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Projeto
temático 
BULLYING
AF•Projeto_BULLING.02.indd 1 2/1/17 2:16 PM
Afinal, o que é leitura literária e por que ela é importante 
na vida escolar e não escolar de crianças e jovens? 3
Projetos temáticos: todos juntos com 
um objetivo comum 5
Bullying: relevância do tema na escola 7 
Proposta de projeto escolar com o tema “Bullying” 8 
Procedimentos metodológicos 11
Educação Infantil 11
Ensino Fundamental I 14
Ensino Fundamental II 18 
Fechamento do projeto “Bullying” 25
Sumário
AF•Projeto_BULLING.02.indd 2 2/1/17 2:16 PM
3
Afinal, o que é leitura literária e por que ela 
é importante na vida escolar e não escolar 
de crianças e jovens?
É sabido que existe consenso tanto na escola quanto na sociedade quan-
do se diz que a leitura é importante. Se perguntarmos a diferentes pessoas, 
sejam elas profissionais da educação ou de outras áreas, alunos, pais ou res-
ponsáveis, se a leitura é importante, teremos quase unanimidade na resposta: 
a leitura é muito importante, sim.
Contudo, poucas pessoas têm clareza das razões para a valorização da 
leitura, não só a literária, mas todo e qualquer tipo de leitura. Para entender 
essas razões, temos primeiro de responder à pergunta: o que é a leitura? 
Podemos definir leitura, de modo geral, como um processo de interação 
entre o leitor e o texto, sendo esses dois elementos muito complexos. O leitor, 
ao interagir com o texto, acessa seus conhecimentos prévios, seus conheci-
mentos de mundo, seus conhecimentos linguísticos, seus valores e suas cren-
ças, sua bagagem cultural. O texto também é um produto sócio-histórico e 
cultural: traz em si aspectos do gênero textual a que pertence, do tempo e do 
espaço em que foi produzido, dos valores da sociedade em que foi concebido, 
das intenções de seu produtor e das relações com outros textos. Essa comple-
xidade vale para qualquer tipo de texto, de leitura e de gênero textual.
Se a leitura é interação e construção de sentidos, ela abre uma espécie 
de conversa entre o texto e o leitor. Os textos abordam diferentes temas, com 
variadas visões de mundo, são produzidos em diferentes épocas, com finalida-
des diversas, tudo ao alcance do leitor.
E o que dizer da leitura de textos literários?
A leitura literária também é um processo de interação. O texto literário 
tem particularidades que possibilitam um trabalho com a experiência vivida 
pelo autor, com as histórias contadas, com as elaborações poéticas por meio 
da linguagem e com a abertura para novas perspectivas, novas maneiras de 
ver e entender o mundo, por meio da ficção, do faz de conta e das brincadeiras 
com a linguagem. Nesse tipo de leitura, o texto pode tocar o leitor, levando-
-o também a expressar sua subjetividade e a elaborar sua maneira de ver o 
mundo, o que é sempre enriquecedor, principalmente para crianças e jovens.
Na escola, podemos trabalhar a leitura de literatura, com textos verbais 
e não verbais, como atividade lúdica de construção e reconstrução de sen-
tidos, a fim de levar o aluno a desenvolver a criatividade e a imaginação na 
interação com textos que apresentam “mundos possíveis”1. 
Literatura é arte, envolve fruição do texto, admiração pela qualidade es-
tética da linguagem empregada. O desafio do professor é ajudar o aluno a per-
ceber essas características e a elaborar ou rever suas interpretações iniciais, 
sem descartar suas leituras originais, ou seja, o professor não deve apresentar 
ao aluno leituras prontas, únicas e previamente consideradas “corretas”, mas 
ajudá-lo a construir sentidos com base no que o texto traz para a interação, 
levando em conta a visão de mundo e os conhecimentos prévios desse aluno.
1 MARTINS, I. A literatura no Ensino Médio: quais os desafios do professor?. In: BUNZEN, C.; MENDONÇA, 
M. Português no Ensino Médio e formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006.
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4
Desse modo, a leitura deve envolver um aluno ativo no levantamento de 
hipóteses sobre os sentidos do texto, o que o torna de fato um leitor, em um 
processo que envolve todos os professores, de todos os segmentos e em todas 
as disciplinas, e não apenas o professor de Língua Portuguesa. 
Para formar leitores, o professor precisa estimular o interesse do alu-
no pela leitura por meio da participação em atividades diversificadas e 
não necessariamente veiculadas ao livro didático. Ler não pode ser uma 
tarefa escolar, uma obrigação de reportar conteúdo. Quanto mais desvin-
culada da obrigatoriedade, melhor. E isso não é suficiente. Como ensina 
Angela Kleiman: 
[...] somente quando se ensina o aluno a perceber esse objeto que é o texto em 
toda sua beleza e complexidade; isto é, como ele está estruturado, como ele 
produz sentidos, quantos signifi cados podem ser aí sucessivamente revelados, 
ou seja, somente quando são mostrados ao aluno modos de se envolver com 
esse objeto, mobilizando os seus saberes, memórias, sentimentos para assim 
compreendê-lo, então há ensino da leitura. [...]2.
Assim, nosso papel é fornecer um conjunto de instrumentos e de es-
tratégias para o aluno realizar esse trabalho de forma progressivamente 
autônoma. 
Disponibilizar esse conjunto de instrumentos e estratégias de leitura e 
elaborar interpretações com o aluno é ensiná-lo a gostar de ler. Ou seja, o pra-
zer da leitura é um prazer aprendido, como defende Marisa Lajolo3, e não algo 
inato. E isso tem relação com a história de leitura que construímos com os 
alunos – história que pode ser sempre transformada, principalmente quando 
alguns deles afi rmam não gostar de ler. 
Dessa forma, a leitura literária contribui para a formação humana e para 
sua abertura ao conhecimento, despertando a curiosidade, a imaginação e a 
capacidade de se transportar para outros lugares, de se colocar no lugar do 
outro e de refl etir sobre seu lugar no mundo e sobre a interação com ele. Tal 
capacidade desenvolve o respeito e a admiração pela diversidade, por diferen-
tes culturas, pelo inusitado, desenvolve a observação e a análise crítica, além 
de tornar o leitor mais atuante e plenamente inserido no contexto social em 
que vive.
Diante de todas essas possibilidades oferecidas pela leitura literária, fi ca 
claro que precisamos ler para e com os alunos e que, para que eles também 
considerem a leitura essencial, nós, professores, temos de reservar tempo 
para a leitura em sala de aula, de maneira planejada e articulada com outros 
conteúdos escolares, abordando temas de importância para a formação hu-
mana e cidadã dos alunos. Essa é a proposta deste Caderno.
2 KLEIMAN, A. Contribuições teóricas para o desenvolvimento do leitor: teorias de leitura e ensino. In: 
ROSING, T.; BECKER, P. (Org.). Leitura e animação cultural. Repensando a escola e a biblioteca. Edição bilíngue. 
Passo Fundo: UPF, 2002. p. 27-68. 
3 LAJOLO, M. Meus alunos não gostam de ler... O que eu faço? Campinas: Unicamp, 2005.
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5
Projetos temáticos: todos juntos com 
um objetivo comum
Os projetos temáticos no âmbito escolar têm como foco principal criar 
a oportunidade de diferentes anos escolares de um mesmo segmento e/ou 
de segmentos diferentes discutirem, de forma construtiva e coerente, temas 
relevantes para a formação dos alunos. Os projetos tornam a leitura na escola 
uma ação integrada e integradora, que propicia aos alunos perceber vários 
pontos de vista, apresentados por alunos de vários anos escolares e faixas 
etárias, e seu contato com obras de diferentes autores e gêneros textuais. 
Quando falamos em projetos escolares, mesmo com uma variedade de 
denominações e linhas teóricas a seguir, tratamos de uma série de atividades 
desenvolvidas por um grupo de alunos para alcançar um objetivo comum. 
Acreditamos que, dessa forma, há engajamento no estudo, no planejamento e 
na execuçãodas ações, além de grande possibilidade de troca de experiências 
entre os alunos. 
Em projetos, o que geralmente guia as atividades é a participação em 
uma prática social: uma exposição de arte, uma feira científica, um sarau, um 
jornal mural, uma campanha comunitária. O projeto proposto deve ter base 
em um interesse real dos alunos e possibilitar o trabalho sistematizado de vá-
rios conteúdos, partindo do que é familiar ao aluno para, então, trazer o novo, 
o diferente, o que ainda não foi visto, introduzindo o aluno em práticas sociais 
que vão permitir a ele maior eficácia na atuação em sociedade. 
