Buscar

Aula 5 e 6

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULA 5
O Sistema Único de Saúde e a Estratégia de Saúde da Família: um pequeno recorte.
IMPORTANTE: Os tópicos acerca da criação do SUS e sobre seus princípios (previstos no plano de aula) serão aprofundados através de exercícios temáticos (verifique o gabarito inserido no anexo 2). Neste texto pretende-se, tão somente, ressaltar alguns aspectos. 
- O Sistema Único de Saúde (SUS), conforme já assinalado é fruto do movimento da Reforma Sanitária que culminou com a VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986, e está garantido desde 1988, através da Constituição Federal. Seus princípios estão descritos no capítulo da ordem social, seção Saúde, nos seguintes artigos: 
Art. 196: está fundamentado no princípio de que “Saúde é um direito de todos e um dever do estado”. Neste sentido todo cidadão brasileiro, independente da sua condição de contribuinte ao sistema previdenciário, tem direito aos serviços de saúde, que devem estar organizados no sentido de prover ações de promoção, proteção, cura e reabilitação; 
Art. 197: reafirma a relevância das ações dos serviços de saúde, cabendo ao poder público sua regulamentação, fiscalização e controle; 
Art. 198: explicita as diretrizes para a organização do sistema, que são: a descentralização, o atendimento integral e a participação comunitária;
Art. 199: trata da participação da iniciativa privada no SUS, que deverá ser de forma complementar, não podendo receber recursos públicos para sua organização; 
Art. 200: estabelece outras competências do SUS como: a vigilância sanitária, epidemiológica e do meio ambiente. 
A regulamentação do SUS ocorreu através da Lei 8.080/90, que detalha a sua forma de organização, e da Lei 8.142/90, que trata do Controle Social no SUS. Garante, assim, a participação popular, através das Conferências e Conselhos de Saúde, que são previstos em cada esfera de governo. 
PRINCÍPIOS DO SUS (Doutrinários e Organizativos): Vale a pena lembrar! 
Princípios Doutrinários:
UNIVERSALIZAÇÃO: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais.
EQUIDADE: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior.
INTEGRALIDADE: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos.
Princípios Organizativos
REGIONALIZAÇÃO e HIERARQUIZAÇÃO: os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região.
DESCENTRALIZAÇÃO e COMANDO ÚNICO: descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de governo. Com relação à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade.
RESOLUBILIDADE - É a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua competência.
PARTICIPAÇÃO POPULAR: a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde.
Neste cenário, insere-se a Estratégia de Saúde da Família, que forma equipes com o compromisso de estabelecer vínculo com a população, compartilhando a responsabilidade com os usuários e a comunidade. Seu desafio é o de ampliar as fronteiras de atuação, visando a uma maior resolubilidade da atenção. Nesse sentido, a Saúde da Família é compreendida como a estratégia principal para mudança do modelo de saúde individualista, devendo integrar-se ao contexto de reorganização dos programas de governo. Esta estratégia, proposta pelo Ministério da Saúde em 1994, apoia-se no trabalho multiprofissional e intersetorial. 
Busca o estabelecimento de parcerias com os demais organismos governamentais (escola, creche, segurança, etc.) e não-governamentais (pastoral da criança, igrejas, associações de moradores, etc.), presentes no território geográfico de sua abrangência. O Ministério da Saúde determina que a equipe mínima do programa de Saúde da Família seja formada pelos seguintes profissionais: um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e seis agentes comunitários de saúde. 
Cada equipe responsabiliza-se pelo acompanhamento de cerca de mil famílias de uma determinada área. A atuação das equipes ocorre principalmente nas Unidades Básicas de Saúde, nas residências e na mobilização da comunidade, caracterizando-se como porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado, no qual se propõe ações em rede entre municípios próximos, para tornar a resolutividade do sistema mais acessível para os seus usuários. Embora o psicólogo não esteja contemplado na equipe mínima, proposta pelo Ministério da Saúde, algumas prefeituras têm incluído esse profissional como parte da equipe em suas jurisdições. Com isso, o campo da saúde da família tem se revelado promissor para o profissional de psicologia. 
	PSICOLOGIA E ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA[1: MARQUES, Ana Alice Dalla Valle; OLIVEIRA, Rafael Wolski de. Possíveis contribuições da psicologia na Estratégia de Saúde da Família: Interdisciplinaridade entre fazeres e saberes. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, Londrina, v. 6, n. 2, p. 39-58, dez. 2015 41. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/eip/v6n2/a04.pdf]
IMPORTANTE: A seguir foi inserido um pequeno recorte do texto: Possíveis contribuições da psicologia na Estratégia de Saúde da Família: Interdisciplinaridade entre fazeres e saberes, elaborado por: Ana Alice Dalla Valle Marques e Rafael Wolski de Oliveira (verificar nota de rodapé). Este texto será discutido em sala de aula e, portanto, deve ser lido na íntegra. 
A prática da psicologia apresenta-se, na atualidade, interligada a um amplo campo de atuação em diferentes áreas do conhecimento. Na perspectiva deste estudo, tal prática está atrelada ao campo da saúde numa perspectiva que busca contribuir para o avanço no cuidado da saúde mental e das relações comunitárias no território. Umas das áreas em que a psicologia vem se destacando é dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), podendo atuar de diferentes formas e com variadas técnicas. Na última década, ganha ênfase o trabalho da psicologia no modelo de atenção primária a saúde, desenvolvidopelo Governo Federal na Estratégia da Saúde da Família (ESF).
