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aula 2 Farmacocinética

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farmacologia
Farmacocinética: a dinâmica da absorção, distribuição, metabolismo e eliminação dos fármacos.
Quando um fármaco entra no corpo, o organismo começa imediatamente a processá-lo: absorção, distribuição, metabolismo (biotransformação) e eliminação. Esse processo é conhecido como farmacocinética.
ABSORÇÃO, BIODISPONIBILIDADE E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS FÁRMACOS
Absorção é a transferência do fármaco do seu local de administração para a corrente sanguínea e amplitude com que isso ocorre. 
No caso das preparações sólidas, a absorção depende inicialmente da dissolução do comprimido ou da cápsula, que então libera o fármaco. O interesse principal deve ser então a biodisponibilidade, ao invés da absorção. 
Alguns fatores influenciam a absorção, tais como: características físico-quimicas da droga, veículo utilizado na formulação, área de absorção à qual o fármaco é exposto, via de administração, forma farmacêutica, entre outros.
Biodisponibilidade: indica a quantidade da droga que atinge seu local de ação ou um fluido biológico de onde tem acesso ao local de ação. É uma fração da droga que chega à circulação sistêmica. Por exemplo: um fármaco administrado por via oral precisa ser absorvido primeiramente pelo estômago e intestino, mas este processo pode ser limitado pelas características da preparação do fármaco e suas propriedades físico-químicas. Além disso, o fármaco passa pelo fígado, onde pode ocorrer o metabolismo antes que ele chegue à circulação sistêmica. Por essa razão, uma fração da dose administrada e absorvida do fármaco será desviada ou inativada, antes que chegue à circulação sistêmica e seja distribuída para seus locais de ação. 
Se a capacidade metabólica ou excretora do fígado for grande para o fármaco, a biodisponibilidade será reduzida significativamente ou seja, ocorrerá o efeito de primeira passagem. 
A redução da biodisponibilidade depende da estrutura anatômica a partir da qual houve a absorção; outros fatores, anatômicos, fisiológicos e patológicos podem influenciar a biodisponibilidade e a escolha da via de administração de um fármaco deve basear-se no conhecimento dessas condições.
Via oral:
A via oral é geralmente considerada a via mais conveniente e aceitável de administrar um medicamento, já que o ato de engolir é a maneira natural de ingerir alimentos ou bebidas. 
Uma vez que a droga foi ingerida, um número de processos e eventos determinam a real absorção das moléculas da droga para dentro da corrente sanguínea:
Fórmulas orais de drogas são confeccionadas para permitir que a droga ativa se dissolva na luz do trato gastrointestinal. A maior parte dessas formas de dosagem de dissolverá dentro do estômago, a não ser que tenham sido especificamente formuladas para se desintegrar e se dissolver mais abaixo no canal alimentar. 
Comprimidos de liberação intestinal, por exemplo, são confeccionados para se dissolver no ambiente alcalino do intestino em lugar do ambiente ácido do estômago.
Formas de administração líquidas, são as fórmulas orais que melhor são absorvidas.
Via retal:
As indicações para a utilização dessa via de administração relativamente impopular e desconfortável incluem o estado de inconsciência, náuseas e vômitos, estados febris e convulsivos, e outras situações em que há o perigo de aspiração ou quando a administração oral é considerada indesejável por causa de irritação gástrica e outros problemas clínicos. A droga ativa é formulada dentro de um supositório retal.
O diazepam e o metronidazol são particularmente bem absorvidos pela mucosa retal. Muitas drogas antipiréticas, antiinflamatórias, antieméticas e anticonvulsivantes encontram-se disponíveis na forma de supositórios retais.
Via sublingual:
As membranas mucosas da cavidade oral possuem um rico suprimento de sangue, fornecendo, portanto, uma superfície de absorção altamente vascularizada. Drogas lipossolúveis podem ser rapidamente absorvidas diretamente para a circulação sistêmica.
Drogas injetáveis:
Via intravenosa: alguns fatores da absorção são anulados pela injeção intravenosa, porque a biodisponibilidade é completa e rápida. A aplicação de medicamentos por essa via pode variar desde uma única dose até uma infusão contínua, como aqueles medicamentos que se dissolvem no soro e ficam pendurados ao lado da cama do paciente. Por apresentar efeito mais rápido, é a primeira opção durante emergências. Outra justificativa para a administração por essa via é que muitos fármacos não conseguem ser absorvidos pelo intestino, sendo necessário o uso dessa via. Entretanto, é uma via em que o paciente precisa de ajuda de profissional treinado para realizar esse procedimento (enfermeiros e médicos). A via deve ser manipulada com muito cuidado, pois há chances de infecção no local, podendo piorar o quadro do indivíduo. 
Via subcutânea:
Na via subcutânea, os medicamentos são administrados debaixo da pele, no tecido subcutâneo. Nessa via, a absorção é lenta. As regiões de injeção subcutânea incluem as regiões superiores externas dos braços, o abdome, a região anterior das coxas e a região superior do dorso. Os locais de administração dessa via devem ser alternados para que haja a absorção necessária do medicamento. É uma via muito utilizada para administração de medicamentos contra trombose (heparina) e para diabetes (insulina). Os pacientes que mais fazem uso dessa via são os bebês e idosos, por dificuldade de punção em suas veias.
