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PROCESSO PENAL I - INQUÉRITO E AÇÃO PENAL INCONDICIONADA

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O PROCESSO PENAL
	SistemaInquisitório
Caracteriza-sepor uma participação ativa do magistrado na condução do processo, tendo ele ampla liberdade para atuar de ofício, sem que tenha havido qualquer provocação das partes, seja na produção de provas, seja decretando outras medidas que entender necessárias (como a prisão preventiva, o arresto de bens do acusado etc.).As funções de investigar, acusar e julgar estão nas mãos de uma só pessoa e inexiste contraditório e ampla defesa.
Além disso, o processo é sigiloso, o juiz tem ampla liberdade probatória, o réu é o objeto de direito e o estado sempre se sobrepõe à defesa dos direitos do réu.
	Sistema Acusatório
Caracteriza-se pela atividade passiva do magistrado, por sua posição inerte em face das partes. Nele, o juiz se põe equidistante tanto do acusador como do acusado. Descabe, aqui, a atuação de ofício do julgador, devendo, desse modo, haver requerimento por parte dos interessados para a produção de provas e o deferimento de medidas acautelatórias. Nesse prisma, surge a importância da atuação do órgão acusador, encorpado, em regra, pelo Ministério Público.
Aprincipal característica do sistema acusatório consiste na existência de três personagens em sua formação: o juiz, o autor e o réu, formando um actum trium personarum. Os atos de acusar e julgar são atribuídos a personagens diferentes e independentes entre si.
Nesse diapasão, o juiz aparece como órgão imparcial, manifestando-se, no curso do processo, tão somente quando provocado, sem ingerência na gestão da prova, a qual fica a cargo das partes. O autor assume todo o ônus probatório da acusação, cabendo-lhe, com exclusividade, a comprovação dos fatos que imputa ao réu, não havendo falar numa participação supletiva do magistrado em tal mister. O réu, por sua vez, se vale de todos os meios possíveis para sua defesa, haja vista a adoção, por esse sistema, do contraditório e do direito de defesa.
Estefoi adotado no Brasil, porém, não na forma radical. Há flexibilizações: o juiz tem algum poder de iniciativa: de provas, de requisitar inquérito policial, de decretar preventiva, de conceder habeas corpus etc.
FONTES DO DIEITO PROCESSUAL PENAL
	Material(substancial ou de produção)
A fonte de produção do Direito processual penal é o Estado, leia-se, a União, porque somente ela tem competência paralegislar sobre processo penal (CF, art. 22, I). Os Estados-membros, em regra, não podem legislar sobre matéria processual, salvo se autorizados por Lei complementar (CF, art. 22, parágrafo único) e mesmo assim seria uma legislação sobre "questões específicas".
União, Estados e Distrito Federal só possuem competência concorrente para legislar sobre direito penitenciário (CF, art. 24, I, e §§) e sobre procedimento (CF, art. 24, XI).
	Formal
Traduzem as formas pelas quais o Direito Processual Penal se exterioriza.
Fonte formal imediata do Direito processual penal éa lei escrita aprovada regularmente pelo Parlamento. O Presidente da República não pode por Medida Provisória disciplinar assunto processual penal (CF, art. 62, § 1º, I, "b"). Por extensão, tampouco pode legislar sobre execução penal (cf. neste site artigo sobre Medida Provisória 28/02).
	Imediata (direta)
A fonte formal imediata do Direito processual penal é a lei. 
Exemplos: CF, Lei Complementar, Lei Ordinária etc.
	Mediatas(indireta)
É a analogia, costumes, princípios gerais do direito, doutrina jurisprudência.
Observação: Para a maioria doutrinária a súmula vinculante é fonte formal mediata.
INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL
Interpretação é a atividade mental realizada com o objetivo de extrair o real alcance da norma, seu objetivo ou finalidade.
- Interpretação extensiva
A lei diz menos do que deveria. O intérprete deve alargar seu conteúdo.
Ex.: Art. 34 CPP: o menor entre 18 e 21 anos pode oferecer queixa, então por interpretação extensiva entende-se que ele também poderá oferecer a representação, pois quem pode o mais, pode o menos.
- Interpretação analógica
Parte-se de uma forma casuística expressa na lei, que exigirá interpretação semelhante, de forma genérica.