O tema escolhido serve como ponto de partida para o trabalho pedagó-
gico, que será ler e produzir textos para serem apresentados em uma prática 
social (pode ser campanha, mostra, exposição, pesquisa ou ainda a confecção 
de um livro – um almanaque, uma antologia de contos, poemas ou ditos po-
pulares, por exemplo, ou ainda um livro de receitas)4. 
Para a execução dos projetos, os alunos organizam-se e dividem-se para 
alcançar um objetivo comum, sem que todos tenham de realizar necessaria-
mente as mesmas atividades. Essa organização e divisão pode ser voluntária, 
ou seja, os próprios alunos decidem com quais colegas trabalharão em cada 
atividade, ou mediada pelo professor. Nesse caso, sugerimos mesclar os alu-
nos em diferentes grupos a cada atividade, evitando a formação de “panelas” 
e a concorrência exacerbada entre grupos e visando possibilitar mais oportu-
nidades de convivência entre os alunos.
Para despertar o interesse dos alunos, os projetos devem envolver a lei-
tura de textos que circulem na sociedade e a produção de textos que serão 
lidos por outras pessoas além do professor, em um trabalho coletivo de alu-
nos e professores, respeitando-se sempre a capacidade e o nível de leitura de 
cada um. Assim, os projetos transformam objetivos circulares, como “escre-
ver para aprender a escrever”, “ler para aprender a ler” ou “estudar para me-
morizar conteúdos”, em ler, escrever e estudar para compreender e aprender 
aquilo que for relevante para o desenvolvimento e a realização do projeto.5 
4 As diferentes propostas de pedagogia baseadas em projetos apoiam-se na ideia do engajamento dos 
alunos tendo em vista um tema ou uma prática social. Aqui, baseamo-nos na proposta de projetos de 
letramento da educadora Angela Kleiman.
5 KLEIMAN, A. Projetos de letramento na Educação Infantil. In: Caminhos em Linguística Aplicada. Taubaté: 
Unitau, 2009. v. 1, n. 1.
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6
Nesse tipo de planejamento, mais do que dominar conteúdos, o professor pre-
cisa identificar os interesses da turma, orientá-la a levantar dados e informa-
ções relevantes para atingir as metas do projeto; a fazer perguntas instigado-
ras para, coletivamente, obter respostas; a identificar dificuldades e propor 
conteúdos necessários para saná-las. Aprender a buscar, a continuar apren-
dendo e a participar de práticas de letramento são aprendizagens funcionais 
ao longo da vida.
Ao promover esse planejamento, nada impede que o professor sistema-
tize conteúdos, proponha atividades de interpretação, desenvolvendo diferen-
tes habilidades de leitura, sugira atividades de alfabetização e/ou ortografia, 
ou ainda que proponha jogos para memorização de uma regularidade da lín-
gua, por exemplo. Segundo Angela Kleiman:
[...] da perspectiva da criança, ela se engaja em atividades que lhe interessam, 
com resultados satisfatórios, do ponto de vista lúdico, estético, afetivo, cogniti-
vo, linguístico-discursivo. Produz petecas e bonecos, delicia-se com pratos gos-
tosos, brinca e faz das personagens de livros seus amigos, planeja e executa 
uma campanha de conscientização na escola. Aprende formas de registrar essas 
experiências e, por isso, o desenho e a escrita estão presentes em praticamente 
todas essas atividades, porém nunca como objetivos destas, a serem focalizados, 
sistematizados, testados, mas como meios, estratégias para entender o mundo.6
Essa prática também promove uma relação positiva da criança com a 
escrita: ela percebe as funções que a escrita pode ter em sua vida e aprende 
a agir conscientemente por meio dela. Além disso, num trabalho lúdico e 
participativo, a criança cria uma relação prazerosa e afetiva com a leitura, 
abrindo possibilidades de adentrar novos mundos e de elaborar novas com-
preensões destes. 
Em projetos como o sugerido neste Caderno, a avaliação é processual e 
ativa. Processual porque o professor observa e avalia o envolvimento do aluno 
durante todo o projeto e acompanha suas produções conforme os objetivos 
traçados; ativa porque os alunos são envolvidos na avaliação: a turma pode 
avaliar se apresentou o resultado esperado e se contribuiu de maneira satis-
fatória com o projeto da escola e com as outras turmas. Em vez de o professor 
assumir o papel de leitor e juiz exclusivo do texto e das diversas produções do 
aluno, ele passa a ter um comportamento de mediador da leitura, abrindo o 
leque das interações: os próprios alunos podem ler, analisar e criticar os tex-
tos e as diversas produções dos colegas.7
6 KLEIMAN, A. Projetos de letramento na Educação Infantil. In: Caminhos em Linguística Aplicada. Uni-
tau, Taubaté, v. 1, n. 1, 2009, p. 9.
7 ANTUNES, I. Avaliação da produção textual no Ensino Médio. In: BUNZEN, C.; MENDONÇA, M. (Org.). 
Português no Ensino Médio e formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006.
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Bullying: relevância do tema na escola
A prática do bullying caracteriza-se por agressões intencionais, que, no 
contexto escolar, podem ser verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva e 
frequente, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying 
tem origem na palavra inglesa bully, que significa “valentão, brigão”. Ou seja, o 
bullying é uma situação de violência específica, que tem continuidade e pode 
envolver indivíduos – o agressor e a vítima – ou grupos.
Em reportagem para a revista Nova Escola1, Telma Vinha, doutora em Psi-
cologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade 
Estadual de Campinas (Unicamp), afirma que, para ser considerada bullying, a 
agressão física ou moral deve apresentar quatro características: a intenção do 
autor em ferir o alvo de alguma forma, a repetição da agressão, a presença de 
um público espectador e a concordância do alvo com relação à ofensa. Sobre 
esse último ponto, um pouco polêmico, a estudiosa afirma: “Quando o alvo 
supera o motivo da agressão, ele reage ou ignora, desmotivando a ação do au-
tor”. Ou seja, segundo ela, o incômodo causado no agredido ajuda a alimentar 
a continuidade da perseguição.
Entretanto, é preciso diferenciar bullying de discussões ou brigas pontuais, 
que fazem parte dos conflitos diários esperados na convivência escolar e preci-
sam de intervenção e mediação, mas de maneira distinta à prática do bullying. 
Porém, não é fácil para a vítima do bullying reagir ou ignorar as agressões, 
de modo a interromper seu ciclo, o que traz consequências negativas psico-
lógicas, sociais e de aprendizagem ao aluno. Além de um possível isolamento 
ou queda do rendimento escolar, crianças e adolescentes que passam por hu-
milhações preconceituosas, difamatórias ou separatistas podem apresentar 
doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma. Em alguns casos 
extremos, o bullying pode levar o jovem ao suicídio.
Hoje, o bullying se alastra para fora dos muros da escola. Com os meios 
eletrônicos, como a internet, os apelidos pejorativos e as perseguições foram 
tomando proporções maiores com a prática do cyberbullying: os momentos de 
humilhação e perseguição podem se tornar constantes com o uso de redes so-
ciais, e-mails e aplicativos de mensagens instantâneas, causando mais trans-
tornos à vítima em uma escala sem limite,já que na internet todos podem ter 
acesso aos apelidos e às ofensas.
Nas redes sociais, o anonimato e a distância física podem aumentar a 
crueldade dos comentários e das ameaças, e os efeitos podem ser piores do 
que no ambiente físico. A perseguição se torna tão presente que tanto o au-
tor quanto a vítima têm dificuldades de sair desses papéis e retomar valores 
esquecidos ou ainda formar novos valores, como a empatia, o respeito e o 
companheirismo.
O autor da prática de bullying costuma agir dessa forma por querer ser 
mais popular, sentir-se poderoso e consolidar uma boa imagem de si mesmo. 
 
 
 
 
1 21 perguntas e respostas sobre bullying. Ago. 2009. Disponível em: <http://novaescola.org.br/formacao/
bullying-escola-494973.shtml>. Acesso em: 13 set. 2016.
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8
 Dessa maneira, o grupo todo é envolvido no processo: o agressor, a vítima e os 
espectadores, que ou validam a imagem positiva do agressor ou são omissos.
Também são considerados espectadores os que atuam como plateia ativa ou 
como torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo.
