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TCC para crianças agressivas

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Modelo cognitivo-comportamental da raiva
Este modelo baseia-se na base teórica de que as emoções da criança e as suas acções subsequentes são reguladas pela forma como elas percebem, processam e/ou medeiam os acontecimentos provenientes do meio ambiente.
	A raiva funciona como uma reacção subjectiva aos problemas do dia-a-dia, isto é, aos acontecimentos precipitantes. Assume-se que as crianças e os jovens não possuem os recursos psicológicos necessários para lidar com as situações problema e, daí, tendem a reagir de forma agressiva face a situações provocadoras/problemáticas. Para que a criança/jovem possa lidar com estes stressores, é necessário o desenvolvimento de capacidades específicas no controlo do estado subjectivo da raiva, que se traduz numa reacção comportamental mais adaptativa.
Problemas	 Processamento cognitivo
Frustração Distorções cognitivas
Irritação dificuldade em suster e focar a atenção
Agressão verbal antecipação de intenção hostil
Agressão física pouca responsabilidade
Injustiça Deficiências Cognitivas
 baixas competências de resolução de problemas
 	 soluções orientadas por altos níveis de impulsividade
		 Activação fisiológica
 aumento do batimento cardíaco, da respiração, tensão muscular
Resposta comportamental
Agressão verbal 
Agressão física 
Isolamento
Submissão/resignação
Assertividade
Outras respostas apropriadas/inapropiadas
	Trabalhar com crianças/jovens com dificuldades de controlo de comportamentos agressivos/raiva é uma tarefa complicada uma vez que estes, na maior parte das vezes acreditam que ninguém os entende, especialmente devido à crença de que são os outros que os provocam para respostas agressivas. 
	Devido a estas crenças, o terapeuta encontra muitas vezes o seu trabalho dificultado na primeira fase uma vez que a criança/jovem o encara como mais um adulto que o vai punir, castigar e repreender, isto é, considera-o como um inimigo. O trabalho inicial do terapeuta prende-se com a necessidade de se aliar a esta criança/jovem. Não nos podemos esquecer que estes jovens se vêem, na maior parte das situações como vítimas, e que as tentativas para convence-los do contrário frequentemente conduzem ao abismo no relacionamento terapeuta-cliente. Consequentemente, recomenda-se que o terapeuta que caminhe lado a lado com a crianç/jovem de forma a travar uma poderosa luta e formar uma aliança juntamente com o jovem no combate aquilo que pode ser conceptualizado como o inimigo: raiva e subsequente agressão/violência maladaptativa.
1ª Fase: Avaliação
	Esta fase envolve um processo de identificação dos estímulos externos ambientais e/ou precipitantes internos.
	No que respeita ao primeiro contacto com a família, são várias as posições assumidas; no entanto a abordagem preferida é aquela em que a criança/jovem é atendido em simultâneo com a sua família. Isto faz com que, não só a criança não perceba que se está a levantar uma conspiração nas suas costas, como permite ao terapeuta obter muita informação através da observação da interacção familiar: linhas comunicacionais, respeito, melhores formas de abordar a questão, sabotagem, etc, são algumas das questões que podem ser observadas.
Técnicas com adolescentes:
“run a movie”- pede-se ao jovem que feche os olhos e carregue play e ponha o filme a correr. Deverá descrever o que se passa nesse filme (incidentes agressivos): qual o seu diálogo interno, imagens visuais, sensações fisiológicas e outros pormenores importantes. À medida que o jovem fornece esta descrição, o terapeuta tem necessidade de gravar a cena (tirar apontamentos) para mais tarde poder ver novamente o filme e poder editá-lo em sessões futuras.
Técnicas com crianças de idade inferior a 10 anos:
	
Crianças mais novas apresentam alguma dificuldade com a técnica acima citada. A sua atenção geralmente dispersa-se e surge a necessidade de uma abordagem mais concreta. Uma das técnicas mais bem sucedidas com crianças mais jovens, consiste no “desenho de figuras em acção”. Nesta tarefa pede-se à criança que descreva as situações problemáticas e o terapeuta vai desenhando o que é referido. Este pode fazer questões que o ajudem a tornar o desenho mais fiel, bem como fazer questões que lhe permitam obter informação acerca dos sentimentos, pensamentos, sensações físicas, etc. O diálogo interno pode ser registado em balões em forma de bolhas (A), enquanto o discurso externo pode ser registado em forma de linha contínua (B).
