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Karinna Alves - P5 Pediatria INFECÇÕES CONGÊNITAS E PERINATAIS “TORCHS” Toxoplasmose Outras - HIV, parvovírus, varicela, varicela zoster, hepatite B... Rubéola Citomegalovírus Herpes vírus Sífilis A incidência varia de 0,5% a 2,5% do total de nascimentos. A maioria é assintomática no período neonatal. Deve ser considerado em neonatos que apresentam uma variedade de anomalias ao nascimento, como: • Restrição de crescimento intrauterino; • Hepatoesplenomegalia; • Icterícia por hemólise e/ou hepatite; • Petéquias e equimoses; • Microcefalia e hidrocefalia; • Pneumonite; • Miocardite; • Cardiopatia; • Catarata; • Glaucoma; • Coriorretinite; • Ceratoconjuntivite; • Hidropsia não imune; • Linfoadenopatia. TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Introdução: • Agente etiológico: Toxoplasma gondii • Fatores de risco: clima, hábitos de higiene, população de gatos, preparo e higiene dos alimentos. • No Brasil prevalência alta! • Quanto mais precoce a idade gestacional, menor é a probabilidade de transmissão, porém mais grave é a infecção. • Infecção materna: ingestão de cistos em carnes cruas ou mal passadas ou através de cistos presentes em mãos, água e alimentos contaminados. • Transmissão fetal: via hematogênica transplacentária ou por reativação de cistos (raramente). Sintomas na gestante: • Pode ser assintomática ou apresentar sinais inespecíficos como febre, mialgia, linfadenopatia, odinofagia, exantema maculopapular e hepatoesplenomegalia (síndrome de mononucleose like). A linfadenomegalia pode ser de apenas um linfonodo. Acometimentos: • Túnicas oculares (retinocorióide); • Sistema Nervoso Central (SNC) que encontramos áreas de necrose, acompanhadas de processos inflamatórios perivasculares, que sofrem calcificação precoce; • Anormalidades no líquor (LCR). • Prematuridade. • Tríade clássica: Hidrocefalia + Calcificações cerebrais intraparenquimatosas + retinocoroidite. Outras manifestações clínicas: • Hepatoesplenomegalia • Linfadenopatia • Icterícia • Anemia • Anormalidades liquóricas: (hiperproteinorraquia/ pleiocitose/ linfocitose) • Estrabismo • Crises convulsivas • Macro ou microcefalia • RCIU / Prematuridade • Distermias • Sangramentos Karinna Alves - P5 Pediatria Diagnóstico na gravidez: Detecção de IgG e IgM Índice de avidez de IgG PCR do líquido amniótico Pesquisa do DNA do Toxoplasma) USG obstétrica: - Normal na maioria dos casos; - Pode mostrar: hidrocefalia, calcificações intracerebrais, hepatoesplenomegalia, ascite, cardiomegalia fetal. • IgG + / IgM - : Gestante imune. • IgG - / IgM - : Gestante susceptível. Orientar quanto a higiene, evitar contato com felinos, evitar manusear terra, ingerir água tratada, repetir sorologia mensal ou trimestralmente. • IgG - / IgM + : Gestante com provável infecção aguda. Iniciar Espiramicina e repetir a sorologia após 2 a 4 semanas para confirmar a presença de IgG. • IgG+/IgM + : Gestante com infecção aguda. Solicitar teste de avidez. No caso de avidez alta, a infecção é pregressa e não necessita tratamento. No caso de avidez baixa, indica então infecção aguda. Nas primeiras 16 semanas de gestação ou feto não infectado (amniocentese): tratar com espiramicina até o fim da gestação. Após 16 semanas ou feto infectado: sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico. Diagnóstico no RN: • Diagnóstico sorológico: difícil pela possibilidade de IgG materna via placentária. • IgM: não atravessa a barreira placentária. • Acompanhamento da IgG no primeiro ano de vida. OBS: nas crianças não infectadas, o título dos anticorpos IgG diminui gradativamente, até que ocorra negativação em torno de um ano de vida. Comprovada em: • Crianças com IgM Anti-toxoplasma positiva entre dois dias e seis meses de idade. • Crianças que, durante acompanhamento, apresentam persistência de positividade de IgG após 12 meses de vida, independente da presença de sinais ou sintomas da doença. • Crianças com