Um dos problemas é que essas atitudes muitas vezes são encaradas 
como naturais e corriqueiras dentro do ambiente escolar. Por isso, o proje-
to aqui proposto busca conscientizar a toda a comunidade escolar quanto à 
perversidade dessa prática e à necessidade de impedir que ela ocorra. Além 
da necessidade de atitudes imediatas de professores, coordenadores e diretor, 
que não devem se omitir ou tratar o bullying como brincadeira, é preciso in-
vestir na criação de um ambiente de respeito e boa convivência na escola, o 
que requer uma constante conscientização de pais, responsáveis, alunos e da 
equipe escolar para destruir a visão positiva que o agressor e os espectadores 
têm do bullying. 
A literatura é uma poderosa ferramenta para o exercício de se colocar 
no lugar do outro, de viver outras histórias e poder falar de si mesmo por meio 
da fi cção, de poder comparar situações reais com situações vividas por perso-
nagens, ou seja, de trabalhar a empatia. Acreditamos que, sensibilizando os 
alunos por meio da literatura, eles próprios se tornem agentes de conscienti-
zação de toda a comunidade escolar.
Antes de partirmos para a proposta do projeto, veja os conselhos dos 
especialistas Cléo Fante e José Augusto Pedra, autores do livro Bullying escolar 
— perguntas e respostas (1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. 132 p.):
 Incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças por 
meio de conversas, campanhas de incentivo à paz e à tolerância, trabalhos 
didáticos, como atividades de cooperação e interpretação de diferentes pa-
péis em um confl ito;
 desenvolver em sala de aula um ambiente favorável à comunicação entre 
os alunos;
 quando um estudante reclamar de algo ou denunciar o bullying, procurar 
imediatamente a direção da escola.
Proposta de projeto escolar com 
o tema “Bullying”
A proposta aqui desenvolvida direciona o trabalho com o tema em foco 
para um produto comum a três segmentos de ensino: Educação Infantil, En-
sino Fundamental I e Ensino Fundamental II. Toda a escola será envolvida 
no tema para que os grupos de alunos apresentem seus resultados. Assim, o 
projeto se organiza em um objetivo geral, comum a todos os segmentos, e em 
objetivos específi cos para cada etapa.
Apresentamos a seguir esses objetivos. Na próxima seção, serão detalha-
dos os procedimentos metodológicos para cada segmento.
Objetivo geral
Envolvendo alunos, pais, professores e funcionários da escola, organizar uma Campanha de 
Conscientização contra o bullying e a violência.
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O despertar para o tema será feito por meio das leituras literárias pro-
postas. O faz de conta ajuda a criar espaços para abordar temas delicados e 
estimula o exercício da empatia. Além disso, o projeto será desenvolvido por 
meio de filmes, brincadeiras, trabalhos em grupos e contações de histórias, 
proporcionando a reflexão sobre as causas e consequências do bullying e da 
violência na escola.
Cada segmento vai contribuir com diferentes produções para a Cam-
panha de Conscientização. O interessante é que, para conscientizar os ou-
tros, é preciso que os próprios alunos saibam dos males da prática do bullying. 
Assim, até chegar aos produtos finais, será realizado todo um processo de 
diálogo e construção conjunta de ideias de empatia e respeito ao outro e à 
diversidade. 
Para manter uma sinergia entre os segmentos, é importante que os coor-
denadores e professores dialoguem durante a organização e que o projeto seja 
integrado ao cotidiano escolar. 
Vejamos, então, os objetivos específicos por segmento.
Educação Infantil
Nesse período da infância, as crianças estão construindo sua identidade. 
O trabalho com a diversidade contribui para que elas entendam que são di-
ferentes umas das outras e que isso é próprio dos grupos humanos. O(A) pro-
fessor(a) pode estimular a valorização da diversidade e a construção tanto de 
uma identidade positiva para os alunos quanto de relações respeitosas entre 
os colegas, independentemente das relações de amizade. Nessa etapa, os alu-
nos já entendem que podem não ser amigos de todos na turma, mas devem 
construir relações positivas e respeitosas com todos.
Para este segmento, o objetivo específico é que, baseadas nos livros lidos 
e trabalhados em sala de aula, as turmas contribuam para a campanha com 
desenhos e contações de histórias. 
A produção de desenhos é uma maneira de possibilitar aos alunos des-
sa faixa etária a expressão e a interação por meio de outras linguagens além 
da verbal-oral. Eles podem expor sua compreensão das histórias lidas e de si 
mesmos como sujeitos que compõem a diversidade social, em uma lingua-
gem adequada ao segmento de ensino em que estão e ainda começar a dife-
renciar o registro verbal escrito de outros registros, como o desenho. 
A contação de histórias pressupõe a compreensão e a exploração da his-
tória lida, possibilitando um trabalho aprofundado com a interpretação de 
textos. Além disso, a postura, os gestos e a entonação da voz são outros as-
pectos a serem desenvolvidos em atividades como esta, habilidades que serão 
requisitadas ao longo da vida escolar dos alunos.
As leituras e as contações, por meio do faz de conta, possibilitam aos 
alunos iniciar o exercício de se colocar no lugar do outro – os personagens – e 
de imaginar outras realidades possíveis. Vários estudos mostram que o faz de 
conta infantil traz avanços para o desenvolvimento da criança: ela desenvolve 
sua independência, reconhece-se como alguém distinto dos demais e passa a 
querer atuar como os mais velhos.2
2 MARTINS, M. S. C. Oralidade, escrita e papéis sociais na infância. Campinas: Mercado de Letras, 2008.
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10
Ensino Fundamental I
Nesta faixa etária, os alunos, aos poucos, passam a compreender melhor 
os motivos das regras de convivência no ambiente escolar. Esses motivos po-
dem ser explorados a partir das leituras, de modo a auxiliar no trabalho das 
turmas para a campanha. 
A ideia é que os alunos deste segmento desenvolvam, a partir dos livros li-
dos, pesquisas tanto de dados gerais sobre o bullying no Brasil como dados da 
própria turma e da escola e exponham em forma de infográficos em cartazes con-
feccionados por eles. A interdisciplinaridade com Matemática na construção dos 
infográficos possibilitará a aplicação dos conteúdos trabalhados. Além disso, algu-
mas turmas criarão cartazes com frases, poemas e trechos de canções para cons-
cientizar a comunidade escolar sobre a necessidade de respeito entre as pessoas. 
Os textos podem ser tanto de autoria de outras pessoas como da própria turma. 
O ideal é que os cartazes se aproximem da linguagemcotidiana dos alu-
nos, que passará a ter uma função social relevante dentro da esfera escolar: a 
conscientização do outro por uma causa. Também é importante que os cartazes 
explorem as linguagens visuais e o gênero pesquisa, tão utilizado ao longo da 
vida escolar e, posteriormente, na vida acadêmica e/ou profissional. Com essa 
atividade, busca-se reorientar o que entendemos por pesquisa na escola: 
[...] é muito comum, na escola, solicitarmos pesquisas a nossos alunos. Contudo, 
muitas dessas pesquisas não partem de uma curiosidade ou dúvida real dos alu-
nos e acaba se tornando uma atividade de cópia: o aluno acessa a internet, digita 
a palavra-chave no site de buscas e copia o conteúdo do primeiro ou segundo 
link que aparece. Muitas vezes, o estudante nem mesmo lê o texto que entrega 
ao professor (DE GRANDE, s.d.). [...]3
Diferentemente de pesquisas soltas, sem objetivos específicos ou pro-
blemas a serem solucionados, este projeto tem em vista o direcionamento 
de ações e a busca de compreensão para conscientizar a comunidade escolar 
sobre o problema do bullying. 
Ensino Fundamental II
Nesta faixa etária, os alunos podem encarar de maneira mais séria o 
problema e as consequências do bullying. O objetivo deles será organizar se-
minários na escola com temas relacionados ao bullying, à violência e sua pre-
venção. Os próprios alunos apresentarão seminários, mas também poderão 
convidar especialistas para falar a pais, responsáveis, alunos e professores. A 
ideia é que os grupos abordem as diferentes formas como o bullying acontece, 
incluindo o cyberbullying.
A escolha por seminários neste segmento do ensino deve-se ao fato de 
ser um gênero oral público formal relevante para desenvolver nos alunos ha-
bilidades importantes nessa fase. Planejar a fala, traçar objetivos, selecionar 
informações, pensar no público-alvo, articular a linguagem oral com a lingua-
gem visual e escrita dos suportes ao seminário (cartazes ou apresentações di-
gitais), ser claro, saber responder às perguntas do público são aprendizagens 
a serem desenvolvidas com a exploração desse gênero.