 (A) (B)
	As crianças parecem gostar desta tarefa e esta pode ajudar a desenvolver um sentido de colaboração que se torna de extrema importância na posterior intervenção.
Instrumentos:
CBCL;
CATS;
Role-play de situações precipitantes da raiva: são apresentadas situações precipitantes da raiva à criança/jovem. De seguida pede-se à criança que responda a essas situações. Após alguns minutos de aquecimento, a maior parte das crianças é capaz de ficar confortável perante estas situações e recair nos comportamentos disruptivos. 
Nota: é necessário estabelecer algumas “regras de jogo” antes destas situações, de modo a que possam existir sinais que terminem o jogo.
2ª Fase: Fase Educacional
	Esta fase tem quatro objectivos principais: 
continuação do estabelecimento da relação terapêutica no combate ao inimigo comum- a “raiva”;
ajudar a criança a melhor entender a natureza da sua raiva e o subsequente comportamento agressivo;
ser capaz de reconhecer rapidamente as cognições, afectos e comportamentos que dão origem à sensação de raiva e que iniciam o ciclo da agressão/raiva;
ajudar a criança a reconhecer quais são os estímulos ambientais ou problemas que accionam a resposta de raiva/agressão.
De modo a atingir estes objectivos, o terapeuta, juntamente com a criança/jovem,
procedem à análise ABC:
Experiências activadoras: acontecimentos externos que funcionam como situações precipitantes para o desencadear do ciclo agressivo.
Crenças: refere-se à cadeia de pensamentos, ideias, imagens e até auto-verbalizações que resultam na sensação de raiva e levam aos comportamentos de raiva. Assim, B simboliza o processo cognitivo que ocorre como forma de resposta aos acontecimentos externos/precipitantes;
Consequências: refere-se às reacções ambientais que resultam da reacção dos outros aos comportamentos da criança/jovem.
3ª Fase: Aquisição de Estratégias
	Nesta fase, o terapeuta procura ensinar à criança/jovem, estratégias que lhe permitam lidar com a raiva. Estas estratégias são:
Tomada de perspectiva;
Auto-discurso de redução da raiva;
Estratégias de resolução de problemas;
Técnicas de relaxamento;
Treino de assertividade;
Após a identificação da estrutura ABC, a criança está agora mais capaz de perceber que aquilo que ela faz em determinadas situações (comportamento) é, basicamente, função daquilo que sentiram (sentimentos), que, por sua vez, é função daquilo que pensaram na situação e daquilo que disseram a eles mesmos. Assim, a agressão não é apenas despoletada por pistas ambientais, mas sim pela forma como estes últimos são percebidos e interpretados.
“Tomada de perspectiva”
	Crianças e jovens agressivos atribuem, na maior parte das vezes, atribuem intenções hostis aos outros, de modo que, mais rapidamente respondem de forma agressiva, baseados em pistas percebidas como ameaçadoras. Esta visão distorcida dos jovens agressivos torna-os particularmente impulsivos a reagirem de forma agressiva a um grande número de situações problemáticas. Pretende-se, com esta tarefa, fazer com que a criança/jovem seja capaz de entender a ideia de que os indivíduos (incluindo eles mesmos), frequentemente fazem interpretações erradas dos intentos, pensamentos e /ou sentimentos dos outros.
	A tarefa passa por apresentar à criança/jovem sequências animadas e questioná-la acerca do que os vários intervenientes pensaram e sentiram, e de que forma as perspectivas diferem.
Auto-discurso de redução da raiva
	
Fundamentalmente consiste em ensinar a criança a envolver-se num discurso de
redução de raiva, em vez de se envolver no discurso que leva ao seu aumento. Espera-se que estas mudanças no discurso interno resultem em diferentes sentimentos, comportamentos e consequências em resposta aos problemas que a criança/jovem agressivo frequentemente encontra. 
