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Escola Positivista da Criminologia (2)

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2. ESCOLA POSITIVISTA:
2.1. Traz o crime como uma realidade biológica e social;
2.2. O crime tem, pois, causas e explicações biológicas ou sociais;
2.3. O crime passa a ser reconhecido como fenômeno natural e social, sujeitos às influências do meio e de múltiplos fatores, exigindo o estudo da criminalidade a adoção do método experimental;
2.4. A responsabilidade penal é responsabilidade social, por viver o criminoso em sociedade, tendo por base a periculosidade;
2.5. A pena será, pois, uma medida de defesa social e adquire caráter ressocializador, visando à recuperação do criminoso;
2.6. Tal medida, a pena, ao contrário do que pensavam os clássicos (Beccaria e Carrara), defensores da pena por prazo determinado, terá denominação de MEDIDA DE SEGURANÇA e será por tempo INDETERMINADO, até ser obtida a recuperação do condenado;
2.7. O criminoso será, temporária ou permanentemente, sempre considerado psicologicamente um anormal.
2.4. A Escola Positivista leva em conta a PREDISPOSIÇÃO, ao invés da PREDESTINAÇÃO, à prática do crime:
2.4.1. PREDESTINAÇÃO: a pessoa já nasce irremediavelmente determinada a praticar crimes. O indivíduo, ao apresentar certas características biológicas ou psicológicas, irá de qualquer maneira praticar crimes, independente da influência do meio social em que vive; 
2.4.2. PREDISPOSIÇÃO: a pessoa carrega consigo fatores biológicos ou psicológicos que podem torná-la criminosa, mas pode ocorrer que influências do meio social em que vive interfiram neste processo e o inibam a cometer crimes.
2.5. Características:
2.5.1. Utiliza-se do método empírico positivo da análise, observação e indução da realidade concreta das coisas;
2.5.2. Fases: antropológica (Cesare Lombroso); sociológica (Enrico Ferri); e jurídica (Raffaele Garofalo);
2.5.2. O estudo criminológico concentra-se agora nos aspectos biológicos, sociológicos e psicológicos do criminoso
2.6. Fundamentos, princípios e postulados da Escola Positivista:
2.6.1. O Direito Penal é obra humana e não tem fundamento na ordem divina;
2.6.2. A responsabilidade social – e não moral – decorre do determinismo social;
2.6.3. O delito é um fenômeno natural e social (fatores biológicos, físicos e sociais);
2.6.4. A pena é um instrumento de defesa social (medida de segurança e prevenção geral);
2.6.5. Método de investigação científica é o empírico-indutivo ou indutivo-experimental, empirismo (análise, observação e indução), ou seja, do comportamento retirado da observação do que acontece com os fatos ou os objetos estudados individual e isoladamente, tenta-se estendê-los a todos os outros elementos da mesma categoria existencial;
2.6.6. Os objetos de estudo da CIÊNCIA PENAL são o crime, o criminoso, a pena e o processo;
2.6.7. O foco principal, na Escola Positivista, agora se volta para o CRIMINOSO, e não para o crime, como ocorria na Escola Clássica, ou seja, substitui-se a indignação contra o delito pela indignação contra o deliquente
2.6.8. Teoria do crime-doença, em que a cadeia é um simples apêndice do hospital;
2.6.9. Sendo o crime uma doença, reclama para o delinquente o remédio e não a pena
2.7. Principais Teóricos:
2.7.1. Cesare Lombroso (Verona, 1835-1909): 
- inaugurou o período científico da Criminologia;
- criou o método empírico, sendo que para ele a criminalidade teria fundamento biológico na figura do criminoso nato (L’Uomo delinquente);
2.7.1.2. Lombroso emprestou suas ideias, primeiro, dos FISIONOMISTAS para fazer seu retrato do deliquente:
 a) examinava profundamente as características fisionômicas com base em dados estatísticos, tais como:
	a.1. estrutura do tórax;
	a.2. tamanho das mãos e dos pernas, estatura e peso;
	a.3. quantidade de cabelos, incidência maior ou menor de barba.
b) Rugas frontais profundas, incisivas e pregadas semelhantes a um corte profundo: estão presentes em alguns criminosos desde a juventude;
c) parâmetros frenológicos: estudo das formas da caixa craniana, ou seja, capacidade craniana, capacidade cerebral, circunferência, formato, diâmetro, feição, índices nasais, detalhes da mandíbula, fossa occipital (diferente nos criminosos natos);
2.7.1.3. Depois, Lombroso extraiu também da ANTROPOLOGIA o conceito de ATAVISMO, ou seja, o criminoso nato possuía características e comportamentos que o remetiam aos homens primitivos, ou regresso do homem ao primitivismo (o criminoso é um selvagem que já nasce delinquente), sendo que até fez uma relação entre as tatuagens utilizadas pelos criminosos com os desenhos encontrados em cavernas pré-históricas do Egito, Assíria e Fenícia;
2.7.1.4. Por fim, Lombroso trouxe da PSIQUIATRIA a análise da degeneração dos loucos morais, útil à sua teoria para explicar a existência dos primeiros deliquentes. A causa da degeneração que conduz ao nascimento do criminoso é a EPILESIA, que ataca o centro nervoso dele.