3 Plataforma do letramento. Experimente – despertar o espírito investigativo da turma... Disponível em: 
<www.plataformadoletramento.org.br/acervo-experimente/915/despertar-o-espirito-investigativo-da-
turma.html>. Acesso em: 13 set. 2016.
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11
Procedimentos metodológicos
Educação Infantil
Todas as turmas de Educação Infantil vão contribuir para a Campanha 
de Conscientização produzindo desenhos baseados nos livros lidos. Os alunos 
também podem aproveitar as histórias lidas para decorar as salas de aula 
com reproduções de imagens dos personagens e das capas das obras, ou ain-
da com mais desenhos feitos por eles, com títulos e trechos dos livros e com 
imagens de seus autores e ilustradores. Dessa forma, o próprio ambiente da 
sala de aula já será um espaço de valorização da diversidade e de conscienti-
zação. Além disso, as turmas podem recontar as histórias para outras turmas 
na Campanha de Conscientização contra o Bullying e a Violência na Escola.
Para a produção dos desenhos, você pode prosseguir deste modo:
 Faça uma roda de conversa com a turma. Pergunte se os alunos já passaram 
por situações em que sofreram com apelidos pejorativos, com exclusão em 
brincadeiras ou se eles próprios já deram apelidos maldosos a alguém ou dis-
criminaram colegas ou zombaram deles por algum motivo (estar acima do 
peso, ser magro demais, usar óculos, ser vesgo, ter o cabelo diferente, ter sar-
das, usar bota ortopédica, ter os dentes tortos, usar aparelho ortodôntico, etc.).
 Explique aos alunos que situações que incluem apelidos ofensivos, brinca-
deiras intimidadoras, chacotas ou até impedimento de um colega participar 
de atividades coletivas constituem bullying. Pergunte como eles se sentem 
quando algo parecido acontece com eles. Na conversa, mostre que ninguém 
gosta de ser excluído, apelidado de maneira ofensiva ou de ser alvo de zom-
barias e que sempre devemos pensar em como o colega se sente, ou seja, 
colocarmo-nos no lugar do outro.
 Então, apresente a Campanha de Conscientização contra o Bullying e a Vio-
lência na Escola. Diga à turma que todos vão produzir desenhos que serão 
expostos no evento, e que os desenhos representarão maneiras de respeitar 
os outros e de se colocar no lugar do próximo, pensando: como eu me senti-
ria se alguém agisse assim comigo? Eu posso mostrar os meus sentimentos? 
Como demonstrar o que eu sinto aos colegas sem brigar?
 Para continuar a abordagem do assunto, faça uma leitura coletiva. Veja as 
sugestões a seguir:
Faixa etária Obra Sugestões de trabalho
3 e 4 anos
Nerina, a ovelha 
negra, Michele 
Iacocca, Ática, 1. 
ed., 2012, 
32 páginas.
Livro de imagens que conta a história de Nerina, 
rejeitada pelo rebanho por ser negra. Ela vai 
embora e encontra um lobo, negro como ela. 
Ele propõe que ela se passe por ele para vingar- 
-se das ovelhas. Na verdade, ele quer usar Nerina 
para atrair o rebanho. Ela aceita, mas quando 
tudo parece perdido, Nerina mostra que pode 
fazer a diferença e salvar o dia! Esta obra pode 
ser trabalhada com os alunos para mostrar a eles 
que às vezes, para agradar alguém e sentir-se 
aceito, acabamos ofendendo outras pessoas.
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12
Faixa etária Obra Sugestões de trabalho
5 anos
Serafi m, Bel 
Linares e Alcy, 
Formato, 1. ed., 
2013, 40 páginas.
Serafi m é um menino que tem medo de arriscar 
para não errar, para não perder ou fi car para o 
fi m. Assim, ele perde várias oportunidades de se 
divertir, de aprender. Aos poucos, ele se integra 
à turma e passa a dividir momentos com seus 
colegas na escola. É interessante, a cada página, 
procurar com a turma onde está Serafi m e o que 
ele está fazendo. Chame a atenção dos alunos 
para a timidez do personagem: é comum crianças 
tímidas não se integrarem ao grupo e acabarem 
excluídas de brincadeiras e de atividades. Por 
outro lado, é importante destacar também que é 
preciso respeitar as vontades das pessoas e não 
obrigá-las a fazer o que não querem.
 Leia o livro uma primeira vez para a turma, sempre mostrando as páginas 
aos alunos. Faça perguntas sobre o enredo e as personagens: como são as 
personagens, o que gostam de fazer, onde vivem, onde a história se passa, o 
que aconteceu na história que mais chamou a atenção, como era a relação 
entre as crianças da história, como elas se sentiam. O exercício é levar os 
alunos a se colocar no lugar das personagens e pensar em como se senti-
riam em cada situação vivida. 
 Peça aos alunos que atentem para as características dos personagens, dan-
do destaque à diversidade presente na história e na própria turma. É impor-
tante que eles percebam que são diferentes entre si e vejam as diferenças 
de maneira positiva.
 Nerina, a ovelha negra é um livro de imagem, ou seja, sem texto. Com esse, 
faça o inverso: incentive os alunos a contarem a história antes de você. Eles 
vão inventar o enredo a partir da sequência de imagens do livro e produzir 
histórias diferentes ou até similares, porém com níveis de detalhamento 
diversos. Deixe-os explorar as páginas, as minúcias das ilustrações, as co-
res, o formato do livro. A interpretação de imagens por crianças é bastante 
diferente da interpretação de imagens por adultos. Aproveite para explorar 
essa percepção mediando a leitura e explicando que a gente não lê apenas 
letras e palavras, mas também gestos, comportamentos, sinais, imagens, 
figuras. Os livros de imagem são importantes para ativar nas crianças a 
criatividade, a observação, a associação de imagens a palavras e a criação 
de repertório. São ótimos instrumentos também para trabalhar produção 
de textos pelos alunos, principalmente em fase de alfabetização.
 Proponha aos alunosconhecer os autores e ilustradores do livro lido. Para 
isso, leia com eles as respectivas biografi as, encontradas no fi nal do livro ou 
em outra parte dele. 
 Conforme a faixa etária da turma, explore o vocabulário da obra lida: peça 
aos alunos que identifi quem palavras que não conhecem e ajude-os a infe-
rir os signifi cados.
 Em outro momento, pergunte aos alunos se eles se lembram da história 
lida. Faça um reconto coletivo com a turma. Esse reconto já pode ser um 
ensaio para a contação de histórias que eles irão preparar para a campanha. 
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Então, diga aos alunos que você vai ler mais uma vez a mesma história e 
peça a eles que imaginem o que está acontecendo para depois fazerem um 
desenho do que mais gostaram na história. No caso do livro de imagem, 
esta pode ser a hora de você fazer a sua própria leitura em voz alta, sem, 
entretanto, impor sua interpretação como absoluta. Enfatize tratar-se de 
mais um enredo possível ou, ainda, aproprie-se de elementos das narrativas 
produzidas pelos alunos e misture-as na sua.
 Após a segunda leitura da mesma história, deixe a turma desenhar.
 Na aula seguinte, cada aluno pode mostrar seu desenho e explicá-lo para os 
colegas. 
 Diga que, na campanha, além dos desenhos, a turma pode colocar títulos e 
frases que chamem a atenção dos participantes para a importância do res-
peito mútuo, da amizade e da compreensão dos sentimentos dos colegas. 
Ajude os alunos a pensar em títulos para seus desenhos e a escrevê-los. 
 Para a segunda leitura, você pode propor o reconto das histórias em carta-
zes, com desenhos e a escrita das passagens mais importantes das histórias. 
Como as crianças ainda não são alfabetizadas, peça-lhes para narrar a você 
as passagens mais importante para elas e transcreva-as literalmente no 
cartaz, reproduzindo a interpretação autêntica de cada aluno.
 Montagens com colagem e confecção de fantoches também são boas op-
ções para desenvolver a experiência de se colocar no lugar do outro. Com 
os fantoches, os alunos podem experimentar viver as situações das histó-
rias para perceber como se sentem. Se for possível confeccionar os fanto-
ches, a turma pode usá-los para apresentar os recontos orais em um dia 
da campanha.
• Nestes sites há um passo a passo para a confecção de fantoches: <http://criancas.
uol.com.br/album/passoapasso_fantochereciclado_album.jhtm> e <http://
pt.wikihow.com/Fazer-um-Fantoche-de-Meia>.