sinais e/ou sintomas sugestivos de toxoplasmose congênita, filhas de mães com IgG positiva para toxoplasma, após exclusão de outras possíveis etiologias (sífilis, citomegalovirose, rubéola). • Crianças cujas mães apresentaram PCR positiva para toxoplasma no líquido amniótico. Exames complementares para o RN: ● Avaliação oftalmológica (fundoscopia ocular). ● Avaliação neurológica. ● Avaliação auditiva. ● USG transfontelar ou TC de crânio (sem contraste). ● Hemograma completo. ● Análise do LCR (bioquímica e celularidade). ● Sorologia para toxoplasmose (IgM e IgG) da mãe e da criança. ● Em crianças sintomáticas: avaliar função hepática e descartar outras infecções congênitas (sífilis, citomegalovírus, rubéola). Tratamento gestacional: • Evitar a transmissão materno-fetal; reduzir os danos ao feto. • Espiramicina: reduz o risco de transmissão vertical. • Infecção fetal confirmada ou suspeita: Sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico. Congênita: • Sulfadiazina. • Pirimetamina. • Ácido folínico. • Prednisolona: se retinocoroidite ou hiperproteinorraquia (acima de 1000mg/dL). OBS: todas as crianças com toxoplasmose congênita comprovada devem receber tratamento durante 12 meses, independentemente da presença de sinais e/ou sintomas da doença. OBS: devem também fazer avaliações oftalmológicas semestrais até idade escolar, mantendo exames anuais a seguir, pois pode ocorrer recidiva em qualquer momento da vida. Prevenção: • Identificar mulheres susceptíveis: sorologias. • Orientar medidas preventivas às gestantes suscetíveis: • Não ingerir qualquer tipo de carne crua ou mal passada. • Não consumir água que não seja filtrada/fervida. • Lavar cuidadosamente frutas e verduras antes do consumo. • Evitar contato com fezes de gato. • Evitar mexer em areia, terra ou jardins (usar luvas se necessário). • Lavar bem as mãos. • Evitar acesso de insetos à cozinha. • Lavar bem utensílios de cozinha logo após o uso. •Identificar os casos de toxoplasmose gestacional e iniciar tratamento precoce. • Diagnóstico e tratamento da infecção fetal. • Diagnóstico e tratamento da infecção do RN. RUBÉOLA CONGÊNITA Introdução: Karinna Alves - P5 Pediatria • Agente etiológico: RNAvírus do gênero Rubivírus (membro da família Togaviridae). • Transmissão: transplacentária. • É altamente contagiosa, no geral benigna, que, quando acomete a gestante, pode ser transmitida ao feto, provocando grandes complicações. • Não há prevenção efetiva contra transmissão vertical (exceto vacinação). • Quanto menor a IG no momento da viremia materna, maior o risco de transmissão fetal. Riscos: • Preconcepção => risco mínimo • 0-12 semanas => risco elevado do feto ser infectado congenitamente => anomalias severas. • Aborto espontâneo ocorre em 20% dos casos. • 12-16 semanas => Surdez e retinopatia 15%. • depois 16 semanas => Desenvolvimento normal, pequeno risco de surdez e retinopatia. Quadro clínico: • Abortamentos, natimortalidade e RCIU. • Tríade clássica: Anomalias oculares + Cardiopatia Congênita + Deficiência auditiva (pode ser observada ao decorrer dos meses). * Anomalias oculares: Retinopatia em “Sal e pimenta” – mais frequente; catarata; estrabismo; glaucoma;corioretinite; microftalmia; leucoma transitório da córnea; hipoplasia e atrofia da íris. • Cardiopatia congênita (45%-50%). Estas e outras manifestações são descritas: temporárias, permanentes e desenvolvimentais. Temporárias: Baixo peso ao nascer, hepatoesplenomegalia, púrpura trombocitopênica, lesões ósseas, meningoencefalite, hepatite, anemia hemolítica, pneumonia, linfadenopatia. Permanentes: Surdez neurosensorial, defeitos cardíacos (estenose pulmonar periférica, estenose valvular pulmonar, ducto arterioso patente, defeito no septo ventricular, defeitos oculares (retinopatia, cataratas, microftalmia, glaucoma, miopia severa); outros defeitos (microcefalia, diabete melito, defeitos da tireóide. Desenvolvimentais: Surdez neurosensorial, retardo mental, diabete melito, patologias