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VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Talvez um dos maiores problemas quando se trata de crianças no esporte não sejam elas mesmas, mas sim aquelas pessoas que estão ao seu redor e influenciam diretamente o processo de ensino-aprendizagem- treinamento, como os pais, técnicos, etc. Nesse sentido, a psicologia do esporte poderia auxiliar os treinadores a intermediar essas complexas relações entre os pais e seus filhos, ou melhor dizendo, entre os sentimentos de sucesso desejados pelos pais e os sentimentos de ludicidade tidos pelos filhos (NAVARRO & ALMEIDA, 2008). VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens A situação que mais coloca as crianças em estados emocionais que venham a prejudicar seu próprio desempenho são as competições, uma vez que as mesmas tendem ao egocentrismo, já que para uma equipe ganhar, a outra necessita perder, e quem ganha normalmente é considerado o melhor ou mais habilidoso. Por esse motivo, os pais dos jovens atletas exercem uma pressão muito grande nos praticantes, exigindo que os mesmos alcancem os melhores resultados entre as equipes, e, mais do que isso, sejam os melhores e mais habilidosos dentro de suas próprias equipes, o que não deveria ocorrer, pois o esporte é um caminho para o desenvolvimento da formação humana e da capacitação do cidadão (NAVARRO & ALMEIDA, 2008). VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Contreras, La Torre e Velazquez (2001) afirmam que a iniciação esportiva é um processo de socialização dos indivíduos, e possui implicitamente determinados valores, conhecimento, condutas, rituais e atitudes próprios do grupo social no âmbito que se realiza a iniciação. Desta forma, a iniciação não é apenas o momento de início da prática de um esporte, mas a totalidade de uma ação que envolve o processo e o produto. Nesse sentido há um direcionamento interferindo no seu produto, decorrente de sua finalidade. Sendo assim, Sánchez Blázquez (1999) afirmará que a IE pode ser destinada para três fins: o esporte competitivo, o esporte educativo e esporte recreativo. VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Esporte recreativo O esporte recreativo conhecido, também, como esporte-participação, tem como finalidade o bem-estar dos seus participantes, realizado pelo prazer e pela diversão (TUBINO, 2001). Sánchez Blázquez (1999) coloca que o desenvolvimento da recreação surge como uma reação contra o esporte de rendimento, na busca de uma nova cultura esportiva, baseada no sentido democrático do esporte, ou seja, valorizando as possibilidades individuais de cada pessoa e descentralizando o resultado. Segundo Tubino (2001) no Brasil o esporte recreativo seria o chamado esporte popular, ligado ao tempo livre e lazer da população, no qual as pessoas praticam por diversão, descontração e relacionamento pessoal e social. O autor acredita que este esporte possibilita o processo de democratização, promovendo a participação e oportunidades esportivas para todos. VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Esporte recreativo VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Esporte educativo O esporte educativo busca colaborar para o desenvolvimento global e potencializar os valores da criança, encontra-se no meio destes dois extremos, constituindo-se como uma atividade cultural, possibilitando a formação básica e contínua através do esporte (SÁNCHEZ BLÁZQUEZ, 1999). Esta possibilidade da IE busca proporcionar o desenvolvimento de atitudes motrizes e psicomotrizes em relação com os aspectos afetivos, cognitivos e sociais, respeitando os estágios de desenvolvimento humano. Lima, 2001 coloca que a orientação educativa no esporte vincula-se a três áreas: a integração social, o desenvolvimento psicomotor e as atividades físicas educativas. Na primeira área, seria assegurado a participação autêntica, possibilitando aos educandos a oportunidade de decisões sobre a própria atividade a ser desenvolvida. No desenvolvimento psicomotor seria oferecer oportunidades para atender as necessidades de movimento, bem como desenvolvimento de habilidades críticas, como a auto avaliação. E as atividades físicas educativas englobaria a concretização das aptidões em capacidades. Esporte educativo VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Assim, considera-se o esporte educativo como um caminho para o pleno desenvolvimento da cidadania no futuro das pessoas (TUBINO, 2001). No entanto o autor ressalva que a iniciação esportiva escolar que deveria proporcionar o esporte educativo vem reproduzindo o esporte de alto rendimento, com todas as suas características perdendo o conteúdo educativo. Esporte educativo VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Esporte competitivo O esporte competitivo ou de rendimento é a prática esportiva com a finalidade de alcançar a vitória, buscando o movimento mais correto