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Atuação do Brasil na Liga das Nações

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Atuação do Brasil na Liga das Nações
Por também ter assinado o Tratado de Versalhes (que foi o que fez com que a Liga fosse fundada), o Brasil foi eleito por duas vezes consecutivas membro rotativo do Conselho Executivo da Liga das Nações. 
Desfrutando de uma diplomacia de prestígio internacional na época, sendo um país de peso da América do Sul e o fato de ter sido a única nação da américa latina a participar da Primeira Guerra Mundial, a candidatura do Brasil dentro da Liga das Nações era considerada ‘natural’, tendo em vista suas fortes ligações com os Estados Unidos e com a Europa, que lhe davam uma posição de prestígio dentro da Liga.
O Brasil lançou-se em uma intensa campanha e buscou fórmulas que viabilizassem sua candidatura, chegando inclusive a se apresentar como o candidato das Américas – proposta à qual se opuseram abertamente os países americanos, a começar pelos próprios EUA . O impasse então criado só se resolveu mediante a retirada do Brasil do Conselho e da própria Liga, em um episódio que gerou atritos entre o então representante do Brasil no organismo, Afrânio de Mello Franco, e o chanceler Félix Pacheco, apoiado pelo presidente Arthur Bernandes. 
O mesmo episódio foi revelador, pois mostrou que os próprios formuladores da diplomacia brasileira na verdade, não eram diplomatas profissionais e que o papel do Itamaraty, à época ainda se recuperando da lacuna deixada pelo desaparecimento da liderança carismática de Rio Branco, era reduzido. 
Atuação do Brasil na ONU (1944/1977)
O Brasil renova sua postulação a um assento permanente no Conselho de Segurança da então em processo de criação Organização das Nações Unidas (ONU). 
O Brasil acreditava que era um país ‘’especial’’ na América do Sul, demandando, portanto, tratamento diferenciado dentro da ONU. A posição ambígua dos EUA e, sobretudo, a forte oposição britânica e soviética frustraram uma vez mais a pretensão do Brasil, que teve que se contentar com a eleição para uma cadeira de membro não permanente do Conselho. 
Atuação do Brasil na ONU (1994/1998)
Novamente, o Brasil aproveita o debate em torno da revalorização e da reforma do Conselho de Segurança, que se tornou particularmente agudo no pós-Guerra Fria, para relançar sua candidatura a membro permanente. 
Muito embora a questão já viesse sendo cogitada desde fins dos anos 80, a candidatura só foi oficializada em 1994, diante da percepção do Itamaraty de que o 50° aniversário da ONU daria um novo impulso no debate já em curso sobre a reforma do sistema das Nações Unidas como um todo e, em especial, do Conselho de Segurança.
Novamente, ao achar que tinha um papel privilegiado dentro da ONU, o Brasil acreditava que sua permanência como membro oficial do Conselho de Segurança teria que ser ajustada às novas realidades políticas e econômicas do mundo pós-Guerra Fria. 
Mais recentemente, a candidatura brasileira voltou à cena impulsionada por três novos acontecimentos. Em primeiro lugar, a divulgação do chamado projeto Razali, resultado dos trabalhos do Grupo de Trabalho Informal da ONU que vem debatendo a reformulação do Conselho. Em segundo, o sinal positivo dado pelos EUA a uma ampliação que contemple a entrada de Alemanha, Japão e mais três países em desenvolvimento como membros permanentes. E, por fim, a divulgação da posição argentina, que defende a rotatividade dos novos membros permanentes e que é vista, de forma geral, como manifestação de oposição à candidatura brasileira. Paralelamente a todo esse processo, a diplomacia brasileira ainda se encontra sob forte comando do Itamaraty.

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