Estratégias de resolução de problemas
	
	Os estudos apontam que as crianças/jovens agressivos apresentam dificuldades ao nível das competências para a resolução de problemas, de modo que recorrem à raiva como estratégia para lidar com eles. O treino de resolução de problemas passa pelas seguintes fases:
identificar do problema
Esta primeira fase consiste em ajudar a criança/jovem a compreender a situação através do seu ponto de vista, bem como através da perspectiva de outros. O terapeuta ajuda a criança a identificar aspectos emocionais, sociais e ambientais relevantes da situação problemática. Recorre-se assim a um conjunto de questões onde o terapeuta procura identificar os sentimentos de estar zangado, quando é que esses sentimentos se iniciam, quem são as pessoas que estão presentes, como é que fica o seu comportamento e como é que ele estava antes de se ter zangado.
determinar objectivos
Aqui pede-se à criança que formule um resultado desejado para a situação
através da decisão do que ela acha que gostaria que tivesse acontecido em vez do que sucedeu. Pode-se perguntar à criança: “o que gostarias que tivesse acontecido?”
gerar soluções alternativas
O gerar de alternativas é conseguido através de brainstorming. Pede-se à criança que suspenda o julgamento e gere o maior número de situações possíveis para lidar com aquela situação específica. O terapeuta poderá perguntar: “quais são as coisas que tu poderias fazer nessa situação?”
examinar as consequências;
Nesta fase a criança deverá, em função das alternativas geradas, predizer as consequências de cada uma dessas alternativas. O terapeuta pergunta à criança: “se tu escolhesses essa solução, o que achas que iria acontecer a seguir?” Aqui a criança deverá gerar o maior número de consequências de forma a melhor considerar as situações problemáticas. Tanto as consequências a curto como a longo prazo deverão ser consideradas em termos de custos e benefícios.
escolha de uma solução;
A escolha da solução consiste em duas tarefas principais. Em primeiro lugar a criança deverá decidir qual a alternativa que tem maiores benefícios e menores custos em função do problema inicial e em função dos objectivos determinados. O terapeuta poderá facilitar esta tarefa perguntando: “tendo em conta aquilo que tu disseste que gostarias que acontecesse, qual das alternativas será a melhor? Qual delas tem mais probabilidade em te ajudar a conseguir aquilo que tu querias e evitar aquilo que não querias?” De seguida a criança deverá identificar a maneira específica em que a solução irá ser implementada. O que irá ser dito?, como será o comportamento não verbal?, como será o espaço onde a acção vai ser implementada? Quando será implementada?, qual poderá ser a reacção dos outros e de que forma irá a criança reagir ao comportamento dos outros? Durante o treino, após a identificação dos comportamentos envolvidos na implementação da solução, estes deverão ser praticados em role-play, antes da sua implementação em contexto real. O terapeuta poderá ser ele o primeiro a modelar a solução, de modo a que a criança possa ver como se faz.
avaliar resultado.
As questões principais às quais a criança deverá responder nesta altura serão: “consegui aquilo que queria que acontecesse? Fiz aquilo que era necessário fazer? Estou satisfeito com os resultados?” Se as respostas a estas questões forem positivas então a solução foi implementada de forma eficaz.
Treino de assertividade
O racional teórico do treino de assertividade consiste no facto de a criança/jovem, apresentar dificuldades na imposição e informação aos outros das suas escolhas, de uma forma apropriada (forma assertiva). Este treino tem-se revelado eficaz no melhorar do auto-conceito, aumento da auto-estima, entre outros.
O formato básico do treino de assertividade envolve ajudar o jovem em:
1. realizar a distinção entre respostas agressivas, passivas e assertivas;
2. ser capaz de identificar os seus direitos pessoais em várias situações;
3. ser capaz de identificar e modificar pensamentos irracionais que suportam o comportamento não assertivo;
4. praticar respostas assertivas em várias situações problemáticas.