• Passe para a turma o clipe da música “Normal é ser diferente”, de Jair Oliveira, 
para o álbum Grandes Pequeninos “O Mundo é grande e pequenino”: <www.
youtube.com/watch?v=oueAfq_XJrg>. A música pode introduzir a apresentação do 
projeto às crianças.
• Outra música que pode ser mostrada aos alunos é a “Diferenças”, interpretada em 
Libras pela arte-educadora Margareth Darezzo, autora da obra Canteiro (Ática): 
<www.youtube.com/watch?v=x2smKCe72C0>. Se quiser saber mais sobre a obra, 
acesse: <http://sites.aticascipione.com.br/canteiro/>.
• Recomendamos a leitura da matéria “Existe bullying na educação infantil?”, da 
Fundação Maria Cecília Souto Vidigal: <http://desenvolvimento-infantil.blog.br/
existe-bullying-na-educacao-infantil/>.
• O Ministério Público do Rio de Janeiro disponibiliza a cartilha on-line Bullying – 
práticas positivas de prevenção na escola. Sobretudo a Parte II contém informações 
que podem ser aproveitadas na Campanha proposta neste projeto: <www.mprj.
mp.br/documents/112957/1490663/cartilha_mprj_bullying_praticas_positivas_de_
prevencao_na_escola.pdf>. 
Todos os sites foram acessados em 22 dez. 2016.
DICAS
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Ensino Fundamental I
No Ensino Fundamental I, as turmas vão contribuir para a Campanha 
da escola com cartazes informativos, que contenham dados sobre o bullying 
na escola, no Brasil e no mundo, e com cartazes de conscientização, que te-
nham frases, poemas, trechos de livros e canções. Veja uma sugestão de tipo 
de cartaz por ano do segmento:
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano
Cartazes com 
frases, figuras 
recortadas, 
trechos de 
livros.
Cartazes com 
frases, poemas, 
trechos de 
canções e dos 
livros lidos.
Cartazes 
com trechos 
de canções, 
fotografias, 
imagens e 
histórias em 
quadrinhos.
Cartazes com 
infográficos 
sobre o bullying 
no Brasil e 
no mundo.
Cartazes com 
infográficos 
sobre o bullying 
na escola.
Outro aspecto importante é ler com os alunos as biografias presentes 
nos próprios livros, para que conheçam os autores e ilustradores das obras.
Para a realização do projeto, sugere-se o seguinte procedimento:
 Faça uma roda de conversa e pergunte aos alunos: Vocês sabem o que é 
bullying? Vocês já se sentiram mal com apelidos depreciativos, zombarias 
ou agressões de colegas da escola? O que aconteceu? Já viram algum cole-
ga passar por uma situação assim? Já apelidaram alguém ou “zoaram” um 
colega, mesmo sabendo que ele não gostava? Como se sentiriam se algo 
parecido acontecesse com vocês? Deixe que falem livremente, mas evite 
acusações e brigas: peça que se concentrem em dizer como se sentiram ou 
se sentiriam.
 Explique aos alunos que situações de apelidos maldosos, de impedimen-
to de um colega participar de atividades coletivas, de zombarias frequen-
tes, sobretudo baseadas em algum aspecto físico do colega, ou até de 
agressão física são práticas de bullying. Conte que o colégio organizará 
uma grande Campanha de Conscientização contra o Bullying e a Violên-
cia na Escola... Então, proponha à turma a confecção de cartazes para 
conscientizar os alunos e funcionários da escola, os pais, os responsáveis 
e a comunidade sobre o que é bullying e como evitá-lo. Todos os cartazes 
deverão ter frases, imagens ou dados que façam as pessoas refletirem 
sobre a importância do respeito ao próximo e que levem-nas a pensar: 
“Como eu me sentiria se alguém agisse assim comigo?”.
 Selecione o primeiro livro a ser lido. Para os mais longos, divida a leitura em 
dois ou três dias, criando suspense e curiosidade na turma. Sempre faça a 
leitura com a exploração das ilustrações. Veja as sugestões para cada ano 
do segmento:
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Ano Obra Sugestões de trabalho
1º ano
Zero Zero Alpiste, 
Mirna Pinsky, 
Formato, 17. ed., 
2014, 24 páginas. 
O livro conta a história de Daniel, chamado de Zero Zero Alpiste 
pelos colegas da escola por ser bochechudo e ter sardas. Um dia, o 
pai dele diz que “homem não chora”, o que faz o menino segurar 
a dor dentro de si, até que uma flor ensina a ele a importância 
de chorar. Obra ideal para enfatizar aos alunos a importância de 
expressar os sentimentos, não seguir rótulos e compreender os 
outros.
O recreio da 
bicharada, Luciana 
Garcia, Caramelo, 
1. ed., 2011, 32 
páginas.
A fábula aborda de maneira perspicaz o tema do bullying e ensina 
a importância de respeitarmos uns aos outros. Para isso, conta 
a história da bicharada no recreio: todos adoram brincar, mas, 
quando os coleguinhas começam a apontar os defeitos uns dos 
outros, o que era diversão vira uma grande confusão! A obra 
pode ser utilizada para destacar aos alunos a diferença entre 
brincadeira e bullying. 
Rick, o nerd 
detetive, Walcyr 
Carrasco, Ática, 
1. ed., 2011, 40 
páginas.
Diferente de todos, Rick era o mais estudioso da classe e tinha 
um estilo que a turma considerava estranho. Ele acabava sempre 
sozinho, excluído pelos colegas. Quando a taça conquistada pelo 
time da escola desaparece, Rick mostra tudo o que sabe para ajudar 
a todos. A história possibilita o exercício de se colocar no lugar do 
outro e não julgar ou excluir as pessoas. Destaque para a figura do 
nerd, geralmente rotulado e incompreendido pelos colegas.
Laís, a fofinha, 
Walcyr Carrasco, 
Ática, 1. ed., 2011,40 páginas.
Laís muda de cidade e, na nova escola, seus colegas não param de 
lhe dar apelidos desagradáveis. Isso a faz se sentir muito feia, triste 
e retraída. A história mostra como a menina vai guardando para 
si o sofrimento do bullying e, com apoio, consegue enfrentar a 
perseguição e realizar seu sonho. Oportunidade de trabalhar com a 
turma os efeitos psicológicos causados pela depreciação verbal.
Pinote, o fracote, 
e Janjão, o fortão, 
Fernanda Lopes de 
Almeida, Ática, 
19. ed., 2008, 
32 páginas.
Linguagem de história em quadrinhos que conta como o 
personagem mais fraco, Pinote, derrubou o fortão Janjão. A 
história ajuda a refletir sobre como romper o ciclo do bullying e 
fortalecer as possíveis vítimas dessa prática.
2º ano
Do jeito que você 
é, Telma Guimarães 
Castro Andrade, 
Formato, 1. ed., 
2009, 24 páginas.
Sandra é nova no prédio e tem um jeito muito peculiar de arrumar 
o cabelo, de se vestir. As crianças passam a comentar sobre ela, 
cochichar, dar risadas. Mas aos poucos percebem como todos são 
diferentes e podem se divertir juntos. A obra trata do respeito a 
personalidades excêntricas ou “fora dos padrões” preestabelecidas 
pela sociedade.
Eu sou assim, 
viu?, Márcia Leite, 
Formato, 1. ed., 
2008, 32 páginas.
O garotinho narrador do livro se incomoda com as cobranças 
da família para que seja de um ou outro jeito, para que aja de 
uma ou outra maneira. Então, ele resolve responder e mostrar 
seu ponto de vista. A obra possibilita trabalhar com os alunos a 
autoestima e como se comportar para se fazer respeitado.
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Ano Obra Sugestões de trabalho
3º ano
Horror, humor & 
quadrinhos – As 
vítimas do mico 
contra o trio do 
terror, Heloisa 
Prieto, Ática, 1. ed., 
2011, 48 páginas.
Martim foi convidado para jogar baralho na quadra e achou que 
era uma atitude de amizade, mas os colegas queriam mesmo é 
que ele pagasse um mico. Para lidar com o bullying e combatê-lo, 
o menino usa a arte e a literatura, criando suas histórias. A obra 
pode inspirar a campanha de conscientização e dar ideias para 
a utilização de quadrinhos e outras linguagens, além de mostrar 
que é possível combater o bullying de maneira criativa.
4º ano
Um outro jeito 
de voar, Gilberto 
Mansur, Formato, 
13. ed., 2004, 
32 páginas.
