, colocada em um ser tão pequeno, pode fazê-lo um dia capaz de transportar-se para qualquer galáxia do universo. (D) da insignificância do homem quando visto a partir do conhecimento astronômico, revelando que sua inteligência, por maior que seja, é incapaz de compreender a harmonia universal. (E) de que há no homem uma divisão radical entre corpo e alma, que só poderá ser superada na medida da compreensão integrada da presença humana no universo. Didatismo e Conhecimento 5 LÍNGUA PORTUGUESA 03. ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências ... O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em: (A) ... astros que ficam tão distantes ... (B) ... que a astronomia é uma das ciências ... (C) ... que nos proporcionou um espírito ... (D) ... cuja importâncianinguém ignora ... (E) ... onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ... Atenção: Para responder às questões de números 04 e 05, considere o texto abaixo. A música alcançou uma onipresença avassaladora em nosso mundo: milhões de horas de sua história estão disponíveis em disco; rios de melodia digital correm na internet; aparelhos de mp3 com 40 mil canções podem ser colocados no bolso. No entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos, ou até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós. Ela se tornou um meio radicalmente virtual, uma arte sem rosto. Quando caminhamos pela cidade num dia comum, nossos ouvidos registram música em quase todos os momentos − pedaços de hip- hop vazando dos fones de ouvido de adolescentes no metrô, o sinal do celular de um advogado tocando a “Ode à alegria”, de Beethoven −, mas quase nada disso será resultado imediato de um trabalho físico de mãos ou vozes humanas, como se dava no passado. Desde que Edison inventou o cilindro fonográfico, em 1877, existe gente que avalia o que a gravação fez em favor e desfavor da arte da música. Inevitavelmente, a conversa descambou para os extremos retóricos. No campo oposto ao dos que diziam que a tecnologia acabaria com a música estão os utópicos, que alegam que a tecnologia não aprisionou a música, mas libertou-a, levando a arte da elite às massas. Antes de Edison, diziam os utópicos, as sinfonias de Beethoven só podiam ser ouvidas em salas de concerto selecionadas. Agora, as gravações levam a mensagem de Beethoven aos confins do planeta, convocando a multidão saudada na “Ode à alegria”: “Abracem-se, milhões!”. Glenn Gould, depois de afastar-se das apresentações ao vivo em 1964, previu que dentro de um século o concerto público desapareceria no éter eletrônico, com grande efeito benéfico sobre a cultura musical. (Adaptado de Alex Ross. Escuta só. Tradução Pedro Maia Soares. São Paulo, Cia. das Letras, 2010, p. 76-77) 04. No texto, o autor (A) apresenta duas posições radicalmente opostas em relação aos efeitos da tecnologia sobre a fruição da música. (B) critica os que fazem música de maneira anônima, contrapondo-os aos grandes músicos do passado. (C) comprova que a música se desvalorizou na medida em que deixou de ser apresentada ao vivo, passando a ser uma arte menor. (D) lamenta os efeitos nefastos da tecnologia sobre a música, que se transformou em mero toque de celular. (E) conclui com ironia que os adolescentes desfrutam música de qualidade inferior à cultivada por pessoas já formadas. 05. No entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos, ou até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós. Considerando-se o contexto, é INCORRETO afirmar que o elemento grifado pode ser substituído por: (A) Porém. (B) Contudo. (C) Todavia. (D) Entretanto. (E) Conquanto. Leia o texto para responder às questões de números 06 a 09. Temos o poder da escolha Os consumidores são assediados pelo marketing a todo momento para comprarem além do que necessitam, mas somente eles podem decidir o que vão ou não comprar. É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”, mas só nós temos o poder da escolha. Cada vez mais precisamos do consumo consciente. Será que paramos para pensar de onde vem o produto que estamos consumindo e se os valores da empresa são os mesmos em que acreditamos? A competitividade entre as empresas exige que elas evoluam para serem opções para o consumidor. Nos anos 60, saber fabricar qualquer coisa era o suficiente para ter uma empresa. Nos anos 70, era preciso saber fazer com qualidade e altos índices de produção. Já no ano 2000, a preocupação era fazer melhor ou diferente da concorrência e as empresas passaram a atuar com responsabilidade socioambiental. O consumidor tem de aprender a dizer não quando a sua relação com a empresa não for boa. Se não for boa, deve comprar o produto em outro lugar. Os cidadãos não têm ideia do poder que possuem. É importante, ainda, entender nossa relação com a empresa ou produto que vamos eleger. Temos uma expectativa, um envolvimento e aceitação e a preferência dependerá das ações que aprovamos ou não nas empresas, pois podemos mudar de ideia. Há muito a ser feito. Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas acreditam no consumo consciente, mas essas mesmas pessoas admitem que já compraram produto pirata. Temos de refletir sobre isso para mudar nossas atitudes. (Jornal da Tarde 24.04.2007. Adaptado) 06. De acordo com a leitura do texto, pode-se afirmar que os consumidores (A) raramente sofrem interferências do marketing. (B) sabem dizer não quando uma empresa age incorretamente. (C) devem selecionar melhor empresas e produtos. (D) ameaçam deixar de continuar consumindo ao descobrirem irresponsabilidades. (E) resistem aos apelos do marketing, evitando as compras. 07. Conforme informações do texto, o consumo consciente depende (A) da reflexão sobre a origem dos produtos e da honestidade das empresas. (B) de os preços serem acessíveis ao consumidor e o produto estar na moda. (C) do marketing, que consegue convencer as pessoas. (D) de um produto ser atraente ou não para o consumidor. (E) das vantagens que a empresa pode oferecer ao se pagar à vista. Didatismo e Conhecimento 6 LÍNGUA PORTUGUESA 08. Na frase – Os consumidores são assediados pelo marketing... –, a palavra destacada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por: (A) perseguidos. (B) ameaçados. (C) acompanhados. (D) gerados. (E) preparados. 09. No trecho – Temos uma expectativa, um envolvimento e aceitação... –, a palavra destacada apresenta sentido contrário de (A) vontade. (B) apreciação. (C) avaliação. (D) rejeição. (E) indiferença. Texto para os itens de 10 a 15 Ouvir a voz da rua, por meio da literatura, constitui um bom começo para a apreensão dos espaços de interação das pessoas destinatárias do texto literário com o direito e com o seu fenômeno de expressão mais notável, que é a lei. A leitura do texto literário que narra a perplexidade das pessoas em relação à lei pode interferir positivamente na compreensão do problema da adesão aos centros de tutela que nela se estabelecem. A dialética própria do conhecimento aplica-se especialmente ao direito como grande cena da cultura humana e lugar de residência ou de visibilidade do conflito. O texto literário pode mudar o leitor, pode confrontar suas crenças e fazê-lo pensar. Ele pode, também, fazer o apostolado das necessidades. Esse, porém, não é um processo automático e não prescinde de uma mobilização por aqueles que detêm as ferramentas operacionais de geração do direito — legisladores, professores, teóricos e agentes máximos da informação pelo argumento, como os juízes, os advogados, os promotores etc. — para chamar a atenção do leitor acerca do conteúdo proposto no texto literário. O texto literário pode mudar o leitor, dar-lhe voz, chamar-lhe a atenção para algo não percebido espontaneamente, preencher-lhe as lacunas com o alívio de ouvir o que queria que fosse dito. Esse texto pode abrir uma vereda para a expansão do conhecimento por meio das promessas e perguntas que faz. Mônica Sette Lopes. A imagem do direito e da justiça no Machado de Assis cronista. Internet: <www.amatra3.com.br> (com adaptações). Com relação às ideias do texto, julgue os itens de 10 a 15. 10. Infere-se do texto que o texto literário é um dos agentes capazes de garantir que o cidadão comum tome conhecimento de seus direitos estabelecidos em lei. 11. Depreende-se da leitura do texto que, de modo geral, os inconformados com o sistema judicial utilizam os escritos literários como meio de expressão. 12. No texto, caracteriza-se a dialética como “grande cena da cultura humana e lugar de residência ou de visibilidade do conflito”(R.10-11). 13. O debate de diferentes aspectos pertinentes a determinados fatos regulados pela lei promovido pelos agentes que detêm as ferramentas operacionais de geração do direito é importante para que o texto literário possa levar o leitor a questionar seu modo de pensar e até a mudar seu ponto de vista a respeito dos assuntos nele abordados. Julgue os itens a seguir, referentes aos sentidos e aos aspectos estruturais do texto. 14. O trecho “dar-lhe voz, chamar-lhe a atenção para algo” (R.21-22) poderia ser corretamente entendido da seguinte forma: dar voz ao leitor, chamar a atenção do leitor para algo. 15. A palavra “cena” (R.10) foi empregada no texto com o sentido de arte. Texto para os itens de 15 a 19 O exercício da advocacia criminal constitui instrumento de equilíbrio social. Não haveria paz e tranquilidade se os julgamentos fossem realizados sem leis antecipadamente organizadas e se os réus — por mais graves que fossem os crimes cometidos — pudessem ser condenados sumariamente sem defesa. Quando se fala em defesa, trata-se da ampla defesa, que abrange o direito de recorrer, quando a decisão não for favorável. O recurso ampara- se em dois fundamentos de natureza psicológica. De um lado, o sentimento inato, inerente ao gênero humano, de inconformidade com a derrota. De outro, a certeza universal da falibilidade humana. Daí o impulso 