tecnicamente, realizando muitas repetições para o aperfeiçoamento da técnica o que leva o praticante a vencer o adversário (BLÁZQUEZ SÁNCHEZ, 1999). Essa forma de lidar com o esporte requer muito cuidado, visto que esta pode se tornar uma réplica do esporte de alto rendimento adulto, no qual a criança é tratada como um adulto em miniatura. Isso faz com que esta dimensão do esporte tenha um forte impacto social por exigir uma rede de organizações complexas, envolvendo investimentos financeiros, mesmo em se tratando de um público infantil (TUBINO, 2001). Esporte competitivo VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens No esporte escolar realizam-se competições infantis que “reproduzem as competições de alto rendimento, com todas as suas características, inclusive os vícios”. Assim, a especialização precoce é apontada como um grande risco do esporte competitivo durante a iniciação esportiva infantil. Esporte competitivo VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens A TRÍADE PROFESSOR-FAMÍLIA-CRIANÇA PSICOLOGIA CRIANÇA PROFESSOR / TÉCNICO FAMÍLIA VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens A TRÍADE PROFESSOR-FAMÍLIA-CRIANÇA O papel do professor de educação física - educador Korsakas (2002) aponta para o fato de que o esporte não possui em si nenhuma virtude mágica, e como qualquer outra atividade pode ser utilizado para várias finalidades, dependendo da intencionalidade com que ele é ensinado e praticado. O esporte não é por si só saudável ou educativo, ele é aquilo que se fizer dele. VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens A TRÍADE PROFESSOR-FAMÍLIA-CRIANÇA O papel do professor de educação física - educador Na iniciação esportiva o professor de educação física tem uma proximidade direta com o praticante, e além de exercer o papelde educador ele também desempenha o papel de agente renovador e transformador da comunidade na qual está inserido, podendo promover uma reflexão crítica e da ação (MEDINA, 1990). VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens A TRÍADE PROFESSOR-FAMÍLIA-CRIANÇA O papel do professor de educação física - educador Complementando Korsakas (2002) afirma que quando a criança é considerada um sujeito que se constrói a partir de suas experiências, educar significa possibilitar situações de aprendizagem, cabendo ao adulto a condição de facilitador desse processo. O objetivo da atividade dentro dessa perspectiva será então o desenvolvimento e a aquisição de habilidades motoras, além de desenvolver aspectos biológicos, psicológicos e socioafetivos do aluno. VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens A TRÍADE PROFESSOR-FAMÍLIA-CRIANÇA O papel do professor de educação física - educador VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens O papel da família A TRÍADE PROFESSOR-FAMÍLIA-CRIANÇA VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Considerar o que motivou a criança a iniciar a prática esportiva é altamente relevante para planejar estratégias que facilitem a permanência e continuidade da prática. Neste sentido, a família é o ponto crucial na vida da criança, uma vez que compete a ela a decisão sobre a entrada do filho no esporte e o auxílio no momento da decisão sobre a prática. O papel da família A TRÍADE PROFESSOR-FAMÍLIA-CRIANÇA E antes mesmo disso terá competido à família as condições para o desenvolvimento das habilidades motoras básicas da criança como engatinhar, andar, subir e descer escadas, correr, jogar bola. Será também creditada ao núcleo familiar a responsabilidade inicial e principal na aprendizagem de hábitos saudáveis e na valorização destes costumes, que vão desde a alimentação e sono, até a prática de exercícios físicos (MARQUES, 2000). VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens O papel da família A TRÍADE PROFESSOR-FAMÍLIA-CRIANÇA Os pais podem influenciar na opção da escolha do esporte para os seus filhos por diversos motivos, entre eles educacionais, saúde, busca de ascensão social (MARQUES e KURODA, 2000). Há casos nos quais ocorre uma recomendação médica, para auxiliar no tratamento e/ou prevenção de doenças da criança; ou também pais que associam a prática do exercício físico como algo saudável para a vida do filho (PERSONNE, 2001). VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens O papel da família A TRÍADE PROFESSOR-FAMÍLIA-CRIANÇA Becker, 2000; Weinberg e Gould (2001) e Becker e Götze (2003) mostram que os pais têm expectativas e necessidades diferentes das crianças sobre o motivo que as levam à prática esportiva. As crianças apontam a alegria, o aperfeiçoamento e aprendizagem de habilidades, a encontro com amigos e a conquista de novas amizades, sentir emoções e aquisição de forma física como os motivos para iniciar a prática esportiva. Já a continuidade da prática por crianças e jovens envolve outras razões como a necessidade de diversão, pelo gosto pela atividade esportiva e pela capacidade