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Sentença Penal

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Processo Penal – Unidade X – Sentença Penal
01 – Atos do juiz:
Despachos
Decisões Interlocutórias
Sentenças
Despachos > são os atos mais simples. Decisões do magistrado, abordar questão controvertida, com a finalidade de dar andamento ao processo, sem decidir qualquer controvérsia. Por serem despachos de mero expediente, não cobram fundamentação (ex.: abre-se vistas ao MP). São os impulsos oficiais (princípio da oficiosidade).
Decisões Interlocutórias > cobram uma fundamentação, mas não chega a ser uma análise do mérito, propriamente dito, da causa principal. São soluções dadas pelo juiz, acerca de qualquer questão controversa, envolvendo a contraposição de interesses das partes, podendo ou não colocar fim ao processo.
São chamadas interlocutórias simples as decisões que dirimem uma controvérsia, sem colocar fim ao processo ou a um estágio do procedimento (ex.: recebimento da denúncia, decretação da preventiva, entre outras). Ou seja, decide a controvérsia e o processo continua. Marcadas por três características, quais sejam: não encerram o processo, não encerram qualquer fase procedimental e não decidem qualquer pedido incidental, como por exemplo, o recebimento da denúncia
São denominadas interlocutórias mistas (ou decisões com força de definitiva) as decisões que resolvem uma controvérsia, colocando fim ao processo ou a uma fase dele (ex.: decisão de pronúncia). Ou seja, decidida a controvérsia, cessa o trâmite do processo ou encerra-se uma fase.
Decisão interlocutória mista não terminativa: é a decisão que encerra uma fase do procedimento, para que se possa dar início a uma outra fase. (Ex.: decisão de pronúncia).
Decisão interlocutória mista terminativa: é aquela que julga um pedido incidental; logo, "termina" um incidente, sem encerrar o processo principal.
Sentenças > é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa quanto à pretensão punitiva do Estado, para julgar procedente ou improcedente a imputação. É ato de intuição do juiz, que forma livremente a sua convicção, embora deva apresenta-la sob o formato de fundamentação. 
Art. 93, IX, CRFB: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
Podem ser: - Condenatórias
 - Absolutórias Próprias
 Impróprias
Condenatórias: são aquelas que julgam total ou parcialmente a ação penal. Julgam procedente a acusação, impondo pena.
Absolutórias: quando a considera improcedente. Pode ser:
Própria: não tem nenhuma penalidade, não tem a aplicação de nenhuma consequência para o acusado, automaticamente ele é colocado em liberdade. O primeiro efeito é a colocação de quem estiver preso, em liberdade, a não ser que esteja preso por outra coisa.
Imprópria: Apesar de não considerarem o réu um criminoso, porque inimputável em decorrência de insanidade mental, impõem a ele medida de segurança, uma sanção penal constritiva à liberdade, mas no interesse da sua recuperação e cura. (Ex.: o juiz diz: absolvo, porém, imponho medida de segurança).
Requisitos: Ementa (cobrada em todos os regimentos internos dos tribunais) 
 Relatório (disposição dos atos processuais praticados)
 Fundamentação (motivação do juiz para aplicar o direito)
 Dispositivo (conclusão, onde consta a aplicação da pena ou absolvição)
 Parte autenticativa [data, local e a assinatura do juiz (a ausência de assinatura do juiz na sentença, torna o ato inexistente)].
Efeitos: Da sentença absolutória - liberdade do acusado, salvo na imprópria (em que há a imposição da medida de segurança).
A sentença penal condenatória produz, como efeito principal, a imposição da ação penal ao condenado, ou, se inimputável, a aplicação da medida de segurança. Produz, todavia, efeitos secundários, de natureza penal e extrapenal. Quando a sentença condenatória transita em julgado produz os seguintes efeitos:
*Penais > Condenação é o ato do juiz por meio do qual impõe uma sanção penal ao sujeito ativo de uma infração. Ela transforma o preceito sancionador da norma penal incriminadora de abstrato em concreto (Liebman). Diz-se que são efeitos da condenação todas as consequências advindas de uma sentença penal condenatória transitada em julgado. A condenação penal irrecorrível produz efeitos:
a) principais (primários) – É a aplicação da pena propriamente dita, corresponde aos efeitos principais a imposição das penas privativas de liberdade (reclusão, detenção e prisão simples), restritivas de direitos, pecuniária e eventual medida de segurança. O CPP, no art. 387, determina ao juiz, na sentença condenatória, impor as penas, fixando-lhes a quantidade (inc. III) e, se for caso, a medida de segurança. 
Em suma, apenas a sentença condenatória gera, evidentemente, os efeitos da condenação, o que não ocorre na sentença absolutória. 
 