Um dos marcos da sociedade Brasileira foi o movimento que norteou a Reforma Sanitária, resultado de um processo de discussão em relação a situação de saúde no país, que teve seu ápice no momento de redemocratização e a participação ampla da população, profissionais de saúde e do governo. Apesar de ser um processo marcado por conflitos e diferentes concepções, modificou o pensar sobre saúde/doença e implantou através da Constituição Federal de 1988, princípios e diretrizes que asseguram o direito a saúde com acesso universal e igualitário, passando a ser um direito de todos e dever do Estado. 
O Sistema Único de Saúde (SUS) tem seu marco legal, em 1990 através das leis orgânicas da saúde (n.°8.080/90 e n° 8.142/90), e é formado pelo conjunto de todas as ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas e federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público. A universalidade, integralidade, equidade, descentralização, regionalização e participação da população são princípios e diretrizes deste sistema (Ministério da Saúde, 2000).
Nestes 25 anos de implantação, o Sistema Único de Saúde tem avançado em um cenário de conflitos entre público/privado, mercantilização/garantia de direitos, interesses econômicos/interesses coletivos, além de uma presença constante de lutas corporativas, fragmentação da assistência, etc. No Brasil, novas políticas de saúde são constantemente criadas e reformuladas na tentativa de fomentar mudanças nos serviços públicos de saúde, que contemplem a garantia do acesso universal ao SUS. Em 1993 o Ministério da Saúde lançou o Programa da Saúde da Família com a tentativa de substituir e reorganizar a forma de promover saúde, que desde então sofre modificações. A portaria 648/GM destaca que, a partir de 2006, o PSF deixa de ser um programa do Ministério da Saúde e passa a consolidar-se como Política Nacional de Atenção Básica e o considera uma estratégia prioritária para a organização da Atenção Básica no País (Ministério da Saúde, 2006). O programa passou a ser nomeado como Estratégia da Saúde da Família (ESF) que em conjunto com órgãos Estaduais e Municipais vem sendo implementado em grandes e pequenas áreas de abrangência passando a reorganizar o modelo em saúde.
A nova concepção de estratégia em saúde gera discussões em torno de sua organização e formas de atuação frente as necessidades sentidas pelos usuários. De acordo com o Ministério da Saúde, a estratégia representada pela ESF não deve ser entendida como uma proposta marginal, mas como forma de substituição do modelo hegemônico centrado no hospital, sintonizada com os princípios da universalidade, equidade da atenção e da integralidade das ações (Ministério da Saúde, 2000).
A ESF realiza a tentativa de integrar novas estratégias como lógica para reformular não só os atendimentos em saúde, mas tornar os indivíduos atores sociais de seu processo de saúde, no cotidiano de suas vidas. Dessa forma, deve realizar atendimento aos sujeitos atingindo domicílios, escolas, creches, centros comunitários entre outras instituições públicas que façam parte da sua área de abrangência. Portanto as atividades da equipe que compõe a ESF não se limitam a práticas médico-centradas, mas sim a expansão da atenção primária a saúde, em busca da efetivação de ações baseadas na promoção, recuperação e proteção à saúde mais próximas da realidade da comunidade e de grupos vulneráveis (Vasconcelos, 1999).
A ESF viabiliza a saúde como um todo e busca desenvolver ações efetivas, onde sua abordagem direciona-se para a prevenção, produção de saúde, criação de vínculos e protagonismo dos usuários, ao contrário das ações somente curativas. A ESF viabiliza o cuidado com a rede familiar, redefinindo modalidades de intervenções que capacitem o usuário a atuar sobre a recuperação e proteção da vida, incluindo o sujeito como provedor do seu bem-estar, pois se entendeu que produzir saúde é também uma forma de produzir um novo pensar sobre, que possibilita ampliar a educação e prevenção em saúde.
A ESF é eixo estruturante da Atenção Básica à Saúde. Concebe a família de forma integral e sistêmica, como espaço de desenvolvimento individual e grupal, dinâmico e passível de crises, inseparáveis de seu contexto social. A família é, ao mesmo tempo, objeto e sujeito do processo de cuidado e de promoção da saúde pelas equipes de Saúde da Família (Ministério da Saúde, 2012).
A inserção do psicólogo dentro dos sistemas que abrangem a saúde pública vem se modificando com o passar dos anos. Dimenstein (1998), afirma que é recente a inserção da psicologia no campo da saúde pública e teve como fator favorável, as transformações ocorridas no sistema de saúde no país e o crescimento da profissão no Brasil.
Outro fator que contribuiu para a inserção da psicologia nesse contexto é o momento em que a saúde mental passa a ser percebida como fator crucial de cuidado. Conforme o texto publicado pelo Ministério da Saúde, onde relata que "a saúde mental não está dissociada da saúde geral e, por isso, faz-se necessário reconhecer que as demandas de saúde mental estão presentes em diversas queixas relatadas pelos pacientes que chegam aos serviços de Saúde, em especial da Atenção Básica" (Ministério da Saúde, 2013, p. 11).