Asa Curta é um passarinho muito inteligente e habilidoso, mas 
que não sabe voar. Após ser muito questionado e caçoado por 
isso, ele mostra outra maneira de voar para todos os pássaros. 
Obra que aborda a superação do bullying, demonstrando que não 
se pode mudar um aspecto físico nato, mas que isso não é motivo 
para baixa autoestima.
Apenas diferente, 
Anna Claudia 
Ramos, Formato, 
3. ed., 2009, 
48 páginas.
Nicolau é um menino que todos consideram diferente, estranho, 
calado demais. Na verdade, Nicolau tinha um mundo só dele, 
entre histórias do avô, leituras e suas criações escritas. Uma 
obra que ensina a respeitar a individualidade do próximo e a 
não julgá-lo por quem ele é, principalmente se ele for muito 
diferente do esperado.
Princesas são 
diferentes, Tânia 
Alexandre Martinelli, 
Atual, 1. ed., 2007, 
48 páginas.
Celeste muda com a família de Santa Catarina para o interior de 
São Paulo. A menina tem difi culdades de se adaptar à nova vida, 
principalmente na escola, onde não é chamada para conversas 
e brincadeiras durante o recreio. Mas, aos poucos, novas 
amizades começam a mudar o rumo de sua vida. Oportunidade 
de trabalhar com os alunos a integração de novas pessoas a um 
grupo já formado, o acolhimento, a receptividade, ajudando-as a 
sentirem-se aceitas.
5º ano
Espião, nem 
morto!, David 
Lubar, Caramelo, 
1. ed., 2012, 
160 páginas. 
O livro traz uma história divertida e misteriosa do menino-zumbi 
Nathan Abercrombie, que mal se acostumou a sua vida de zumbi 
e uma nova aventura se anuncia: uma misteriosa organização 
internacional o procura para se tornar o primeiro espião-zumbi do 
mundo. Além disso, na escola, o fortão e valentão Rodney é uma 
ameaça, que ele precisa enfrentar.
Caminho de volta, 
Luís Fernando 
Pereira, Ática, 1. ed., 
2006, 80 páginas.
O narrador se lembra de sua infância e relata as difi culdades 
enfrentadas na escola, principalmente com o bullying e com 
o fato de ser sobrinho da diretora. A história mostra como ele 
enfrentou a situação e como se sentiu ao longo da jornada.
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 Após a primeira leitura, faça com a turma um exercício de reconto oral da 
história.
 Para as turmas de 1º a 3º anos, peça que selecionem trechos, palavras ou 
imagens do livro lido que possam compor um cartaz contra o bullying. Lem-
bre-os de, no cartaz, inserirem a fonte de onde a citação e/ou a imagem 
foram retiradas.
 Para animá-los na tarefa, mostre os murais escritos pelo Profeta Gentileza 
no Rio de Janeiro. Eles podem utilizar uma estética semelhante, criando um 
diálogo com essas obras.
• Para saber mais sobre o Profeta Gentileza, acesse: <https://oimpressionista.
wordpress.com/museu-virtual-gentileza/> e < www.revistadehistoria.com.br/secao/
capa/gentileza-e-premonicao>. Acesso em: 13 set. 2016.
DICA
 Após a escrita das primeiras frases e seleção de imagens, monte um cartaz 
com a turma para a Campanha de Conscientização da escola.
 Para os 4º e 5º anos, depois de feita a primeira leitura, proponha um de-
bate com as turmas. A fim de fomentar o debate, assista com os alunos a 
uma série de reportagens exibidas no programa Fantástico, da rede Glo-
bo, sobre o bullying na escola (disponível em: <http://g1.globo.com/fantas-
tico/videos/t/edicoes/v/eu-amo-quem-sou-ensina-a-dar-volta-por-cima-e- 
derrubar-bullying-de-vez/4657965/>. Acesso em: 13 set. 2016).
 Após assistir às reportagens, pergunte aos alunos: Algum de vocês já pra-
ticou ou sofreu bullying? Como você se sentiu? Por que você acha que isso 
aconteceu? Relembre que o enfoque é dizer como eles se sentem e analisar 
como e por que o bullying acontece, e não brigar com os colegas.
 Informe aos alunos que o combate ao bullying em escolas agora é lei: a Lei 
nº 13.185, de 6 de novembro de 2015, caracteriza a prática. Essa informa-
ção pode compor um dos infográficos a serem produzidos pelos alunos. A 
íntegra da lei está disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2015/Lei/L13185.htm>. Acesso em: 22 dez. 2016.
 Como primeira atividade de exposição de dados numéricos, conte o nú-
mero de alunos que declara já ter sofrido ou praticado bullying. Monte 
tabelas e gráficos com as turmas, semelhantes aos que aparecem na re-
portagem assistida. 
 Os alunos de 5º ano vão se organizar para levantar mais dados da escola so-
bre quem sofreu ou praticou bullying e montar novas tabelas e gráficos para 
expor em cartazes na campanha. Se achar pertinente, você também pode 
orientá-los a registrar depoimentos de vítimas para expor com os dados, 
sempre garantindo o anonimato dos participantes da pesquisa.
 Os alunos de 4º ano vão pesquisar dados do Brasil e do mundo e reprodu-
zi-los nos cartazes. A pesquisa pode ser feita na internet e/ou em jornais e 
revistas. Essa pesquisa pode ser feita com o apoio dos professores de Inglês 
e de Espanhol, pois há dados internacionais disponíveis em outras línguas. 
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 Para a segunda leitura, permita aos alunos que escolham um dos livros su-
geridos e o leiam em silêncio. A leitura também pode ser feita como tarefa 
de casa. Estabeleça um prazo para o término. Depois, faça uma rodada de 
contação de histórias, em que cada um possa compartilhar o que leu e fazer 
uma reflexão crítica sobre o bullying.
 Com as turmas de 1º a 3º anos, busque poemas, canções e histórias em 
quadrinhos que tratem da amizade, do respeito, do exercício de se colocarno lugar do outro. Leia o material com os alunos e selecionem juntos quais 
seriam interessantes para compor os cartazes para a campanha.
 Procure imagens para acompanhar os textos escritos. Os alunos podem re-
produzir imagens dos livros lidos, buscá-las na internet ou ainda produzir 
desenhos e fotografias.
 Com as turmas de 4º e 5º anos, organize debates regrados para que expo-
nham e discutam os dados encontrados nas pesquisas. Algumas perguntas 
que podem incitar o debate: 1) o número de alunos envolvidos em bullying é 
grande?; 2) por que os alunos costumam se envolver nessa prática?; 3) quais 
são as consequências dessa prática na vida dos alunos envolvidos?; 4) como 
poderíamos evitar o bullying?
 Anote as conclusões dos alunos na lousa e, com isso, proponha a confecção 
de mais cartazes para a campanha, com os dados numéricos da escola, do 
Brasil e do mundo e com medidas para evitar o bullying.
• Antes de iniciar os debates em sala de aula, sugerimos passar para a turma alguns 
vídeos com campanhas antibullying: <www.youtube.com/watch?v=HFldY6lORpE> 
e <www.youtube.com/watch?v=nWJut7KQhI4> (em inglês).
• No site <www.chegadebullying.com.br> há muitos dados sobre o tema que podem 
ser úteis na confecção de gráficos pelos alunos.
• Para a formação do professor, sugerimos a leitura de RABELO, Carina. Bullying, um 
crime nas escolas. IstoÉ, ed. 2026, 3 set. 2008. Disponível em: <http://istoe.com.
br/9028_BULLYING+UM+CRIME+NAS+ESCOLAS/>.
• Na página do IBGE Teen é possível acessar dados e matérias sobre o tema: <http://
teen.ibge.gov.br/especiais-teen/pense/pense-pag-7.html>.
• Na notícia “Nas capitais mais violentas, 42% dos alunos já foram agredidos na escola” 
(Paulo Saldaña, Folha de S.Paulo, 21 mar. 2016. Disponível em: <www1.folha.uol.com.
br/educacao/2016/03/1752178-nas-capitais-mais-violentas-42-dos-alunos-ja-foram-
agredidos-na-escola.shtml>), há uma série de infográficos que podem ser aproveitados 
pelos alunos nos cartazes que produzirem. 
Todos os sites foram acessados em 22 dez. 2016.