Ex:Não existe no CPP prazo para o querelante oferecer queixa quando o réu estiver preso, mas por analogia ao artigo 46 (do CPP) entende-se que o prazo é igual ao do Ministério Público, que é de 5 dias. Isso não afeta o prazo de seis meses da decadência. Se o querelante não oferece queixa no prazo de cinco dias, libera-se o agente e aquele continua com o prazo de seis meses para o oferecimento da queixa.
FORMAS DE INTEGRAÇÃO DA LEI
	Analogia
No silêncio da lei sobre determinado caso concreto, aplica-se outro preceito que regula caso semelhante.
	Princípios Gerais do Direito
Quando o juiz não encontra solução para um litígio na lei e também não consegue decidi-lo por analogia, então deverá recorrer aos princípios gerais do direito, pois deverá ele dar uma solução ao caso concreto (por força do princípio da inafastabilidade ou indeclinabilidade da jurisdição).
Exemplo: são inadmissíveis no processo penal as provas ilícitas, salvo pro-reo (em favor do réu pode, por força do princípioda proporcionalidade).
LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO
Art. 1º, CPP: "O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade;
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial;
V - os processos por crimes de imprensa;
Parágrafo único. Aplicar-se, entretanto, este Código aos processos referidos nos ns. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
O art. 1º do CPP adotou o chamado princípio da territorialidade, que significa:
(a) que o Código de Processo Penal é válido em todo território nacional (não existe nenhuma parte do nosso território em que não tenha aplicação o CPP);
(b) que o CPP é único em todo o território nacional: os Estados-Membros não podem, em princípio, legislar sobre processo; somente sobre procedimentos e direito penitenciário;
(d)      que todo processo penal no território brasileiro, em princípio, segue o CPP: dissemos em princípio porque, na verdade, em muitos casos o CPP só é aplicado subsidiariamente. Ex.: tóxicos, crime militar, crime eleitoral, crimes de imprensa etc. Esses crimes, como se sabe, contam com procedimentos próprios;
(e)      que todo crime ocorrido no território brasileiro, com autoria conhecida, em princípio, é processado no Brasil, segundo o CPP. Essa regra, entretanto, conta com exceções: (a) imunidade do Presidente da República; (b) imunidade diplomática. Ex.: embaixador norte-americano que comete crime no Brasil será julgado e processado em seu país de origem, nos Estados Unidos da América.
PRINCÍPIOS
- Princípio da presunção de inocência (ou não culpabilidade)
Enquanto não se esgotarem todas as instâncias e recursos, o réu é considerado inocente, mesmo que preso em flagrante.
Súmula 347 STJ:O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão.
Para a nova súmula, o réu não precisa ser recolhido à prisão para ter seu recurso de apelação admitido, mesmo foragido, sob pena de cercear a garantia da ampla defesa, em especial do duplo grau de jurisdição, e o princípio da inocência.
Isto é, em caso de condenação, o réu poderá ficar em liberdade caso ainda caiba recursos. Só poderá prender se houver motivos ou se trânsito em julgado.
Súmula 444 STJ:É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em cursopara agravar a pena-base.
Súmula vinculante nº 11 STF:Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada aexcepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
- Princípio da motivação das decisões judiciais
O juiz deverá fundamentar suas decisões, entretanto, em caso de júri popular, os jurados não possuem esta obrigatoriedade.
Observação: É possível recorrer da decisão do júri.
- Princípio da Publicidade
Artigo 234-B, CP:Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça. 
Os crimes contra a dignidade sexual devem correr em sigilo.
Artigo 201,§ 6º, CPP: O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação.
Isto é, o juiz analisará se deve ser protegida a intimidade da vítima.
Este princípio não é absoluto, pois é possível restringir a publicidade do processo em casos especiais (cf. Art. 792 do CPP, parágrafo 1º). Não há publicidade externa na investigação preliminar. Quanto ao inquérito policial vigora o art. 20, que diz ser ele sigiloso.
 
Artigo 485,§ 2, CPP: O juiz presidente advertirá as partes de que não será permitida qualquer intervenção que possa perturbar a livre manifestação do Conselho e fará retirar da sala quem se portar inconvenientemente. 
Observação: O juiz pode sempre proibir a imprensa.
- Princípio doJuizNatural
É o juiz naturalmente (autorizado por lei ou pela Constituição) competente para julgar referido caso.