Dimenstein (2001) afirma que o SUS vem exigindo a mudança dos profissionais que atuam na área para que se tornem 'sujeitos dinamizadores' e que possam alinhar suas práxis às diretrizes e fundamentos do sistema. O papel da psicologia na atenção a saúde pública, assim como no SUS, vai se moldando e dando forma as necessidades da demanda e redescobrindo novas formas de colaborar nas transformações sociais. Ferreira Neto (2011) refere que O SUS apresenta aos psicólogos uma conjuntura amplamente diferente da encontrada nos consultórios particulares, devido ao encontro com uma clientela oriunda de segmentos mais pobres da população e o encontro com outros saberes mais antigos da saúde pública, o que promove novos questionamentos e a busca de uma articulação entre a prática clínica e o novo contexto da saúde pública.
A ESF conta com uma equipe mínima, composta por quatro a seis agentes comunitários de saúde, médico, enfermeiro, auxiliar e/ou técnico de enfermagem odontólogo e seu auxiliar. Giacomozzi (2012) afirma que outros profissionais como os psicólogos podem ser incluídos nesta equipe mínima ou nas equipes de apoio (NASF - Núcleo de Apoio à Saúde da Família) de acordo com o interesse e necessidade dos municípios. Contudo, esta inclusão ainda é incipiente na maioria dos municípios brasileiros. A importância deste estudo concentra-se na possibilidade de desenvolver conhecimento sobre como os saberes da psicologia podem contribuir na lógica de cuidado da ESF. Dessa forma, ampliar o pensar crítico reflexivo frente à realidade das ações em que a ESF está constituída e promover discussões em torno da problemática pesquisada, somando-se a materiais já existentes.
Texto Complementar A
Como a psicologia entra na questão de políticas públicas?[2: Extraído de: Prof. Fábio Sanches, material do acervo. SIA, 2016. ]
• As práticas psicológicas lidam com as diferenças dos sujeitos, entretanto precisa desviar do caráter privatista de como é tomado o sujeito se pretender atuar na área de políticas públicas.
• “A psicologia conta com ferramentas que potencialmente podem enfrentar os processos de exclusão social vividos por parcelas significativas da população: vínculo, escuta, cuidado, intervenções coletivas, aproximação com o território e com as redes/conexões estabelecidas pelos sujeitos enquanto suas estratégias de existência (ou seria resistência). Práticas pautadas por estes pressupostos certamente incidirão na produção de uma subjetividade cidadã – que desloque o sujeito de um lugar “assistido” para um lugar protagonista e de direitos. A partir desse processo surge a autonomia de se apoderar do que lhe convém, ocorrendo assima tomada de consciência de um conhecimento produzido por ela, não mais reproduzido ou imposto pelo sistema. 
PROMOÇÃO DA SAÚDE E EDUCAÇÃO EM SAÚDE: dinâmicas indissociáveis[3: O quadro “ “Concepção pedagógica para a educação para a saúde”, apresentados na próxima página foram extraídos do material de aula da professora Márcia Gil, UNESA, Unidade de Nova Iguaçu, 2017.]
A promoção da saúde é qualquer combinação de estratégias de educação para a saúde e apoios de tipo organizativo, legislativo ou normativo, económico e ambiental que facilitem as práticas de comportamentos saudáveis. A promoção da saúde é um processo amplo por meio do qual os indivíduos, os grupos e as comunidades melhoram o seu controlo sobre os determinantes pessoais e ambientais da saúde. (Costa e López (1996) 
A educação para a saúde constitui-se como um instrumento, para alcançar os objetivos da promoção da saúde, assumindo uma função vanguardista na estratégia global da promoção da saúde. (Tones, 1988).
Pilares da educação para o século XXI (Unesco)
Aprender a conhecer………….…….Saber
Aprender a fazer………………..... Saber- fazer
Aprender a viver juntos……………Saber – estar
Aprender a ser………………………Saber – ser
	Saúde mental: é definida como um estado de bem-estar em que a pessoa:
	
	Você concorda com esses pressupostos? Caso positivo, relacione os quatro pilares da educação com possibilidades de ações do psicólogo em situações de prevenção e promoção da saúde. Caso, não concorde, apresente duas justificativas para tal discordância.
UM RECORTE DE UM TEXTO PARA REFLEXÃO [4: Texto extraído de: BEVILÁQUA, María H. de Oliveira; BROCHIER, Jorgelina I.; NOVAES, Heliane G. Vieites. Ações e reinvenções na sala de espera. III Congreso Internacional de Investigación y Práctica Profesional en Psicología. XVIII Jornadas de Investigación. Séptimo Encuentro de Investigadores en Psicología del MERCOSUR. Facultad de Psicología - Universidad de Buenos Aires, Buenos Aires, 2011.]
Promoção de saúde/cuidados com a saúde: práticas libertárias ou conservadoras?
[...] os contextos da saúde coletiva e suas interfaces com a psicologia nos remetem à discussão sobre o compromisso ético - político que norteia as ações do profissional. 
Pensar saúde coletiva implica em reconhecer que “as práticas sanitárias não podem silenciar sobre o tecido social, marcado pelas diferenças” (Birmam, 2010). Este reconhecimento impede que o corpo seja reduzido a uma máquina anátomo fisiológica ou meramente psicológica. Tal consideração remete ao significado ampliado do conceito de saúde que inclui múltiplos determinantes sociais, entre eles, as condições de trabalho, de moradia, de alimentação, do meio ambiente, de lazer, alimentação, emprego, empregabilidade e acessos a bens e serviços essenciais, conforme apontado na carta de Ottawa de 1986 (Silva & Dalmaso, 2002). Nesse cenário, as práticas em saúde antagonizam com o caráter curativo tradicionalmente assumido pelo psicólogo na medida em que o cuidado com o outro, pessoa ou coletividade privilegia ações promotoras de saúde.