DICAS
Ensino Fundamental II 
As propostas para o Ensino Fundamental II são a organização e a produ-
ção de seminários sobre bullying, cyberbullying e violência, que objetivam levar 
a pensar em medidas para sua prevenção na escola, debatendo sobre respeito 
e empatia. Com base na leitura dos livros e em pesquisas sobre convivência e 
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empatia, os alunos vão preparar seminários em grupos e convidar, se possível, 
profissionais que possam falar sobre o assunto na escola. Caso haja possibi-
lidade, os alunos podem produzir programas audiovisuais para seminários 
digitais. Além disso, podem promover, em horários diferentes, debates ou me-
sas-redondas com professores da escola e outros especialistas, abordando te-
máticas relacionadas à questão do bullying.
 Conte aos alunos que será organizada uma grande Campanha de Conscien-
tização contra o Bullying e a Violência na Escola. Então, faça uma roda de 
conversa e pergunte aos alunos: vocês sabem o que é bullying? Vocês já se 
sentiram mal com apelidos pejorativos, zombarias ou agressões de colegas 
da escola? O que aconteceu? Então, proponha à turma a organização de 
uma série de seminários que falem sobre bullying, cyberbullying e violência, 
sem deixar de abordar também os sentimentos de amizade e empatia. Os 
seminários serão realizados por grupos de alunos e por convidados especia-
listas em assuntos relacionados, como psicólogos, psiquiatras, pedagogos e 
outros profissionais. 
 Selecione o primeiro livro a ser lido. Para os mais longos, divida a leitura 
em dois ou três dias, criando suspense e curiosidade. Sempre faça a leitura 
com a exploração das ilustrações. Veja algumas sugestões para cada ano 
do segmento:
Ano Obra Sugestões de trabalho
6º ano
Desprezados F.C., Júlio 
Emílio Braz, Saraiva, 2. 
ed., 2009, 80 páginas.
O livro conta a história de um time reserva do 
colégio, formado por garotos aparentemente 
esquisitos, que conquista a confiança da 
torcida com raça, determinação e autoestima 
inabalável. A obra contribui para refletir sobre 
preconceito, julgamento pelas aparências e 
menosprezo. 
Um time muito 
especial, Jane Tutikian, 
Atual, 14. ed., 2009, 
80 páginas.
Um time de futebol de salão incomum e com 
visual que não impõe respeito constrói uma 
relação de amizade tão especial que une e 
fortalece os jogadores. Essa amizade os leva 
a aprender muitas coisas importantes! Obra 
indicada para trabalhar a autoestima e a 
autoaceitação.
Pretinha, eu?, Júlio 
Emílio Braz, Scipione, 
3. ed., 2008, 72 páginas.
História da chegada de Vânia a uma escola 
em que é a única aluna negra. Nas orelhas do 
livro há a biografia do autor e sua descoberta 
como negro. Permite trabalho sobre amizade e 
relações interpessoais e inter-raciais.
Nó na garganta, Mirna 
Pinsky, Atual, 53. ed., 
2009, 88 páginas.
Tânia, menina negra de 10 anos, muda com 
a família da cidade grande para o litoral e 
passa a sofrer muito preconceito racial. A obra 
aborda conflitos, descoberta, autoestima.
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Ano Obra Sugestões de trabalho
7º ano
As faces da violência: 
Como entender e 
tratar a agressividade, 
Pierre Mezinski, Ática, 1. 
ed., 2007, 104 páginas. 
Histórias de violência típicas de nosso 
cotidiano acompanhadas de refl exões 
teóricas para ajudar o leitor a compreender 
o comportamento dos agressores, a 
resignação das vítimas e a cumplicidade dos 
espectadores, trazendo possibilidades de 
enfrentamento das situações.
A guerra do lanche, 
Lourenço Cazarré, 
Ática, 4. ed., 2016, 144 
páginas.
Na escola, um grupo de alunos passa a 
roubar o lanche dos mais novos. Cândido 
reúne seus amigos Fuzilica e Bolota para 
enfrentar o bando que age no recreio. Aí 
a confusão cresce e se torna A Guerra do 
Lanche! Com esta obra, pode-se trabalhar as 
diferentes formas de enfrentar o bullying.
Patty palito, Susana 
Klassen, Scipione, 1. ed., 
2004, 112 páginas.
Patrícia é uma garota linda e inteligente. 
Com a mudança de colégio, ela passa a 
sofrer com as gozações por parte dos colegas 
por ser gordinha e começa a se sentir feia 
e desinteressante. Isso a faz partir para um 
regime radical que acaba lhe trazendo sérios 
problemas de saúde, como a anorexia.
A cor do azul, Jane 
Tutikian, Atual, 22. ed., 
2005, 104 páginas.
Uma garota de 13 anos negra narra sua 
turbulenta transformação de menina em 
mulher. A autoaceitação, as mudanças físicas 
na adolescência e a vontade de integrar-se 
são motes desta narrativa sensível.
Vínculos, Lúcia Pimentel 
Góes, Atual, 26. ed., 
2009, 104 páginas.
A história aborda os confl itos e as reviravoltas 
na relação de Laura com sua família após 
ela descobrir que foi adotada. Depois de sair 
de casa e mudar de cidade, uma gravidez 
inesperada faz com que se reaproxime da 
família e da mãe. 
De cabeça baixa, Mirna 
Pinsky, Atual, 1. ed., 
2014, 72 páginas.
O livro não só traz à tona os dramas de uma 
vítima de bullying e cyberbullying, como 
também aborda os mecanismos que agem no 
interior dos agressores. Isso é feito por meio 
da história de Sofi a, menina que se muda 
de cidade e, na nova escola, passa a ser 
discriminada por um grupo de meninas que 
se autodenominam “MAGNÍFICAS”.
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Ano Obra Sugestões de trabalho
8º ano
O chamado do 
monstro, Patrick Ness, 
tradução de Antonio 
Xerxenesky, Ática, 1. ed., 
2011, 216 páginas.
Conor enfrenta a doença grave da mãe, 
o distanciamento do pai e a pesada 
perseguição da qual é vítima na escola. Em 
seus pesadelos, a árvore próxima a sua casa 
se transforma em um monstro que sabe 
que Conor esconde um segredo. Todos os 
dias, sete minutos depois da meia-noite, o 
monstroaparece. Ele lhe conta três histórias 
que o obrigarão a enfrentar seus maiores 
temores. Se houver possibilidade, como 
forma de enriquecimento após a leitura, 
recomende à turma assistir ao filme “Sete 
minutos depois da meia-noite”, baseado 
nesta obra, que estreou em 2017.
Veneno digital, Walcyr 
Carrasco, Ática, 1. ed., 
2013, 136 páginas.
Camila luta pelo sonho de ser atriz e, 
quando está realizando o que tanto deseja, 
um e-mail com fotos comprometedoras, 
porém falsas, abalam sua determinação. 
Camila tem de fazer uma escolha: 
abandonar o sonho ou lutar para descobrir 
quem são os responsáveis pela armação.
Bullying no aquário, 
Ivan Jaf, Atual, 1. ed., 
2012, 96 páginas.
Mateus é um adolescente que gosta 
de ficar em seu quarto, dedicando-se 
a seu hobby favorito: seus peixes e seu 
aquário. Mas na escola ele é perseguido 
por um grupo de colegas liderados por 
Alexandre, que o apelidam e zombam 
dele. Alexandre mora no mesmo prédio 
de Mateus, e a convivência entre os dois 
se torna um desafio.
A face oculta, Maria 
Tereza Maldonado, 
Saraiva, 1. ed., 2009, 
96 páginas.
Luciana fica muitas horas em seu 
computador, trocando mensagens com 
seus amigos e interagindo em redes sociais. 
Ela acha que sua vida virtual é bem mais 
interessante que a real. Contudo, a menina 
se torna vítima de cyberbullying e fica 
transtornada sem saber quem é seu inimigo. 
Oportunidade de trabalhar com os alunos 
o anonimato possível nas redes sociais 
relacionado ao bullying.
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Ano Obra Sugestões de trabalho
9º ano
Os 13 porquês, Jay 
Asher, Ática, 1. ed., 
2009, 256 páginas.
Best-seller em que Clay recebe um pacote com 
treze fitas cassetes. Ao apertar o play, ouve a 
voz de Hannah, morta há algumas semanas por 
overdose de remédios. Nas gravações, Hannah 
revela os treze motivos que a fizeram acabar 
com a própria vida, entre eles, o bullying.
Perseguição, Tânia 
Alexandre Martinelli, 
Saraiva, 1. ed., 2009, 
104 páginas.