na tireóide. Diagnóstico: • História de infecção materna durante a gestação + quadro clínico do RN sugestivo. • Avaliação sorológica do RN: Pesquisa de IgM anti-rubéola no sangue do RN (cordão umbilical ou sangue periférico). Tratamento: O RN portador da síndrome da rubéola congênita não se beneficia com nenhum tratamento específico. Devendo ser acompanhado durante a infância, com maior atenção para as anormalidades mais comuns. Prevenção: O principal meio de prevenção da rubéola é por imunização a partir dos 12 meses de idade. Prognóstico: Algumas lesões /situações apresentam mau prognóstico em termos de sobrevivência: prematuridade extrema, malformação cardíaca, hepatite progressiva, meningoenceflite, pneumonite intersticial, defeitos anatômicos de difícil correção. CITOMEGALOVIROSE CONGÊNITA Introdução: • Agente etiológico: Citomegalovírus (membro da família Herpesviridae). • A infecção materna: saliva, sexualmente ou por sangue infectado). • A transmissão fetal pode ser: Congênita (intraútero) ou Perinatal (intraparto ou pós-natal precoce). • No Brasil: 90-95% das mulheres já foram infectadas. • 0,5-1% dos RNs infectados na gestação. • É a infecção mais comum. • Maior risco no primeiro e segundo trimestre. Quadro clínico: • Icterícia (60%) • Hepatoesplenomegalia (60%) • Petéquias (76%) • Microcefalia • Calcificações cerebrais (periventriculares) • Pneumonia intersticial • Anemia hemolítica • Surdez uni ou bilateral • Cegueira • Retardo mental • Paralisia espástica ou flácida Karinna Alves - P5 Pediatria Diagnóstico: • Isolamento de CMV da urina ou saliva de neonatos. A ausência do vírus na saliva e/ou urina do nascimento até 2-3 semanas de vida exclui o diagnóstico de infecção congênita. A detecção do vírus a partir da 4 até 12 semanas de vida indica infecção adquirida no período perinatal ou pós-natal precoce. • Presença de IgM anti-CMV no soro do neonato. • Avaliação complementar do RN: Neurológica, auditiva e oftalmológica. Avaliação complementar do RN: Tratamento: Indicação do uso de Antiviral: - Ganciclovir (10mg/Kg/dia dividido em duas doses administradas por via endovenosa por 2 a 4 semanas durante 60 minutos, de acordo com a gravidade da doença; e Valganciclovir (oral, na dose de 15 a 18mg/Kg dose única diária, indicado no tratamento e profilaxia da retinite por CMV e pacientes imunodeprimidos). - Rns com doença grave: sepse viral, pneumonia e trombocitopenia (slide) (medcurso) Prognóstico: • Cerca de 30% das crianças sintomáticas ao nascimento poderão evoluir para óbito no período neonatal ; • 95% das sobreviventes terão sequelas neurológicas como microcefalia retardo do DNPM, coriorretinite e calcificações cerebrais; • Das crianças assintomáticas, 10% a 15% terão alterações tardias, como a surdez e graus variáveis de lesões neurológicas; • Crianças assintomáticas com evolução neurológica normal até um ano de vida não apresentam maior risco de desenvolver anormalidades tardias quando comparadas às crianças não infectadas. HERPES NEONATAL Introdução: • Agente etiológico: Vírus Herpes Simples (HVS) DNA-vírus com invólucro, de duplo filamento e com dois tipos virologicamente distintos: 1 e 2. Sendo o HVS-2 a causa predominante de doença neonatal. • Transmissão: intraparto (40-80%). A transmissão antenatal (10%) Na maioria dos casos ocorre aborto espontâneo. • Um risco reconhecido é ruptura prematura de membranas. • O risco de infecção perinatal é maior quando há infecção primária com lesões na mãe. • Há um risco sensivelmente menor em infecções recorrentes na mãe, provavelmente devido a uma menor quantidade de vírus nas lesões e a presença de anticorpos específicos. • O bebê pode também infectar-se de outras fontes como lesões orais da mãe ou surto herpético nas enfermarias. Quadro clínico: • Infecção da pele, olhos e da boca; • Infecção do sistema nervoso central (Microcefalia, cegueira, coriorretinite); • Infecção disseminada (forma mais grave). • Os sintomas podem aparecer