Por promoção de saúde entende-se um conjunto de estratégias adotadas pelos setores de saúde, voltadas para “a melhoria da qualidade de vida da população”. Seu objetivo é “produzir a gestão compartilhada entre usuários, movimentos sociais, trabalhadores do setor sanitário e de outros setores, potencializando a autonomia e a corresponsabilidade” (Ministério da Saúde, 2006, p. 12). Significa, portanto, cuidar e ser cuidado pelo outro.
No entanto, o processo de cuidar engloba múltiplas posturas que podem ser alocados em dois eixos identificados por práticas conservadoras e libertárias. As primeiras configuram dispositivos de controle sobre os indivíduos e coletivos (Carvalho, 2004, p. 11). Assim, em nome da promoção de saúde, fomentam processos de vigilância e disciplinalização [...]. 
De forma paradoxal, porém eficaz, essas práticas ressaltam a autonomia e normatizam condutas prescrevendo dietas, exercícios físicos, atitudes positivas em relação à vida, dentre outras indicações de caráter higienista, esvaziando possibilidades de reflexão-ação sobre os determinantes sociais implicados nos processos de saúde.
Essas práticas antagonizam com as perspectivas libertárias que estão identificadas com pressupostos da educação popular. Tais perspectivas defendem ações pactuadas entre profissionais de saúde e os movimentos sociais, através das quais as estratégias de saúde buscam a concretização de práticas mediadoras da autonomia e da autoria do cotidiano. Aqui, o processo de produção da saúde diz respeito a sujeitos autônomos, protagonistas na produção de sua própria saúde. 
Nesse último cenário, cabe ao psicólogo compartilhar práticas e saberes indo ao encontro da população, “fazendo-se presença constante nos múltiplos espaços institucionais e rompendo, dessa forma, com a prática tradicional” do diagnóstico fechado e de anulação da alteridade (Carvalho, Bosi & Freire, 2009, p. 69). [...]
AULA 6
RAS: Rede de Atenção à Saúde
- Conceito: São arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado (Ministério da Saúde, 2010, Portaria 4.279, de 30/12/2010).
O TERMO REDE É UTILIZADO PORQUE OS DIFERENTES SERVIÇOS: Operam de forma cooperativa e interdependente. • Intercambiam seus recursos. •Se relacionam horizontalmente. •Implicam contínuo de atenção nos níveis primário, secundário e terciário. • Convocam a atenção integral com intervenções promocionais, preventivas, curativas, cuidadoras, reabilitadoras e paliativas. • Funcionam sob o comando da atenção primária. Focam-se no ciclo completo de atenção à saúde. 
Descrição do conceito:
 
Objetivo geral da RAS:
Assegurar ao usuário do Sistema Único de Saúde o conjunto de ações e serviços de que necessita de forma efetiva, contínua, integral e humanizada.
Por que implantar uma RAS?
1. Aumento da incidência e prevalência de doenças crônicas: A RAS tenta superar a fragmentação do cuidado para condições crônicas e agudas. • 2. Maior perspectiva de avanços na integralidade e na construção de vínculo: A RAS só tem sentido com cuidado integral. • 3. Os custos crescentes no tratamento das doenças: A RAS não detém, mas pode amenizar o custo crescente ao ampliar a eficiência econômica do sistema
As características da RAS:
- Formação de relações horizontais entre os pontos de atenção, tendo ABS como centro de comunicação. • Centralidade nas necessidades de saúde da população. • Responsabilização por atenção contínua e integral. • Cuidado multiprofissional. • Compartilhamento de objetivos e compromissos com resultados sanitários e econômicos
Os três elementos constitutivos DA RAS: 
 (1) População adscrita a uma determinada região de saúde. 
 (2) Estrutura operacional, que inclui: (a) pontos de atenção; (b) ligações entre os pontos de atenção
a) Pontos de atenção em saúde: Unidades de Atenção Básica – centros de comunicação. • Pontos de atenção secundários e terciários. • Sistemas de apoio diagnóstico e terapêutico
(b) Sistemas transversais que conectam os pontos de atenção: Sistemas logísticos: identificação usuário; centrais regulação; registro eletrônico e sistema de transporte sanitário. • Sistemas de governança: institucional, gerencial e de financiamento
(3) Modelo de atenção à saúde: modelo lógico que organiza o funcional da RAS.
Componentes
1. Espaço territorial e uma população
2 ‐ Serviços e ações de saúde de diferentes densidades tecnológicas e com distintas características nesse território, incluindo os de apoio diagnóstico e terapêutico, assistência farmacêutica, transporte etc., adequadamente articulados e integrados harmonicamente numa condição ótima de custo/benefício e oferta/necessidade
3 ‐ Logística: identificação usuário e prontuário acessível em todos os pontos da rede
4 ‐ Sistemas de Regulação: com normas e protocolos a serem adotadospara orientar o acesso, definir competências e responsabilidades etc., e de coordenação dos processos de decisão e planejamento
A implantação
Definição clara da população e território. •Diagnóstico situacional. •Criação de uma situação desejada. • Criação de um sistema logístico e de suporte. •Criação de sistema de regulação e governança para funcionamento da rede.
Os desafios a superar
- Lacunas assistenciais e fragmentação das ações e serviços. 