Leo e Malu são dois adolescentes que sofrem 
com a perseguição do bullying. Os dois não 
sabem o que fazer para resolver o problema e 
o sofrimento. Cada um, a sua maneira, escolhe 
um caminho para lidar com a situação.
Leo na corda bamba, 
Tânia Alexandre 
Martinelli, Saraiva, 
1. ed., 2014, 
152 páginas.
Leo vai para o Ensino Médio. Com a autoestima 
abalada pelo bullying sofrido em Perseguição, 
o garoto passa por momentos de dúvidas para 
saber como ser aceito no grupo, como manter 
amizades, como ser notado pelas meninas da 
escola. Embora tenha o mesmo protagonista 
da obra anterior, o livro pode ser lido de 
maneira independente. Ótima oportunidade 
para trabalhar com a turma as duas obras na 
sequência, como leituras complementares, 
realizadas por grupos diferentes.
 Antes de iniciar os debates, passe para os alunos o vídeo disponível em 
<www.youtube.com/watch?v=PI-VKatg1Zk> (acesso em: 22 dez. 2016), da 
Human Rights Campaign (em inglês). A ajuda do professor de Inglês pode se 
fazer necessária ou, ainda, esse vídeo pode constituir uma das aulas desse 
profissional, uma vez que toda a escola deve estar envolvida na campanha, 
não apenas os professores de Língua Portuguesa.
 Após a leitura do primeiro livro, faça um debate regrado com a turma sobre 
bullying. Algumas perguntas podem guiar a discussão:
• O que configura a prática de bullying? Qualquer briga ou desentendimento 
é bullying?
• Por que alguém pratica bullying?
• As pessoas que não cometem, mas assistem ao bullying, podem fazer algo 
a respeito?
• O que muda quando falamos de cyberbullying?
• Como evitar essas atitudes?
• Como agir quando você é vítima?
 Para falar sobre bullying, cyberbullying e violência, é interessante trazer 
exemplos de pessoas conhecidas pelos alunos, como as celebridades, de 
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forma a mostrar que ninguém está imune ao preconceito. Mostre a história 
de alguns famosos, navegando com os alunos pelos links <http://educacao.
uol.com.br/album/2013/08/09/veja-historias-de-famosos-que-ja-sofreram- 
bullying.htm#fotoNav=8> e <http://revistamonet.globo.com/Listas/noticia/ 
2015/07/famosos-internacionais-que-sofreram-bullying-na-infancia-e- 
adolescencia.html> (acessos em: 28 nov. 2016). Se não for possível acessar a 
internet, leve a matéria impressa para a sala de aula e leia-a para a turma.
 Anote na lousa as principais conclusões da turma e peça aos alunos que as 
copiem, já que, na campanha, se espera que todo o público chegue a con-
clusões semelhantes para combater o bullying.
 Após o debate, as turmas podem assistir a filmes com a temática traba-
lhada. Este pode ser o momento de exibir, se disponível, o filme baseado 
em uma das obras lidas, O chamado do monstro. Outra opção é “As melhores 
coisas do mundo” (Brasil, 2010. 107 min. 14 anos), da cineasta Laís Bodanzky. 
Em seguida, vocês podem preparar uma discussão entre alunos e professo-
res sobre o filme.
• A seguir, listamos mais alguns filmes que tratam do assunto, que podem introduzir 
debates e mesas-redondas:
• BULLYING VIRTUAL (Cyberbully). Direção: Charles Benamé. Estados Unidos, 
2011. 95 min. 12 anos.
• KARATÊ KID – A HORA DA VERDADE (The Karate Kid). Direção: John D. 
Avildsen. Estados Unidos, 1984. 126 min. Livre.
• O site Stop Bullying, desenvolvido pelo governo norte-americano por meio 
de seu Departamento de Saúde e de Serviços Humanos, em parceria com o 
Departamento de Educação e o Departamento de Justiça, contém vasto material 
sobre bullying e sobre como combatê-lo: <www.stopbullying.gov>. Acesso em: 
22 dez. 2016. (em inglês)
DICAS
 Para os seminários, cada ano do Fundamental II pode ficar com uma te-
mática ampla. Dentro das turmas, os grupos vão preparar seminários com 
temas mais específicos relacionados ao bullying. Veja as sugestões:
6º ano 7º ano 8º ano 9º ano
Temas 
amplos
Bullying – definição 
e medidas de 
prevenção. 
Público: alunos.
Bullying – definição 
e medidas de 
prevenção. 
Público: professores, 
pais e responsáveis.
Respeito e 
empatia: 
desenvolver 
atitudes contra 
o bullying e a 
violência.
Público: alunos, 
pais, responsáveis 
e professores.
Cyberbullying: 
o que é, como 
prevenir.
Público: alunos, 
pais, responsáveis 
e professores.
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 Divida a turma em grupos e oriente as pesquisas sobre os temas escolhidos.
 Todos terão de pesquisar e trazer sugestões de possíveis profissionais, da 
escola e de fora dela, que possam ministrar um seminário na campanha 
da escola. 
 Veja dois sites que podem auxiliar nas pesquisas: <www.psicoafins.com.br/
empatia/> e <http://flaviogikovate.com.br/o-que-e-se-colocar-no-lugar-do- 
outro/>. Acesso em: 13 set. 2016.
 As sugestões estão em sintonia com os livros de literatura que podem ser 
lidos pela turma para trabalhar os assuntos. Após cada leitura, debates re-
grados podem ser realizados para ajudar na reflexão sobre os temas e para 
trazer a diversidade de opiniões. 
 Para a segunda leitura, permita aos alunos que escolham um dos livros 
sugeridos e o leiam em silêncio. Depois, faça uma rodada de recontos orais 
das histórias lidas, seguidos de conclusões sobre a prevenção e o combate 
ao bullying.
6º ano 7º ano 8º ano 9º ano
Temas 
específicos
• O que é bullying 
e como identificar 
que você é vítima 
dessa prática.
• Os espectadores 
do bullying: 
cumplicidade e 
responsabilidade.
• O autor do 
bullying: limite 
entre brincadeira 
e violência.
• Medidas que os 
alunos podem 
tomar contra o 
bullying.
• O que é bullying e 
como perceber se 
um aluno ou filho 
é uma vítima dessa 
prática.
• Como evitar que 
um aluno ou filho 
seja um autor de 
bullying.
• Medidas na família 
paraevitar ou 
mediar situações 
de bullying para 
vítimas, autores e 
espectadores.
• Relação entre 
família e escola 
contra o bullying.
• O que é 
empatia 
e como 
desenvolvê-la.
• Conflitos: 
como resolvê-
-los com 
diálogo.
• Respeito pelo 
outro: atitudes 
positivas na 
escola.
• Atitudes da 
família para 
desenvolver a 
empatia e o 
respeito nos 
filhos. 
• O que é o 
cyberbullying, 
como surgiu e 
quais são suas 
consequências.
• Que práticas na 
internet podem 
ser consideradas 
cyberbullying.
• Como agir 
em casos de 
cyberbullying: 
dicas para 
vítimas e 
espectadores.
• Família e 
professores: 
como perceber 
se alguém é 
vítima dessa 
prática.
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Fechamento do projeto “Bullying” 
Todos prontos? Então é hora de reunir as produções dos diferentes 
segmentos e planejar a organização da Campanha de Conscientização con-
tra o Bullying e a Violência na Escola.
As tarefas comuns da campanha podem ser distribuídas entre as tur-
mas: confecção de convites para seminários e outras apresentações, decora-
ção dos ambientes, organização dos cartazes no espaço, recepção dos convi-
dados e registro fotográfi co do grande evento.
É interessante que os alunos sejam estimulados a expor seus trabalhos, 
a falar sobre eles, a contar um pouco da história das produções. Os pais e res-
ponsáveis também devem ser envolvidos na campanha para saberem como 
podem estimular o respeito e a empatia nos fi lhos. Além disso, cada turma 
deve circular pelo evento e conferir o que as outras turmas produziram.
A avaliação deve ocorrer ao longo do projeto. Faça um registro das con-
tribuições de cada aluno para a participação da turma no projeto em cada 
uma de suas propostas. Após a exposição, faça também uma autoavaliação 
orientada com a turma para que todos possam avaliar se contribuíram de 
maneira satisfatória para a exposição, se poderiam ter feito mais e melhor 
em algum momento, se poderiam fazer diferente em uma próxima expe-
riência. Os registros feitos por você e a autoavaliação dos alunos podem 
compor uma avaliação fi nal do projeto. 
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