13 existencial legítimo de ver um julgamento desfavorável reexaminado, de preferência por quem lhe pareça mais qualificado por melhores dotes de sabedoria e experiência, e mesmo, ainda que por simples presunção, por melhores valores culturais e morais. Se, na vida, recorrer ao amparo dos nossos semelhantes é uma necessidade, a lei não poderia deixar de acolher a utilização de recursos para o seu trato diário, como uma forma de ver-se prestigiada, ou seja, para que as partes envolvidas no processo se sintam amparadas, com a sensação de que a decisão foi, tanto quanto possível, devidamente apreciada, imparcial e justa. Tales Castelo Branco. Todo réu deve ter defesa. Internet: <http://super.abril.com.br> (com adaptações). Considerando as ideias e a tipologia do texto apresentado, julgue os itens subsequentes. 16. De acordo com o texto, o direito de ampla defesa contempla o direito de interposição de recurso contra uma sentença judicial. 17. O texto pode ser classificado como dissertativo, visto que nele se defende a ideia da importância da ampla defesa e se desenvolve argumentação a partir dela. 18. De acordo com o texto, a previsão em lei do direito de recorrer contra decisão judicial contribui tanto para a manutenção da reputação do sistema judicial quanto para a promoção do bem- estar do réu. 19. O texto sugere que a ausência de paz e tranquilidade em uma sociedade advém do fato de o exercício da advocacia criminal ser falho ou inexistente. Didatismo e Conhecimento 7 LÍNGUA PORTUGUESA Texto para os itens de 20 a 25 O matemático americano Salman Khan, ou Sal, tornou-se o mais bem-sucedido professor de todos os tempos sem nenhuma base teórica na área da pedagogia nem trânsito no mundo dos especialistas em educação. Aos 36 anos, ele nunca chegou a demonstrar ambição de se converter em um grande pensador da sala de aula, mas vem se firmando como alguém com um olhar muito pragmático e ácido sobre a escola. Sal não muda o tom em seu recém-lançado The One World Schoolhouse: Education Reimagined, best-seller nos Estados Unidos, com chegada ao Brasil prevista para janeiro com o título Um Mundo, uma Escola (...). Preservando o estilo coloquial e ao mesmo tempo assertivo de suas aulas – já vistas 200 milhões de vezes na rede –, ele expõe pela primeira vez de forma mais organizada suas descobertas sobre o aprendizado. Incentivado pelos colegas do Vale do Silício, onde fincou sua Khan Academy, Até arrefeceu um pouco o ritmo frenético com que produz conteúdo áreas do conhecimento – algo que parecia impossível para quem o conhece bem – para concluir o texto sobre o qual se debruçou por dois anos. “Não tenho a pretensão dos grandes teóricos, mas uma experiência concreta que sinaliza para uma escola menos chata”, resume a VEJA o entusiasmado Sal. O mérito número 1 desse jovem matemático que coleciona ainda graduações em ciências da computação e engenharia elétrica e uma passagem pelo mercado financeiro é mostrar que a transformação da escola – ainda baseada no velho modelo prussiano do século XVIII – não requer nada de muito mirabolante nem tão dispendioso. Sal é, acima de tudo, um defensor do bom-senso. Ele indaga: “Se todas as pesquisas da neurociência já provaram que as pessoas perdem a concentração em longas palestras, por que a aula-padrão é expositiva e leva uma hora?”. Suas lições virtuais não passam de vinte minutos. Sal se declara ainda contra a falta de ambição acadêmica, uma das raízes do fracasso escolar. “O aprendizado de hoje é como um queijo suíço, cheio de buracos, e isso é estranhamente tolerado. Os alunos mudam de capítulo sem ter assimilado o anterior, dispara com o mesmo ímpeto com que combate a monotonia da sala de aula. “Enquanto o mundo requer gente criativa e com alta capacidade inovadora, o modelo vigente reforça reforça a passividade”, diz. Uma de suas grandes contribuições é mostrar como a tecnologia pode revirar velhas convicções sobre a escola, área em que ainda paira uma zona de sombra – inclusive no Brasil. As iniciativas nesse campo costumam se limitar a prover acesso a computadores e tablets sem que se faça nada de verdadeiramente útil, muito menos revolucionário, com eles. Sal aponta dois caminhos. O primeiro requer bons professores para lançar na rede conteúdo do mais alto nível para ser visto de qualquer lugar e no ritmo de cada um. De tão simples parece banal, mas ele reforça que pode estar aí a chave para um novo tipo de escola: “A criança assiste em casa à melhor aula possível, e o tempo na escola passa a ser usado de forma muito mais produtiva, para dúvidas e projetos intelectualmente desafiantes”, explica. O outro caminho descortinado por ele passa pela possibilidade que o computador traz de monitorar o desempenho dos alunos em tempo real – algo que, se bem aplicado, pode se converter em uma ferramenta valiosa. O próprio Sal desenvolveu um programa que permite ao professor visualizar o desempenho do aluno no instante exato em que ele resolve os desafios propostos no site da Khan Academy. (...) (BUTTI, Nathália. “Abaixo a chatice na sala de aula”. Veja. São Paulo: Editora Abril, 05 dez. 2012, p. 158-60.) 