- Financiamento público insuficiente, fragmentado e com baixa eficiência no emprego dos recursos
- Configuração inadequada dos modelos de atenção, marcada pela incoerência entre a oferta de serviços e as reais necessidades da população. Modelo atual não acompanha o declínio das condições agudas e ascensão das condições crônicas.
- Fragilidade da gestão do trabalho, carência de profissionais alinhados às políticas de saúde e precarização dos vínculos profissionais
- Pulverização dos serviços nos municípios e entre os municípios com concorrência predatória (público e privado)
- Baixa inserção da vigilância e promoção da saúde no cotidiano dos serviços de atenção, sobretudo na ABS
REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE (RAS)
REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (Raps)
Objetivos: Ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral. •• Promover a vinculação das pessoas em sofrimento/transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e de suas famílias aos pontos de atenção. •• Garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio de acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às urgências (BRASIL, 2011, 2013). 
ANEXOS: AULAS 5 e 6 
ANEXO 1: UM DIA NA VIDA DE FLORÊNCIO
O cotidiano vivido por uma pessoa que não é percebida em suas múltiplas dimensões, mas vista apenas como um figurante da sua história.
O ACORDAR DE FLORÊNCIO: “o galo cantou às 4 h. da manhã”. Rio de Janeiro, verão.
Florêncio levanta da cama. Toma seu café e tem uma pequena discussão com a esposa: ela fez outra prestação na Casa Bahia!!! Florêncio pensa: Já era difícil chegar até o fim do mês sem a prestação da geladeira, imagine, logo agora que tem aquele boato de corte na empresa! O casal tem uma pequena discussão. Florípedes diz que ele é muito estressado, que a tristeza produz doença...
Aqui, Florêncio, apesar de ter múltiplos atributos e singularidades FICOU REDUZIDO A UM SER ESTRESSADO.
ENTRE A CASA E O TRABALHO: Pega uma Kombi e outro ônibus. O bilhete único foi apenas um sonho e nada mais. Em algum momento dorme, em outro fica apreensivo: quantas blitz estão acontecendo naquele dia, e ele nunca sabe se a próxima será autêntica ou falsa. Florêncio pensa: será que hoje vai ter tiroteio? 
Neste momento Florêncio é apenas UM POSSÍVEL NÚMERO A SER INCLUÍDO (OU NÃO) NAS ESTATÍSTICAS DA VIOLÊNCIA URBANA.
 Depois de 2h30 chega à empresa. Bate o ponto e pega outra Kombi em direção ao bairro aonde vai trabalhar com uma britadeira furando o asfalto.
O ESPAÇO DE TRABALHO: Figueiredo com N.S. de Copacabana... Uma das ruas mais poluídas da cidade. Carro passando ou freando, taxistas brigando com motoristas de ônibus... Barulho, fumaça e poluição, além do calor... como diria Fernanda Abreu, Rio 40 graus. Enquanto isso, as pessoas passam por Florêncio, que trabalha sem nenhuma proteção, e comentam reclamando que barulho infernal... Não reparam em Florêncio... Apenas escutam o barulho.
Para essas pessoas, Florêncio É INVISÍVEL... SOMENTE EXISTE O BARULHO....
HORA DO ALMOÇO: Florêncio lembra que, em função da discussão com Florípedes, esqueceu a marmita. Olha para o preço do PF do botequim da esquina: caro. Lembra que o agente de saúde orientou a família para ingerir alimentos saudáveis. Mas, o Sanduiche natural custa três vezes mais do que o joelho (imenso). Acaba comendo o joelho. Suco ou Coca-Cola? O colega, que está almoçando um PF, faz uma proposta: vamos rachar uma coca de dois litros? Florêncio pensa: Prestação da geladeira, possível corte na empresa, suco ou Coca-Cola? Coca-Cola!
Para o colega do trabalho, Florêncio é apenas UMA POSSIBILIDADE DE RACHAR UMA COCA-COLA
 A VOLTA AO TRABALHO: barulho, britadeira, fumaça, sujeira. Rio 38 graus. Repetição da repetição da repetição....
FIM DO EXPEDIENTE: Florêncio quer voltar para casa, quer namorar com Florípedes, esquecer da briga, mas sente dor no estomago. Procura atendimento na UPA mais próxima. Espera... Espera e espera!!!! Fica olhando as imagens da TV que não tem som.
Florêncio é apenas um CORPO QUE, SENTADO, ESPERA... 
Finalmente é atendido por um profissional de saúde que, após o exame decreta um diagnóstico com termos e palavras ele não entende. Compreende apenas que o profissional de saúde fala sobre o estômago e indica um estilo de vida saudável, alimentação saudável, atividades físicas, além do tratamento com um psicólogo. 
Florêncio é apenas UM ESTOMAGO QUE TEM MUITOS ESPECIALISTAS....
O estomago (que é também chamado de Florêncio), VOLTA PARA CASA PENSANDO: JÁ SEI DE TUDO ISSO, MAS, CONTINUO COM O PROBLEMA DA GELADEIRA E DO POSSÍVEL DESEMPREGO!!!!
COM BASE NESSA HISTÓRIA, CABE PERGUNTAR: De que adianta dizer a Florêncio que tem de adotar um estilo de vida saudável, se não consideramos a sua singularidade e contextos de vida? Se apenas queremos que ele siga instruções, partindo do nosso conhecimento, do nosso querer fazer? 
