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DIREITO PENAL – PARTE GERAL EXCLUDENTES DE ILICITUDE LEGÍTIMA DEFESA PROF. PAULO IGOR www.grancursosonline.com.br Professor Paulo Igor EXCLUDENTES DE ILICITUDE ESTADO DE NECESSIDADE (art. 23, I e 24, ambos do CP): REQUISITOS OBJETIVOS: 5. INEVITABILIDADE DO COMPORTAMENTO LESIVO: Para que se configure o estado de necessidade a lesão ao bem jurídico sacrificado deve ser a última opção do agente. Ou seja, o importante é escolher o meio menos danoso ao bem sacrificado. É o conhecido commodus discessus, requisito do estado de necessidade (sendo possível a fuga esta deverá ser a opção do agente). ATENÇÃO: NO ESTADO DE NECESSIDADE, A FUGA, SE POSSÍVEL, É O MEIO PREFERÍVEL PARA SE PROTEGER O BEM JURÍDICO EXPOSTO A RISCO (COMMODUS DISCESSUS). . Porque a fuga é o meio preferível nas situações em que o agente se encontra em estado de necessidade? Isso ocorre porque no estado de necessidade existe a contraposição entre dois bens jurídicos legítimos, de forma que o sacrifício de um deles deve ser a última alternativa ao agente que se encontra em situação de necessidade. www.grancursosonline.com.br Professor Paulo Igor EXCLUDENTES DE ILICITUDE ESTADO DE NECESSIDADE (art. 23, I e 24, ambos do CP): REQUISITOS OBJETIVOS: TEORIA DIFERENCIADORA TEORIA UNITÁRIA (adotada pelo CP – art. 24, § 2º) Estado de necessidade justificante: - Exclui a ilicitude: Bem protegido: vale + ou = Bem sacrificado: vale – ou = Estado de necessidade justificante: Exclui a ilicitude Bem protegido: vale + ou = Bem sacrificado: vale – ou = Estado de necessidade exculpante: - Exclui a culpabilidade: Bem protegido: vale – Bem sacrificado: vale + . E no caso do bem protegido valer menos que o bem sacrificado? Pode servir como diminuição de pena. 6. INEXIGIBILIDADE DE SACRIFÍCIO DO BEM JURÍDICO PROTEGIDO: Trata-se do requisito da proporcionalidade entre o direito protegido e o direito sacrificado. www.grancursosonline.com.br Professor Paulo Igor ESTADO DE NECESSIDADE QUESTÕES COMPLEMENTARES ESTADO DE NECESSIDADE: AGRESSIVO X DEFENSIVO O estado de necessidade agressivo ocorre quando o agente, protegendo bem jurídico próprio ou de terceiro, sacrifica um bem jurídico de terceiro inocente (que não causou a situação de risco). Estado de necessidade Defensivo, por sua vez, trata-se da situação em que o agente sacrifica o bem jurídico do terceiro causador da situação de risco. Ex: Diante do ataque de um cão feroz, o agente abate o animal para resguardar sua integridade física e até mesmo sua vida (EN Defensivo – bem jurídico sacrificado pertencente a terceiro causador da situação de risco – dono do cachorro). Se no mesmo ataque, o agente danifica intencionalmente uma cerca, não pertencente ao proprietário do cão, durante a fuga (EN Agressivo – bem jurídico de terceiro inocente sacrificado). ESTADO DE NECESSIDADE X ESTADO DE NECESSIDADE É perfeitamente possível que um agente invoque a figura do estado de necessidade contra alguém que também age amparado por essa causa excludente da ilicitude. É o que a doutrina convencionou chamar de estado de necessidade recíproco. www.grancursosonline.com.br Professor Paulo Igor EXCLUDENTES DE ILICITUDE LEGÍTIMA DEFESA (art. 23, II e 25, ambos do CP): Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. REQUISITOS OBJETIVOS: 1. AGRESSÃO INJUSTA: Conduta humana contrária ao direito e que ataca ou coloca em perigo bens jurídicos de alguém. OBSERVAÇÕES: 1 – A reação contra um ataque espontâneo (não ordenado) de um animal pode caracterizar o estado de necessidade e não a legítima defesa. 2 – A agressão injusta não é necessariamente uma conduta criminosa. Será injusta a conduta que o agredido não esteja obrigado a suportar, a qual sempre será ilícita (contrária ao direito), mas nem sempre de caráter penal. 3 - Uma vez constatada a injusta agressão, o agredido pode rebatê-la, não se lhe exigindo a fuga do local (commodus discessus). COMMODUS DISCESSUS Não é requisito da legítima defesa. É requisito do estado de necessidade.www.grancursosonline.com.br Professor Paulo Igor EXCLUDENTES DE ILICITUDE LEGÍTIMA DEFESA (art. 23, II e 25, ambos do CP): REQUISITOS OBJETIVOS: 4 – A agressão deve ser entendida como o ataque a qualquer bem protegido pelo ordenamento jurídico, não necessariamente agressão contra a integridade física. Por exemplo, age em legítima defesa aquele que usa moderadamente da força física para evitar ataque ao seu patrimônio ou de terceiro. 5 - No caso de ataque de inimputável, a doutrina majoritária ensina ser cabível a legítima defesa. Entretanto, nesse caso, deve-se ter um pouco mais de parcimônia na análise da situação. Isso ocorre porque, especificamente no ataque do inimputável, o commodus discessus é medida que se impõe (ou seja, se for possível a fuga, essa deve ser a escolha do agente). 2. AGRESSÃO ATUAL OU IMINENTE: Se for uma agressão passada, a reação será vingança. Se for uma agressão futura, antecipar a reação é mera suposição. ATENÇÃO: A Agressão futura pode ser: Certa: antecipar a reação pode caracterizar inexigibilidade de conduta diversa. É o que a doutrina chama de legítima defesa preventiva ou antecipada. Incerta: é mera suposição. www.grancursosonline.com.br Professor Paulo Igor EXCLUDENTES DE ILICITUDE LEGÍTIMA DEFESA (art. 23, II e 25, ambos do CP): REQUISITOS OBJETIVOS: 3. USO MODERADO DOS MEIOS NECESSÁRIOS: Meio necessário é o meio menos lesivo à disposição do agredido no momento da agressão, porém capaz de repelir o ataque com eficiência. Encontrado o meio necessário, deve ser utilizado de forma moderada. 4. SALVAR DIREITO PRÓPRIO OU ALHEIO: Direito próprio: legítima defesa própria ou “in persona”. Direito de terceiro: legítima defesa de terceiro ou “ex persona”. É possível alegar legítima defesa contra quem está agindo em estado de necessidade? Dependendo a legítima defesa de uma agressão injusta (contrária ao direito), não é possível alegar legítima defesa diante de um estado de necessidade, tendo em vista que esse instituto não é agressão injusta (mas sim fato permitido por lei). www.grancursosonline.com.br Professor Paulo Igor EXCLUDENTES DE ILICITUDE DIFERENÇAS ENTRE ESTADO DE NECESSIDADE E LEGÍTIMA DEFESA: ESTADO DE NECESSIDADE LEGÍTIMA DEFESA Conflito entre vários bens jurídicos diante da mesma situação de perigo. Ameaça ou ataque a um bem jurídico. Exige a existência de perigo atual que não possua destinatário certo. Exige agressão humana injusta, atual ou iminente, e com destinatário certo. Sendo os interesses em conflito legítimos, cabe estado de necessidade x estado de necessidade. Sendo os interesses do agressor ilegítimos, não cabe legítima defesa x legítima defesa. www.grancursosonline.com.br Professor Paulo Igor