É proibido o tribunal de exceção, ou seja, aquele formado após a ocorrência do crime para exclusivamente apurá-lo.
Se o juiz incompetente condenar o réu, cabe ação de revisão criminal. Entretanto, se o crime já tiver prescrito, não há mais que se falar em condenação.
Se o réu for absolvido por juiz incompetente, não há como ter outro processo, pois o promotor não possui nenhum instrumento jurídico para acionar o judiciário, pois já houve trânsito em julgado.
Súmula 704 STF:Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu aoforo por prerrogativa de funçãode um dos denunciados.
O Supremo pode julgar dois réus (ex: deputados) que sejam de lugares diferentes, mas que tenham a mesma causa. Não é obrigatório que sejam julgados pelo Supremo, se um deles resolver não ir, este será julgado pelo seu juiz natural (da sua cidade), mas se for condenado não terá a quem recorrer, pois será sua última instância.
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS NA CF
- Imparcialidade (XXXVII)
Não há jurisdição sem imparcialidade. O juiz deve ser imparcial, neutro em relação às partes.
O juiz conta com garantias especiais (vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos) justamente para ser imparcial.
Havendo dúvida sobre a parcialidade do juiz, cabe exceção de suspeição. Cabe também exceção no caso de impedimento ou de incompatibilidade (arts. 252, 254 e 112 do CPP).
- Nemo tenetur sine delegere(não auto incriminação)
Ninguém está obrigado a produzir prova contra si mesmo.
Artigo 7, CPP: Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Este é um exemplo da atuação do princípio, já que o investigado apenas participará da simulação se quiser, pois estaria produzindo provas contra si.
Observação: O reconhecimento de pessoas é obrigatório, assim como a identificação digital. Ou seja, tal princípio não abrange esta parte.
- Promotor natural
Ninguém pode processar se não tiver competência para tanto. A ideia é de que já existe um promotor formado e que pode atuar em qualquer caso, ou seja, não pode criar um promotor para atuar em apenas um caso específico (mesma ideia do tribunal de exceção).
- Duplo grau de jurisdição
Usar todos os meios a sua disposição, isto é, direito de recorrer (salvo os que têm foro privativo, pois não tem a quem recorrer já que a CF veda).
Assegura no âmbito criminal o direito de apelar sempre; significa ademais que as provas e os fatos podem ser revistos em outra instância (CADH, art. 8º, 2, "h").
Exceção: está nos processos de competência originária dos Tribunais (não há aqui direito de apelação).
Observação:No CPP o assunto vem disciplinado pelo art. 594, segundo o qual só poderia apelar em liberdade o acusado primário e de bons antecedentes.
Hoje a jurisprudência vem interpretando o art. 594 da seguinte maneira: (a) se o acusado respondeu ao processo em liberdade, pode apelar em liberdade, salvo motivo superveniente que justifique concretamente a prisão preventiva; (b) se o acusado respondeu ao processo preso, em princípio, irá apelar preso, salvo se ausentes os motivos da prisão cautelar. Inclusive no caso de crime hediondo, porque a lei dos crimes hediondos (lei 8.072/90, art. 2º, § 2º) permite que o condenado apele em liberdade, quando ausentes os motivos da prisão cautelar.
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS
- Ne bis in idem
O réu não pode ser punido duas vezes pelo menos fato delitivo.
- Verdade Realou Verdade Processual
No processo penal importa descobrir a realidade (a verdade) dos fatos. Para isso o juiz conta com poder de iniciativa complementar de provas, nos termos do art. 156 do CPP ("o juiz poderá, no curso da instrução ou antes de proferir a sentença, determinar, de ofício, diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante".
- Inércia ou impulso oficial
O judiciário precisa ser acionado, do contrário permanecerá inerte.
O MP é o titular privativo da ação penal pública, desta forma, cabe à ele acionar o juiz. Já privada o titular é querelante (ofendido).
- Oralidade
“A palavra dita tem primazia sobre o que é escrito”.Tem objetivo de dar celeridade ao processo.
Princípios decorrentes da oralidade:
	Concentração: concentrar todos os atos em uma só audiência (“audiência una”) para dar maior celeridade processual, salvo se houver necessidade de novas diligências.
	Imediatidade:o juiz deve ter contato diretocom as partes e provaspara poder julgar.