Pensar a saúde nas suas múltiplas dimensões significa, antes de tudo, compartilhar práticas e saberes. Significa, portanto, que o nosso saber é importante, porém limitado porque o processo saúde-doença não pode ser reduzido a uma única dimensão.
Assim, não basta transmitir informações sem considerar contextos e dinâmicas de vida de cada pessoa. É fundamental estabelecer um processo dialógico através do qual tanto os profissionais de saúde quanto as pessoas assistidas possam reinventar o cotidiano vivido. 
Texto elaborado por: BOCHIER, Jorgelina Ines. Apresentado na Semana de Educação Física da Universidade Gama Filho. Nov. 2010.
ANEXO 2: EXERCÍCIO TEMÁTICO I (com gabarito): SUS 
1. (Prefeitura de Nova Erechim, SC, 2017) Os princípios doutrinários do SUS dizem respeito às ideias filosóficas que permeiam a implementação do sistema e personificam o conceito ampliado de saúde e o princípio do direito à saúde. Os princípios doutrinários são expressos através da: a) Regionalização, Hierarquização e da Participação popular. • b) INTEGRALIDADE, UNIVERSALIDADE E DA EQUIDADE. • c) Resolubilidade, Equidade e da Participação popular. • d) Universalidade, Regionalização e da Descentralização.
2. (CISMEPAR, PR, 2016) O Sistema Único de Saúde (SUS) pode ser entendido a partir da seguinte imagem: um núcleo comum, que concentra os princípios doutrinários, e uma forma de organização e operacionalização, que são os princípios organizativos. Assinale a alternativa correta sobre quais são os princípios do SUS.
a) Princípios doutrinários: humanização, despotismo e integralidade. Princípios organizativos: regionalização e hierarquização. • B) PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS: UNIVERSALIDADE, EQUIDADE E INTEGRALIDADE. PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS: REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO. •c) Princípios doutrinários: universalidade, equidade e integralidade. Princípios organizativos: centralização e hierarquização. • d) Princípios doutrinários: universalidade, equidade e fracionalidade. Princípios organizativos: regionalização e hierarquização.
3. (Prefeitura Municipal de Paranaguá, PR, 2012) Sobre os princípios doutrinários e organizativos do SUS, marque a alternativa correta:
(A) O princípio da equidade é entendido como um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos em todos os níveis de complexidade do sistema. • (B) O Sistema Único de Saúde será financiado com recursos apenas do orçamento da seguridade social e da União. • (C) O PRINCÍPIO DA INTEGRALIDADE É O COMPROMISSO DE QUE OS SERVIÇOS DE SAÚDE ATENDAM OS INDIVÍDUOS DE FORMACOMPLETA, TANTO DO PONTO DE VISTA CLÍNICO-ASSISTENCIAL COMO DA OFERTA DE DIVERSIDADES DE SERVIÇOS. •(D) A democratização do conhecimento do processo saúde/doença e dos serviços, bem como o estímulo à organização da comunidade não são ações fundamentadas em princípios do SUS.
4. (FUNIVERSA – 2011, DF). De Acordo com a Lei n.º 8.080/90, assinale a alternativa correta.
(A) As instituições públicas, estaduais e municipais de produção de insumos, medicamentos e de equipamentos para a saúde não fazem parte do SUS. • (B) A SAÚDE TEM COM FATORES DETERMINANTES E CONDICIONANTES, ENTRE OUTROS, A ALIMENTAÇÃO, A MORADIA, A RENDA, A EDUCAÇÃO, O TRANSPORTE, O LAZER E O ACESSO A BENS E SERVIÇOS ESSENCIAIS; OS NÍVEIS DE SAÚDE DA POPULAÇÃO EXPRESSAM A ORGANIZAÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA DO PAÍS. • (C) O dever do Estado de garantir a saúde exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. • (D) O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, exclusivamente da administração direta, constitui o SUS. • (E) A iniciativa privada poderá participar do SUS, tanto em caráter integral com em caráter suplementar. 
5. (Juiz de Fora, 2018) Preencha a lacuna e assinale a alternativa correta: A __________________ ocorrida em março de 1986, contou com a participação de diversos setores organizados da sociedade e, nela, houve um consenso de que, para o setor da saúde no Brasil, não era suficiente uma mera reforma administrativa e financeira, mas sim uma mudança em todo o arcabouço jurídico-institucional vigente, que contemplasse a ampliação do conceito de saúde segundo os preceitos da reforma sanitária: (A) Quarta Conferência Nacional de Cuidados em Saúde Pública. •(B) OITAVA CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE • (C) Conferência de Alma Ata. (D) Primeira Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde. • (E) Terceira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde.
Observação: No anexo 2.1 constam informações relevantes sobre a 8ª Conferência Nacional de Saúde e no anexo 2.2. foram inseridas informações sobre as Conferências e os Conselhos de saúde. 
6. (Prefeitura de Juiz de Fora, 2016) Preencha a lacuna e assinale a alternativa correta. Dentre os atributos da Rede de Atenção em Saúde, a ___________________ deve ser considerada porta de entrada preferencial do sistema, constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda a população, integrando, coordenando o cuidado, e atendendo às suas necessidades de saúde (A) rede de serviços de acesso aberto. • (B) prestação de serviços especializados. • (C) ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE. • (D) alta complexidade. • (E) rede logística ampliada.