20. Na passagem “... Até arrefeceu um pouco...”, a forma verbal presente tem como antônimo: (A) esfriou (B) abrandou (C) estimulou (D) prejudicou (E) desanimou 21. No trecho “... o mais bem-sucedido professor de todos os tempos...” é possível reconhecer o emprego adequado do: (A) comparativo analítico (B) superlativo de totalidade (C) superlativo absoluto sintético (D) comparativo de superioridade (E) superlativo relativo de superioridade 22. Nos sintagmas abaixo, a mudança de posição dos termos provoca alteração de sentido, EXCETO em: (A) “... velho modelo...” (B) “... ritmo frenético...” (C) “... grande pensador...” (D) “... jovem matemático...” (E) “... matemático americano...” 23. A passagem do texto em que se pode perceber o emprego de uma figura de linguagem é: (A) “... O aprendizado de hoje é como um queijo suíço...” (B) “.... Sal é, acima de tudo, um defensor do bom-senso...” (C) “... o tempo na escola passa a ser usado de forma muito mais produtiva...” (D) “... Preservando o estilo coloquial e ao mesmo tempo assertivo de suas aulas...” (E) “... O primeiro requer bons professores para lançar na rede conteúdo do mais alto nível...” 24. A oração “... sem que se faça nada de verdadeiramente útil, muito menos revolucionário,com eles...” apresenta valor semântico de: (A) condição (B) finalidade (C) proporção (D) concessão (E) consequência 25. Considere o trecho a seguir: “...“A criança assiste em casa à melhor aula possível, e o tempo na escola passa a ser usado de forma muito mais produtiva, para dúvidas e projetos intelectualmente desafiantes”, explica...”. Segundo o autor, “casa” e “escola” estabelecem relação de: (A) complementaridade (B) incompatibilidade (C) mecanicidade (D) reduplicação (E) introjeção Didatismo e Conhecimento 8 LÍNGUA PORTUGUESA Leia o texto e responda as questões de 26 a 30. ESCOLA DA DROGA Liana Melo Era pra ser um dia como outro qualquer. O carioca A.E. Acordou cedo e iniciou sua rotina matinal. Vestiu-se para ir à escola, tomou café e despediu-se da avó, com quem morava na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ao sair, checou se o cigarro de maconha que costumava esconder na mochila estava lá. Antes de ir para a sala de aula de um dos colégios religiosos tradicionais da cidade, foi ao banheiro. Ali, deixou o baseado cair. Foi denunciado e expulso. O episódio ocorreu há três anos, quando A.E. Tinha 12 anos. Hoje (...) é um dos 92 mil jovens que fazem uso regular de drogas e um dos cerca de milhões de estudantes brasileiros que admitem a existência de entorpecentes nas escolas. (...). “Ilusão pensar que é o traficante quem oferece drogas nas escolas. São os próprios amigos do colégio que fazem esse papel”, analisa a socióloga carioca Mary Castro. Foi exatamente isso que aconteceu com A.E. Um colega da escola de seu primo foi quem apertou o primeiro baseado para ele fumar. (...). Ao galgar a posição de usuário regular, A.E. Começou a ficar sem dinheiro. Com a mesada curta, passou a roubar celulares na escola. Não é incomum que o uso de drogas gerem distúrbios de comportamento como o de A.E.: 92% dos alunos pesquisadores afirmaram já ter cometido algum tipo de transgressão. É no entorno dos colégios, mais do que dentro deles, que se constata a presença do tráfico e do consumo de drogas. “Não é o aluno que vai atrás das drogas, é a droga que vai ao encontro dele”, analisa o psiquiatra paulista José Antônio Ribeira da Silva. A UNESCO confirma essa tese ao apontar os bares como os lugares onde, com maior frequência, são vendidas as drogas aos menores. Dentro das escolas, o banheiro é o lugar preferido para usar entorpecentes no horário das aulas. A maconha é disparadamente a droga ilícita mais consumida pelos estudantes. “Costumo dizer que a droga se matriculou na escola”- palavras do médico psicanalista José Outeiral. Num passado recente, o jovem debutava no mundo das drogas aos 14 anos: hoje, aos 11 anos. Isso não significa que todos esses jovens evoluam para a dependência, assim como nem todo adolescente que usa droga está envolvido com tráfico. “Os mais vulneráveis são aqueles oriundos de famílias cujos limites não são claros”, analisa o psicanalista Luiz Alberto Pinheiro de Freitas. A ausência do “não” na vida desses jovens cria uma espécie de ideal maníaco pela felicidade eterna e ininterrupta. (...) Segundo pesquisa, o consumo de drogas entre meninas é 30% inferior ao dos meninos estudantes. “As drogas, sobretudo a maconha, provocam prejuízo cognitivo”- comenta o médico Jorge Jaber. Na faixa etária de 18 anos, por terem ainda o sistema nervoso imaturo, as drogas podem causar danos irreparáveis. Só que ao contrário do que se pensa, não é a maconha a porta de entrada para o mundo das drogas ilícitas, mas o álcool e o cigarro. L.S. iniciou nas drogas pelo álcool. Hoje aos 18 anos, ele já repetiu de ano algumas vezes e cursa a 8ª série. Já agrediu a mãe e costuma roubar: “Meus alvos preferidos são as velhinhas indefesas.” Em muitas escolas impera mesmo é a lei do silêncio, que vem acompanhada do medo e da ameaça, o que demonstra as tênues fronteiras entre a droga e a violência. Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/1718074-escola- da-droga/#ixzz2McJ3RQ3F último acesso em 04 /03/2012. 26. De acordo com o texto: (A) Colegas da mesma escola oferecem drogas aos seus amigos (B) A droga chega na escola por intermédio de traficantes. (C) Colégios religiosos são os que mais denunciam os traficantes (D) O traficante oferece drogas nos colégios tradicionais 27. Era pra ser um dia como outro qualquer. Essa frase do texto, referindo-se ao carioca A.E., faz supor que esse dia não foi igual aos demais porque ele: (A) Não encontrou seu cigarro na mochila (B) Deixou cair seu cigarro na sala de aula (C) Foi descoberto como um usuário de droga (D) Em vez de ir para a escola, foi para a zona sul do Rio. 28. É correto afirmar que o tráfico das drogas acontece, na maioria das vezes: (A) nas salas de aula (B) nos arredores da escola (C) nos banheiros das escolas (D) no pátio do colégio 29. Costumo dizer que a droga se matriculou na escola. Com essa frase, o médico quis dizer que: (A) Os alunos usuários de droga se matriculam nas escolas para usá-las mais facilmente. (B) A droga convive com os alunos, na escola. (C) A escola é o lugar mais visitado pelos traficantes (D) O aluno matricula-se na escola porque sabe que lá há drogas 30. O texto informa que: (A) Todo jovem dependente de droga aos 11 anos é traficante. (B) Todo jovem que usa droga acaba se envolvendo com o tráfico (C) Alguns jovens que começam a usar drogas aos 11 anos não se tornam dependentes dela (D) Jovens de 14 anos tornam-se dependentes da droga mais depressa. Leia o texto para responder às questões de números 31 a 34. Mais denso, menos trânsito As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e em processo de deterioração agudizado pelo crescimento econômico da última década. Existem deficiências evidentes em infraestrutura, mas é importante também considerar o planejamento urbano. Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de desconcentração, incentivando a criação de diversos centros urbanos, na visão de que isso levaria a uma maior facilidade de deslocamento. Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos centros e o aumento das distâncias multiplicam o número de viagens, dificultando o investimento em transporte coletivo e aumentando a necessidade do transporte individual. Se olharmos Los Angeles como a região que levou a desconcentração ao extremo, ficam claras as consequências. Numa região rica como a Califórnia, com enorme investimento viário, temos engarrafamentos gigantescos que viraram característica da cidade. Didatismo e Conhecimento 9 LÍNGUA PORTUGUESA Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com elevado adensamento e predominância do transporte coletivo, como mostram Manhattan e Tóquio. O centro histórico de São Paulo é a região da cidade mais bem servida de transporte coletivo, com infraestrutura de telecomunicação, água, eletricidade etc. Como em outras grandes cidades, essa deveria ser a região mais adensada da metrópole. Mas não é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento gradual do centro, com deslocamento das atividades para diversas regiões da cidade. A visão de adensamento com uso abundante de transporte coletivo precisa ser recuperada. Desse modo, será possível reverter esse processo de uso cada vez mais intenso do transporte individual, fruto não só do novo acesso da população ao automóvel, mas também da necessidade de maior número de viagens em função da distância cada vez maior entre os destinos da população. (Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado) 31. A partir da leitura do primeiro parágrafo, pode-se concluir que a degeneração das grandes cidades brasileiras tem sido acelerada (A) pelo crescimento econômico da última década. (B) pela ausência de manutenção das grandes rodovias. (C) pela falta de investimento por parte de empresas privadas. (D) pela inexistênciade transporte individual. (E) pela concentração de moradores em zonas muito pobres. 32. Para o autor, a criação de diversos centros urbanos dificulta o deslocamento, porque (A) limita as atividades dos indivíduos a uma única área da cidade. (B) obriga os cidadãos a usar o transporte coletivo. (C) acarreta uma redução do número de rodovias. (D) diminui a necessidade de construção de vias públicas. (E) multiplica o número de viagens da população. 33. Uma alternativa apontada no texto para a melhoria do trânsito nas grandes cidades, além do adensamento, está em (A) ampliar a malha viária no entorno das cidades. (B) proibir a circulação de veículos nas regiões centrais. (C) investir no transporte coletivo. (D) estimular a aquisição de automóveis. (E) restringir o horário de circulação de veículos. 