ATAVISMO + EPILESIA = CRIMINOSO NATO, cujas características são (retrato-falado do criminoso nato):
- fronte fugidia (testa com formato achatado); assimetria craniana; cara larga e chata; maçãs do rosto salientes; lábios finos; canhotos na maioria das vezes; cabelos abundantes; barba rala;
- ladrões possuem o olhar errante (?), móvel e oblíquo;
- assassinos com olhar duro, vítreo, injetado de sague;
- mulher delinquente (p. 88 e 96).
	
2.7.2. Enrico Ferri (San Benedetto Po, Mantua, IT. 1856-1929): genro, sucessor e continuador do pensamento de Cesare Lombroso. É considerado pai da Sociologia Criminal, foi o primeiro a classificar os criminosos em categorias. Obra: Sociologia Criminale;
- Sua perspectiva acadêmica voltava-se mais para as ciências sociais, com uma compreensão mais larga da criminalidade, evitando-se o reducionismo antropológico de Lombroso;
- O fenômeno complexo da criminalidade decorria de fatores antropológicos, físicos e sociais, preponderando em sua classificação de criminoso os fatores sociais;
- Na tese por ele defendida denominada La negazione del libero arbitrio e la teoria dela imputabilità, critica o livre-arbítrio como fundamento da imputabilidade, a responsabilidade moral deve ser substituída pela responsabilidade social, já que o “livre arbítrio é uma mera ficção”;
- a razão e o fundamento da reação punitiva é a defesa social, dando-se mais ênfase à prevenção do que à repressão: é melhor evitar o crime por meio de medidas de segurança contra o criminoso do que puni-lo posteriormente pela prática de um crime;
- Classificação de delinquentes segundo Enrico Ferri:
a.1. Criminoso nato: segue o modelo lombrosiano, com certas características inatas;
a.2. Criminoso louco: é levado ao crime em razão da enfermidade mental associada à atrofia do senso moral (condição decisiva para o crime);
a.3. Criminoso habitual: de perfil urbano, que, nascido e crescido em ambiente de pura miséria moral e material, começa de rapaz a cometer pequenos crimes, evoluindo para os de maior gravidade (carreira criminosa); é pessoa muito perigosa e de fraca readaptabilidade;
a.4. Criminoso ocasional: está condicionado por uma forte influência de circunstâncias ambientais: injusta provocação, necessidades familiares ou pessoais, facilidade da execução, comoção pública, de modo que, se não houvesse estas condições, ele não praticaria o crime; é ele de menor periculosidade e de maior readaptabilidade social;
a.5. Criminoso passional: pratica crimes impelidos por paixões pessoais, assim como por paixões políticas e sociais;
2.7.3. Raffaele Garofalo (Nápoles. 1851-1934): alega que o crime é o sintoma de uma anomalia moral e psíquica do indivíduo para o qual deve ser aplicada medida de segurança preventiva para proteger a sociedade Obra: Criminologia;
- O crime sempre está no indivíduo, sendo o crime a revelação da natureza degenerada do criminoso, quaisquer que sejam a causa dessa degeneração, antigas ou recentes;
- Introduz o conceito de TEMIBILIDADE, isto é, o grau de perversidade apresentada pelo delinquente e a quantidade do mal previsto que deve ser temido, sendo decisivo para a aplicação de uma açãopreventiva do Estado, a medida de segurança como instrumento de contenção e fim profilático a proteger a sociedade; nascia a relação temibilidade – medida de segurança;
- Crime natural: a grande contribuição criminológica de Raffaele Garofalo foi o debate acerca da existência do CRIME NATURAL, ou seja, crimes que estão previstos em nossas leis penais atuais, mas que sempre foram considerados crimes em todo tempo e lugar. Independente de período histórico e dos povos envolvidos, algumas condutas humanas sempre foram puníveis. Crime natural seria então a violação daquela parte do sentido moral que consiste nos sentimentos altruístas fundamentais de piedade e probidade, segundo o padrão médio em que se encontram a raça humana, cuja medida é necessária para a adaptação do indivíduo à sociedade;
- Por fim, sua proposta penal pugna por um profundo rigor, incluindo a eliminação de alguns criminosos pela pena de morte.