	Identidade física do juiz: O juiz que preside a instrução e julgamento será o mesmo que proferirá a sentença, porém há exceção.
INQUÉRITO POLICIAL
É o procedimento administrativo, inquisitório e preparatório, presidido pela autoridade policial, com o objetivo de identificar fontes de prova e colher elementos de informação quanto à autoria e materialidade da infração penal, a fim de permitir que o titular da ação penal possa ingressar em juízo.
De acordo com a doutrina majoritária, na fase inquisitiva, ou seja, no inquérito policial, não há o contraditório, pois o investigado sequer foi indiciado, o delegado apenas tomará o depoimento das partes e quando chegar em juízo é que o investigado será sujeito de direito, obtendo seu direito constitucional ao contraditório e a ampla defesa.
Observação: Há divergência quanto à ampla defesa na fase inquisitória, tendo em vista a defesa técnica feita pelo advogado, em forma de habeas corpus ou recurso (genérico).
Súmula vinculante 14 STF:É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatóriorealizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
	Funções do IP
	Preservadora: visa evitar ação penal infundada.
	Preparatória: Fornece ao titular da ação penal subsídio (justa causa) para acionar o Poder Judiciário.
	Provas cautelares, não repetíveis e antecipadas
	Prova cautelar:pautadas pela necessidade e urgência.
Há um risco de desaparecimento do objeto da prova em razão do decurso do tempo, o contraditório é diferido.
Ex: interceptaçãotelefônica.
	Prova não repetível:são as de iminente perecimento, que são colhidas durante o inquérito policial por inviabilidade lógica da sua realização na fase processual: por exemplo, a constatação da embriaguez para os efeitos do artigo 306, CTB.
A prova que já foi produzida não é possível ser novamente coletada, em razão do desaparecimento da fonte probatória. Aqui o contraditório é diferido.
	Prova antecipada:instaurado perante o juiz, mesmo durante o trâmite do inquérito, já fixando a prevenção. Cabe ao juiz convocar as futuras partes do processo e promover o respeito ao contraditório eaampla defesa.Aqui o contraditório é real.
Exemplo: oitiva de uma testemunha que está prestes a deixar o país ou prestes a morrer.
Observação: Em regra o inquérito policial não produz prova, mas simelementos de informação, só serãoconsiderado prova quando passar pelo contraditório em juízo.
	Características do IP
	Inquisitório: Não tem ampla defesa e contraditório nesta fase, ou seja, não há uma acusação formal. (Obs: há discussão em relação a ampla defesa em razão da súmula vinculante de número 14).
	Discricionário(quanto às diligências):
Art. 14.  O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo daautoridade.
O delegado não está obrigado a realizar diligências quando houver patente ilegalidade e abuso de poder, devendo fundamentar.
	Informativo: é um “caderno de informações” minuciosas.
	Escrito (formal)
 Art. 9o  Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
	Sigiloso
Art. 20.  A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Em regra é sigiloso, há exceção de ser público. Ex: Retrato falado.
	Unidirecional: não faz juiz de valor, só se limita a investigar.
	Indisponível: O delegado não pode arquivar o IP, apenas o juiz e nunca de ofício, mas sim mediante requerimento do MP ou representação da autoridade policial.
	Dispensável (prescindível): não é o único elemento de informação.
 Art. 12.  O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
	Temporário: tem prazo para começar e terminar.
	Obrigatório (quanto à ação penal): na ação penal pública incondicionada.
	Competência para a instauração do inquérito
A polícia judiciária é a Policia Federal e Civil, que exercem suas funções de investigação e auxiliam o judiciário, cabendo a estas a instauração do inquérito.
O Ministério Público tem poder para requerer ao delegado a instauração do IP, entretanto o delegado poderá recusar em caso de abuso de autoridade, devendo fundamentar sua decisão.
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
Parágrafo único.  A competência definida neste artigonão excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
Outras autoridades administrativas podem instaurar inquérito, porém será chamado de extraoficial, que é o caso da CPI que instaura inquérito parlamentar.
	Formas de instauração do IP
Na ação penal pública, poderá ser instaurado:
	De ofício
	Mediante:
- Representação do ofendido (ação penal pública condicionada) – Artigo 5º,§4, CPP.
- Representação do Ministro da Justiça (ação penal pública condicionada) – Artigo 5º, II, CPP.