7. (Prefeitura de Juiz de Fora, 2016) Algumas características fundamentais diferem os sistemas fragmentados das redes de atenção à saúde. Assim, das alternativas a seguir, qual é a que pode caracterizar a rede de atenção à saúde? (A) Ênfase nas intervenções curativas e reabilitadoras sobre condições estabelecidas. • (B) Forma de organização hierárquica e na qual não existe coordenação da atenção. • (C) Foco nas condições agudas por meio de unidades de pronto atendimento. • (D) Forma da ação do sistema reativa e episódica acionada pela demanda dos usuários. • (E) SUJEITO É UM AGENTE CORRESPONSÁVEL PELA PRÓPRIA SAÚDE.
8. (Residência multiprofissional em saúde, 2009, Psicologia). Considerando a atuação dos psicólogos no Sistema Único de Saúde, assinale a alternativa correta: (a) OS PSICÓLOGOS PRECISAM CONSIDERAR ESPECIFICIDADES REGIONAIS E TERRITORIALIDADES QUANDO DA ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE, DIALOGANDO COM DIFERENTES ÁREAS DO CONHECIMENTO E COM O SABER POPULAR. • b) O especialista apolítico atua de forma neutra e imparcial. • c) As dificuldades teóricas que existem entre a clínica individual e a psicologia social obrigaram esta última à atuação no campo das relações comunitárias. •d) O saber do psicólogo pouco se relaciona com as questões de poder no contexto da instituição hospitalar, principalmente porque a clínica está além dessas considerações ideológicas.
9. (Residência multiprofissional em saúde, 2009, Psicologia). Assinale a alternativa que corresponde à integralidade como um dos princípios do Sistema Único de Saúde: a) Acesso às ações e serviços, que deve ser garantido a todas as pessoas independentemente de sexo, raça, renda, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais. • B) CONJUNTO ARTICULADO E CONTÍNUO DAS AÇÕES E SERVIÇOS PREVENTIVOS E CURATIVOS, INDIVIDUAIS E COLETIVOS, EXIGIDOS PARA CADA CASO EM TODOS OS NÍVEIS DE COMPLEXIDADE DO SISTEMA. •c) Princípio de justiça social que garante a igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie. • d) Democratização dos processos decisórios, consolidada através da participação dos usuários dos serviços de saúde nos Conselhos Municipais de Saúde.
10. Assinale V (verdadeira) ou F (Falsa)
10.1. (Residência multiprofissional em saúde, 2009, Psicologia). A humanização da assistência à saúde significa: (V) reconhecer as pessoas que buscam nos serviços de saúde a resolução de suas necessidades de saúde como sujeitos de direito. •• (V) observar cada pessoa em sua individualidade, em suas necessidades específicas, ampliando as possibilidades através das quais possa exercer sua autonomia. •• (V) transformar o modelo assistencial e a humanização do atendimento para que seja garantido ao usuário o direito à informação. •• (F) realizar o trabalho em equipe multiprofissional, priorizando a troca de informações, que devem ser compartilhadas por todos os profissionais da equipe. 
Observação: A última afirmativa é falsa porque faltou incluir a troca de informações entre os profissionais da equipe e o(s) usuário(s) do serviço. 
10.2. (F) Por não poder participar do Sistema Único de Saúde (SUS), o setor privado não necessita obedecer às diretrizes desse sistema, devendo funcionar de maneira independente no que se refere à organização e aos serviços, garantindo a disponibilidade destes para uma população que possa pagar por eles. 
10.3.(V) Universalização é o acesso às ações e serviços de saúde garantida a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais. •• (F) Descentralização é a consideração das pessoas como um todo, atendendo-se a todas as suas necessidades. •• Equidade significa tratar igualmente todas as regiões do país, investindo os recursos de forma igual, independentemente das necessidades específicas de cada região ou grupo populacional. •• (F) Participação popular é a presença da sociedade civil nos conselhos e conferências de saúde por meio da representação exclusivamente sindical. •• (F) Hierarquização é a organização dos serviços de saúde partindo dos municípios até o governo central.
ANEXO 2.1: A 8ª Conferência Nacional da Saúde[5: Extraído de: 8ª Conferência Nacional da Saúde: Um marco na história das Conferências. Mobiliza Saúde, 2015. Disponível em: http://www.nesp.unb.br/mobilizasaude/?p=412.]
[...] realizada em março de 1986, é considerada um marco na história das conferências. Foi a primeira Conferência Nacional da Saúde aberta à sociedade e resultou na implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), um convênio entre o INAMPS e os governos estaduais, mas o mais importante foi ter formado as bases para a seção “Da Saúde” da Constituição Brasileira de 5 de outubro de 1988. Além disso desempenhou um importante papel na propagação do movimento da Reforma Sanitária. 
[...] a 8ª Conferência teve sua Comissão Organizadora presidida por Sergio Arouca, uma das principais lideranças do Movimento da Reforma Sanitária. Os eixos temáticos da conferência eram compostos por três itens: 1) saúde como direito; 2) reformulação do Sistema Nacional de Saúde; e 3) financiamento do setor. Um amplo processo de mobilização social, que articulou representação de diferentes segmentos e estimulou a realização de pré-conferências nos estados, permitiu a reunião de cerca de quatro milpessoas em Brasília, dos quais mil eram delegados com direito a voz e voto, para discutir os rumos do sistema de saúde.