Relaxamento
O treino de relaxamento revela-se útil, não só na redução da ansiedade, , como também no aumento de atitudes psicológicas positivas. Maior parte das crianças/jovens que apresentam dificuldades ao nível da raiva possuem tensão muscular à medida que a raiva aumenta. Este aumento na tensão parece ser um sinal que frequentemente é interpretado pelos indivíduos como uma preparação para um acto agressivo.
Material prático:
Tomada de perspectiva;
Auto-discurso de redução da raiva;
Estratégias de resolução de problemas;
Treino de assertividade;
Relaxamento.
O Pedro é um menino que gosta muito de brincar com os amigos dele: não há nada melhor que poder ir jogar à bola com os amigos.
	Um certo dia, o Pedro combinou ir jogar à bola com os amigos, num campo perto da sua casa. 
	Eram as 4 da tarde e o Pedro pensou: “tenho que me despachar, disse ao Bruno e ao Miguel que estava no campo às quatro e meia!”. Chegou ao campo e já lá estava o Bruno. Foi ter com ele, e passado pouco tempo chegou o Miguel na companhia de três rapazes. 
-“Boa tarde pessoal” diz o Miguel.
-“Trouxe uns amigos meus para virem jogar à bola connosco, pode ser?”
- “Claro que pode!” respondem ao mesmo tempo o Bruno e o Pedro.
	Começaram a jogar e o Pedro apercebeu-se que os amigos do Miguel eram meninos traiçoeiros: faziam muitas rasteiras ao jogar à bola e chamavam nomes a toda a gente. De repente a bola veio para o Pedro e, quando este ia rematar, um dos outros rapazes deu-lhe um pontapé e chamou-lhe um nome feio. O Pedro nem queria acreditar!!! Pôs-se de pé e começou a sentir um formigueiro muito quente pelo corpo todo, os músculos ficaram muito duros e só lhe apetecia bater no rapaz que lhe deu um pontapé.
-“Merecia que lhe desse um pontapé igual ao dele! Quem é que ele pensa que é?” pensava o Pedro.
	O corpo ficou cada vez mais tenso e o Pedro correu atrás do rapaz e deu-lhe um pontapé. O rapaz ficou surpreso, mas depressa reagiu: os dois meteram-se numa briga daquelas bem feias e só pararam quando se ouve alguém dizer:
-“Parem já com isso! Pedro sai daí imediatamente!”. Era a mãe do Pedro. Tinha ido ver o jogo do filho e levava um pequeno lanche para os meninos. Ficou zangada por ver o filho a lutar com outro menino. Nem queria acreditar no que tinha visto! Levou o filho para casa e proibiu-o de jogar futebol durante as próximas duas semanas.
O Pedro ficou então de castigo e estava bastante triste por não poder jogar à bola, afinal de contas, era aquilo que mais
gostava de fazer...
Vamos ajudar o Pedro? 
Recorta os balões e cola-os no quadro seguinte nos sítios que achares correcto.
Agora vamos ajudar o Pedro a pensar de forma mais positiva… vamos a isso? Então, ao trabalho!
Escreve dentro de cada balão alternativas aos pensamentos e actos do Pedro. Depois recorta-os e cola-os no sítio que achares mais correcto.
Roteiro de relaxamento para crianças:
Existem algumas regras que deves seguir para conseguires bons resultados com estes exercícios.
Deves fazer exactamente o que eu disser, mesmo que por vezes te pareça um pouco idiota;
Deves esforçar-te por fazer o que eu disser;
Deves tomar atenção ao teu corpo. Ao longo destes exercícios toma atenção à forma como os teus músculos se sentem quando estão tensos e quando estão soltos e relaxados;
Deves praticar. Quanto mais praticares, mais relaxado te sentirás.
Queres fazer alguma pergunta?
	Estás pronto para começar? Muito bem. Primeiro, senta-te o mais confortavelmente possível na cadeira. Encosta-te, põe os pés no chão e deixa os teus braços caírem soltos ao longo do corpo. Muito bem. Agora fecha os olhos e não os abras enquanto eu não disser. Não esqueças de seguir as minhas instruções rigorosamente e presta atenção ao teu corpo. Vamos ao trabalho!