Via intramuscular:
A administração via intramuscular permite que o medicamento seja injetado diretamente no músculo. É indicado para medicamentos de aplicação única ou de efeito mais prolongado, como o caso de anticoncepcionais injetáveis; devem ter pequeno volume. Não tem efeito tão imediato, se comparada com os medicamentos administrados por via intravenosa, mas são bastante eficientes. Alguns cuidados devem ser tomados: higiene das mãos antes da manipulação desses medicamentos e observação da indicação de uso dos medicamentos, pois medicamentos contraindicados para via intramuscular, caso sejam administrados por ela, podem causar danos musculares irreversíveis. Dependendo do medicamento, a administração por via intramuscular pode causar dor no local de aplicação.
Aplicação tópica:
Mucosas – Alguns fármacos são aplicados nas mucosas da conjuntiva, nasofaringe, orofaringe, vagina, uretra principalmente em decorrência de seus efeitos locais. A absorção pelas mucosas ocorre rapidamente. Na verdade, em alguns pacientes os anestésicos tópicos assim aplicados por seus efeitos locais podem ser absorvidos tão rapidamente que produzem efeitos tóxicos sistêmicos.
Olhos – Os fármacos oftálmicos de aplicação tópica são usados principalmente por seus efeitos locais.
DISTRUIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS
Depois da absorção ou administração sistêmica na corrente sanguínea, o fármaco distribui-se para os líquidos intersticiais e intracelulares. Esse processo depende de alguns fatores fisiológicos e das propriedades físico-químicas específicas de cada fármaco. Débito cardíaco, fluxo sanguíneo regional, permeabilidade capilar e volume tecidual determinam a taxa de liberação e a quantidade potencial do fármaco distribuído aos tecidos. 
Inicialmente, o fígado, os rins, o cérebro e outros órgãos bem irrigados recebem a maior parte do fármaco, enquanto a liberação aos músculos, à maioria das vísceras, à pele e aos tecidos adiposos é mais lenta. 
Essa segunda fase de distribuição pode demorar de alguns minutos a várias horas, antes que a concentração do fármaco nos tecidos esteja em equilíbrio com o nível sanguíneo.
A corrente sanguínea transporta as moléculas da droga não apenas para seus sítios de ação, mas também para seus sítios de eliminação. A distribuição da droga é o movimento das moléculas da droga a partir da circulação. As moléculas da droga são transportadas em sua forma livre ou ligadas a proteínas plasmáticas. Moléculas em sua forma livre são farmacologicamente ativas e capazes de atravessar membranas.
Interferem na distribuição das drogas
Irrigação dos tecidos
Maior vascularização ↔ maior distribuição. 
Tecidos que recebem uma porcentagem maior do débito cardíaco tendem a receber concentrações maiores de um fármaco que se encontra dissolvido no sangue.
Interferem na distribuição das drogas
Lipossolubilidade
A lipossolubilidade quando excessiva pode prejudicar a distribuição fazendo com que a droga se restrinja a determinados locais como o tecido adiposo.
*A lipossolubilidade refere-se a capacidade de uma substância de se solubilizar em uma fase oleosa, ou a capacidade de se solubilizar em lipídeos, com isso espera-se que quanto maior for essa lipossolubilidade, mais facilmente o fármaco atravessa a membrana. A hidrossolubilidade seria a capacidade de uma substância em se dissolver em meio aquoso. Para permear facilmente pela membrana um fármaco deve ser lipossolúvel, mas para ser absorvido o fármaco deve estar dissolvido em algum fluido corpóreo, logo ele deve ser hidrossolúvel também.
METABOLISMO:
é a transformação do fármaco em outra(s) substância(s), por meio de alterações químicas, geralmente sob ação de enzimas. Entre os fatores que podem influenciar o metabolismo dos fármacos estão as características da espécie animal, a idade, a raça e fatores genéticos, além da indução e da inibição enzimáticas.
O fígado é o órgão primário responsável pelo metabolismo das drogas (ou biotransformação) no organismo. No entanto, outros tecidos podem também participar do metabolismo das drogas. Estes incluem os pulmões, rins, pele, córtex adrenal, cérebro e intestinos. As moléculas de drogas precisam entrar efetivamente nas células do fígado para acessar as enzimas microssomais do fígado responsáveis pela sua biotransformação. Isso requer que suas moléculas sejam consideravelmente lipossolúveis.
O metabolismo dos fármacos e outros compostos xenobióticos (compostos químicos estranhos ao organismo) em metabólitos mais hidrofílicos é essencial à sua eliminação do organismo, bem como à cessação das suas atividades biológicas e farmacológica. Em geral, as reações de biotransformação geram metabólitos inativos mais polares, facilmente excretados pelo organismo.
EXCREÇÃO DOS FÁRMACOS:
Os fármacos são eliminados pelo processo de excreção sem qualquer alteração, ou são convertidos em metabólitos. 
Com exceção dos pulmões, os órgãos excretores eliminam mais eficazmente os compostos polares do que as substâncias altamente lipossolúveis. Por essa razão, os fármacos lipossolúveis não são facilmente eliminados até que sejam metabolizados em compostos mais polares.
O rim é o órgão mais importante para a excreção dos fármacos e seus metabólitos. As substâncias excretadas nas fezes são fármacos predominantemente ingeridos por via oral que não foram absorvidos, ou metabólitos dos fármacos excretados na bile ou secretados diretamente no trato intestinal e que não foram reabsorvidos.
Depuração (clearence) = uma medida da eficácia do organismo na eliminação do fármaco
 meia-vida de eliminação (tempo de ½ vida) -Tempo necessário para que as concentrações plasmáticas ou a quantidade do fármaco presente no organismo sejam reduzidas em 50%.

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