- Extraído de: 8ª Conferência Nacional da Saúde: Um marco na história das Conferências. Mobiliza Saúde, 2015. Disponível em: http://www.nesp.unb.br/mobilizasaude/?p=412.
ANEXO 2.2: Conferências de Saúde, Conselhos de Direitos e Conselhos de saúde[6: Extraído de: Brasil. Ministério da Saúde. Conselhos de saúde: a responsabilidade do controle social democrático do SUS / Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/conselhos_saude_responsabilidade_controle_2edicao.pdf]
CONFERÊNCIA DE SAÚDE: É o fórum que reúne todos os segmentos representativos da sociedade, um espaço de debate para avaliar a situação de saúde, propor diretrizes para a formulação da política de saúde nas três esferas de governo. •• É convocada pelo Poder Executivo ou pelo conselho de saúde, quando 50% + 1 dos integrantes desse fórum conclamam a conferência. ••Acontece de 4 em 4 anos. •• É realizada pelas esferas municipal, estadual e federal. •• É o espaço de debate, formulação e avaliação das políticas de saúde.
CONSELHOS DE DIREITOS: O que são? São órgãos colegiados, permanentes, paritários e deliberativos que formulam, supervisionam, avaliam, controlam e propõem políticas públicas. Por meio desses conselhos, a comunidade (com seus representantes) participa da gestão pública. •• Os Conselhos são criados por Lei em âmbito Federal, Estadual e Municipal. Quais são os conselhos de políticas? Conselho da Assistência Social; • Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente; • Conselho da Saúde. • Conselho de Educação. • Conselho de Segurança Pública. • Conselho do Idoso. e • Conselho da Mulher, entre outros. 
CONSELHO DE SAÚDE: O que é? Órgão colegiado, deliberativo e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada esfera de governo. •• Faz parte da estrutura das secretarias de saúde dos municípios, dos estados e do governo federal. •• Como funciona? Deve funcionar mensalmente, ter ata que registre suas reuniões e infraestrutura que dê suporte ao seu funcionamento. Quem faz parte desse colegiado? Representantes do governo, dos usuários, dos profissionais de saúde e dos prestadores de serviços. ••O segmento dos usuários deve ser paritário com os demais segmentos. Isso quer dizer que 50% dos integrantes do conselho de saúde têm que ser usuários, 25% devem ser profissionais de saúde e os outros 25% devem ser gestores e prestadores de serviço.
ANEXO 3: Breve histórico da construção do SUS[7: Extraído de: SUS. Rev. Med. UFPR 1(3):88-91,2014. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/revmedicaufpr/art/4074/pdf. ]
Antes do advento do Sistema Único de Saúde (SUS), a atuação do Ministério da Saúde se resumia às atividades de promoção de saúde e prevenção de doenças (por exemplo, vacinação), realizadas em caráter universal, e à assistência médico-hospitalar para poucas doenças; servia aos indigentes, ou seja, a quem não tinha acesso ao atendimento pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social. O INAMPS foi criado pelo regime militar em 1974 pelo desmembramento do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que hoje é o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS); era uma autarquia filiada ao Ministério da Previdência e Assistência Social e tinha a finalidade de prestar atendimento médico aos que contribuíam com a previdência social, ou seja, aos empregados de carteira assinada. 
O INAMPS dispunha de estabelecimentos próprios, mas a maior parte do atendimento era realizado pela iniciativa privada; os convênios estabeleciam a remuneração por procedimento, consolidando a lógica de cuidar da doença e não da saúde. O movimento da Reforma Sanitária nasceu no meio acadêmico no início da década de 70 como forma de oposição técnica e política ao regime militar, sendo abraçado por outros setores da sociedade e pelo partido de oposição da época — o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), atual Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB ). 
Em meados da década de 70, com o fim do milagre econômico, ocorreu uma crise do financiamento da previdência social, com repercussões no INAMPS. Em 1979 o general João Baptista Figueiredo assumiu a presidência com a promessa de abertura política, e de fato a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados promoveu, no período de 9 a11 de outubro de 1979, o I Simpósio sobre Política Nacional de Saúde, que contou com participação de muitos dos integrantes do movimento e chegou a conclusões altamente favoráveis ao mesmo; ao longo da década de 80 o INAMPS passaria por sucessivas mudanças com universalização progressiva do atendimento, já numa transição com o SUS.
A 8ª Conferência Nacional de Saúde foi um marco na história do SUS por vários motivos. Foi aberta em 17 de março de 1986 por José Sarney, o primeiro presidente civil após a ditadura, e foi a primeira CNS a ser aberta à sociedade; além disso, foi importante na propagação do movimento da Reforma Sanitária. A 8ª CNS resultou na implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), um convênio entre o INAMPS e os governos estaduais, mas o mais importante foi ter formado as bases para a seção "Da Saúde" da Constituição brasileira de 5 de outubro de 1988. 
A Constituição de 1988 foi um marco na história da saúde pública brasileira, ao definir a saúde como "direito de todos e dever do Estado". A implantação do SUS foi realizada de forma gradual: primeiro veio o SUDS; depois, a incorporação do INAMPS ao Ministério da Saúde (Decreto nº 99.060, de 7 de março de 1990); e por fim a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990) fundou o SUS. Em poucos meses foi lançada a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao SUS uma de suas principais características: o controle social, ou seja, a participação dos usuários (população) na gestão do serviço. O INAMPS só foi extinto em 27 de julho de 1993 pela Lei nº 8.689.

Continue navegando