- Requisição do juiz ou Ministério Público (ação penal pública incondicionada)
Observação: Na ação penal privada pode ser instaurado mediante requerimento do ofendido - Artigo 5º, II, CPP.
	Prazo para conclusão do IP
Art. 10.  O inquérito deverá terminar no prazode 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
Se o indiciado estiver solto o prazo poderá ser prorrogado pelo juiz, entretanto não há definição exata de tal prazo. Tal prazo é considerado processual, isto é, exclui-se o dia do início (da portaria) e inclui o dia do final.
§ 3o  Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, aautoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Se o indiciado estiver preso, de acordo com a doutrina, deverá soltá-lo para efetuar a prorrogação. No caso da preventiva, geralmente o juiz mantém a prisão e prorroga. A doutrina diverge em relação ao prazo, no sentido em que alguns entendem ser prazo penal, ou seja, inclui o dia do início (do flagrante) e exclui o do final, e outro dizem que é prazo processual penal.
	Destino do IP após a conclusão
Após o relatório final redigido pelo Delegado de Polícia, o IP é encaminhado ao juiz, cabendo a este último enviar para o Ministério Público para oferecer ou não a denúncia.
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
O Ministério Público poderá:
- Oferecer denúncia
Observação: O juiz poderá acatar ou rejeitar, no caso de não conter as condições da ação penal.
- Requerer diligências ao juiz;
Observação: O provimento 66/2010 permite a tramitação direta entre o Ministério Público e a Polícia Civil. O IP deve ser encaminhado ao judiciário para ser cadastrado e logo, em caso de dilação de prazo, a PC pode encaminhar direto para o MP Estadual, sem necessidade de passar pelo juiz. Se a PC enviar indevidamente o IP (já cadastrado ou distribuído) para o juiz, este será enviado automaticamente ao MP que deverá determinar novo prazo para a conclusão das investigações.
- Requerer o arquivamento do IP ao juiz
Observação: Se o juiz rejeitar o arquivamento requerido pelo MP, deverá ser enviado para o Procurador Geral de Justiça (em caso de juiz estadual) ou Câmara deCoordenação e Revisão do MP (em caso de juiz federal).
Ao chegar no PGJ ele poderá:
-denunciar;
- designar outro membro do MP para oferecer a denúncia (a corrente majoritária diz que este novo membro estará obrigado a oferecer a denúncia, em razão de agir por de agir por delegação do Procurador);
- insistir no arquivamento.
O que for decidido pelo PGJ ou CCR deverá ser acatado pelo juiz.
	Arquivamento, Desarquivamento e Trancamento de IP.
Apenas o juiz poderá arquivar o IP, nunca de ofício, somente mediante requerimento do Ministério Público ou representação da autoridade policial.
	Arquivamento Implícito: O arquivamento deve ser expresso, porém, se o promotor deixar de incluir na denúncia algum fato ou indiciado estará caracterizado o arquivamento implícito.
	Arquivamento Indireto: É quando o Ministério Público deixa de oferecer denuncia perante determinado juízo por entender que ele é incompetente para o julgamento da causa.
Uma vez arquivado, o inquérito não poderá ser desarquivado, salvo se o motivo do arquivamento for falta de provas.
Quem poderá desarquivar é o chefe do Ministério Público pelo requerimento do promotor.
O trancamento ocorre a pedido da defesa ou do Ministério Público, quando há patente ilegalidade, atipicidade ou abuso de poder; Só é possível antes do oferecimento da denúncia ou queixa, sendo requerido através de habeas corpus.
Observação: Geralmente ocorre quando o delegado ainda está investigando, ou seja, o inquérito ainda não foi concluído.
	ForoPrivativo no IP
A polícia judiciária não tem atribuição para instaurar de ofício inquérito policial contra autoridade detentora de foro por prerrogativa de função, sendo, portanto, indispensável a autorização do Tribunal competente para tanto. Destaca-se que o inquérito policial será presidido pela autoridade policial, mas tramitará sob direta supervisãodo Tribunal. Ademais, qualquer ato praticado no curso do procedimentoinvestigatório sem a devida autorização do tribunal competente (inclusive o indiciamento) será nulo.