2.8. Conclusão:
- A Escola Positivista tem o mérito de dar contornos científicos à Criminologia, eis que modificou completamente o paradigma com que o fenômeno criminológico era encarado até então. Se não foi suficiente para explicar o crime sob o ponto de vista exclusivamente biológico, pelo menos estimulou o debate se investigar cada vez mais as causas da prática delituosa;
- Teve em Cesare Lombroso (1835-1909), Rafaelle Garofalo (1851-1934) e Enrico Ferri (1856-1929) os seus principais expoentes.
- A Escola Positivista da Criminologia partia de uma pergunta até certo ponto ingênua que quase todos nós fazemos: Por que certas pessoas praticam crimes e outras não? 
- Essa era a grande pergunta feita pelos positivistas, ou seja, o eixo central em torno do qual orbita todo saber criminológico da Escola Positivista. 
- Ocorre que por trás dessa pergunta ingênua subjaz latente toda uma carga semântica (uma carga de significados sociológicos, biológicos e jurídicos), porque se eu pergunto por que certas pessoas praticam crimes e outras não, estou partindo do pressuposto de que o crime se submete a uma regra de causalidade. 
- Em última análise significaria que o fundamento da criminologia é buscar a causa do crime. Qual é a causa do crime? 
- O crime seria, para ela, consequência de certas causas e portanto o crime estaria submetido às regras de causalidade física ou mecânica que engendra todo o universo, assim como a terra gira em torno do sol, que permite que um objeto caia ao chão, enfim o crime teria estas mesmas características ontológicas que poderiam se apreendidos por meio dos sentidos humanos. 
- O crime é, então, essa realidade ontológica. Os criminólogos positivistas acreditavam piamente nisto: que o crime seria essa realidade ontológica, submetida a essa realidade mecânica. 
- Isso significa que o crime se materializa na concretude de um dado sólido. 
- Ele pode ser apontado, investigado, como se ele fosse um edifício, um veículo, uma rocha, uma planta, um animal, sensível aos sentidos humanos. 
- Dessa forma, os criminólogos positivistas procuram recortar o crime, perscrutar o crime, dissecar o crime, tanto quanto fazem com a realidade cromossômica: analisam, repartem os elementos formadores do crime até chegar ao seu “DNA”. 
- Na verdade, os criminólogos positivistas acreditam que o crime seriam uma patologia encrustada na anatomia do indivíduo. 
- O criminoso seria portador de deformidades anatômicas. 
- É isso que Lombroso faz. Ele parte do paradigma etiológico e faz com que os criminosos sejam submetidos muitas vezes a intervenções cirúrgicas. 
- Cesare Lombroso chega a um determinado momento em que vai a um presídio para fazer a classificação dos detentos como se houvesse uma relação, um nexo, entre, por exemplo, a circunferência do crânio, o tamanho e a forma do nariz e das orelhas, a largura dos ombros, a grossura dos lábios, e a sua propensão ao crime, ao delito. 
- Cesare Lombroso acredita que haveria uma “criminoso nato”, de acordo com as suas características fisionômicas, que pudesse ser empiricamente analisado, dissecado, tanto quanto faz com os doentes dentro de um hospital. 
- Por isso, partindo desse pressuposto, os criminólogos positivistas veem o crime como algo assemelhado a uma doença, que o crime poderia ser investigado de uma forma clínica, medicinal. 
- Eles localizam o saber criminológico dentro das faculdades de Medicina e não de Direito, que pertenceriam então às ciências naturais do “ser” e não às ciências culturais do “dever-ser”. 
- Partem, portanto, de pressupostos dicotômicos de que existe uma barreira impermeável entre ciências naturais, de um lado, e ciências culturais, de outro. 
- O crime e o criminoso pertencem, então, a essa categoria do saber referente às ciências naturais do “ser”, dentro da natureza, e deveriam ser “dissecados anatomicamente” nas faculdades de Medicina. 
- Enfim, uma matriz de pensamento que engendrava em torno de si o paradigma etiológico (o crime tinha uma causa meramente física ou mecânica), a ideia do criminoso nato (o crime é uma doença, uma realidade cromossômica encrustada na compleição anatômica do indivíduo criminoso).
- Escola Clássica de um lado, Escola Positivista de outro enfeixam o que poderíamos denominar a “IDEOLOGIA DA DEFESA SOCIAL”, a qual parte de três grandes premissas:
3.1. O Estado possui instâncias oficiais legítimas para punir o criminoso;
3.2. A dicotomização maniqueísta da sociedade, a qual é contemplada e dividida em duas espécies de pessoas: as boas e as más, mocinhos e bandidos, cidadãos e criminosos;
3.3. Princípio da culpabilidade: que fazia com que o crime fosse algo social, jurídica e politicamente reprovável.

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