b) secundários (reflexos) – Refletem em outro processo. Ex.: A condenação em um processo pode implicar em quebra do sursis ou regressão do regime, à exemplo do regime aberto. 
*Extrapenais > Torna certa a obrigação de reparar o dano, gerando título executivo judicial, provoca a perda dos instrumentos do crime, se ilícitos, do produto ou proveito do crime.
a) Obrigatórios (genéricos) – decorrem da própria natureza da sentença condenatória, abrangem todos os crimes e não dependem de pronunciamento judicial (são automáticos). 
Efeitos:
Repara o dano: A sentença penal condenatória vale como título executivo judicial. Dispõe o CPP, art. 63 que: Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. O agente pode ser civilmente obrigado à reparação do dano, embora o fato causador do prejuízo não seja típico.
Perda dos bens utilizados para a prática do crime: Neste caso, o Estado visa evitar que instrumentos cuja fabricação, alienação, uso, porte ou detenção que constitua fato ilícito, fiquem na posse dos condenados. Somente são confiscados os instrumentos que por sua natureza, tem destinação específica criminosa. 
Perda de bens adquiridos pela prática do delito: Tudo aquilo que o agente, direta ou indiretamente, tenha obtido em decorrência da prática do crime, deverá ser, em princípio, restituído ao lesado ou ao terceiro de boa-fé, só se operando o confisco em favor da União do valor que sobrar, ou quando inexistir lesado ou terceiro de boa-fé. Este confisco somente se aplica aos crimes e prescreve com a condenação, mas não é suspenso com a condenação do sursis.
Art. 91, CP - São efeitos da condenação: 
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: 
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.
§ 1o Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior.  
 § 2o Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação de perda. 
b) Específicos – Limitam-se a alguns crimes, dependendo de pronunciamento judicial a respeito, nãosão automáticos, devendo ser motivadamente impostos na sentença, são efeitos específicos da condenação:
Art. 92 - São também efeitos da condenação:
 I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública;  
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.  
II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado;  
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.    
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença. 
Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo: Aplica-se aos crimes que o funcionário público tenha cometido com violação de ver, se a condenação:
- For igual ou superior a um ano em caso de crime praticado com abuso de poder ou violação de dever para com a administração;
- For superior a quatro anos por qualquer outro crime.
Obs.: Isso não acontece para quem tem vitaliciedade. A perda refere-se apenas aquele cargo/função/atividade em que houve o abuso, podendo o condenado ser investido em outro.
Incapacidade para o exercício do pátrio poder (poder familiar), tutela ou curatela: em caso de crimes dolosos, apenados com reclusão, praticados contra filho, tutelado ou curatelado; tal incapacidade poderá ser eliminada pela reabilitação, contudo esta somente atinge os outros filhos, tutelados ou curatelados, não se estendendo àquele contra o qual o crime foi cometido. Ex.: estupro de pai contra filho.
Inabilitação para dirigir veículo utilizado para a prática de crime doloso: Não se confunde com a proibição temporária aplicável aos autores de crimes culposos de trânsito, que é pena restritiva. Pode tal efeito ser eliminado com a reabilitação. Ex.: quando este é utilizado para matar desafeto. 
Suspensão dos direitos políticos, enquanto durarem os efeitos da condenação: Cuida-se de efeito automático e inerente a toda e qualquer condenação. Consiste, basicamente, na perda do direito de votar e de ser votado. Quando uma pessoa é definitivamente condenada, o juízo de origem deve comunicar o fato à Justiça Eleitoral que impedirá o exercício do voto. Declarada a extinção da pena, por seu cumprimento ou pela prescrição, o sujeito recupera, também automaticamente, os direitos políticos. De acordo com a Súmula n. 9 do Tribunal Superior Eleitoral, “a suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabilitação ou de prova de reparação dos danos”. 
 
Emendatio libeli: É uma emenda, possibilidade de o juiz dar nova definição jurídica ao fato, devidamente descrito na denúncia ou queixa, ainda que importe em aplicação de pena mais grave (art. 383, CPP). Ex.: quando o promotor erra a capitulação, ele descreve uma situação, mas coloca a capitulação do crime (o artigo legal que trata do mesmo). É uma corrigenda possível para esta situação.
Mutatio libeli: É a possibilidade de o magistrado dar nova definição jurídica ao fato, não descrito na denúncia ou queixa, devendo haver prévio aditamento da peça acusatória e em qualquer situação, ouvindo-se a defesa (art. 384, CPP). Implica em mudar a acusação, e só se pode mudar a acusação se o acusador mudou, o juiz não pode mudar. A acusação é quem tem que pedir esse aditamento, podendo-se aditar até antes de ser prolatada a sentença. O princípio que impede o juiz de reconhecer uma qualificadora que não foi descrita é o princípio da congruência, a sentença é limitada pelo que foi pedido da acusação. Na condenação não pode ter o julgamento extra ou ultra petita.
Em casos de arquivamento implícito, há uma súmula do STJ que diz que só se desarquiva um inquérito policial com fatos novos, fatos velhos que já existiam no inquérito não irá motivar o aditamento. 
Obs.: Princípio da congruência:
O princípio que viabiliza a Mutatio libeli é o da busca da verdade real, porque por conta deste é que fatos novos surgem, viabilizando essa mudança a acusação.
O réu se defende dos fatos e não do enquadramento legal!

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