de proporcionar contatos sociais (BELLÓ, 1999). VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens O papel da família A TRÍADE PROFESSOR-FAMÍLIA-CRIANÇA VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens A TRÍADE PROFESSOR-FAMÍLIA-CRIANÇA O papel ativo da criança VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens A utilização do lúdico neste momento de iniciação no esporte parece ser fundamental para que a criança sinta prazer na atividade. É importante ressaltar que a motivação intrínseca para o esporte na infância é um fator preponderante para a permanência na prática, reforçando a importância do lúdico como processo da iniciação esportiva, desenvolvendo a sua autonomia, criatividade e espontaneidade, além de proporcionar desde a infância o conhecimento e apropriação do próprio corpo, das suas capacidades, da sua necessidade de cuidado. O papel ativo da criança Nesta perspectiva o ambiente ecológico é formado por sistemas: Microssistema, mesossistema, exossistema e macrossistema Microssistema casa e creche, clube escola projetos sociais. Mesossistema casa e com os amigos da comunidade. Exossistema pessoa não participa ativamente, o trabalho dos pais da criança. Macrossistema crenças, cultura e subculturas presentes na vida das pessoas. VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens O papel ativo da criança VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Mediador das relações da tríade, professor-família-criança. O psicólogo conhecendo as especificidades do contexto e das relações da tríade pode pensar em formas de intervenção. Pensando em formas de atuação será possível propor intervenções que favoreçam a potencialização e a compreensão das experiências psicológicas, afetivas e sociais (fracassos, derrotas, medo, euforia, ansiedade) pela criança, pela família e pelo profissional da educação física. O trabalho interdisciplinar perpassa toda a intervenção do psicólogo e torna essa atuação abrangente e complexa. REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DO PSICÓLOGO DO ESPORTE A decisão sobre o “como” atuar irá depender do conhecimento explicitado anteriormente pela tríade, sobre o contexto e sobre a iniciação esportiva. Somente a partir daí será possível pensar, refletir, escolher e criar formas de intervenção, atendendo às demandas do praticante e ampliando o universo da prática profissional do psicólogo do esporte. VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DO PSICÓLOGO DO ESPORTE VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Considera-se relevante novos estudos nesta área, focado em ações multi/interdisciplinares, englobando todas as pessoas participantes do processo de iniciação esportiva – criança, familiares, profissionais da saúde e da educação. VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DO PSICÓLOGO DO ESPORTE VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Natália Eidt, atleta da ginástica rítmica desportiva, medalhista de ouro nos jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003, que em entrevista ao jornal Gazeta do Sul, de Santa Cruz do Sul, destaca as consequëncias da especialização esportiva precoce e do treinamento para a sua vida: “ Irei deixar o palco em 2004. Preciso recuperar o tempo perdido ao lado da família. No ano que vem estarei com 18 anos e a nossa carreira dura no máximo até os 20. Nosso corpo sofre muito e temos constantes lesões. O novo código da GRD nos obrigou a movimentos que exigem muita flexibilidade e tive que ficar muito tempo me recuperando de um problema na coluna.” VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens "Eu não gostava de jogar porque meus amigos não jogavam. Não gostavade treinar, não podia fazer o que eu queria. Por exemplo, se não passasse a bola, era xingado. Até mesmo quando fazia a cesta era xingado porque teria que ter passado a bola conforme o treinador queria. Joguei para agradar o meu pai" (Entrevista, Rubens, 04/09/2005). Tal afirmação vai ao encontro do posto por Scalon (2004) que afirma que as crianças, ao ingressarem num programa de iniciação, esportiva almejam o divertimento, alegria, prazer, saúde, aprimoramento das suas habilidades esportivas, reencontrar amigos, relacionar-se com novas amizades, participando de um grupo esportivo. VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Para a Federação Européia de Psicologia do Esporte (1996), existe alguns motivos que levam a criança a esta prática precoce. Entre eles podemos citar o aumento dos esportes organizados, o próprio interesse das crianças aguçados pela mídia, o desejo dos pais na busca do desenvolvimento físico e psíquico (socialização) de seus filhos e por fim a busca de talentos, resultando num recrutamento esportivo precoce. VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens “Iniciação Esportiva Precoce” (IEP) é a atividade esportiva desenvolvida antes da puberdade, caracterizada por uma alta dedicação