Mãos e braços
	Imagina que tens um limão inteiro na tua mão direita. Agora espreme-o com força. Tenta espremer todo o sumo. Sente a tensão na tua mão e no teu braço enquanto espremes. Agora deixa cair o limão. Repara como os teus músculos se sentem quando estão relaxados. Pega noutro limão e espreme-o. Tenta espremer este com mais força que o primeiro. Muito bem. Com força. Agora larga o limão e relaxa. Repara como a mão e o braço estão melhor quando estão relaxados. Uma vez mais, pega noutro limão com a tua mão direita e espreme-lhe o sumo todo. Não deixes uma só gota. Espreme-o bem. Assim mesmo. Agora relaxa e deixa cair o limão. (Repete o processo para a mão e braço esquerdo).
Braços e Ombros
	Imagina que és um gato muito preguiçoso e muito peludo. Queres espreguiçar-te. Estica os braços para a frente. Levanta-os agora acima da cabeça. O mais acima possível. Sente a força que estás a fazer com os ombros. Puxa mais para cima. Agora deixa cair os braços. Muito bem. Vais espreguiçar-te outra vez. Estica os braços para a frente. Levanta-os acima da cabeça. Estica-os bem. Mais ainda. Agora deixa-os cair rapidamente. Muito bem. Repara como os teus ombros se sentem mais relaxados. Desta vez vais espreguiçar-te ainda mais. Tenta tocar no tecto. Estica os braços para a frente. Levanta-os acima da cabeça. Estica-os bem, mais ainda. Agora relaxa. Impecável. Deixa-os cair rapidamente e sente como é bom estar relaxado. Repara como é agradável, quente e confortável.
Ombros e Pescoço
	Agora vais fingir que és uma tartaruga. Estás sentada numa pedra junto de um lago muito bonito, descansando ao sol quentinho. Sentes-te bem, quente e em segurança. Oh-Oh! Sentes o perigo. Puxa a cabeça para dentro da tua casa. Tenta puxar os ombros até às orelhas e puxa a cabeça para dentro dos ombros. Segura-os bem. Não é fácil ser uma tartaruga dentro de uma carapaça. O perigo já passou. Já podes sair para o sol, relaxar-te e sentires-te confortavelmente quente. Atenção… mais perigo! Depressa, puxa a cabeça para dentro da tua concha e segura-a bem. Deves estar bem para dentro para te protegeres. OK. Podes relaxar agora. Põe a cabeça de fora e relaxa os ombros. Repara como é melhor estar relaxado do que tenso. Uma vez mais. Perigo! Agora! Puxa a cabeça para baixo. Puxa bem os ombros até às orelhas e segura-os bem. Não deixes que um só bocadinho da tua cabeça se mostre fora da concha. Força! Sente a tensão no pescoço e nos ombros. Muito bem. Agora podes sair. Estás outra vez em segurança. Relaxa e sente como é bom estar em segurança. O perigo passou. Não há razão para te preocupares. Não há razão para teres medo. Sentes-te bem.
Maxilar
	Tens na boca uma pastilha elástica gigante. Custa muito mastigá-la. Trinca-a com força. Vá lá! Deixa os músculos do pescoço ajudarem-te. Agora relaxa. Deixa que o teu maxilar caia. Repara como é agradável deixar o maxilar solto. OK, vais trincar novamente a pastilha. Agora! Trinca! Força! Aperta-a bem entre os dentes. Muito bem. Agora relaxa outra vez. Deixa o maxilar cair. È tão bom deixá-lo cair e não ter que trincar aquela pastilha! OK, uma vez mais. Agora vais desfazê-la. Trinca-a! Com quanta força tenhas. Muito bem. Mais força ainda. Impecável. Agora relaxa. Tenta relaxar todo o corpo. Tu venceste a pastilha elástica. Deixa-te relaxar o mais possível.