até 6 semanas após o nascimento. Pode evoluir com sepse, acompanhada de pneumonia e hepatite letais. • Perigosa em prematuros. • Quando ocorre disseminação, comumente são envolvidos: fígado (icterícia, HE); adrenais e cérebro (microcefalia, convulsões, microftalmia, coriorretinite; • Quando o cérebro é envolvido, o prognóstico é particularmente grave. A encefalite é de tal severidade que o tecido cerebral pode ser necrosado (“liquefeito”) (malácia); • Um grande proporção de sobreviventes de encefalite apresentam sequelas. Karinna Alves - P5 Pediatria • O único meio de prevenção é oferecer cesariana em casos onde há lesões no canal do parto. Tratamento: • Existe terapia antiviral específica –> Aciclovir: EV, 60mg/kg/dia, em 3 doses por 14 a 21 dias (dependendo das manifestações). • Deve ser administrado prontamente em todos os casos suspeitos; • Indicação de tratamento a todas as formas da doença. • O uso do aciclovir traz resultados satisfatórios com efeitos colaterais mínimos. Prevenção: • Parto cesáreo é indicado se houver presença de lesões genitais no início do parto. • Neonatos com presença de lesões cervicais devem ser isolados dos outros recém-nascidos. • Aleitamento materno deve ser evitado se houver lesões mamárias. SÍFILIS CONGÊNITA Introdução: • Agente etiológico: Treponema Pallidum (Espiroqueta) • Transmissão ao feto: Vertical placenta, cordão umbilical, membranas e líquido amniótico; • Raro: contato com lesão genital materna. • Aleitamento materno: não transmite. • Qualquer período gestacional mais comum no último trimestre. • Quanto mais crônica a infecção materna, menor o risco de infecção fetal e menor o acometimento pela doença. Diagnóstico materno: • Sífilis primária: lesão genital indolor. • Sífilis secundária: lesões cutâneo-mucosas com ou sem manifestações sistêmicas. OBS: pode ser prevenida ou tratada intrauterina desde que sejam feitos diagnóstico e tratamento da gestante, em momento adequado, e se evite a sua reinfecção. Diagnóstico sorológico • Testes não treponêmicos (reagínicos): VDRL e RPR • Testes treponêmicos: FTA-Abs e ELISA Quadro clínico: • Acomete vários órgãos e sistemas, podendo causar morte fetal ou neonatal e sequelas neurológicas emúsculo-esqueléticas; • Maioria (60%) assintomáticos ao nascer; Manifestações clínicas após o nascimento: • Precoces (até 2 anos de idade): semelhantes a sífilis congênita; rinite sifilítica, icterícia, exantema maculo- papular e hepatoesplenomegalia • Tardias (após os 2 anos de idade): lesões articulares, dentárias, neurológicas e oculares. Comprometimento do desenvolvimento. Diagnóstico no RN: • Radiológica: Ossos longos (osteomielite diafisária, osteítes e periostite). • LCR: alterações citológicas, sorológicas ou bioquímicas do LCR neurossífilis. • Hematológicas: anemia, leucopenia ou leucocitose, trombocitopenia. • Enzimas hepáticas. • VDRL (sangue periférico). • Outros: bilirrubinas, função renal, raio X de tórax. Karinna Alves - P5 Pediatria Tratamento materno: O tratamento materno deverá ser considerado inadequado nas seguintes situações: Tratamento do RN: • Todo RN com sífilis congênita confirmada ou provável deverá ser tratado e acompanhado até a confirmação da cura. • Droga de escolha: Penicilina Cristalina. • Opções: Penicilina procaína (se LCR normal) ou Penicilina benzatina (infecção pouco provável). Acompanhamento do RN: • Testes sorológicos a cada 2-3 meses até que hajam 2 títulos negativos • Rns sintomáticos adequadamente tratados: manifestações clínicas resolvem-se em até 3 meses • Se houver alteração de LCR no período neonatal: repetir 3-6 meses após o tratamento • Exames oftalmológicos, neurológicos e auditivos a cada 6 meses até 2 anos. Prevenção da Sífilis Congênita: • Prevenção das DSTs • Identificação e tratamento adequado de gestantes infectadas • Organização dos serviços de saúde atender as necessidades da população HEPATITE B Introdução: • Agente etiológico: Vírus da Hepatite B. • Problema de saúde