A única hipótese em que o inquérito tramitará a cargo do próprio judiciário é a de investigação de magistrado pela prática de crime (art. 33, p.ú., LOMAN). Trata-se do denominado Inquérito Judicial. Ademais, quanto aos membros do MP, a autoridade policial remeterá imediatamente os autos ao Procurador Geral da República, que designará membro do próprio MP para prosseguimento da apuração do fato (art. 18, p.ú., LC 75).
A iniciativa do procedimento investigatório deve ser confiada ao MPF contando com a supervisão do Ministro-Relator do STF. 
Observação: Quem julga o Promotor é o TJ; quem julga o Presidente é o STF; quem julga o governador é o STJ; quem julga o prefeito, em regra, é o TJ.
	Notitia criminis (delatio criminis)
- Espécies:
a) Qualificada, indireta mediata, provocada: é aquela em que alguém vai à autoridade para dar conhecimento do fato e é colhido seus dados para qualificação. Ou seja, uma pessoa identificada denuncia, provoca a autoridade policial, e estes tomam ciência do fato de maneira indireta (por terceiro)
b) Inqualificada, direta, imediata, espontânea: a autoridade toma conhecimento do crime de forma direta, ou seja, não há qualificação de terceiros, já que a própria autoridade policial ficou sabendo do fato.
Observação: A denúncia anônima se enquadra na inqualificada, em razão da não identificação. É dever do delegado verificar a procedência das informações fornecidas na denúncia anônima para poder instaurar o inquérito.
Artigo 5º,§ 3o  Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
	Coercitiva: é no caso da prisão em flagrante em que a notitia criminis vem junto com o autor do fato.
AÇÃO PENAL
	Condiçõesda ação
	Possibilidade jurídica do pedido
	Interesse de agir
- Utilidade: esta ocorre toda vez que o processo puder propiciar ao demandante o resultado favorável pretendido. 
- Necessidade do pronunciamento judicial: o exame da necessidade da jurisdição fundamenta-se na premissa de que a jurisdição tem de ser encarada como última forma de solução de conflito.
- Adequação: deve o autor indicar o procedimento e o tipo de procedimento adequado ao ajuizar a demanda.
	Legitimidade das partes
	Justa causa: indício de autoria ou ausência de justa causa em caso de legítima defesa.
Observação: Quando o juiz rejeita a ação, por ter uma decisão terminativa, ele deverá fundamentar. Porém, quando acata, não se faz necessário, tendo em vista subentender-se que estão presentes as condições da ação.
Condicionada à representação do ofendido
Públicaà requisição do Ministro da Justiça
Ação penalIncondicionada 
a) Exclusiva
Privadab) Subsidiária
c) Personalíssima
	Princípios daAção Penal Pública Incondicionada
- Indisponibilidade ou Indesistibilidade
Art. 42 do CPP diz que iniciado o processo o Ministério Público não poderá dispor da ação penal, ou seja, não pode abrir mão da persecução penal já em andamento. Mas pode pedir absolvição do acusado nas alegações finais.
Observação: O MP também não pode desistir de recurso que ele interpôs (CPP,art. 576).
Exceção: suspensão condicional do processo - Lei 9.099/95.
- Oficialidade
Os órgãos encarregados da persecução penal (polícia judiciária, ministério público, juízes) são, em regra, oficiais. Mas isso não significa que não possa haver investigação privada (porém, nesse caso, tudo que for apurado depois é entregue ou à Polícia ou ao Ministério Público) ou ação penal privada (promovida pela vítima).
- Oficiosidade
Os encarregados devem agir de ofício para dar andamento da ação penal, salvo no caso de ação penal pública condicionada.
- Divisibilidade
Há autores q sustentam a indivisibilidade (Tourinho), mas tal posição é minoritária. A majoritária é a divisibilidade (STF e STJ).
Significa que o MP pode oferecer denúncia para um e não oferecer para outro, podendo também tomar providências distintas.
Exemplo: Sujeito 1– MP denuncia
Sujeito 2 – MP requer diligências
Sujeito 3 – MP requer o arquivamento 
- Intranscendência
A ação penal será promovida somente contra a pessoa a quem se imputa a prática da infração, não podendo englobar o responsável por eventual indenização, por exemplo.
- Obrigatoriedade
O Ministério Público na ação penal pública é obrigado a agir, quando há justa causa (isto é,fumus boni iuris, que significa prova do delito e indícios de autoria). Presente a justa causa, forma-se a opinio delicti e cabe a ele peremptoriamente denunciar (CPP, art. 24).

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