Cara e Nariz
	Aí vem uma mosca velha e chata. Pousou no teu nariz. Tenta afastá-la sem usares as mãos. Muito bem. Encolhe o nariz. Faz o máximo de rugas que conseguires. Puxa o nariz para cima com força. Óptimo. Conseguiste espantá-la. Agora podes relaxar o nariz. Hey, lá vem ela outra vez! Pousou bem no meio do teu nariz. Enruga-o outra vez. Enxota-a. Enruga-o com força. O máximo que consigas. OK! Foi-se embora. Podes relaxar a cara. Repara que quando enrugas o nariz, as tuas bochechas, a tua boca, a tua testa e os teus olhos te ajudam a fazê-lo e também ficam tensos. Assim, quando relaxas o nariz, também toda a tua cara relaxa e tu sentes-te bem. Oh! Oh! A mosca chata voltou, mas desta vez pousa na tua testa. Faz muitas rugas. Tenta apanhá-la entre as rugas. Força! Agora! OK, podes deixá-la fugir. Foi-se embora de vez. Agora podes relaxar completamente. Deixa que a tua cara fique bem lisa, sem nenhuma ruga. A tua cara está macia, agradável e relaxada.
Estômago
	Hey, vem aí um elefante bebé muito engraçado. Mas não está a ver por onde vai! Ele não está a ver que estás deitado na relva e está quase a pôr a pata no teu estômago. Não te mexas, não tens tempo de te afastares do seu caminho. Prepara-te. Põe o estômago muito duro. Contrai os músculos do estômago com muita força. Aguenta aí! Parece que ele segue por outro caminho. Agora podes relaxar-te. Deixa que o teu estômago se descontraia. Deixa-o relaxar-se o mais possível. Assim é mais agradável. Atenção! Lá vem ele outra vez. Prepara-te. Contrai o músculo com força. Se ele pousar a pata com o estômago duro, ele não te magoará. Transforma o estômago numa rocha. Pronto, foi-se embora, podes relaxar-te. Acalma-te, põe-te confortável e relaxa. Repara na diferença entre o estômago tenso e relaxado. È assim que nos queremos sentir,: agradáveis, soltos e relaxados. Não vais acreditar, mas desta vez ele vem mesmo na tua direcção e não vai dar a volta. Ele vem direito a ti. Força! Estômago duro, aí vem ele. È mesmo verdade, aguenta firme. Ele vai pôr a pata em cima de ti. Já passou, foi-se embora de vez. Podes relaxar-te completamente. Estás a salvo. Está tudo bem e podes sentir-te em segurança e relaxado.
	Desta vez imagina que queres passar por uma fenda estreita, cujos lados estão cheios de pontas aguçadas. Deverás tornar-te muito fino se queres passar pela fenda. Encolhe o estômago. Tenta encostá-lo às costas. Tenta ficar o mais estreito que consigas. Tens que conseguir passar. Agora relaxa. Já não precisas de continuar tão fino. Relaxa e sente o teu estômago a ficar quente e solto. Óptimo, vais tentar agora atravessar a fenda. Encolhe o estômago. Encosta-o às costas. Torna-o pequenino e duro. Torna-te o mais estreito possível. Força! Agora! Tens que te espremer todo. Atravessaste a fenda estreita e não te magoaste nas pontas aguçadas. Agora podes relaxar-te. Senta-te confortavelmente e deixa que o estômago ocupe o seu lugar. Sentes-te mesmo bem , conseguiste!
Pernas e Pés
	Agora finge que estás de pé e descalço numa grande poça de lama gordurosa. Enterra os dedos dos pés na lama bem fundo. Tenta chegar com os pés ao fundo da poça lamacenta. Precisarás, provavelmente, de usar as pernas para fazer força. Enterra, afasta os dedos, e sente
a lama a passar por entre eles. Agora sai da poça de lama. Relaxa os pés. Deixa que os dedos fiquem soltos e sente como isso é agradável. È bom estar relaxado. Volta para a poça lamacenta. Enterra os pés. Deixa que os músculos das pernas te ajudem a enterrar os pés. Força! Mais ainda! Tenta enterrar-te na lama. OK. Sai agora. Relaxa os pés, as pernas e os dedos. É tão bom estar relaxado, sem nenhuma tensão. Sentes-te quente, com um formigueiro agradável.