pública no Brasil. • Transmissão: sexual, sanguínea, perinatal, vertical. • Vacina contra hepatite B: Desde 1998 no calendário vacinal do RN. • Raramente sintomática no RN infectado-> 70-90% dos RNs ficarão cronicamente infectados. • Transmissão vertical-> Ocorre em 5% das gestantes agudamente infectadas. Transmissão vertical: • Exposição perinatal ao sangue materno: principal via de infecção (95% dos casos). • Importante: triagem gestacional das infecções agudas e crônicas. • Triagem sorológica: 30 semanas de Ig Pesquisa do HbsAg. Características maternas que implicam em avaliação para VHB durante a gestação: Prevenção: Karinna Alves - P5 Pediatria Cuidados do RN exposto: • Não há indicação de cesárea eletiva • Manobras de reanimação e aspiração gentis e evitar traumas • Remover as secreções através do banho • Injeções venosas e IM somente após o banho (Ex: Vit K, IM) • Aleitamento materno: permitido* • Pesquisa de HbsAg no sangue do RN confirma infecção • RN de mães infectadas (HbsAg + ou HbeAg +): EXPOSIÇÃO AO HIV Introdução: • Testes sorológicos confirmatórios (ELISA) e teste rápido; • Teste negativo: não exclui infecção janela sorológica; • Não amamentar. • Gestante: triagem na primeira consulta pré-natal - Se negativo: Repetir no início do 3o trimestre - Se positivo: • 65% dos casos de transmissão ocorrem durante o trabalho de parto e parto; • 35% intra-útero: últimas semanas de gestação • Teste rápido na admissão para o parto: toda gestante que não fez triagem pré-natal ou sem resultado Manejo do RN exposto: • Evitar traumatismos em mucosas aspiração delicada de VAS e fazê-lo somente se necessário. • Banho imediato após o parto. • Iniciar quimioprofilaxia no RN. Puerpério e seguimento pós-natal: • Contraindicar e inibir a lactação • Orientar o preparo e uso da fórmula infantil • Agendar consulta com especialista em até 2 semanas • Manter mãe e RN em ALCON • Suspender o AZT com 30 dias de vida • Iniciar SMT+TMP oral até 12 meses de idade • Solicitar hemograma e função hepática • Solicitar duas contagens de carga viral - 1a: entre 1 e 6 meses (se negativa) - 2a: 4 meses após a primeira • Duas cargas virais indetectáveis: sorologia com 1 ano. • Primeira carga viral positiva: solicitar imediatamente a segunda -> duas positivas -> diagnóstico de infecção. PARVOVÍRUS Introdução: • Agente causador da “quinta doença” (Eritema Infeccioso), clinicamente difícil de distinguir de rubéola. • Disseminação por via respiratória, 60-70% da população é eventualmente infectada. • 50% das mulheres em idade reprodutiva são suscetíveis à infecção. • Causa perda fetal por hidropsia fetal; anemia severa, falha cardíaca congestiva, edema generalizado e morte fetal. • Não há evidências de teratogenicidade. • Risco de morte fetal maior quando infecção ocorre durante o segundo trimestre da gestação (12%). • Mínimo risco ao feto durante 1o ou 3o trimestres. • Infecção da mãe durante a gestação não deve implicar diretamente em terminação da gestação. VARICELA NEONATAL E VARICELA-ZOSTER • > 90% das gestantes já imunes -> raro durante a gestação • Infecção primária durante a gestação traz um risco maior de doença grave -> pneumonia. • Primeiras 20 semanas de gestação: até 3% de chance de transmissão do vírus ao feto • Síndrome da varicela congênita: - Lesões cicatriciais na pele; - Hipoplasia de membros; Karinna Alves - P5 Pediatria - Defeitos no CNS e oculares; - Morte na infância. • VZV pode cruzar a placenta nos estágios tardios da gestação e infectar o feto congenitamente, causando varicela neonatal. • Varicela Neonatal pode variar de doença leve a infecção disseminada fatal. • Se o eritema na mãe ocorre em até 1 semana antes do parto, imunidade suficiente deve ter sido transferida para o feto. • Imunoglobulina anti-zoster deve ser administrada a gestantes soronegativas em contato com doentes e crianças cujas mães desenvolvem varicela nos últimos 7 dias de gestação.
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