34. Na opinião do autor, o centro histórico de São Paulo deveria ser a região mais adensada da metrópole, uma vez que é a mais (A) populosa e concentra o maior número de empresas. (B) rica em termos de infraestrutura e transporte público. (C) frequentada por trabalhadores e paulistanos no geral. (D) tradicional e considerada polo turístico da cidade. (E) carente quanto à oferta de serviços de saneamento. 35. Leia o cartum de Jean Galvão. (https://www.facebook.com/jeangalvao.cartunista) Considerando a relação entre a fala do personagem e a imagem visual, pode-se concluir que o que o leva a pular a onda é a necessidade de (A) demonstrar respeito às religiões. (B) realizar um ritual místico. (C) divertir-se com os amigos. (D) preservar uma tradição familiar. (E) esquivar-se da sujeira da água Leia o texto para responder às questões de números 36 a 38. Pulseira ‘high-tech’ ajuda a encontrar criança na praia Pulseiras de silicone à prova d’água ligadas a um sistema eletrônico são as novas estratégias disponíveis aos pais para ajudar a localizar filhos perdidos na praia. Só no período de 21 de dezembro de 2012 a 10 de janeiro de 2013, o litoral paulista somou 323 casos de crianças perdidas, segundo o Corpo de Bombeiros – o que representa um avanço de 41% em relação à temporada de 2011/2012 e de 201% ante a de 2010/2011. De fabricação chinesa, a nova pulseirinha chega primeiro às areias do Guarujá. A ideia é da ONG Anjos do Verão. O grupo de voluntários instala um código numérico em baixo relevo na pulseira – que pode ser usada por até dois anos – e cadastra no sistema dados da criança, celular e e-mail dos pais e de outros familiares. Se a criança se perder, quem encontrá-la verá na pulseira instruções para que envie uma mensagem eletrônica ao grupo ou acione o código na internet. Assim que o código é digitado, familiares cadastrados recebem automaticamente uma mensagem dizendo que a criança foi encontrada. O sistema permite ainda cadastrar o nome e o telefone de quem a encontrou e informar um ponto de referência. Um geolocalizador também avisará os pais de onde o código foi acionado. Segundo o coordenador da Anjos do Verão, Rui Silva, a ideia é instituir uma nova forma de identificação, sem correr o risco de expor dados da criança e da família. A ONG planeja levar o sistema para além da faixa de areia. “Queremos criar um ponto de encontro eletrônico que sirva não só para as praias, mas também para o pai que leva os filhos ao shopping, ao aeroporto ou até à rua 25 de Março”, diz Silva. (Natália Cancian, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado) Glossário high-tech: de alta-tecnologia Didatismo e Conhecimento 10 LÍNGUA PORTUGUESA 36. De acordo com o texto, a pulseira eletrônica é distribuída pela ONG Anjos do Verão com a finalidade de (A) impedir crianças de se distanciarem dos pais. (B) facilitar a localização de crianças perdidas. (C) alertar os pais sobre o risco de perder os filhos. (D) auxiliar a encontrar vítimas de afogamento nas praias. (E) identificar possíveis sequestradores de crianças. 37. Segundo o coordenador da Anjos do Verão, a pulseira eletrônica (A) apresenta alta durabilidade, que ultrapassa dois anos de uso contínuo. (B) será distribuída gratuitamente aos frequentadores das praias do Guarujá. (C) deve ser usada por menores de todas as faixas etárias. (D) auxiliou o trabalho dos bombeiros durante os últimos verões. (E) oferece maior proteção aos dados da criança e da família. 38. Considerando o conjunto das informações do último parágrafo, com a frase – A ONG planeja levar o sistema para além da faixa de areia. –, a autora quer dizer que a ONG planeja (A) expandir o sistema para outras áreas. (B) demarcar as fronteiras de uso do sistema. (C) levar o sistema para praias de todo o litoral paulista. (D) tornar o sistema mais resistente à areia da praia. (E) agilizar o acesso ao sistema nas praias. Leia o texto para responder às questões de números 39 a 42. Perdida, só me lembrava do ‘índio’ do prédio “A única coisa que ela sabe é que tem o desenho de um índio na porta do prédio”, dizia o sorveteiro, um pouco confuso, sem saber o que fazer com aquela criança perdida na avenida em frente à praia. Ele tentava convencer duas senhoras a assumir o problema, que, no caso, era eu. Em silêncio, de cabeça baixa, eu morria de vergonha diante de tamanha proeza – conseguir me perder entre os poucos metros que separavam o edifício onde estava com minha família e a banca de revistas. Tão senhora de mim aos oito anos de idade, nem percebi que segui em direção à praia, quando deveria voltar. E lá fui eu com as duas novas tutoras e o sorveteiro, em busca do tal edifício. Para elas, o jeito era chamar a polícia. Anda de um lado, pergunta do tal índio pro outro, até que ouço uma voz: “achamos”. Uma prima, quase em prantos, me abraçou