Conclusão
	Mantém-te tão relaxado quanto possível. Deixa que todo o teu corpo se torne mole e sente todos os teus músculos relaxados. Daqui a alguns minutos pedir-te-ei que abras os olhos e a sessão acabará. Ao longo do dia lembra-te como é bom estar relaxado, tal como aconteceu nestes exercícios. Pratica-os todos os dias, para que consigas relaxar-te cada vez mais e melhor. Uma boa altura para praticar é à noite, antes de ir para a cama, com as luzes apagadas e sem seres incomodado. Ajudar-te-á a adormecer. Assim, quando te tornares um especialista em relaxamento poderás ajudar-te a ti próprio a relaxar na escola. Basta lembrares-te do limão, do gato, da tartaruga, da pastilha elástica, da mosca, do elefante, da fenda e da poça de lama e poderás fazer os nossos exercícios sem ninguém dar por nada. Trabalhaste bem e é agradável quando se trabalha com vontade. Agora, muito devagar, abre os olhos e sacode um pouco os músculos. Muito bem. Fizeste um bom trabalho. Vais conseguir ser um super relaxador. 
 
1. STOP: Qual é o problema?
Quem:_____________________________O quê:________________________ 
Onde:_____________________________ Porquê:_______________________
O que eu senti:____________________________________________________
O que gostarias que tivesse acontecido?
______________________________________________________________________________________________________________________________
 2. Pensa
Pensa no maior número de soluções que puderes. Não importa se são boas ou más, o que interessa é pensar em muitas. Vamos lá…
1. ______________________________________________________________
2. _____________________________________________________________
3. _____________________________________________________________
4. _____________________________________________________________
5. _____________________________________________________________
3. Avalia
Para cada solução que colocaste em cima, escreve as consequências possíveis, e pontua a tua solução com um + (boa) ou – (má).
 Solução Consequência Pontuação (+/-)
1. __________________ _________________________________ _____
2. __________________ _________________________________ _____
3. __________________ _________________________________ _____
4. __________________ _________________________________ _____
5. __________________ _________________________________ _____
4. Acção
Agora faz uma roda à volta da solução que aches mais correcta.
Como poderemos pôr em prática essa solução? Vamos então tentar representar o que poderia acontecer
 5. Funcionou?
Se funcionou, espectáculo! Se não, escolhe outra solução do passo 3.
1. Tenho o direito de sentir e expressar os meus sentimentos;
2. Tenho o direito de expressar a minha opinião acerca das coisas;
3. Tenho o direito de ser tratada com respeito;
4. Tenho o direito de dizer não às outras pessoas e de não me sentir culpada com isso;
5. Tenho o direito de parar para pensar antes de responder;
6. Tenho o direito de mudar de ideias;
7. Tenho direito a cometer erros;
8. Tenho o direito de me sentir bem comigo mesma;
Agora preenche tu quais os teus direitos….
10. _____________________________________________________
11. _____________________________________________________
12. _____________________________________________________
13. _____________________________________________________
14. _____________________________________________________
15. _____________________________________________________
16. _____________________________________________________
17. _____________________________________________________�
5.
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Raiva
Discurso que faz aumentar a raiva?
O que é que eu sinto?
O que é que eu faço?
E então o que é que acontece?
E então o que é que acontece?
O que é que eu faço?
O que é que eu sinto?
Discurso que faz diminuir a raiva?
Precipitantes
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A história do Pedro…
“um dos outros rapazes deu-lhe um pontapé e chamou-lhe um nome feio”
“Merecia que lhe desse um pontapé igual ao dele! Quem é que ele pensa que é?”
“o Pedro correu atrás do rapaz e deu-lhe um pontapé.
meteram-se numa briga”
“A mãe proibiu-o de jogar futebol durante as próximas duas semanas.”
“começou a sentir um formigueiro muito quente, os músculos ficaram muito duros e só lhe apetecia bater no rapaz.” 
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A lista dos meus direitos…
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Manual terapêutico cognitivo-comportamental para crianças agressivas
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