aos treinamentos (mais de 10 horas semanais) e principalmente por ter uma finalidade eminentemente competitiva. “Treinamento Especializado Precoce” (TEP), entende que este ocorre quando crianças são introduzidas antes da fase pubertária a um processo de treinamento planejado e organizado a longo prazo , que se efetiva em um mínimo de três sessões semanais com o objetivo do gradual aumento do rendimento, além da participação periódica em competições. VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens As razões que tentam justificar a especialização precoce Alguns pesquisadores tem tentado encontrar as razões que buscam justificar a IEP e o TEP (ou especialização esportiva precoce [EEP]) , HAHN (1988) concluiu que o adiantamento da idade de máximo rendimento , principalmente em determinados esportes, motiva a federações, clubes e treinadores a iniciar este processo dirigido ao alto rendimento cada vez com maior precocidade. Segundo nossa análise, observa-se que de todos estes motivos expostos, nenhum deles se ajusta aos interesses e necessidades reais das crianças, pois são todos argumentos extrínsecos ao verdadeiro e principal ator deste jogo, a criança. VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Os prejuízos de uma especialização precoce “Nenhuma medalha vale a saúde de uma criança!” Alguns dos prejuízos que a prática intensiva de um esporte competitivo iniciado precocemente na infância pode ocasionar, para facilitar o entendimento dividimos os possíveis riscos em quatro grandes áreas: riscos de tipo físico, psicológicos, motrizes e riscos de tipo esportivo. Riscos de tipo físico Problemas ósseos, articulares, musculares e cardíacos, dependendo da especialidade esportiva, sobretudo aquelas tecnicamente mais complexas que empregam um grande número de repetições de gestos técnicos visando a automatização e aperfeiçoamento do movimento. VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Riscos de tipo psicológico Em crianças competidoras foram encontrados níveis anormalmente altos de ansiedade, estresse e frustração; são conhecidos casos de talentos esportivos com futuro promissor que hoje se sentem martirizados internamente por fracassos e desilusões resultantes de maus resultados em competições. Isto pode provocar uma formação escolar deficiente, e pior, parece ser que a criança esportista participa menos das brincadeiras e jogos do mundo infantil, atividades estas que são indispensáveis ao pleno desenvolvimento de sua personalidade. VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Riscos de tipo motriz Esta “pobreza motriz” ocasionada pelo TEP está mais presente em alguns esportes que em outros, podendo inclusive impossibilitar a prática futura de um esporte diferente daquele que praticou durante a infância (VARGAS NETO, 1995). É normal observarmos atletas de alto nível que adquiriram “automatismos motores extremamente rígidos” que lhes impede de executar movimentos novos e diversificados; é um paradoxo do esporte, a plena e total habilidade em uma modalidade esportiva, impedindo neste mesmo indivíduo sua disponibilidade motriz generalizada (VÁZQUEZ, 1989). VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Riscos de tipo esportivo Pode ser que estamos iniciando/especializando a criança para uma prática esportiva para a qual ela não tem as mínimas condições especiais exigidas. Parece ser também que a conquista de importantes títulos ou marcas durante a infância não é garantia de sucessos esportivos quando este mesmo atleta se torna adulto . A seleção de talentos é um campo das ciências do esporte que ainda precisa avançar muito. VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Evitando os riscos Durante o treinamento infantil é importante que sejam observados os aspectos mostrados a seguir, para que se possa evitar dentro do possível, os riscos comentados no decorrer de nosso trabalho. 1. Durante as cargas elevadas, aumentar os tempos de recuperação; 2. Priorizar o desenvolvimento da resistência aeróbia em lugar do treinamento da resistência anaeróbia; 3. Evitar as situações onde se bloqueia a respiração (apneias prolongadas); VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens 4. Na força, evitar as cargas elevadas que incidem sobre a coluna; 5. No treinamento de força, aumentar o trabalho de flexibilidade; 6. Nas tarefas que exigem alta coordenação motora, ter em mente a limitação do processamento de informação nas crianças; 7. Priorizar os movimentos e as habilidades naturais em lugar dos exercícios elaborados; 8. Valorizar a variedade em lugar da esteriotipação dos gestos técnicos; 9. Para melhor motivação, valorizar o aspecto lúdico das atividades; 10. Por maior carga motivacional, efetuar o treinamento em grupo do que individualmente. VI. Iniciação esportiva: Um instrumento para a socialização e formação de crianças e jovens Evitando os riscos
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