e disse: “estávamos desesperados”. Lá pelos anos 70, sem celular, iPhone, iPad ou outras tantas muletas, a estratégia foi cada integrante da família se dividir e fixar um tempo para voltar à porta do prédio. Estavam todos lá, minha mãe, primos, tia, o sorveteiro, as duas mulheres e eu – ainda muda. Só choro, abraço e, para o meu espanto, nenhuma bronca. E a cara de surpresa quando todos viram que só eu havia reparado no tal índio pintado na porta do prédio. Talvez nada disso teria acontecido se tivesse uma dessas pulseirinhas de identificação. Mas talvez também não tivesse aprendido que é sempre bom saber como voltar pra casa. (Denise Chiarato, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado) 39. No texto, a narradora (A) conta o episódio de quando se perdeu dos familiares aos oito anos. (B) relata sua experiência de encontrar uma criança perdida na rua. (C) fala da experiência de ter voltado para casa com a ajuda de um dispositivo eletrônico. (D) expõe sua indignação contra pais que perdem seus filhos. (E) lembra quando foi severamente repreendida pelos pais por ter se perdido. 40. Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do texto. O fato de a menina saber que havia o desenho de um índio na porta do prédio mostrou-se para que ela soubesse voltar para casa sozinha. (A) indispensável (B) inútil (C) essencial (D) conveniente (E) vantajoso 41. Releia o último parágrafo. Talvez nada disso teria acontecido se tivesse uma dessas pulseirinhas de identificação. Mas talvez também não tivesse aprendido que é sempre bom saber como voltar pra casa. A autora conclui que a experiência de perder-se pode ser (A) divertida. (B) traumática. (C) letal. (D) instrutiva. (E) destrutiva. 42. Observe a passagem do penúltimo parágrafo. Lá pelos anos 70, sem celular, iPhone, iPad ou outras tantas muletas, a estratégia foi cada integrante da família se dividir e fixar um tempo para voltar à porta do prédio. Estavam todos lá, minha mãe, primos, tia, o sorveteiro, as duas mulheres e eu – ainda muda. O termo lá, nas expressões Lá pelos anos 70 e Estavam todos lá, expressa ideiade (A) dúvida e modo, respectivamente. (B) tempo, em ambas as ocorrências. (C) modo, em ambas as ocorrências. (D) lugar e dúvida, respectivamente. (E) tempo e lugar, respectivamente. A tirinha a seguir serve de base para as questões 43 e 44. Observe-a com atenção: Didatismo e Conhecimento 11 LÍNGUA PORTUGUESA 43. Comparando a fala do primeiro balão com a do último, é CORRETO afirmar que: a) há uma relação intertextual entre elas, embora haja diferenças de estrutura sintática entre uma e outra. b) sob o ponto de vista conceitual, a expressão “lei da selva” tem uma extensão mais ampla que “lei da gravidade”, que tem sentido especializado. c) a forma verbal “Lamento” sugere a relação respeitosa que as personagens estabelecem entre si na tirinha. d) a conjunção “mas” poderia ser substituída, somente no primeiro quadrinho, por porém ou no entanto. e) a expressão “lei da gravidade” não pode ser entendida, devido ao contexto sarcástico, como um termo técnico da Física. 44. A imagem no segundo quadrinho a) comprova que a lei da selva é válida em todas as situações. b) é incompatível com o que ocorreu no primeiro quadrinho. c) reforça o lamento do gato no começo da tirinha. d) permite ao rato fazer a observação que está no último balão. e) mostra a indignação do rato para com a postura do gato. Gabarito: (1-D), (2-A), (3-D), (4-A), (5-E), (6-C), (7-A), (8- A), (9-D), (10-E), (11-E), (12-E), (13-C), (14-C), (15-E), (16-C), (17-C), (18-C), (19-E), (20-C), (21-E), (22-B), (23-A), (24-D), (25-A), (26-A), (27-C), (28-B), (29-B), (30-C), (31-A), (32-E), (33-C), (34-B), (35-E), (36-B), (37-E), (38-A), (39-A), (40-B), (41-D), (42-E), (43-B), (44-D).. Informações explícitas e implícitas Texto: “Neto ainda está longe de se igualar a qualquer um desses craques (Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé), mas ain- da tem um longo caminho a trilhar (...).” Veja São Paulo, 26/12/1990, p. 15. Esse texto diz explicitamente que: - Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé são craques; - Neto não tem o mesmo nível desses craques; - Neto tem muito tempo de carreira pela frente. O texto deixa implícito que: - Existe a possibilidade de Neto um dia aproximar-se dos cra- ques citados; - Esses craques são referência de alto nível em sua especiali- dade esportiva; - Há uma oposição entre Neto e esses craques no que diz res- peito ao tempo disponível para evoluir. Todos os textos transmitem explicitamente certas informa- ções, enquanto deixam outras implícitas. Por exemplo, o texto acima não explicita que existe a possibilidade de Neto se equi- parar aos quatro futebolistas, mas a inclusão do advérbio ainda estabelece esse implícito. Não diz também com explicitude que há oposição entre Neto e os outros jogadores, sob o ponto de vista de contar com tempo para evoluir. A escolha do conector “mas” entre a segunda e a primeira oração só é possível levando em conta esse dado implícito. Como se vê, há mais significados num texto do que aqueles que aparecem explícitos na sua superfície. Leitura proficiente é aquela capaz de depreender tanto um tipo de signifi- cado quanto o outro, o que, em outras palavras, significa ler nas entrelinhas. Sem essa habilidade, o leitor passará por cima de sig- nificados importantes ou, o que é bem pior, concordará com ideias e pontos de vista que rejeitaria se os percebesse. Os significados implícitos costumam ser classificados em duas categorias: os pressupostos e os subentendidos. Pressupostos: são ideias implícitas que estão implicadas logi- camente no sentido de certas palavras ou expressões explicitadas na superfície da frase. Exemplo: “André tornouse um antitabagista convicto.” A informação explícita é que hoje André é um antitabagista convicto. Do sentido do verbo tornarse, que significa “vir a ser”, decorre logicamente que antes André não era antitabagista convic- to. Essa informação está pressuposta. Ninguém se torna algo que já era antes. Seria muito estranho dizer que a palmeira tornouse um vegetal. “Eu ainda não conheço a Europa.” A informação explícita é que o enunciador não tem conheci- mento do continente europeu. O advérbio ainda deixa pressuposta a possibilidade de ele um dia conhecêla. As informações explícitas podem ser questionadas pelo recep- tor, que pode ou não concordar com elas. Os pressupostos, porém, devem ser verdadeiros ou, pelo menos, admitidos como tais, por- que esta é uma condição para garantir a continuidade do diálogo e também para fornecer fundamento às afirmações explícitas. Isso significa que, se o pressuposto é falso, a informação explícita não tem cabimento. Assim, por exemplo, se Maria não falta nunca a aula nenhuma, não tem o menor sentido dizer “Até Maria compa- receu à aula de hoje”. Até estabelece o pressuposto da inclusão de um elemento inesperado. Na leitura, é muito importante detectar os pressupostos, pois eles são um recurso argumentativo que visa a levar o receptor a aceitar a orientação argumentativa do emissor. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o enunciador pretende transfor- mar seu interlocutor em cúmplice, pois a ideia implícita não é pos- ta em discussão, e todos os argumentos explícitos só contribuem para confirmála. O pressusposto aprisiona o receptor no sistema de pensamento montado pelo enunciador. A demonstração disso pode ser feita com as “verdades incon- testáveis” que estão na base de muitos discursos políticos, como o que segue: “Quando o curso do rio São Francisco for mudado, será re- solvido o problema da seca no Nordeste.” O enunciador estabelece o pressuposto de que é certa a mu- dança do curso do São Francisco e, por consequência, a solução do problema da seca no Nordeste. O diálogo não teria continuidade se um interlocutor não admitisse ou colocasse sob suspeita essa cer- teza. Em outros termos, haveria quebra da continuidade do diálogo se alguém interviesse com uma pergunta deste tipo: “Mas quem disse que é certa a mudança do curso do rio?” Didatismo e Conhecimento 12 LÍNGUA PORTUGUESA A aceitação do pressuposto estabelecido pelo emissor permite levar adiante o debate; sua negação compromete o diálogo, uma vez que destrói a base sobre a qual se constrói a argumentação, e daí nenhum argumento tem mais importância ou razão de ser. Com pressupostos distintos, o diálogo não é possível ou não tem sentido. A mesma pergunta, feita para pessoas diferentes, pode ser embaraçosa ou não, dependendo do que está pressuposto em cada situação. Para alguém que não faz segredo sobre a mudança de emprego, não causa o menor embaraço uma pergunta como esta: “Como vai você no seu novo emprego?” O efeito da mesma pergunta seria catastrófico se ela se diri- gisse a uma pessoa que conseguiu um segundo emprego e quer manter sigilo até decidir se abandona o anterior. O adjetivo novo estabelece o pressuposto de que o interrogado tem um emprego diferente do anterior. Marcadores de Pressupostos - Adjetivos ou palavras similares modificadoras do substantivo Julinha foi minha primeira filha. “Primeira” pressupõe que tenho outras filhas e que as outras nasceram depois de Julinha. Destruíram a outra igreja do povoado. “Outra” pressupõe a existência de pelo menos uma igreja além da usada como referência. - Certos verbos Renato continua doente. O verbo “continua” indica que Renato já estava doente no mo- mento anterior ao presente. Nossos dicionários já aportuguesaram a palavrea copydesk. O verbo “aportuguesar” estabelece o pressuposto de que copi- desque não existia em português. - Certos advérbios A produção automobilística brasileira está totalmente nas mãos das multinacionais. O advérbio totalmente pressupõe que não há no Brasil indús- tria automobilística nacional. - Você conferiu o resultado da loteria? - Hoje
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